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    • eu
    • 17 novembro 2014 editado

     # 1

    Eis um tema extremamente importante, que está a passar ao lado da maior parte das pessoas.

    http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/jbgfsajnfgl-1676477

    "E aqui estamos, num domingo, num lugar que se parece com uma igreja..." Minutos depois de Jacob Appelbaum, um hacker americano que pertenceu à família WikiLeaks e é uma das poucas pessoas que tem acesso a Edward Snowden, notar a ironia, Julian Assange apareceu no ecrã gigante do Centro de Congressos do Estoril em directo: barba branca, a informalidade de uma camisa aos quadrados, o sorriso de quem "sente que está a fazer qualquer coisa que tem de ser feita", como descreveu alguém.

    "Pareces um pouco o Pai Natal", disse-lhe Appelbaum. É verdade que, em pessoa, o fundador da WikiLeaks parece menos um vilão dos filmes de Anonimo06082021 do que um evangelista New Age. Bem, não exactamente em pessoa: Assange marcou presença no último dia do Lisbon & Estoril Film Festival através de uma videoconferência a partir da embaixada do Equador em Londres, onde se encontra exilado há mais de dois anos.

    "É uma vergonha para o nosso governo e outros que não possa estar aqui connosco e tenhamos de fazer isto por livestream", disse Juan Branco, 25 anos, programador do simpósio internacional sobre vigilância em massa e direito à privacidade que decorreu nos últimos dias do festival e anfitrião do encontro com Assange.

    Mas talvez assim, na magnitude de uns quatro metros de ecrã, Assange até tenha sido mais imponente. O público na sala foi avisado de que estava a ser "observado e vigiado, não pela NSA [a Agência de Segurança Nacional norte-americana por detrás do escândalo de espionagem indiscriminada revelado no ano passado pelo ex-assalariado Edward Snowden], mas por Julian". E Assange começou a pregar a palavra para a congregação (sala cheia, mas não esgotada).

    Anticapitalista e antiautoritário, o fundador da WikiLeaks comparou as actividades de vigilância de agências secretas como a NSA às práticas levadas a cabo pela Stasi, a polícia política da ex-RDA (Alemanha de Leste, sob influência soviética). Mas os governos não são os únicos culpados. Companhias tecnológicas como a Google tornaram-se aliadas, agentes privados da máquina do Estado norte-americano.

    "A Google é extremamente ambiciosa. Ela quer invadir todos os cantos do mundo. Saber tudo o que toda a gente está a fazer. O seu modelo é basicamente o mesmo que o da NSA: recolher todo o tipo de informação sobre todas as pessoas. A Google é o maior golpe de espionagem que alguma vez aconteceu e as pessoas estão voluntariamente a contribuir para isso", disse.

    Assange encorajou o público a procurar mecanismos alternativos, como software que transforma emails em linguagem codificada ou que permite o anonimato online (por momentos, a conferência pareceu uma sessão de promoção do projecto Tor, um programa informático que pode ser descarregado gratuitamente na Internet e que garante privacidade online).

    "Quando as pessoas dizem 'Não tenho nada a esconder, por que é que hei-de preocupar-me com isso?', a vossa resposta deve ser: O que há de errado contigo que não tens nada a esconder? Deves ser uma pessoa incrivelmente aborrecida. Por favor, vai já procurar qualquer coisa que tenhas de esconder." A congregação riu-se. E fez perguntas.

    Está a WikiLeaks a preparar a revelação de mais documentos secretos? Assange confirmou que sim, mas não adiantou o quê exactamente. "Não posso dizer porque é super secreto."

    Como consegue funcionar na clausura do seu bunker na embaixada equatoriana? "Estar numa embaixada tem as suas vantagens. É uma terra de ninguém, um lugar sem um Estado. A polícia britânica não pode entrar. O governo equatoriano não pode entrar. Não estou numa prisão. A nossa organização continua a funcionar, mesmo que alguns dos nossos membros tenham sido pressionados por alguns governos. Conseguimos sobreviver a ataques. O Pentágono prometeu destruir o nosso material. Não tiveram qualquer êxito. Não conseguiram destruir um único documento. E quanto à tentativa de capturar Edward Snowden, o governo americano perdeu essa batalha", disse, referindo-se ao apoio que a WikiLeaks deu a Snowden na sua fuga quando o governo americano cancelou o seu passaporte e pediu a sua extradição para ser julgado nos Estados Unidos.

    Snowden vive hoje na Rússia. Assange prometeu mais detalhes em breve sobre as atribulações dessa fuga, em particular sobre a informação de que Snowden estaria a bordo do jacto privado do presidente boliviano Evo Morales, o que levou os governos de Portugal, Espanha, Itália e França a proibir o avião presidencial de fazer escala nos respectivos países – um episódio que expôs a relação subserviente desses países com os Estados Unidos, disse. A televisão pública alemã e a televisão britânica estão a conduzir uma investigação sobre o caso que deverá ser divulgada brevemente.

    Pediram-lhe para prever o futuro. "Para mim a questão é como evitar o totalitarismo. Com os avanços tecnológicos estamos muito rapidamente a chegar a um nível de centralização global, com muito poucos centros de poder. Precisamos de encontrar alternativas." E o oráculo desapareceu no ecrã branco, sob forte aplauso, tão etéreo como surgira.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: electrao, maria rodrigues
  1.  # 2

    Desde que prometam qq coisa de borla, as pessoas fornecem os seus dados pessoais todos. E, o que é pior, o dos outros também! :(
  2.  # 3

    •  
      jccp
    • 17 novembro 2014

     # 4

  3.  # 5

    Eu vou viver para uma ilha deserta!
    •  
      FD
    • 17 novembro 2014 editado

     # 6

    Colocado por: euCompanhias tecnológicas como a Google tornaram-se aliadas, agentes privados da máquina do Estado norte-americano.

    Ou fazem a coisa muito sub-repticiamente ou quem escreve isto, não tem muito conhecimento sobre a matéria.

    Querem privacidade a 100%? Não se liguem à internet, é tão simples quanto isso.

    De qualquer forma, mesmo ligados, a privacidade é possível e não é nada difícil de conseguir.
    Dá é trabalho.

    Não desvalorizo alguma da mensagem do Assange mas, meter governos e empresas privadas - como o Google - no mesmo saco, parece-me um pouco descabido.
    O Google reune quantidades maciças de dados sobre os seus utilizadores? Sim, é algo necessário para o seu negócio.
    Mas, qual é a empresa que não o faz? Porquê a transformação constante do Google no alvo a abater? Preocupar-me-ia muito mais com outras empresas do que com o Google...
    Por outro lado, o uso do Google é facultativo, ninguém é obrigado a usar. Qualquer pessoa pode usar qualquer outra coisa, há escolha.
    Já quanto aos governos... a escolha é bem mais intrincada. Ninguém pode escolher não ser observado por um governo, como os EUA têm feito questão de mostrar ao mundo.
    Porém, nenhum país pode arvorar-se em virgem ofendida, todos eles usam e abusam de informação privada.

    É preciso cuidado, é preciso atenção mas, não é preciso transformar um 8 num 80.
    O Assange é daqueles tipos que para existir precisa de alimentar aquilo que dissemina, de outra forma, torna-se irrelevante e é esquecido.

    Pior que o risco da perda da privacidade é o risco dos governos e de algumas empresas se começarem a intrometer demasiado na internet e no modo como a mesma funciona, isso sim, é um risco elevado.
  4.  # 7

    Colocado por: FDPor outro lado, o uso do Google é facultativo, ninguém é obrigado a usar.


    Isso não é estritamente verdade.
    Se enviar um email para um endereço gmail, o google conhecerá os seus textos. Mesmo que não seja gmail, se o destinatário o reenviar para o gmail (muita gente o faz) o mesmo acontece.
    Depois, as paginas web estão pejadas de analytics e botões de gosto (aqui o facebook tb tem peso). Sempre que visita uma página dá-lhe capacidades, em maior ou menor escala, de lhe seguir o rasto.
    Concordam com este comentário: eu, JPN761
  5.  # 8

    Fala-se muito do Google, do facebook. Então e o "Modelo", e a Galp, só para referir alguns exemplos.
    Qual é a casa portuguesa que nao tenha um cartão de descontos?
    Para que acham que servem? Para vos dar descontos ou para saberem dados sobre a vossa vida?
    O que lhes interessa é saber as vossas moradas, os vossos contactos e obviamemente os vossos habitos de consumo. Para que tenham esta informação dão 1% de desconto nas vossas compras.
    Concordam com este comentário: JPN761
    •  
      FD
    • 17 novembro 2014

     # 9

    Colocado por: adiasIsso não é estritamente verdade.

    O que diz também não é estritamente verdade. :)

    Colocado por: adiasSe enviar um email para um endereço gmail, o google conhecerá os seus textos.

    PGP.

    Colocado por: adiasDepois, as paginas web estão pejadas de analytics e botões de gosto (aqui o facebook tb tem peso). Sempre que visita uma página dá-lhe capacidades, em maior ou menor escala, de lhe seguir o rasto.

    Todos os browsers têm nas definições a opção de não aceitar cookies.
    Muitos deles permitem desligar o javascript.
    Basta abrir uma janela no modo "anónimo/incógnito" para que nenhum desses sites lhe consiga seguir o rasto.
    • eu
    • 17 novembro 2014

     # 10

    Colocado por: FDQuerem privacidade a 100%? Não se liguem à internet, é tão simples quanto isso.

    Querem não ser assaltados? Tranquem-se em casa... Querem segurança alimentar? Não comam... É preciso dar mais exemplos do absurdo que é este seu argumento?

    Colocado por: FDNão desvalorizo alguma da mensagem do Assange mas, meter governos e empresas privadas - como o Google - no mesmo saco, parece-me um pouco descabido.

    O que ele disse é que estas empresas recolhem dados pessoais em grande volume e detalhe, que são depois aproveitados pelas agências de espionagem. Ou seja, na prática, mesmo que involuntariamente, estas empresas estão a colaborar com as agências de espionagem. Não é nenhuma teoria da conspiração, como o Snowden veio demonstrar.

    Eu penso que está na altura de os governos definirem um conjunto de direitos fundamentais dos seus cidadãos no que respeita à privacidade online (ou reforçar o que já existe).
  6.  # 11

    O Assange gosta de se fazer de vítima dos EUA por causa do WikiLeaks, mas que eu saiba ele está exilado na embaixada do Equador em Londres, porque a justiça britânica quer executar um pedido de extradição da justiça sueca, que por sua vez quer julgar esse senhor por ofensas sexuais.
    Às vezes dá muito jeito juntar e confundir os assuntos para aparecer como um herói da luta pelas liberdades individuais.
    •  
      jccp
    • 17 novembro 2014

     # 12

  7.  # 13

    Colocado por: FDTodos os browsers têm nas definições a opção de não aceitar cookies.
    Muitos deles permitem desligar o javascript.
    Basta abrir uma janela no modo "anónimo/incógnito" para que nenhum desses sites lhe consiga seguir o rasto.


    Nenhum deles lhe dá grandes remédios. Continua a ter um IP que eventualmente muda a cada 24h ou mais. Durante esse tempo não se preocupe que está a dar informação q.b.
    Depois, se usar o mesmo browser e computador dia após dia, na mesma ligação à internet (ainda que mude o IP), e visitar um conjunto de sites uniforme, não se preocupe que também lhe dá pistas suficientes para associarem Ip's diferentes.

    Depois pense, com o crescimento dos telefones, usar o mesmo telefone diariamente.... acha que eles se preocupam muito com o bloqueio de cookies?

    Colocado por: FDPGP.

    Está a par das fortes suspeitas que um dos algoritmos no cerne de muita encriptação, curvas elipticas, terá sido enfraquecido na sua concepção ao ponto de ser decifrável?
    Depois, quantas pessoas com quem precisa de trocar emails tem uma chave pública? ou quer restringir os seus contactos a 3 pessoas?
  8.  # 14

    este topico está no inicio....mas nao vai levar a lado nenhum! e espero que aqueles que defendem a privacidade na internet nao sejam utilizadores registados de redes sociais! é que é só um contra senso daqueles mesmo gigantes!
  9.  # 15

    Deixe lá: basta dar o seu nome, número de telefone e endereço de e-mail que o guarde na lista de contactos do smartphone Apple ou Android e, mesmo que não se ligue à net, já alguém está a fornecer os seus dados pessoais.
    Concordam com este comentário: eu
  10.  # 16

    ahhh e o titulo do topico esta completamente desajustado...... a Internet nunca teve privacidade...portanto tambem nao é agora que vai ter o fim de uma coisa que nunca existiu!
    •  
      FD
    • 17 novembro 2014

     # 17

    Colocado por: euQuerem não ser assaltados? Tranquem-se em casa... Querem segurança alimentar? Não comam... É preciso dar mais exemplos do absurdo que é este seu argumento?

    Não era um argumento - era exactamente aquilo que acabou por dizer: uma demonstração de que a privacidade na internet é daquelas coisas que é natural que não exista se não fizermos nada pela mesma.
    Usando o exemplo que deu, pedir privacidade na internet, é como pedir para que a nossa casa não seja assaltada.
    O que acontece actualmente é que as pessoas deixam as janelas e as portas de casa abertas. O que têm que fazer é fechar as janelas e as portas. Não precisamos de legislação, nem de intervenção dos governos para isso.
    Precisamos que as pessoas sejam responsáveis e zelem pela sua privacidade. Se o fizerem, a privacidade na internet é uma não questão.

    Colocado por: euO que ele disse é que estas empresas recolhem dados pessoais em grande volume e detalhe, que são depois aproveitados pelas agências de espionagem. Ou seja, na prática, mesmo que involuntariamente, estas empresas estão a colaborar com as agências de espionagem. Não é nenhuma teoria da conspiração, como o Snowden veio demonstrar.

    Não. O que está no texto é a palavra "aliadas". E foi isso que eu citei.
    Ora, se as empresas são aliadas dos/aos governos, são no mínimo complacentes, se não cooperantes.
    E o Google pode ser muitas coisas mas, isso não é quase de certeza absoluta.
    O Google encriptou todas as pesquisas que fazemos no mesmo, sabiam? É, com o conhecimento público que existe, impossível qualquer governo saber o que pesquisamos no Google. É este o comportamento de uma empresa aliada de um governo?
    O Google tem estado a fomentar a adopção do protocolo HTTPS por todos os sites existentes para que não haja eavesdropping (escutas no meio do caminho). É este o comportamento de uma empresa aliada de um governo?
    O que o eu diz, não é o que está na notícia. A tendência da notícia é culpabilizar o Google, demonizar e não informar que o papel do mesmo pode ou não ser involuntário, como o eu afirma.

    Voltamos à discussão que tivemos há uns dias sobre o Ébola.
    Os meios de comunicação são pouco rigorosos na informação que passam, criando assunções erradas, e assim, manipulando a opinião pública.

    Colocado por: euEu penso que está na altura de os governos definirem um conjunto de direitos fundamentais dos seus cidadãos no que respeita à privacidade online (ou reforçar o que já existe).

    Juízes em causa própria? Mais legislação benévola cujos resultados são imprevisíveis? Mais uma porta para uma janela (legislação disfarçada do bem para fazer o mal quando necessário)?

    Resumindo:
    - condeno a espionagem em massa feita pela NSA ou qualquer outro organismo, sem terem que dar cavaco a ninguém
    - não acho que o Google seja aliado ou alguém dos maus, tem ambições que assustam muita gente e que pretendem substituir muita gente, é um alvo
    - a privacidade é possível com as ferramentas existentes, não é precisa mais legislação para criar mais problemas do que resolver, o que é preciso é informar e educar
    - os meios de comunicação vendem o que vende, mesmo que não seja o que realmente acontece, gostam de criar "maus" e "bons" a seu bel prazer
    - há que manter um espírito inquisitivo mas, não ceder a demónios e a estruturas alarmistas
  11.  # 18

    darknet não é uma opção??
  12.  # 19

    Colocado por: LuisPereiraO que lhes interessa é saber as vossas moradas, os vossos contactos e obviamemente os vossos habitos de consumo. Para que tenham esta informação dão 1% de desconto nas vossas compras.


    só para meter um pouco mais de lenha na fogueira:
    http://www.forbes.com/sites/kashmirhill/2012/02/16/how-target-figured-out-a-teen-girl-was-pregnant-before-her-father-did/
  13.  # 20

    Colocado por: FDE o Google pode ser muitas coisas mas, isso não é quase de certeza absoluta.
    O Google encriptou todas as pesquisas que fazemos no mesmo, sabiam?


    Sim, ninguém no meio consegue meter o bedelho.... Nomeadamente os ISP não conseguem injectar anuncios deles, portanto roer os ovos de ouro do google.
    Mas quem lhe garante que os governos não tem acesso aos dados nos servidores do google?
    É precisamente isso que se vem afirmando e que significa "aliados".
    As informações vindas do Snowden não dizem que os governos andam a espreitar nos "tubos",são que tem computadores e ligações DENTRO dos centros de processamento. A informação não é de que conseguem violar o trafego do Skype, é que a própria microsoft lhes deu uma vaga nos bastidores......
    Eu não acredito que a google seja diferente da microsoft.
    Porque será que a China se apressou a por os pontos nos "i" com o google e facebook.... tem o país uma avidez de censura como nos querem fazer acreditar ou, não sendo uns patos de capoeira, viram logo ao que a empresa ia?
 
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