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  1.  # 1

    Amigos, venho aqui colocar-vos uma situação por que estou a passar e sobre a qual peço o vosso (sempre avisado) conselho.

    Sou senhorio de uma casa/moradia aqui em Lisboa.
    É uma casa já antiga, com cerca de 80/90 anos, e o inquilino é o mesmo há quase 50 anos! O senhor deve ter uns 80 anos e vive, nessa minha casa, com 1 filho (nora e netos), filho esse com um grau de deficiência elevado porque sofreu um acidente de carro, que o deixou incapacitado (pelo menos, quando visito a casa, vejo-o sempre em cadeira de rodas). Para além desse filho, tem outros, aliás bem colocados na vida (uma filha, por exemplo, é "figura pública" muito conhecida).

    Bem a situação é a seguinte: este inquilino, devido ao "congelamento das rendas" que ocorreu no PREC, esteve praticamente todo o contrato de arrendamento a pagar rendas muito baixas. Só agora, devido à última actualização das rendas (que ocorreu há 1 ou 2 anos) é que passou a pagar uma renda mais próxima da realidade (paga, presentemente, 370€). Contudo, como disse, teve estes 50 anos de arrendamento a pagar rendas muito baixas.

    Ora, o que aconteceu... ressabiado por ter sofrido este aumento na renda, aliás 100% legal, o inquilino tem me causado um tormento, exigindo obras, obras e mais obras!...

    Não pensem que eu sou uma senhorio ausente ou que não me preocupe com a casa. Não. Pelo contrário! Nos últimos 5 anos - estive a fazer as contas - fiz mais reparações na casa do que as rendas que dela recebi (como a renda era baixa, qualquer pequena intervenção era desproporcionada se comparada com a renda, mas eu lá ia fazendo as obras, segundo as minhas posses...).

    Só que agora, com a renda nos trezentos e tal euros, o inquilino (são os filhos e principalmente a filha "importante" que manobram tudo) vive obcecado em extorquir-me obras e mais obras! Este ano, já fui "obrigado" a fazer 2 intervenções no valor, somado, de perto de 10 mil euros. E esta semana, recebo (mais uma) carta de um "famoso e finíssimo" escritório de advogados (isto só pode ter "o dedo" da filha "importante"), a "intimar-me" a fazer nova reparação - agora é uma empena lateral que deixa entrar humidade e os caixilhos de madeira da casa que estão podres ...- com a ameaça de avançarem para a Câmara e para tribunal.

    Amigos, sinto-me coagido, perseguido por este inquilino! Eu sei que a casa é antiga, que tem perto de 100 anos, mas o que é que o inquilino quer? Que eu transforme uma casa desta idade numa (nova) moradia de luxo? Não pode ser!... Tenho para mim que até nem compensam as obras (de manutenção) que eu estou a fazer, pois é remendar uma coisa velha (a casa nem "placa" tem e o travejamento está velho e atacado por bicho). Aquilo precisava de uma intervenção "de alto a baixo", mas, claro, seria caríssima (custaria quase tanto como construir uma casa nova) e eu não tenho dinheiro para tal (nem era economicamente rentável, digo eu).

    Daí eu vir aqui perguntar aos amigos o que me aconselham fazer num caso destes? Estou a "enterrar dinheiro" num arrendamento que está a ser o sorvedouro das minhas poupanças. Uma casa arrendada deve dar ao senhorio algum rendimento. Ora no meu caso, eu há três anos que PAGO MAIS do que o que recebo com a casa! Não me parece correcto. Eu não sou a Santa Casa da Misericórdia! E continuam-me a "espetar a faca", com "ameaças" de escritórios de advogados de gente rica, a exigirem-me mais e mais obras.

    Não sei o que fazer. Podem ajudar-me, por favor?
  2.  # 2

    Sr Ramiro tem que assumir as suas responsabilidades. Se o assunto é assim tão importante e envolve somas tão elevadas concerteza tem dinheiro para consultar um advogado. Se já fez obras no valor de 10 mil euros, ate já o devia ter feito antes mesmo de as executar.
    Se a casa não esta em estado de merecer obras também não esta em estado, porventura digo eu, de ter uma renda nesse valor. Contudo como disse vá a um advogado, você tem o direito de refutar o que o inquilino pretende.
    Concordam com este comentário: electrao, mmgreg, JPN761, damned
  3.  # 3

    Colocado por: jpvngSr Ramiro tem que assumir as suas responsabilidades. Se o assunto é assim tão importante e envolve somas tão elevadas concerteza tem dinheiro para consultar um advogado. Se já fez obras no valor de 10 mil euros, ate já o devia ter feito antes mesmo de as executar.
    Se a casa não esta em estado de merecer obras também não esta em estado, porventura digo eu, de ter uma renda nesse valor. Contudo como disse vá a um advogado, você tem o direito de refutar o que o inquilino pretende.
    Concordam com este comentário:electrao

    É precisamente essa questão de eu estar... "condenado"... a "assumir as minhas responsabilidades" que eu não entendo.

    O inquilino pode sair, ir-se embora, renunciar o contrato, quando muito bem entende (pode sair já amanhã, que eu não tenho voto na matéria) e eu, senhorio, estou CONDENADO a ter que aguentar com o inquilino toda a vida? Pior! Já me disseram que, tendo este meu inquilino (de 80 anos) a viver com ele um filho incapacitado (de cadeira de rodas), quando ele morrer, o contrato vai transitar - obrigatoriamente, sem que eu nada possa fazer - para o filho, Portanto, vou ser obrigado a ter uma "dinastia" deste inquilino, e serão os meus filhos, quando eu morrer, que terão que carregar esta cruz... Isto faz sentido, em pleno séc. XXI? Onde está a "liberdade entre as partes" que costuma prevalecer nos contratos?

    Uma casa velha, toda a gente sabe, é um sorvedouro de dinheiro. Então, a única solução que me resta é, todos os anos, fazer as obras que os caprichos do inquilino (e dos filhos) entende?
    Já é o 3º ano consecutivo que eu gasto mais dinheiro com a casa do que aquele que recebo de rendas! Fará sentido eu continuar nisto?! Não sei se me entendem...
    Este ano o "bailinho" continua... Já fiz obras 2 vezes, gastei perto de 10 mil euros,e o inquilino continua a "exigir-me" (por carta de advogado) mais, e mais obras... Isto é de doidos!... Onde vai parar?
    Não sei se consegui transmitir a realidade por que estou a passar como senhorio, mas não sei o que fazer...

    P.S. Quanto ao montante da renda e ao estado da casa...

    O montante da renda que, actualmente, o inquilino paga é aquele que foi definido por lei. Havia, na internet, um site oficial que fazia esse cálculo, portanto, tudo obedeceu aos princípios legais. Aliás, com tantos advogados que o meu inquilino tem - escritórios de advogados dos mais famosos aqui de Lisboa, caríssimos!... - estou certo que esse valor da renda foi escrutinado até ao mais ínfimo pormenor. Se o inquilino tivesse que pagar um cêntimo a menos, tenho a certeza, eu teria logo recebido uma carta registada com aviso de recepção dos advogados...

    Quanto ao estado da casa, está impecável! Não fiquem com ideia que aquilo é um pardieiro. Longe disso! Claro, é uma casa com quase 100 anos (tradicional, com 2 pisos e amplo quintal), mas sempre foi mantida com gosto. Tenho que reconhecer que o inquilino sempre tratou bem a casa e eu, da minha parte, sempre fui fazendo as obras de manutenção que pude, dentro da racionalidade económica de não gastar (muito) mais do que a casa rende. Mas claro, os quase 100 anos estão lá: as paredes de tabique, as vigas/barrotes a aguentar o soalho, etc. De qualquer forma, a casa preserva uma excelente aparência exterior (fiz obras na fachada há pouco tempo) e, por dentro, está muito bem conservada. Os 2 mestres de obras que enviei lá este ano, para efectuarem reparações, ambos me elogiaram o (bom) estado da casa. Portanto, por favor, não fiquem a pensar que aquilo é um lixo. Bem pelo contrário...
  4.  # 4

    Realmente é uma situação muito complicada.
    É uma das heranças do "congelamento" das rendas que ocorreu durante quase 40 anos.
    Infelizmente, neste país achámos justo alguém pagar rendas miseráveis por uma habitação, sem haver a respectiva actualização da renda.

    Não lhe sei dizer o que fazer, mas sou da opinião que quando um imóvel começa a dar demasiados problemas, é despachar enquanto antes.
    Considerando que é um imóvel com quase 100 anos, com o mesmo inquilino há 50 anos, imagino que não deverá ter um ligação muito forte com o mesmo (casa de família, de infância, ou algo semelhante).
    Tente falar com o inquilino (e com os filhos), e perguntar se estão interessados em adquirir um imóvel por um preço razoável.
    Caso não estejam interessados, é tentar vender por um preço abaixo do preço de mercado.
    Pode ser que alguém lhe pegue...
    •  
      damned
    • 17 maio 2015 editado

     # 5

    Quanto mais obras fizer maior deveria ser o valor patrimonial, logo a renda poderia aumentar uma vez que o limite é julgo eu ser 1/15 do valor patrimonial anualmente, não havendo acordo mutuo.

    Já pensou em pedir atualização do valor patrimonial? Pode valer a pena se tiver certeza que aumenta (vai pagar mais imi claro).

    O despejo numa situação dessas é muito complicado obter, teria de necessitar de casa para si ou para um filho julgo e indemnizar o inquilino.

    Ou então por motivos de obras profundas estruturais, mas teria mesmo que as fazer e indemnizar o inquilino, esperar também o prazo legal para sair... Creio que não quer investir no imóvel também, não tem capacidade financeira como diz.

    Não é uma situação fácil.
  5.  # 6

    Agradeço os comentários.

    Sim, não tenho interesse em "investir" no imóvel. Principalmente porque.. "seria deitar dinheiro pela janela fora". Colocar uma casa com quase 100 anos com os requisitos de uma moradia actual, obrigaria a desalojar os inquilinos (pagando-lhes hotel?) e fazer obras radicais. Derrubar tudo (mantendo apenas a fachada?) e fazer uma construção de raiz. Colocar placa de betão e fazer tudo de novo. Ora, uma obra dessa dimensão, para acomodar este inquilino "eterno" (pela lei portuguesa, ao meu inquilino actual, sucederá o filho inválido...), exige alguma racionalidade económica. Eu nunca iria obter qualquer lucro desse investimento. Só um tolo faria isso.
    Por outro lado, como disse, a casa está bem cuidada e, quem olha para ela, diz mesmo que foi restaurada há pouco tempo. Visualmente está linda! Admito que, por dentro, tenha os seus problemas de idade, mas... vai aguentando. Agora, não sei até quando...

    Ao ritmo que eu tenho feito obras. como disse aqui, há 3 anos que gasto mais (em obras) do que recebo (em rendas) - e, então, este ano vai bater todos os recordes de despesa! - a este ritmo, as despesas serão INCOMPORTÁVEIS. Só um idiota de um senhorio mantém uma casa numa situação destas, pois em vez de dar-lhe algum rendimento, pelo contrário, só lhe traz pesados prejuízos. É que são obras e mais obras. todos os anos! Isto assim não faz sentido... Estou a prejudicar os meus filhos e a gastar/desbaratar dinheiro de forma inconsequente com a casa (como se fosse uma instituição social, uma Santa Casa da Misericórdia... só que este meu inquilino (e a filha "colunável") está longe de ser um "necessitado").
  6.  # 7

    infelizmente os advogados são um mal necessário. Se o inquilino está com o apoio de um advogado, você vai ter que gastar mais algum e arranjar um para si também.

    sendo uma casa com quase 100 anos, não podem existir milagres e a necessidade de obras estruturais na casa são inevitáveis.

    já foram dadas algumas dicas, nomeadamente aumentar o valor patrimonial da casa resultante das obras e por arrasto aumentar as rendas ou propor a venda da casa, que mal ou bem acaba por ser uma ideia radical, mas dado a continuidade do problema por mais uns bons anos provavelmente é uma boa situação. Se o filho é deficiente, tem acesso a créditos habitação a taxas de juros ridiculas (65% da Euribor)
  7.  # 8

    Colocado por: pauloagsantosinfelizmente os advogados são um mal necessário. Se o inquilino está com o apoio de um advogado, você vai ter que gastar mais algum e arranjar um para si também.

    sendo uma casa com quase 100 anos, não podem existir milagres e a necessidade de obras estruturais na casa são inevitáveis.

    já foram dadas algumas dicas, nomeadamente aumentar o valor patrimonial da casa resultante das obras e por arrasto aumentar as rendas ou propor a venda da casa, que mal ou bem acaba por ser uma ideia radical, mas dado a continuidade do problema por mais uns bons anos provavelmente é uma boa situação. Se o filho é deficiente, tem acesso a créditos habitação a taxas de juros ridiculas (65% da Euribor)


    Ao longo destes mais de 40 anos de arrendamento, NUNCA o inquilino me propôs a compra da casa. Ser for eu a "oferecê-la", assim de "mão beijada", nem imagino qual seja a resposta/proposta? Se o inquilino tivesse a ideia de comprar a casa, por um preço justo, já me tinha feito uma proposta, não acham? Estar eu a "oferecê-la", não me parece negocialmente adequado, não vos parece? Conhecendo a massa de que esta gente é feita, ainda me vão pedir dinheiro para ficarem com a casa!...

    Claro que eu já tenho advogado para me tratar deste assunto. Contudo, não é ele que vai resolver-me o caso. Até notei algum constrangimento (ar de pena...) por parte dele, quando lhe mostrei os recibos das obras que tenho feito. Ele reconheceu, imediatamente, que nestes últimos anos eu tenho PAGO para ter a casa alugada. Um verdadeiro contra-senso, mas... estamos em Portugal!
    •  
      damned
    • 17 maio 2015 editado

     # 9

    Concretamente paga para ter a casa alugada neste momento, mas também tem de ver que como qualquer investimento o retorno nunca é imediato, nestes casos é sempre a médio prazo. Está a investir no que é seu. Evidentemente que se for sempre assim a investir.... Aí sim complica, e o seu medo é mesmo esse, eu compreendo.

    Quanto ao vender não custa tentar. Se o preço for justo, tendo em conta a actualidade do mercado.. Pode ser o melhor para o inquilino.

    O filho com a deficiência tem acesso a boas taxas, e se tiver uma prestação menor que a renda... Não vejo onde perde...
  8.  # 10

    Colocado por: Ramiro Costa

    Ao longo destes mais de 40 anos de arrendamento, NUNCA o inquilino me propôs a compra da casa. Ser for eu a "oferecê-la", assim de "mão beijada", nem imagino qual seja a resposta/proposta? Se o inquilino tivesse a ideia de comprar a casa, por um preço justo, já me tinha feito uma proposta, não acham? Estar eu a "oferecê-la", não me parece negocialmente adequado, não vos parece? Conhecendo a massa de que esta gente é feita, ainda me vão pedir dinheiro para ficarem com a casa!...

    Claro que eu já tenho advogado para me tratar deste assunto. Contudo, não é ele que vai resolver-me o caso. Até notei algum constrangimento (ar de pena...) por parte dele, quando lhe mostrei os recibos das obras que tenho feito. Ele reconheceu, imediatamente, que nestes últimos anos eu tenho PAGO para ter a casa alugada. Um verdadeiro contra-senso, mas... estamos em Portugal!


    Claro que ele nunca fez uma proposta para lhe comprar a casa, porque não tinha interesse nessa solução.
    Nesta situação, o aluguer sai-lhe muito mais barato que a compra, mesmo que a casa seja antiga e a precisar de obras. Em Portugal, existem milhares e milhares de pessoas com situação idêntica. Provavelmente a pagar rendas pequenas, e já com casas nas terrinhas ou casas de férias pagas. Mas não largam o aluguer da casa "principal", porque lhes compensa. Esta nova Lei da Rendas veio tentar combater esta situação.
    No entanto, a solução da venda da casa ao seu inquilino é uma das hipóteses.

    O Ramiro Costa é que tem de tomar decisões. E muitas vezes, essas decisões não serão as mais justas.
    Ou mantém a casa arrendada, e assume as despesas inerentes. Para todos os efeitos, penso que a lei está do lado do seu inquilino. Poderá talvez conseguir alguma suavização da situação, mas não acredito conseguir reverter o problema.
    Ou tenta vender a casa (seja ao seu inquilino ou a qualquer outra pessoa), e livra-se de uma dor de cabeça.

    Boa sorte no seu caso...
  9.  # 11

    Claro que eu já tenho advogado para me tratar deste assunto. Contudo, não é ele que vai resolver-me o caso. Até notei algum constrangimento (ar de pena...) por parte dele, quando lhe mostrei os recibos das obras que tenho feito. Ele reconheceu, imediatamente, que nestes últimos anos eu tenho PAGO para ter a casa alugada. Um verdadeiro contra-senso, mas... estamos em Portugal!


    O seu advogado não vai resolver o assunto só se não quiser, porque provavelmente não lhe interessa....que é o que muitos fazem, pois não devem querer entrar em conflitos de interesses com a tal outra sociedade finória de advogados!?! ou por outros motivos, para mim os advogados são os maiores parasitas à face da terra.

    Quanto ao investimento que tem feito na sua casa, tem de compreender que ele não é em vão pois é uma valorização para um bem que é seu, embora se fosse eu faria-o de uma forma mais espaçada de forma a poder rever parte desse investimento para não se tornar penalizador para si.
  10.  # 12

    Agradeço as opiniões expressas.

    Eu vivo do meu trabalho e custa-me muito retirar dinheiro do que eu ganhei, "com o suor do meu rosto", para estar a dá-lo a gente que tem reformas superiores ao meu salário - já o comprovei! - e cujos filhos ganham "milhões" (basta ler nos jornais). Isto é que eu acho imoral!

    Já reuni com os meus filhos para expor-lhes esta situação. Afinal, em última análise, são eles os prejudicados e, possivelmente, quando eu fechar os olhos, serão eles que continuarão a lidar com esta "dinastia" de inquilinos sanguessugas. Claro, os meu filhos, como são gente nova e já encaminhada na vida, vieram logo com soluções radicais - "pai, não gastes lá nem mais um prego!... Deixa cair aquilo aos pedaços!...", mas eu, que sou da "velha guarda", custa-me partir para o confronto direto e gostaria de resolver tudo a contento, mas dentro do que é justo e aceitável.

    Felizmente, não me encontro numa situação que me tenha que "desfazer dos bens" e, com todo o respeito, não preciso daquela casa para nada! Afinal, só me tem dado prejuízos...

    De certeza que, este ano, não farei lá mais obras! Nem que caiam "o Carmo e a Trindade"... Vou falar com o meu advogado, como sugeriram, para ajustarmos uma resposta.

    Sabem, tenho receio que se for eu a propor a venda/compra da casa ao inquilino, se for eu a "oferecer", ele se aproveite da situação - é mais que certo! - e me faça uma proposta ridiculamente baixa, até aproveitando-se da suposta necessidade de obras. Vai agarrar-se a isso para me explorar, mais uma vez. Aposto!... Compreendem o que eu quero dizer. Infelizmente, estamos com gente disso.
  11.  # 13

    a casa não está naquelas zonas históricas em que há agora fundos europeus que incentivam a recuperação de casas antigas?
  12.  # 14

    Eu diria que com essa exigencia constante de obras, o que o inquilino (familia) gostaria seria mesmo comprar a casa.
    Eu dizia-lhes que ia vender a casa e perguntava-lhes se eles como moradores estavam interessados, e que iria lá uma agencia para avaliar. Se dissessem que não estavam interessados, combinava visitas com a agencia, até ia com pessoas suas amigas como se fossem interessados em comprar, isto para eles perceberem que era mesmo a sério. Provavelmente iriam eles ter consigo fazer-lhe uma oferta , mas aí teriam que negociar dentro do valor que a agencia teria avaliado.
    Se não quiser vender a casa, contacte a Associacao de Proprietários, haverá alguma lei relacionada com o valor anual máximo de manutencao de imovel versus o rendimendo proprio ? ninguém é obrigado a gastar mais do que tem !
    Concordam com este comentário: FD, carlosj39, JPN761, bel99
  13.  # 15

    Posso estar a dizer uma grande barbaridade mas eu penso que o senhor pode vender a sua casa no montante que bem entender, por muito que eles barafustem. Se pedir mais do que a casa vale ninguém lhe pode fazer nada, a única coisa que pode acontecer é não a vender.
    Pelo que me disseram (mas eu sou leiga) a pessoa que está a arrendar tem prioridade na compra mas é sempre o dono que decide o preço (e isso é mais do que justo). Não faz sentido nenhum que quem esteja a beneficiar do seu imóvel é que possa decidir o valor, era o que mais faltava. É propriedade privada.
    No entanto, se a ideia for mesmo vender talvez seja melhor colocá-la a um preço razoável, tendo em conta a zona onde se encontra e os imóveis da zona com as mesmas características.

    Por outro lado, será que é mesmo obrigado a gastar mais do que aquilo que tem e a vendê-la por não conseguir suportar os custos que a manutenção o está a obrigar? Será que não tem outra solução, por exemplo, dizer que alguém da sua família (filhos, sobrinhos?) que precisa de uma casa para viver? Não há forma de os expulsar de lá, fazendo denúncia do contrato com aviso de término do mesmo no periodo de X meses (ou isso não é possível por ele ser idoso e ter um filho com uma deficiência?).
    Não conheço os trâmites legais mas a verdade é que essas atitudes são exasperantes. Se fosse de alguém a passar muitas necessidades e sem poder de compra dava pena (apesar de compreender que nenhum senhorio é a Stª Casa da Misericórdia) mas, tendo posses e podendo pagar... fazer isto é muito mau.
  14.  # 16

    Agradeço os comentários.

    A ideia de envolver no processo um agente de uma imobiliária, de facto, pode ser boa... Assim, sem dar muito nas vistas, o inquilino (e os filhos) viam que existia a possibilidade da casa ser vendida e assim talvez se antecipassem a fazer uma proposta.

    Eu sei que o inquilino tem direito de preferência (para o mesmo preço de venda) e que uma casa ocupada nunca tem muitos interessados em comprá-la (com tantas casas vazias que há actualmente, quem se vai interessar em comprar uma casa com 100 anos e... ocupada?), mas, de qualquer forma, sempre fica no ar essa possibilidade... E então se o inquilino tiver que "mostrar a casa" a interessados... (mesmo que sejam "actores")... ui! nem imagino qual seja a sua reação...

    A minha intenção não é vender, mas confesso, com tantas chatices que este inquilino me tem dado e com a perspectiva deste arrendamento se perpectuar (já que o inquilino tem um filho incapacitado a viver com ele), não sei se tenho algum interesse em manter a casa e esta permanente dor de cabeça.

    Vou tentar obter uma estimativa para o valor da casa, para ficar com uma ideia. Sei que é uma péssima altura para vender casas e que o preço será afectado por isso (e pelo facto da casa estar ocupada), mas... alguma coisa há-de valer, digo eu. Obrigado.
  15.  # 17

    Responda que não tem dinheiro para fazer obras e que como tal autoriza o inquilino a fazê-las descontando o valor à renda. Pelo menos reduz o prejuizo ao IMI e, se a obras são tão imprescindiveis como eles dizem, ainda valoriza o imóvel.
    Concordam com este comentário: FD, becas, Mk Pt, bel99
  16.  # 18

    Não tenho a certeza do que vou escrever mas penso que pode recusar fazer as obras, autorizar o inquilino a faze-las e baixar a renda em conformidade.

    Já devia ter consultado um advogado!
    •  
      FD
    • 18 maio 2015

     # 19

    Ora está-se mesmo a ver que o que querem é encostá-lo à parede para que lhes venda a casa por meio tostão. Não querem é ser eles a propor, senão denunciam-se. Querem desgastá-lo de forma a que seja o senhorio a fazê-lo, ficando assim em posição desfavorável.
    Eu, se não tivesse necessidades financeiras, não cedia à chantagem.
    Lembre-se que a renda foi actualizada mas, daqui a uns anos pode ser completamente liberalizada.

    Tem três hipóteses:
    - faz obras como deve ser a pensar na valorização quando a renda for totalmente liberalizada, veja-o como um investimento
    - faça obras "faz de conta" com bastante parcimónia tanto nos prazos como nos valores (há humidade? manda alguém limpar os bolores, há infiltrações? "borra" o exterior com silicone), apenas para ir protelando até chegar a liberalização da renda
    - faz um misto dos dois pontos anteriores, naquilo que vir que valoriza a casa, gasta dinheiro, naquilo que não valoriza, faz obras de remendo

    O que eu não faria, de todo, seria entregar a casa de mão beijada, nem que isso me custasse dinheiro a curto prazo.
    Estabeleça como plafond para o total das obras anuais o rendimento anual líquido e nunca gaste mais dinheiro que isso. Se durante décadas recebeu trocos, não são mais uns anos que lhe vão fazer diferença.
    O que tem que fazer em concorrência com isto é dar aos filhos do inquilino todas as indicações e pistas possíveis em como não lhes vai vender a casa e que quando for possível irá aumentar ainda mais a renda.
    Claro que, para conseguir isto, poderá ter que entrar em jogos um pouco ignóbeis mas, isso fica ao seu critério.

    Engraçado como o congelamento das rendas serviu para proteger os inquilinos face aos senhorios.
    E depois, lêem-se testemunhos destes.
    Concordam com este comentário: electrao, LuisPereira, Mk Pt, mmgreg, JOCOR, bel99, Silver Wolf
  17.  # 20

    ora então... onde andam aqueles que dizem que os senhorios são umas maquinas de fazer dinheiro?
    Concordam com este comentário: mmgreg
 
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