Iniciar sessão ou registar-se
    • abmik
    • 23 fevereiro 2015

     # 1

    Boa noite,

    Venho por este meio expor uma situação caricata e muito incómoda que acontece comigo no condomínio onde resido. Trata-se de uma situação muito comum no que toca a problemas com vizinhos mas, neste caso, a minha reclamação é o inverso do que se costuma reclamar e é a seguinte:

    Tenho uma vizinha no andar de baixo que queixa-se constantemente do suposto barulho que ela diz que faço. O caricato é que não faço barulho nenhum, isto é, o único "barulho" que posso fazer é o "barulho" normal que toda e qualquer pessoa faz no interior da sua casa, o "barulho" natural que se houve por parte dos outros vizinhos quando se vive em um apartamento, nomeadamente andar dentro casa (digo andar e não correr nem saltar), fechar uma porta normalmente, tomar banho à meia noite, ver TV depois das 23h, arrastar um pouco uma cadeira para levantar-se da mesma, lavar a loiça depois das 23h, falar normalmente na varanda com a minha mulher ou algum convidado (sem qualquer tipo de algazarra, excepto um riso ocasional ou um espirro), entre tantas outras coisas que se baseiam na vivencia normal das pessoas na sua casa, sem excessos, sem exageros e sem atitudes ruídosas e repetitivas. Não oiço música alta, não vejo TV em alto som, não grito, não falo alto, não bato portas com força, não corro nem salto dentro de casa, enfim tenho a certeza que não faço barulho e garanto que sou silencioso na minha vivencia caseira.
    No entanto, a minha vizinha passa os dias a bater com qualquer coisa no tecto para me dar "sinal", passa os dias a vir à minha porta tocar à campaínha com queixas de ruído completamente absurdas, passa os dias na janela e na varanda a gritar para cima para eu parar com o suposto "barulho" que diz que eu faço e, inclusive, chama diversas vezes a polícia depois das 23h com queixas de ruído, principalmente quando estou com convidados em casa (e sublinho, não faço festas nem algazarras nem barulhos excessivos, apenas convívio de jantar de família que dura no máximo até à meia-noite e que, garanto, não é nada ruidoso).
    A senhora em questão, na minha óptica, não sabe viver em um apartamento onde exista outros andares por cima ou por baixo, onde existe ruídos naturais das vivências dos vizinhos. Penso que toda e qualquer pessoa que vive num apartamento sabe que é comum e inevitável ouvir certos ruídos mínimos e comuns provenientes dos outros vizinhos, tanto que acaba por ser hábitual. Por vezes, eu também oiço a movimentação da dita vizinha em sua casa, bem como dos vizinhos da frente, de cima, etc. No entanto, quando não se trata de ruídos excessivos, não tenho qualquer direito em reclamar pois tenho que me sujeitar à própria condição de viver num apartamento.

    No intuito de recolher alguma ideia para que possa resolver este sério problema de violação de privacidade, vim cá expor a situação pois já estou a ficar um pouco desesperado com a situação, dado que a vizinha está-me a tirar do sério com reclamações constantes, maníacas e absurdas. Receio passar-me da cabeça e partir para a ignorância, pois faço um enorme esforço para ser um vizinho civilizado e educado perante uma vizinha completamente maluca.

    Agradeço qualquer ajuda, bem como condeno qualquer resposta que seja provocatória ou jocosa.
  1.  # 2

    Parece-me uma questão de ponto de vista: para uns é o copo meio vazio, para outros é o copo meio cheio.

    Estou a excluir, nesta análise, que a vaizinha seja obsessiva-compulsiva ou que você faça as coisas de propósito para chatear (aí não há conselhos que resistam).

    Eventualmente pode tentar minorar as coisas: colocar "pés de alcatifa" nas cadeiras para não fazer barulho a arrastar, não bater portas (fechá-las com suavidade rodando primeiro o manípulo, ou outros pequenos detalhes que ajudem a evitar ruídos desnecessários).

    No limite, você deixa de abrir a porta e a vizinha que continua a chamar as autoridades (que, em último caso, o multam ou não consoante o nível de ruído). Se de facto não faz ruído como diz, não tem que temer.
    • mmgreg
    • 23 fevereiro 2015 editado

     # 3

    Não sei se sabe que quando a polícia é chamada, a mesma verifica a existência de barulho, ou seja, eles entram na casa de quem reclama, dirigem-se à zona onde as pessoas dizem estar a haver ruído e permanecem por lá, tentando perceber o que se passa e de onde vem, se é uma queixa infundada ou não.

    A polícia só avança para interromper o que se passa perante a existência de barulho que se revele acima do normal, não anda a bater às portas das pessoas somente porque alguém se queixa de um barulho inexistente ou perfeitamente normal.

    Para além disso, também é provável que desconheça que, se a polícia optar por registar a queixa, a mesma segue para a Câmara, sendo a multa de sensivelmente 500 euros.

    Sugiro que evite a varanda sobretudo quando tem convidados em casa, que parece ser a situação mais apontada por si, após as 23h e que invista em bom isolamento acústico. Já agora, tem soalho flutuante? As visitas usam saltos altos? Pode colocar tapetes? A casa está muito vazia, faz eco?

    Há uns anos os meus vizinhos de baixo queixavam-se que eu andava de saltos altos de manhã, ora eu fiquei perplexa, porque detesto saltos e vim a descobrir que eram uns sapatos do meu marido que faziam um ruído mais forte :) quando lhes disse, não ficaram muito convencidos. Passou a calçar-se à porta, quando saía.
  2.  # 4

    A origem dos barulhos num prédio pode ser bastante confusa.
    Aconteceu comigo há algum tempo quando vivia num apartamento, que tínhamos uma vizinha de cima que andava sempre de saltos altos dentro de casa o que causava barulhos bastante incómodos. Era uma pessoa bastante simpática e disse que iria ter mais cuidado. Tudo ficou na mesma. As nossas garagens eram contíguas e um dia assistimos ao casal a ir de férias. Então não é que nessa noite os barulhos continuaram e nos dias seguintes! Nunca conseguimos saber de onde eram os barulhos e até comentámos com a vizinha quando vieram de férias. Ela também ouvia os mesmos barulhos mas muito atenuados.
  3.  # 5

    O problema para quem não passa por isto é que não sabe o que é,eu também morei num prédio e bastava o vizinho mandar um peido que se ouvia,a solução foi que fiz tetos de pladur com isolamento e diminui um pouco,mas acredite que o simples barulho de arrastar uma cadeira que para si parece pouco para mim ouviase parecia um camião
    Concordam com este comentário: eu
    • eu
    • 23 fevereiro 2015

     # 6

    O problema é que a construção em Portugal raramente deu atenção a estas questões da acústica, e existem prédios que são autênticos amplificadores de barulhos. Nestes prédios, mesmo um comportamento normal pode provocar ruídos irritantes aos vizinhos.
    Concordam com este comentário: Anonimo16062021, rafaelisidoro, Victor Ribeiro
  4.  # 7

    Acha normal fazer barulho depois das 23h?
    Acha normal ir tomar banho á meia noite?

    Imagine esses barulhos que você faz, que o seu vizinho de cima os fizesse ás 3h da manhã. Gostava?

    È que ás 23h é o mesmo que ás 3h da manhã.
    • FLP
    • 23 fevereiro 2015

     # 8

    Mas desde quando há horário para se tomar banho?!
    Uma pessoa até pode tomar banho de hora a hora... lol
  5.  # 9

    hahahaha

    Claro que sim, a questão não é tomar banho mas sim o barulho que faz ao tomar... se ela menciona o banho á meia noite é porque faz barulho!
  6.  # 10

    Quanto mais leio mais convencido fico que tomei uma boa decisão ao construir casa!

    De manhã o Manel abre um tópico a queixar-se do barulho do vizinho, de tarde o Zé abre outro a queixar-se que o vizinho está sempre a chateá-lo com suposto barulho que ele alega não fazer... enfim, todos têm razão.
    •  
      FD
    • 23 fevereiro 2015 editado

     # 11

    À noite, sem os nossos próprios ruídos tudo parece ampliado.
    Já vivi em três apartamentos e em todos eles tive problemas. E sei que à noite, pelo menos para mim, é difícil aguentar barulhinhos... mesmo que poucos.
    Não por causa do barulhinho mas, muitas vezes por causa da falta de cuidado e de respeito dos vizinhos.
    É que, avisando algumas vezes, a partir daí é complicado gerir a ansiedade quando vemos que avisámos o vizinho e ele continua o comportamento ignorando os nossos pedidos.

    Um exemplo: a minha vizinha de baixo não usava sala de estar e como trabalhava até tarde, chegava a casa por volta das 23h, com uns 3 ou 4 filhos pequenos.
    Já se está a ver não é? Um dos miúdos a comer e, às 23h relembro, lembrava-se de baloiçar a cadeira de maneira que esta batia na parede. E enquanto comia, lá estava a cadeira a bater na parede, toc, toc, toc, toc, durante uma boa meia hora.
    Isto, todos os dias. Mesmo que uma pessoa não queira, era irritante. Mas, com isso eu nem tinha grandes problemas.
    O problema acontecia quando levava alguém com ela, punha os miúdos a dormir no quarto por debaixo do meu e começava a conversar com essa visita, nesse mesmo quarto, muitas vezes até à 1h e 2h.
    Era conversa perfeitamente normal, nem falavam muito alto mas, devido à "excelente" qualidade acústica da casa, era quase a mesma coisa que estarem a conversar no MEU quarto.
    Ora, eu quando era puto, podia passar um comboio no quarto que dormia tranquilamente na mesma. Com a idade e com uma filha pequena, o estado de sono profundo é cada vez mais sensível e qualquer barulho mais proeminente acorda-me ou, não me deixa dormir.
    Esta sensibilidade varia muito de pessoa para pessoa.
    Por agora, quando possível, evito estes problemas de duas formas: uso tampões nos ouvidos e crio "ruído branco".
    A não ser que haja música alta ou outras coisas demasiado incomodativas, já quase desisti de falar com vizinhos...

    Como vê, há barulhinhos que para si até podem ser inocentes mas, para os vizinhos não são tão inocentes quanto isso.
    E se forem vizinhos que acordem cedo e que precisem de se deitar cedo, com sono leve, torna-se muito complicado...
    Fala em tomar banho. Num desses apartamentos, não faz ideia do barulho que se ouvia quando o vizinho colocava e retirava o chuveiro do suporte, aquele tubo metálico anelado a roçar na torneira é uma coisa absurda.
    Mas, lá está, com essas coisas, com barulhos inevitáveis, eu até vivo bem. O meu problema começa com coisas que são evitáveis... arrastar cadeiras, por exemplo. Não percebo nem nunca perceberei porque é que não se tem cuidado, de noite (de dia não quero saber), em não arrastar cadeiras. Uns feltros nas pernas fazem milagres, levantar o traseiro antes de a arrastar, também.

    Não ajudo muito mas, queria deixar o meu testemunho, "da outra parte".

    Deve ter alguma razão para fazer esses ruídos depois das 23h, não? Trabalha até tarde...?
    É que já é uma hora relativamente avançada para barulhos, mesmo que normais.
    Concordam com este comentário: Isis, abmik
    • eu
    • 23 fevereiro 2015

     # 12

    Colocado por: Rui A. B.Quanto mais leio mais convencido fico que tomei uma boa decisão ao construir casa!

    Uma das razões que me levou a construir vivenda isolada foi também o ano de terror que vivi no apartamento (tinha jovens estudantes no apartamento de baixo).

    Apartamentos, nunca mais!
    Concordam com este comentário: Bricoleiro
    • FLP
    • 23 fevereiro 2015

     # 13

    Na volta, o user abmik toma banho assim... ;)

    https://www.youtube.com/watch?v=KRjfxyFfl14
  7.  # 14

    A razão que me levou a comprar uma moradia e deixar o apartamento em que vivia foi esse, eu morava num rés do chão e ouvia tudinho em minha casa, chegava a acordar com o vizinho de cima a puxar o autoclismo e cada vez que alguém subia as escadas do prédio pareciam berbequins na opção martelo a baterem-me na parede.
    Concordam com este comentário: eu
  8.  # 15

    O unico apartamento onde tive paz e sossego até hoje foi num duplex no ultimo piso do prédio. No andar de cima eram os quartos e o andar de baixo era a sala e a cozinha. Portanto:

    Vizinho de baixo era a minha própria sala e cozinha
    Vizinho de cima era o céu.

    Era um sossego. Mesmo assim vendi o apartamento e vim morar para moradia devido a não aguentar mais aturar o condomínio (44 apartamento + 6 lojas - era uma confusão enorme).

    Hoje, só pondero voltar a viver em apartamento se for duplex no ultimo piso. E mesmo assim, só se tiver um condomínio muito bem gerido e for num prédio pequeno (máximo 10 apartamentos)
    • jmrgb
    • 23 fevereiro 2015

     # 16

    Até aos meus 18 anos vivi num monte alentejano com a estrada mais próxima a 1km. Só ouvia os galos a cantar e tractores ao longe... Depois mudei-me para o apartamento do meu irmão que é um duplex e raramente ouvia barulhos dos vizinhos, com a excepção do bebé do vizinho do lado e as "vozes do além" vindo pelo exaustor da cozinha, mas o tráfego era um inferno, até as picarias na vasco da gama conseguia ouvir. Agora comprei um apartamento rés de chão, mas tive o cuidado de o escolher em condições... Em 6 anos que aqui habito, raramente oiço qualquer tipo de barulho, a única coisa que me incomoda é o barulho da porta do prédio ao fechar, mas mesmo esse ruído só é perceptível se tiver o filtro do aquário desligado.

    Como podem ver, cada caso é um caso... Depende muito da construção.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: eu
  9.  # 17

    Eu sempre vivi em apartamentos, quer com os meus pais, quer quando saí de casa deles e comprei o meu apartamento. Posso dizer que os apartamentos em que vivi com os meus pais foram sempre últimos andares pelo que nunca tivemos esses problemas,quando mudei para o meu apartamento foi para um quarto andar num lote de 6 andares, tive a sorte do apartamento ser recente e ter um isolamento minimamente decente, sendo que os únicos barulhos que ouvia era em dias de festas, e os saltos altos da vizinha (estes diariamente).
    Felizmente todos os condóminos do meu lote sempre foram corretos e tolerantes, em 7 anos não me lembro de haver lá um único problema entre vizinhos.
    No entanto, a minha opinião mudou nos 4 meses em que fui viver para o apartamento dos meus sogros enquanto a casa não estava em fase final de construção.
    Um apartamento com 30 anos, é uma tortura pelo menos para mim, e eu até tenho o sono pesado.
    Mas o meu bebé não estava habituado aqueles barulhos e acordava 4/5 vezes das 21h às 24h e sei que os vizinhos não o faziam por maldade eram barulhos normais do quotidiano, mas que naquela construção entoavam como se o estivessem a fazer mesmo ao nosso lado.
    Ouvia-se tudo desde, espirros, sons de TV, conversas normais, etc,etc...

    Bem foram 4 meses complicados, mas passaram felizmente, agora é só sossego e isso não tem preço! ;)
    Concordam com este comentário: eu, Bricoleiro, abmik
    • eu
    • 23 fevereiro 2015 editado

     # 18

    Colocado por: jmrgbAté aos meus 18 anos vivi num monte alentejano com a estrada mais próxima a 1km. Só ouvia os galos a cantar e tractores ao longe...

    Que maravilha! Um dia, mando tudo às urtigas e vou viver para um monte ;)
  10.  # 19

    Colocado por: euQue maravilha! Um dia, mando tudo às urtigas e vou viver para um monte ;)

    Um ex formador meu, estava a "oferecer" um por 400.000€, quem é que o comprou? Um Belga.. Onde é que ficou(a maior parte) o dinheiro? Na Suiça.. :)
    • abmik
    • 23 fevereiro 2015 editado

     # 20

    Vejo alguns comentários compreensivos e neutros à questão que eu coloquei. Mas também vi comentários de gente bem estúpida, burra por sinal.
    Eu vivo num edificio com 33 anos e tal como a vizinha em questão, eu também oiço os meus vizinhos. Aliás, todos nos ouvimos uns aos outros e todos sabemos da condição do prédio, até porque eu vivo cá há 30 anos e nunca ninguém reclamou que eu fazia barulho e eu nunca reclamei do barulho que oiço dos outros vizinhos. Eu oiço tudo, conversas, peidos, arrotos, gemidos de sexo, passos, etc etc, oiço essa **** toda, mas enquanto o ruído não passar dos limites de compreensão derivados da própria condição do prédio eu não tenho hipoteses senão compreender ou mudar de casa! Agora, uma sacana de uma gaja ucraniana veio viver para o andar do baixo e eu não me posso mexer em casa senão a louca vem para a minha porta me chatear e chama a polícia! E ainda vejo burros a me dizer que tenho que fechar a porta devagar, que tenho que usar alcatifas e pés-de-alcatifa nas cadeiras como se eu já não tivesse feito isso tudo!!!! Agora, deixar de tomar banho à hora que me apetece? Suster um espirro para a vizinha não ouvir? Ver TV sem som? Não poder falar dentro da minha casa? Não poder me **** e me peidar na retrete por causa da vizinha?! F*d*ss*****!!!!!! Mas vocês estão bem da cabeça? Cada vez penso mais que há mais gente louca neste mundo do que gente ajuizada... Viver num apartamento é ser compreensivo com o facto de existir mais gente à nossa volta, separados por lajes e paredes, cujo som passa de um lado para o outro inevitávelmente. Até digo mais, e falo por mim, é uma questão de hábito! Desde que não haja exageros e não se passe dos limites da compreensão, temos que engolir! Caso contrário, arranjem outra casa!!!!
    Concordam com este comentário: Victor Ribeiro
 
0.0239 seg. NEW