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    • luisvv
    • 7 março 2014 editado

     # 21


    Não é nada. A realidade é queas empresassão pouco produtivas. Os trabalhadores são apenas uma pequena parte das empresas, normalmente com pouca responsabilidade na produtividade.

    A frase refere-se às remunerações dos trabalhadores, e nesse sentido está correcta: um trabalhador português poderá ganhar o mesmo que um alemão quando produzir o mesmo que um alemão. É irrelevante para o caso a fonte da diferença de produtividade.
    Aliás, nas próprias declarações ele sugere os factores que considera relevantes:
    Desta forma, para o 'chairman' da Sonae, que voltou a defender que a competitividade em Portugal só pode ser estimulada através da "educação das pessoas e [da] aquisição das máquinas corretas",

    Podemos concordar ou discordar, mas não vale a pena bater no peito e rasgar as vestes e gritar que fomos ofendidos porque nos chamou "preguiçosos".

    Quanto à responsabilidade dos trabalhadores, encontra-se nos mais diversos níveis, e é uma generalização absurda dizer que se trata quer de preguiça quer de incapacidade de gestão. O mero senso comum sugere que pessoal pouco qualificado tenderá a produzir menos que pessoal mais qualificado, por exemplo. Ou que empresas com pessoal indiferenciado dificilmente produzirão grande valor acrescentado.
    Isto para não falar de coisas mais esotéricas - quando se apresenta sistematicamente o capital como algo oposto ao trabalho, e se sugere invariavelmente a penalização do capital por troca com o trabalho, está de facto a dar-se um mau sinal.


    Faria mais sentido o Belmiro dizer que não se podem aumentar os salários dos trabalhadores, porque os gestores Portugueses são menos competentes que os gestores Alemães.

    Se ler as declarações, verá exactamente o que ele disse, e a crítica deixa de fazer sentido.

    PS- Além do mais, utilizando o seu argumento, eu diria que os gestores portugueses são tão responsáveis como os trabalhadores, e que há muitas variáveis que não estão no domínio de um ou de outro. ;-)
    No limite, a culpa é de todos, mesmo dos que não trabalham.
  1.  # 22

    não sei porquê mas sinto enormes capacidades e até tenho meios para por essa corja a produzir mais, bem... agora não me apetece, talvez para a semana que vem.
    sim eu sei já que tenho esse poder mais valia era calar a boca.

    ironias á parte, é muito engraçado que este senhor anda há décadas a encher e no entanto o pais anda para tras e ele sempre a criticar, enfim paradoxo, pois pela ordem das razões ele já devia era estar na penúria.
    nada tenho contra ele ser bem sucedido até porque não conheço as suas actividades com rigor, no entanto subsiste para mim que era um dos que pelo menos devia era estar calado.
  2.  # 23


    Belmiro de Azevedo é seguramente dos melhores empresários não financeiros do pós-1974. O grupo Sonae, que fundou, foi uma escola para dezenas de gestores, alguns dos quais criaram depois as suas próprias empresas, e é um dos maiores empregadores do país.
    Só pode ter sido, portanto, por manifesta infelicidade que Belmiro veio agora dizer que os trabalhadores portugueses produzem um terço dos trabalhadores alemães - deixando entender que a culpa é dos primeiros.

    Aqui se denota que quem escreve não leu as declarações que critica, e que foram, recordo: " o 'chairman' da Sonae, que voltou a defender que a competitividade em Portugal só pode ser estimulada através da "educação das pessoas e [da] aquisição das máquinas corretas","
    Bom começo, sem dúvida.



    Belmiro sabe, melhor que ninguém, que a produtividade depende de muitos factores: da organização das empresas, da liderança, da aposta na formação, das condições de trabalho e, já agora, do tipo de bens que produzem.


    Aqui, já estamos a esquecer de uma série de factores - como a qualificação dos trabalhadores, ou o próprio enquadramento legislativo, p.ex . Tendo em conta o esquecimento selectivo, já sei quem escreveu o texto, sem sequer ter seguido o link.


    O preço por hora de quem trabalha numa fábrica de conservas ou de quem trabalha na BMW é seguramente muito desfavorável para o primeiro trabalhador - embora ele possa trabalhar mais tempo e melhor que o segundo. E porquê? Porque, como é óbvio, o bem final produzido é muito mais valorizado no caso do segundo trabalhador que no primeiro.


    Só que não são os trabalhadores que decidem que bens devem produzir. São os empresários, são os investidores. E se constatarmos que na última década em Portugal, o investimento caiu em sete, percebemos que quem mais tem contribuído para a baixa produtividade da economia portuguesa são... os empresários.

    Conclusão falaciosa. A queda de investimento não depende dos "empresários". Da mesma forma que nenhum dos factores anteriormente apontados é independente dos outros : a qualificação dos trabalhadores (e dos empresários, já agora) afecta o tipo de bens produzidos, tal como a fiscalidade (de que é exemplo o tão chorado IVA reduzido para a restauração, que distorcia os incentivos ao investimento... ), ou a organização do trabalho. A organização do trabalho e a legislação laboral, por exemplo, afectam também de forma óbvia a captação de investimento.


    Além do mais, as PME, que representam cerca de 99% do tecido produtivo português, são obviamente menos produtivas que as grandes empresas e as multinacionais, que apresentam grandes ganhos pela escala a que laboram. Ora também não são os trabalhadores que se opõem ao crescimento das empresas, quer por via orgânica, quer por via de fusões e aquisições.

    E no entanto, isto é escrito pelo "Keynesiano graças a Deus " que defende ferozmente os subsídios à actividade de indústrias menos produtivas e que por natureza estão infestadas de microempresas, vide nota acima. Ou, de forma mais ou menos encapotada, a penalização do capital (essencial à formação de empresas de maior dimensão)..

    Finalmente, Belmiro sabe que empresas multinacionais que se encontram em Portugal, trabalhando esmagadoramente com portugueses, são das mais produtivas dos grupos onde se inserem (vidé os casos da Autoeuropa ou da Siemens ou da Nokia Siemens Networks). E sabe também que os trabalhadores do grupo Sonae devem ser altamente produtivos, porque senão ele, Belmiro, não seria um dos homens mais ricos de Portugal.

    Mais uma falácia. Quem escreve sabe que fala de negócios altamente apoiados e subsidiados, que captam fatias de mão-de-obra qualificada, digamos que a nata da mão-de-obra, e que produzem sob o chapéu-de-chuva de marcas prestigiadas (e embora com alguma autonomia, respondem à casa-mãe..).

    Há muitas razões para a baixa produtividade da economia portuguesa. Mas as principais não têm a ver com os trabalhadores, ao contrário do que Belmiro de Azevedo disse. Mas como uma inverdade, muitas vezes repetida, passa a verdade, é bom que se desmonte a muito papagueada inverdade.


    Olha, que surpresa, é mesmo o keynesiano do laço - o amigo do Baptista da Silva...
    Concordam com este comentário: two-rok
    • eu
    • 7 março 2014 editado

     # 24

    Colocado por: luisvvA frase refere-se às remunerações dos trabalhadores, e nesse sentido está correcta: um trabalhador português poderá ganhar o mesmo que um alemão quando produzir o mesmo que um alemão

    Não, a frase está errada. A frase correta é: um trabalhador português poderá ganhar o mesmo que um alemão, quando a empresa Portuguesa produzir o mesmo que a empresa Alemã.

    Porque se o problema fosse a produtividade dos trabalhadores, então como já alguém disse, a solução seria simples: era contratar trabalhadores Alemães e pagar-lhes salários Alemães.
    Concordam com este comentário: jpvng
  3.  # 25

    Colocado por: euum trabalhador português poderá ganhar o mesmo que um alemão, quandoa empresa Portuguesaproduzir o mesmo quea empresa Alemã.


    Não, não poderá. Só poderá se conseguir ter os mesmos clientes e vender os produtos ao mesmo preço que a empresa alemã. Se tiver de vender o mesmo produto a clientes portugueses, vai ter de vender mais barato, o que vai obrigar a baixar os salários.

    A quantidade de capital que circula à volta da empresa é brutalmente importante para aquilo que a empresa consegue cobrar.

    Um médico em Portugal não consegue cobrar o mesmo que um médico na França, que não consegue cobrar o mesmo que um médico no Dubai. Mas fazem, na essência, o mesmo trabalho. A única diferença é a capacidade económica dos seus clientes.
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro, two-rok
    • eu
    • 7 março 2014 editado

     # 26

    Caro danobrega, só está a confirmar que a produtividade de uma empresa depende de muitos fatores, e o fator "trabalhador" não é o mais importante...
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro
  4.  # 27

    Não, a frase está errada. A frase correta é: um trabalhador português poderá ganhar o mesmo que um alemão, quandoa empresa Portuguesaproduzir o mesmo quea empresa Alemã.

    Porque se o problema fosse a produtividadedos trabalhadores, então como já alguém disse, a solução seria simples: era contratar trabalhadores Alemães e pagar-lhes salários Alemães.


    Não, não está errada. Para que a frase esteja correcta, não interessa saber quais são os factores que levam à diferença de produtividade (e o autor da frase até indica alguns, e nenhum deles é "a preguiça", mas deixemos isso de parte por enquanto).
    Interessa apenas que, quando essa diferença de produtividade não existir, a diferença de salários também poderá não existir.
    • eu
    • 7 março 2014 editado

     # 28

    Colocado por: luisvvInteressa apenas que, quando essa diferença de produtividade não existir, a diferença de salários também poderá não existir.

    Claro que sim... se a produtividade que menciona for a produtividade da empresa. Porque é isso que interessa.

    Como o danobrega diz e bem, o que interessa realmente é o valor das receitas da empresa.

    Falar em "produtividade dos trabalhadores" é pouco sério... é atirar areia para os olhos. Mas felizmente nem toda a gente cai no engodo...
  5.  # 29

    Colocado por: euComo o danobrega diz e bem, o que interessa realmente é o valor das receitasda empresa.

    Não. O que interessa em termos de produtividade (que é um rácio produção/funcionário) é o número de trabalhadores que uma empresa precisa para ter as receitas que tem. O que as estatísticas nos dizem é que, em média, a riqueza gerada por uma empresa alemã com metade dos trabalhadores de uma congénere portuguesa, é a mesma nos dois casos.

    O que os números não nos dizem é as razões que levam a essa diferença, mas isso já aqui reconhecemos as principais.
    Concordam com este comentário: two-rok
    • luisvv
    • 7 março 2014 editado

     # 30


    Claro que sim... se a produtividade que menciona for a produtividadeda empresa. Porque é isso que interessa.
    Como o danobrega diz e bem, o que interessa realmente é o valor das receitas da empresa.

    Vírgula, por relação com as horas trabalhadas.



    O problema é que estamos a misturar conceitos, e a discutir intenções com base numa frase truncada.
    Belmiro fala da produtividade por referência ao trabalhador, apenas e só na medida em que está a falar de salários.
    A referência que ele faz logo a seguir sobre as formas de aumentar a competitividade é esclarecedora do sentido do seu pensamento.
    Concordam com este comentário: two-rok
    • eu
    • 7 março 2014 editado

     # 31

    Colocado por: J.FernandesO que as estatísticas nos dizem é que, em média, a riqueza gerada por uma empresa alemã

    Estamos a dizer o mesmo, pois a riqueza está relacionada com as receitas.

    Colocado por: J.FernandesO que as estatísticas nos dizem é que, em média, a riqueza gerada por uma empresa alemã com metade dos trabalhadores de uma congénere portuguesa, é a mesma nos dois casos.

    Outra forma de dizer o mesmo: em média, uma empresa alemã com o mesmo número de trabalhadores que uma empresa Portuguesa, cria o dobro da riqueza.

    Mas não esquecer que estes números são globais e pouco dizem sobre os trabalhadores. Por exemplo, se uma grande empresa multinacional mudasse a sua sede fiscal para Portugal, sem produzir cá nada, as estatísticas de produtividade do País subiam logo, sem que os trabalhadores tivessem qualquer alteração nos seus comportamentos.
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro
  6.  # 32

    Empresa é uma designação demasiado abrangente... para se entender o problema, temos de analisar por partes!

    Empresa: Grande, Média ou Pequena;



    -Questão de facto:
    Em Espanha e Portugal, as Grandes Empresas são tão ou mais produtivas que as Alemãs.
    As médias empresas são ligeiramente menos produtivas.
    As pequenas empresas estão muito abaixo em produtividade.

    Porquê?
    Existe falta de tecido empresarial em bens transacionáveis, destinados directa ou indirectamente à exportação. Estes produtos é que fazem equilibrar a Balança comercial, sendo estes sectores que vão criar as necessidades (mercado) nos serviços, na construção e afins...

    As pequenas empresas não beneficiam de 1 mercado interno com dimensão suficiente, 10Mio€ pessoas com baixo rendimento e PIB do país reduzido. Mas a Espanha tem 40 Mio€, mas os 2 factores anteriores penalizam-na em relação à França 60 Mio, GB 60 Mio e Itália 60 Mio.

    A Alemanha tem massa critica, 80Mio habitantes e muito rendimento disponível e um PIB elevado.

    O Euro está muito forte, optimo para Alemanha e péssimo para Portugal e qualquer outro país que não tenha o tecido económico ajustado...
  7.  # 33

    Colocado por: HDiasO Euro está muito forte, optimo para Alemanha e péssimo para Portugal e qualquer outro país que não tenha o tecido económico ajustado..


    Este sim é um dos nossos piores problemas... Nunca devíamos ter entrado no Euro . Iamos descendo o escudo, não se desciam os ordenados até os podíamos subir e andava tudo contente !

    Mas conseguíamos concorrer com os Alemães e outros com melhores armas !

    Quem é que nos meteu no Euro ?
    • jpvng
    • 8 março 2014 editado

     # 34

    Colocado por: eu
    Não é nada. A realidade é queas empresassão pouco produtivas. Os trabalhadores são apenas uma pequena parte das empresas, normalmente com pouca responsabilidade na produtividade.

    Faria mais sentido o Belmiro dizer que não se podem aumentar os salários dos trabalhadores, porque os gestores Portugueses são menos competentes que os gestores Alemães.
    Concordam com este comentário:marco1


    null


    estamos esclarecidos.
    • jpvng
    • 8 março 2014 editado

     # 35

    Colocado por: eu
    Não, a frase está errada. A frase correta é: um trabalhador português poderá ganhar o mesmo que um alemão, quandoa empresa Portuguesaproduzir o mesmo quea empresa Alemã.

    Porque se o problema fosse a produtividadedos trabalhadores, então como já alguém disse, a solução seria simples: era contratar trabalhadores Alemães e pagar-lhes salários Alemães.
    Concordam com este comentário:jpvng


    Ora ai esta...mas todos nos sabemos disso. Apenas quem não tem escrúpulos e é mentiroso é capaz de negar que a verdadeira intenção destas afirmações e doutros do género é apenas acrescentar pressão a politica de descida de salários em conjunto com a precariedade que este governo de neoliberais quer implementar. Eles sabem que as pessoas estão aterradas e tudo fazem para conseguir atingir e por em pratica a ideologia que os move no sentido de enriquecer ainda mais quem mais tem.

    veja-se esta intenção agora da descida das indemnizações (a somar com as recentes dos despedimentos por extinção de posto de trabalho)por despedimento ilegal.
    Precariedade e baixos salarios é a maneira de deixarem as pessoas sem defesas. Por isso os mais velhos são o proximo alvo a abater.

  8.  # 36

    Afinal sempre há corrupção! E eu também penso que sim. Portanto dizer que a classe política em Portugal é corrupta não será má educação.

    http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1882724

    É divulgado nos órgãos de comunicação!
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro
  9.  # 37

    shh não convém falar disso, muda o tema para ordenados e pensões.
  10.  # 38



    Como é que chegaria aos 1200 milhões de euros? Garantindo também a vitalidade dos impostos holandeses. Também temos lá muitos portugueses a trabalhar ...
  11.  # 39

    Colocado por: pedromdfAfinal sempre há corrupção! E eu também penso que sim. Portanto dizer que a classe política em Portugal é corrupta não será má educação.

    http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1882724

    É divulgado nos órgãos de comunicação!


    Alguém aqui discorda disso ?

    Quanto a baixar os salarios.... Se os gestores ou donos forem muito incompetentes, os estiverem numa área que não dá lucro , só há duas hipoteses ... Ou se baixa os salários ou se fecha a porta.

    Mas mal de uma empresa que precisa de pagar pouco para viver... O ideal todos sabemos o que é ... Ter bom pessoal e pagar bem.

    Para pagar bem não podemos ser lixados pelos chineses ou pelos países ricos que mandam fabricar na china para nos revender ... Ficando eles com a "produtividade"

    Os Angolanos é que sabem trabalhar... Agora acabarem de aumentar para 50% os impostos aduaneiros para por exemplo as cervejas e materiais de construção que para lá exportamos...

    Se a Europa quer pagar bem tem que se proteger dos paises com mão de obra barata, senão qualquer dia só sobrevivemos com salários mais baixos que na china e vizinhos.

    Quanto ao Belmiro... Não é dos grandes empresários que eu mais Admiro ... Aliás ele limitou-se a sacar as empresas da Familia Pinto Magalhães se não estou em erro. Roubar ou jogar na bolsa não é a mesma coisa que criar !

    O Salvador Caetano sim foi um empresário ... Começou do zero !
  12.  # 40

    Colocado por: Jorge Santos - Farocom salários mais baixos que na china e vizinhos.


    E esperem pela chapada que aí vem, do outro lado do Atlântico. Algumas (bastantes) empresas existentes na China já se deslocalizaram para lá onde a componente salarial chega a ser mais reduzida que na china. E a acessibilidade também é superior. Mas a ver vamos como lidam com a criminalidade organizada. Algumas companhias Americanas foram as primeiras a deslocalizarem-se para lá. A ver vamos como os mexicanos lidam com tal investimento.
 
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