Iniciar sessão ou registar-se
  1. Colocado por: Rui A. B.Perdeu porque com esse tipo de notícias e artigos os juros da dívida subiram vertiginosamente! E pelo que se percebe, os artigos foram escritos por quem ganhou muitos milhões de euros com essas professias.

    Não perdeu nada com aquele negócio, mas irá perder no futuro, quando precisar de pedir mais dinheiro emprestado.

    Também me parece óbvio, que quem ganha dinheiro, da forma como Peter Boone ganhou, tem que ser penalizado, e ainda bem o MP agiu, mas não podemos julgar os mercados por causa de casos destes. Qualquer dia acabamos com os políticos, porque alguns são corruptos.
  2. Colocado por: PicaretaQualquer dia acabamos com os políticos, porque alguns são corruptos.


    Isso é que era ...
  3. Colocado por: Picareta
    Não perdeu nada com aquele negócio, mas irá perder no futuro, quando precisar de pedir mais dinheiro emprestado.

    Também me parece óbvio, que quem ganha dinheiro, da forma como Peter Boone ganhou, tem que ser penalizado, e ainda bem o MP agiu, mas não podemos julgar os mercados por causa de casos destes. Qualquer dia acabamos com os políticos, porque alguns são corruptos.


    O problema é que há muitos "Peter Boone" nos mercados!

    Pior, é normal uma empresa de rating ter no seu grupo uma empresa de investimentos financeiros que investe em produtos que dão altos lucros em caso de default de determinado estado? Não há conflito de interesses? Não há manipulação de mercado?

    O problema é que é difícil provar tudo isso mas se isso não é possível têm que ser tomadas outras medidas, mais restritivas.
  4. Colocado por: Rui A. B.Não há conflito de interesses? Não há manipulação de mercado?

    Então a melhor forma de resolver o problema é deixar de pedir dinheiro emprestado aos mercados.

    Espera aí, mas o próximo governo da coligação de esquerda, diz que quer aumentar o défice (pedir mais emprestado!!!!) .... ó Rui, explique-me lá como é que se diz mal dos mercados, mas depois queremos que cada vez nos emprestem mais dinheiro, estou a começar a ficar confuso!!

    Colocado por: Rui A. B.têm que ser tomadas outras medidas, mais restritivas.

    Isto quer dizer o quê? ... pedimos emprestado, com uma faca no pescoço deles?
  5. Colocado por: Rui A. B.Já agora, os que estão sempre prontos a disparar contra quem deve dinheiro, porque não comentam as notícias relacionadas com as manipulações dos chamados mercados? Porque será? A mim parece-me simplesmente uma questão de ordem política, nem de princípios é...


    Porque se não devessemos nem sequer haveria margem especulativa.
    Porque acredito que isso seja uma minoria e não pode ser usado como álibi para todo o mal que nos assolou.

    Claro que condeno, como qualquer um condenará. Mas isso é la paliciano.
  6. Colocado por: Picareta
    Então a melhor forma de resolver o problema é deixar de pedir dinheiro emprestado aos mercados.

    Espera aí, mas o próximo governo da coligação de esquerda, diz que quer aumentar o défice (pedir mais emprestado!!!!) .... ó Rui, explique-me lá como é que se diz mal dos mercados, mas depois queremos que cada vez nos emprestem mais dinheiro, estou a começar a ficar confuso!!


    Isto quer dizer o quê? ... pedimos emprestado, com uma faca no pescoço deles?


    Quem falou em pedir mais dinheiro emprestado?

    Quem falou em coligação de esquerda?

    Tal como suspeitava, não estamos a discutir os mercados, estamos a discutir política... Não é para mim.
  7. Colocado por: tostex

    Porque se não devessemos nem sequer haveria margem especulativa.
    Porque acredito que isso seja uma minoria e não pode ser usado como álibi para todo o mal que nos assolou.

    Claro que condeno, como qualquer um condenará. Mas isso é la paliciano.


    Diga-me um país no mundo onde isso acontece...

    Burnei e mais?!

    Aguardo!
  8. Colocado por: Rui A. B.Quem falou em pedir mais dinheiro emprestado?

    Quem falou em coligação de esquerda?

    Não estamos a falar nos mercados? daqueles que nos emprestam dinheiro? os mauzões!!! ... então temos que tentar pedir o menos possível, e a coligação de esquerda que vai formar o próximo governo já disse que quer pedir ainda mais.
  9. Colocado por: Picareta
    Não estamos a falar nos mercados? daqueles que nos emprestam dinheiro? os mauzões!!! ... então temos que tentar pedir o menos possível, e a coligação de esquerda que vai formar o próximo governo já disse que quer pedir ainda mais.


    O que é que eu tenho a ver com a coligação de esquerda?!

    Onde é que eu defendi que devíamos pedir mais dinheiro emprestado?!

    Sinceramente não estou a perceber o rumo da conversa. Eu estou a falar de manipulações de mercado e vocês de coligações de esquerda?! Cada vez estou mais certo que apenas defendem os mercados para defenderem a sua costela partidária.
  10. Colocado por: Rui A. B.O que é que eu tenho a ver com a coligação de esquerda?!

    Onde é que eu defendi que devíamos pedir mais dinheiro emprestado?!

    Onde é que eu disse que o Rui falou da coligação de esquerda ou de pedir mais dinheiro emprestado? falei eu porque são coisas que estão interligadas.

    Colocado por: Rui A. B.Eu estou a falar de manipulações de mercado

    Eu também, e acho que é unânime a condenação da manipulação dos mercados, isso nem vale a pena discutir isso.
    A manipulação dos mercados irá existir sempre, e a melhor forma de resolvermos isso é diminuirmos a nossa exposição aos mercados .... baixar o défice.

    ....e no final vamos chegar aquilo que o Rui não quer discutir, ... pedir ou não mais dinheiro emprestado.
  11. Colocado por: Picareta
    Onde é que eu disse que o Rui falou da coligação de esquerda ou de pedir mais dinheiro emprestado? falei eu porque são coisas que estão interligadas.


    Eu também, e acho que é unânime a condenação da manipulação dos mercados, isso nem vale a pena discutir isso.
    A manipulação dos mercados irá existir sempre, e a melhor forma de resolvermos isso é diminuirmos a nossa exposição aos mercados .... baixar o défice.

    ....e no final vamos chegar aquilo que o Rui não quer discutir, ... pedir ou não mais dinheiro emprestado.


    Por mim, se fosse possível nem pedia nenhum!

    Acho engraçado numa conversa virem com argumentos sobre coisas que eu nem sequer falei.

    Mas enfim, metam a cabeça na areia e assobiem para o ar...
    •  
      GMCQ
    • 1 novembro 2015
    Então mas ja se convenceram q é a esquerda q vai assumir a liderança do país?
    • luisvv
    • 1 novembro 2015 editado
    null

    Acontece que isso não é verdade: as taxas de juro já estavam a subir desde o último trimestre de 2009 e assim continuaram. Pelo meio, a 23 de abril pediu o resgate, o que era visto como iminente desde pelo menos Fevereiro.

  12. Perdeu porque com esse tipo de notícias e artigos os juros da dívida subiram vertiginosamente! E pelo que se percebe, os artigos foram escritos por quem ganhou muitos milhões de euros com essas professias.


    A acusação é de que Boone prestava consultoria a um fundo que ganhou 800 mil dólares com a negociação de dívida portuguesa. Admitindo que tenha ganho uma comissão, estamos a falar de valores que não são espectaculares e tornam tudo um bocado mais cómico...
  13. Por esta altura, passava-se isto:

    http://expresso.sapo.pt/actualidade/seixas-da-costa-ataca-preconceitos-antigos-contra-portugal=f564868

    No artigo que publica no "La Tribune", o embaixador Seixas da Costa realça o caminho que Portugal percorreu desde os anos 1970, bem como a "transparência" e o "realismo" do orçamento para 2010, antes de afirmar: "Alguma surpresa foi ver este percurso de determinação e transparência posto de lado pelos responsáveis das agências de rating, que parecem determinados a colocar todo o "Sul" da zona euro num mesmo "clube". Não se trata de um problema de justiça, trata-se de uma questão de rigor. Foi sob o efeito desta manifesta irresponsabilidade que se verificou na passada semana um movimento dos mercados, com efeitos negativos nos spreads que afectam a dívida pública portuguesa".


    E esta levou socrates a atacar Ulrich
    http://www.publico.pt/economia/noticia/divida-publica-consolidada-ja-e-igual-ao-valor-do-pib-calcula-o-bpi-1416579

    A dívida pública consolidada, que inclui para além da dívida directa do Estado também os compromissos líquidos das empresas públicas e das regiões autónomas e municípios, já atinge 100 por cento do PIB português e poderá, até 2013, chegar a pelo menos 120 por cento. Os cálculos são do BPI e foram hoje divulgados num estudo publicado sobre a situação das finanças públicas portuguesas.

    Os cálculos do BPI são feitos levando em conta a dívida directa do Estado anualmente declarada pelos Governos - e que em 2009 atingiu os 82,4 por cento do PIB - mas também uma dívida líquida do Sector Empresarial do Estado (das empresas não sustentáveis), que é de 10,7 por cento do PIB, e ainda o endividamento acumulado por municípios e regiões autónomas.

    Nas projecções para os anos seguintes, o estudo acrescenta os compromissos assumidos nas concessões realizadas pelo Estado, nomeadamente através de Parcerias Público Privadas (PPP) e traça três cenários possíveis.

    Se as receitas e despesas públicas tiverem o mesmo comportamento da última década, a dívida consolidada chega aos 120 por cento do PIB daqui a quatro anos e aos 147 por cento em 2040.

    O banco conclui, perante estes números que, “para assegurar a estabilização da dívida pública portuguesa, a economia terá de regressar a crescimentos do PIB real próximos de 2,5 por cento, impondo-se em simultâneo, a obtenção de saldos primários positivos na vizinhança de dois por cento do PIB nominal”.

    O BPI destaca que os custos assumidos pelo Estado com PPP e com as responsabilidades líquidas das empresas públicas consideradas não sustentáveis passa de um por cento do PIB em 2010 para um ponto máximo de dois por cento em 2015.

    Fernando Ulrich, na apresentação do estudo, fez questão de assinalar que nem os investimentos em barragens nem o novo aeroporto, pelas suas características de financiamento, provocam um agravamento da dívida.

    O presidente executivo (CEO) do BPI disse ainda que “a dimensão dos problemas é tal que não se pode resolver tudo num ano”. E explicou: “A Alemanha só vai começar em 2011. É evidente que não somos a Alemanha, se calhar temos de nos pôr ao caminho mais cedo, mas não penso que alguém espere que se resolvam os desequilíbrios criados em 2009 de um momento para o outro”.

    Ulrich recusou também cenários de catástrofe e defendeu que “de forma alguma, Portugal se vai transformar na próxima Grécia”. “Somos mais rigorosos e sistemáticos e estamos conscientes da gravidade dos problemas muito antes de eles atingirem os níveis da Grécia”, disse.

    Ulrich assinalou contudo que “as contas mostram que temos desafios difíceis, que vamos certamente ultrapassar, mas que se ficarmos sentados as consequências não serão boas”.


    Em Março , a primeira descida de rating, a referência à insuficiência do PEC, e à subida das taxas de juro...
    http://www.publico.pt/destaque/jornal/descida-do-rating-da-republica-portuguesa-vai-agravar-reducao-do-defice-19030334


    Neste momento, os estragos das actuais avaliações das três agências de rating - Moody"s, Fitch e Standad & Poor"s - já se estão a fazer sentir, dado que o nível de taxas de juro a que o Estado se financia já é muito elevado, em grande parte porque estas entidades mantêm a dívida da República em outlook negativo. Isto é, admitem uma séria possibilidade de descida de classificação do risco.

    Uma advertência desta natureza por parte da agências é imediatamente antecipada pelo mercado financeiro, ou seja, um eventual corte na classificação já está em grande parte incorporado no nível de juros a pagar pelo Estado português.

    Um corte de rating, a concretizar-se, poderá gerar alguma reacção de curto prazo, agravando ainda mais os custos dos juros, mas o pior será mesmo consolidar o risco do país nos níveis demasiado elevados em que se encontra. Esta possibilidade agrava os custos da dívida, obrigando o Governo a afectar para o serviço da dívida cada vez mais dinheiro, numa altura em que as receitas são diminutas. Além do custo directo a suportar pelo Tesouro, a manutenção da classificação de risco elevada para a dívida da República acaba por afectar as avaliações das emissões realizadas pelas empresas.

    A retirada do outlook negativo sobre a dívida portuguesa já retiraria alguma pressão negativa às taxas de juro da dívida portuguesa. Mas ao contrário do apoio que o documento tem recebido por parte de algumas entidades internacionais como o FMI, a Comissão Europeia e a OCDE, as agências de rating não revelam sinais de tréguas. Como exemplo disso, o analista da Moody"s para Portugal disse em declarações ao PÚBLICO que o PEC não surpreendeu pela positiva. "O programa não foi capaz de mudar a nossa opinião sobre as finanças públicas portuguesas", afirmou Anthony Thomas, que durante as próximas semanas tomará uma decisão sobre a evolução do rating português. As outras duas agências ainda estão a analisar o PEC, que tem como meta reduzir o défice orçamental para menos de três por cento até 2013.

    Depois de uma forte descida nas últimas semanas, a taxa de juro das obrigações portuguesas a 10 anos voltaram ontem a subir, atingindo os 121 pontos (face às alemãs). Este nível está acima dos 105 a que se negociavam antes da apresentação do PEC, mas ainda longe do máximo atingido nos 162 pontos, registado em Fevereiro, no pico da crise sobre os riscos da dívida dos países do Sul da Europa, em especial a da Grécia.

  14. Pior, é normal uma empresa de rating ter no seu grupo uma empresa de investimentos financeiros que investe em produtos que dão altos lucros em caso de default de determinado estado? Não há conflito de interesses? Não há manipulação de mercado?

    O problema é que é difícil provar tudo isso mas se isso não é possível têm que ser tomadas outras medidas, mais restritivas.


    A partir do momento em que a informação é do conhecimento público o conflito de interesses está resolvido.
  15. Colocado por: luisvv

    A partir do momento em que a informação é do conhecimento público o conflito de interesses está resolvido.


    Tudo dito! Perante tão sábia conclusão eu retiro-me porque a procuradoria, o Pedro Santos Guerreiro, o Expresso e o ministro à época Teixeira do Santos ganhavam mais em vir aqui ao fórum da casa ler os posts que aqui se escrevem do que fazerem as figuras tristes que fazem. Tanta sabedoria que aqui vai!
    • luisvv
    • 1 novembro 2015 editado
    Por acaso referia-me à sua afirmação sobre as agências de rating.

    Já agora, tem novidades sobre aquele processo contra as agências de rating que tanto entusiasmou os patriotas ?


    (Já agora, só espero que o ministério público não venha espreitar o fórum: já em fevereiro de 2010 discutíamos a crise da dívida pública portuguesa - é verdade que eram quase todos de um lado a gritar "andam aí especuladores" é um ou outro maluquinho do outro lado a dizer que os especuladores somos todos nós e que a dívida pública estava descontrolada...
    https://forumdacasa.com/discussion/9254/2/caida-das-bolsas-europeias-devido-a-divida-de-portugal/)
  16. Colocado por: GMCQEntão mas ja se convenceram q é a esquerda q vai assumir a liderança do país?

    NUNCA!
    Só por cima do cadáver do xô silva e da xôra merkle
  17. Fevereiro de 2010...
    http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/detalhe/juros_da_diacutevida_disparam_com_mercado_mais_apreensivo_com_portugal.html




    O mercado internacional deu hoje claros sinais de preocupação com a situação das contas públicas portuguesas. As declarações de Almunia e uma emissão de bilhetes do tesouro abaixo do esperado levaram as “yields” das obrigações a registar uma forte subida, os custos de protecção da dívida (CDS) para máximos históricos e as acções a registarem uma forte queda.

    As “yields” das obrigações do tesouro portuguesas estão hoje de novo em forte alta, numa altura em que as preocupações dos investidores se desviam para Portugal depois da Comissão Europeia ter dado apoio ao plano da Grécia de consolidação orçamental, afirmam analistas. Os CDS atingiram recorde e a bolsa portuguesa desceu perto de 3%, a maior queda desde Outubro do ano passado.

    O receios dos investidores reflecte também o facto de o IGCP ter colocado hoje uma emissão de 300 milhões de euros em bilhetes do tesouro, quando antes tinha indicado que pretendia alienar 500 milhões de euros. Os títulos, com uma maturidade de 12 meses, foram colocados com uma taxa de juro de 1,38%, acima dos 0,93% da emissão realizada a 20 de Janeiro.


    As obrigações do tesouro a 10 anos estão em forte queda, elevando a rentabilidade dos títulos para 4,666%, um novo máximo desde 3 de Março de 2009. A subida de 21 pontos base ocorreu logo depois de Joaquin Almunia, comissário do euro, ter, na conferência de imprensa em que explicou o apoio ao plano de consolidação orçamental da Grécia, afirmado que Portugal precisa de intensificar os esforços de redução do défice.


    A subida das “yields” é também a mais elevada desde 3 de Março de 2009. Nesse dia, em que a bolsa portuguesa atingiu o mínimo do ano, dispararam 24 pontos base.

    “Depois da Grécia ter surgido com novas medidas e um plano rigoroso, o mercado começou a olhar para a próxima economia mais fraca da Zona Euro para vender [dívida pública]. O recente orçamento português não impressionou”, disse um investidor ao “Financial Times”, para justificar a queda das obrigações portuguesas.


    Esta subida dos juros das OT portuguesas acontece num dia em que o Conselho de Estado reúne, depois de ter sido convocado por Cavaco Silva para discutir a situação política do país, preocupado com a situação financeira e com a necessidade de dar uma imagem de estabilidade aos mercados internacionais.

    “Spread” de 143 pontos base

    A subida das obrigações portuguesas é transversal a todos os prazos. Nas OT a 2 anos a “yield” – que varia em sentido inverso à cotação – sobe 21 pontos base para 2,371% e nos títulos com maturidade a 5 anos a “yield” avança 25 pontos base para 3,777%.

    Os investidores estão assim a exigir uma maior rentabilidade para comprar dívida pública portuguesa. Tal ocorre numa sessão em que as “yields” da dívida pública de restantes países estão estáveis.

    A “yield” da dívida pública grega a 10 anos desce 4 pontos base para 6,676%, mantendo a tendência de descida desde que na semana passada superou os 7%. Na Alemanha a rentabilidade das “bunds” a 10 anos sobe 3 pontos base.

    O diferencial entre a dívida portuguesa e alemã – que representa o prémio de risco que os investidores exigem para comprar os títulos portugueses – alargou-se hoje assim para 143 pontos base, quase triplicando no espaço de dois meses.

    Nas OT a dois anos o “spread” é de 134 pontos base, o mais elevado desde Janeiro de 2009.

    A “yield” das OT portuguesas a 10 anos acumula já uma subida de 63 pontos base este ano, ainda assim menos que os 93 pontos dos títulos gregos comparáveis.

    “Intensificar” redução do défice

    A subida das “yields” portuguesas acentuou-se desde que Joaquin Almunia, em conferência de imprensa em Bruxelas, afirmou que Governo português vai ter de “intensificar” o ritmo de consolidação orçamental, depois de ter revelado valores para o défice de 2009 e previsões para 2010 “ligeiramente superiores ao esperado”.

    Almunia disse ainda que Portugal e Grécia partilham alguns problemas, como a perda de competitividade, défices elevados e "grandes" necessidades de financiamento externo.

    As declarações do comissário para os Assuntos Económicos e Monetários foram proferidas na conferência de imprensa em que anunciou oficialmente a aprovação do programa de estabilidade e crescimento da Grécia.

    Almunia classificou o plano grego de “ambicioso” e de difícil execução, mas, ainda assim, “atingível”.

    Os investidores contactados pelo FT consideram que o mercado, depois de a crise na Grécia suscitar menos preocupações uma vez recebido o aval de Bruxelas, está agora a focar atenções em Portugal.

    O Governo português deverá apresentar em Bruxelas, dentro de duas semanas, o programa de estabilidade e crescimento, documento onde terá que detalhar como vai reduzir o défice de 9,3% do PIB no ano passado para 3% em 2013.


    Apesar de Vítor Constâncio ter ontem estimado que será necessário aumentar impostos para atingir tal meta, o ministro das Finanças e o primeiro-ministro afastaram tal cenário.

    “As notícias que têm saído são bastante negativas para os títulos da dívida pública portuguesa”, afirmou esta tarde David Schnautz, analista do Commerzbank em Frankfurt.

    Citado pela agência Bloomberg, Schnautz diz ser “considerável” o risco de aumentar ainda mais o “spread”, ou seja o diferencial entre os juros exigidos pela compra de dívida portuguesa quando comparados com os da alemã, que serve de referência ao mercado, como sendo as aplicações mais seguras da Zona Euro. “[O 'spread'] pode ir muito mais longe”, antecipa o analista.

    Emissão de BT abaixo do esperado

    Vários analistas consideram que a emissão abaixo do estimado de BT também justifica o nervosismo dos investidores. O analista do Commerzbank, citado pela Dow Jones, considera que a decisão de Portugal em vender “apenas” 300 milhões de euros foi “inteligente”, pois “actualmente é muito importante para Portugal não desesperar por financiamento”. A procura total de BT atingiu 1,95 mil milhões de euros, mas o IGCP optou por colocar apenas 300 milhões.

    Algo com que os investidores parecem não concordar. Os “credit default swaps” a 5 anos, instrumentos que os investidores utilizam para se protegerem contra o incumprimento da dívida pública – atingiram um recorde em 196 pontos base, depois de uma subida de 29 pontos base.

    Este aumento traduz uma subida de 32 mil euros no custo anual para um investidor, com 10 mil milhões de euros de dívida, se proteger contra um incumprimento.

    Segundo a Bloomberg, os CDS de Portugal são os que mais sobem em todo o mundo. Mas não os únicos. O índice que reúne os CDS dos países da Zona Euro subiu 5 pontos base para um recorde de 93,5 pontos base, o valor mais elevado de sempre.

    Desde que a crise grega se intensificou, o mercado centrou atenções nos já denominados países periféricos, como Portugal, Espanha, Irlanda e Itália.


    A “yield” das obrigações espanholas a 10 anos sobe 4 pontos base para 4,096%, no dia em que o país entregou o programa de estabilidade e crescimento em Bruxelas.

    A Irlanda conseguiu "acalmar" as preocupações dos mercados depois de ter apresentado um orçamento com medidas "drásticas" de cortes nos salários dos funcionários públicos.
 
0.6754 seg. NEW