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  1.  # 1

    Em Abril de 2013, quando comprei a casa que habito, deparei-me com a presença de caruncho no chão. Uma das divisões estava terrivelmente afetada (quando eu digo muito afetado, quero dizer vários buracos por cada taco). As restantes divisões tinham apenas alguns pontos mais ou menos afetados, sobretudo perto dos rodapés. Solicitei orçamento a 3 empresas. Uma das empresas apresentou-me um orçamento a rondar os 500€. O tratamento seria (de modo redutor), aplicar a pincel uma boa camada de xylofene. A segunda apresentou-me um orçamento a rondar os 600€, mas eu, estupidamente, assustada com a gravidade da situação, contratei a mais cara: a Rentokil Inicial, por 706€, que se apresentou com um produto super inovador e um modo de aplicação com tecnologia de ponta! Erro crasso!

    Uma das minhas preocupações tinha a ver com ir morar para a casa com 2 bebés, pelo que queria que o tratamento (muito nocivo) fosse a primeira 'obra' da casa. Assim foi! A aplicação correu lindamente, com afirmações peremptórias que o problema seria erradicado. Com rapidez, celeridade, eficiência... Que não valia a pena trocar o soalho muito afectado!

    Passado um ano, ou na estação seguinte, voltaram a aparecer buracos em todas as zonas anteriormente afectadas. Se isto tivesse acontecido no quarto muito afectado, não me surpreenderia . O que me surpreendeu é que não houve nenhum sítio em que não tivesse voltado a aparecer caruncho. (apareceu nas zonas que em que já havia buracos, agora betumados)

    Reclamei na primavera seguinte (não me vou estender em detalhes, para não causar aborrecimento). Durante vários meses não tive resposta. Ao fim de uns meses insisti e os técnicos vieram a minha casa para avaliar a situação. O problema é tão evidente que não é preciso ser técnico, nem especialista para identificar a presença do maldito caruncho em todo o lado. Mesmo assim tive que ouvir argumentos do género:

    'os carunchos (que apareciam mortos no chão e perto das janelas) poderiam ter vindo da rua' (claro! e entraram com tanta força que até furaram o chão!!)
    'alguns dos buracos que apareceram no chão, são antigos porque não têm serradura' (pois, eu aspiro... nem é muito, mas aspiro... e quando me mudei não havia nenhum buraco)
    'o betume pode ter saído dos buracos antigos' (afinal devo ter aspirado demais...)

    Ficou combinado apresentarem-me uma proposta. A proposta foi:tratar as zonas onde o caruncho voltou a aparecer (não a casa inteira, mas apenas os sítios onde apareceram buracos). Se não funcionou da primeira vez, que foi um tratamento integral e com a casa vazia (sem móveis, sem habitantes), não vejo como é que trabalhar aos remendos possa solucionar a situação... Por outro lado imaginam o que é a logística de esvaziar as divisões para afagar, tratar, voltar a envernizar, limpar o pó no fim disso tudo.... Claro que a Rentokil só se responsabiliza pela parte do tratamento.

    Assim, propus à rentokil o cálculo de quanto lhes custaria a intervenção e a devolução desse dinheiro (que no fundo seria uma indeminização para eu usar quando me for possível fazer mudanças, estar fora de casa, pagar um novo afagamento, envernizamento). Eu não pedi a devolução do que paguei!! Mas do que lhes custaria voltar a fazer o trabalho!

    Em alternativa, poderiam comprometer-se comigo a adiar a intervenção 1 ou 2 anos, pois é mesmo muito complicado afastar de casa duas crianças tão pequenas e eu prefiro um chão estragado, do que sujeitar os meus filhos (tão pequenos) à exposição deste tipo de produtos.

    Durante mais uns meses não tive resposta, até que, por engano, me ligaram para saber se tinha ficado satisfeita com a intervenção que tinham acabado de fazer (????).
    Está mesmo a ver-se que a organização e eficiência desta empresa só funciona na pré-contratação. Depois de feito o pagamento, é tudo uma grande confusão de emails, contactos, autoridade...

    Respondi que não e que, de resto, estava à espera da resposta à proposta que tinha feito.

    Voltaram a minha casa. Desta vez apanhei uns 30 ou 40 bichos que guardei num frasco. O chão tem ainda mais buracos do que no ano passado...

    Desta visita, voltaram a propor 'o tratamento das zonas afetadas'… Não se responsabilizam em nada pela restante logística (afagar o chão, envernizar, suportar custos relacionados com a necessidade de permanecer fora de casa, mudanças, limpeza do pó). Melhor! De repente este produto nem é assim tão tóxico e até podemos permanecer na casa... (deve ser por isso que os bichos não morrem). Eu tenho as fichas técnicas e neste ponto sinto que é uma ofensa à minha inteligência dizerem-me que o produto 'não tem cheiro' quando é classificado como 'mortal por inalação' ou 'muito nocivo quando inalado'. E querem sujeitar os meus filhos de 2 e 3 anos a isto? Daí preferir uma indeminização, que os carunchos, que eu saiba, não são assim tão nocivos... (para os curiosos, anexo a ficha técnica)

    A parte do trabalho que é mais cara e trabalhosa fica (pela segunda vez e porque o trabalho ficou mal feito) a cargo do cliente.

    Não sei se alguém me pode ajudar em relação a este problema. Deveria procurar apoio jurídico? A garantia do tratamento termina em Abril de 2016.

    De resto, espero que este desabafo ajude outras pessoas com o mesmo problema a não se deixarem deslumbrar por um website bonito e um discurso que só é célere e profissional antes de aparecerem os problemas. Se o problema for grave, provavelmente tanto faz ser uma empresa mais cara como mais barata. Talvez a aplicação por aspersão não seja tão vantajosa como o xylofene a pincel. Se pensarmos bem, só se poupa em quantidade de produto aplicado e isso é uma vantagem para a empresa e não para o cliente. E esta, que é cara, manifestou (até agora) ser um desastre na resposta à resolução de um problema, na coordenação das respostas, na ativação da garantia, no apoio ao cliente…

    Se voltasse atrás, teria tirado os tacos muito afectados e, no resto, teria aplicado xylofene a pincel no resto. Teria poupado, sobretudo, nas dores de cabeça.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: zed, bfcp
    •  
      FD
    • 22 julho 2015

     # 2

    Não consigo ajudar mas, "agradeço" o testemunho.
    Forneceu informação interessante para quem não estava por "dentro" do assunto.

    Em tempos, tive uma breve conversa com alguém que também fazia desinfestação.
    Dizia-me essa pessoa que o objectivo de muitas empresas era desinfestar mas, que não se preocupavam com muito além disso.
    Nos casos das baratas, por exemplo, o problemas não estava nas baratas, estava nos ovos e que, a não ser que se eliminassem (e encontrassem) esses, o problema nunca ficava resolvido - alguém poderia sugerir que seria no interesse dessas empresas mas, sei lá eu...
  2.  # 3

    Colocado por: FDNão consigo ajudar mas, "agradeço" o testemunho.
    Forneceu informação interessante para quem não estava por "dentro" do assunto.

    Em tempos, tive uma breve conversa com alguém que também fazia desinfestação.
    Dizia-me essa pessoa que o objectivo de muitas empresas era desinfestar mas, que não se preocupavam com muito além disso.
    Nos casos das baratas, por exemplo, o problemas não estava nas baratas, estava nos ovos e que, a não ser que se eliminassem (e encontrassem) esses, o problema nunca ficava resolvido - alguém poderia sugerir que seria no interesse dessas empresas mas, sei lá eu...


    acha!?!?! Naaaa...
 
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