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  1.  # 1

    Olá a Todos,

    Existe actualmente algum tipo de preocupação com a protecção sismica
    nas construções feitas em Portugal, nomeadamente ao nivel das moradias ?

    Acredito que exista legislação para o efeito, mas são realmente aplicados
    materiais e técnicas que minimizem os danos em caso de sismo, principalmente
    ao nivel das moradias, ou ninguem se preocupa muito com este tipo de coisas ?

    Surgiu-me a questão por ter estado a ouvir noticias sobre os terriveis acontecimentos
    de Italia... Acho que se nos acontecer a nós, iremos sofrer da mesma forma, ou estarei enganado ?

    Obrigado.
  2.  # 2

    Pela aderência ao tópico, devo considerar que poucas ou nenhumas preocupações há com
    a protecção sismica no nosso pais ? ....

    De qualquer forma, há movimento na área : Artigo
  3.  # 3

    Ainda não á muitos anos (98) houve um sismo de magnitude considerável nos Açores. A maior parte das casas, incluíndo casas recentes caíram por completo. Acho que pelo menos lá agora constroi-se atendendo à natureza sismica do local!
  4.  # 4

    Colocado por: afariaAinda não á muitos anos (98) houve um sismo de magnitude considerável nos Açores. A maior parte das casas, incluíndo casas recentes caíram por completo. Acho que pelo menos lá agora constroi-se atendendo à natureza sismica do local!


    Eu gostava de conhecer o que é que difere ou tem de diferir nas nossas construções para
    que sejam mais resistentes a abalos.
    Não estou dentro da área, mas sou curioso e se os principios da fisica se aplicarem, diria que
    as nossas casas teriam de passar a ser 'mais flexiveis', para nao 'partirem' com as oscilações ...

    Mas como é que se faz uma casa 'mais flexivel' ? O que é que muda ?

    Cumps
  5.  # 5

    Boas

    Facto:
    - A contabilização dos efeitos dos sismos nas estruturas é regulamentada pelo REGULAMENTO DE SEGURANÇA E ACÇÕES PARA ESTRUTURAS DE EDIFÍCIOS E PONTES, aprovado pelo Dec.-Lei nº 253/83, de 31 de Maio. Todos os projectos estruturais devem prever o efeito das acções sísmicas, sem o que não estarão de acordo com a a lei.
    Opinião pessoal:
    - Na realidade, e uma vez que ninguém fiscaliza os projectos de estrutura, fica nas mãos do técnicos de estruturas a consideração (ou não) destes efeitos; quero crer que estes não facilitam, mas....
    Mais ainda: o projecto pode estar muito bem feito, mas se não houver a devida fiscalização na obra, fica nas mãos de quem executa.
    Posto isto, apetece-me dizer: é como em tudo na vida, vai depender sempre das pessoas envolvidas.

    Cumps

    José Cardoso
  6.  # 6

    As estruturas de TODOS os edifícios (incluindo moradias, e os respectivos telhados - esta é para o CIMENTO) deveriam cumprir o Regulamento, o qual prevê abalos sísmicos (abanos horizontais).

    Quando se diz que as estruturas para não partirem têm de ser flexíveis, tem limites.
    O betão armado É um material flexível.
    E garanto-vos que no último piso do prédio onde eu moro (27.º), aquilo abana mesmo durante um tremor de terra.
    Aliás, o «meu» prédio aumenta e diminui uns 3cm entre o Verão e o Inverno.

    Por outro lado, para além de ser um material moldável, o betão armado tem extraordinárias qualidades de resistência mecânica (compressão e tracção), que se mantêm uniformes durante muitos anos.

    Nos prédios mais recentes, a aplicação do regulamento nota-se na dimensão das vigas de bordadura. No fundo, estas vigas servem para evitar que o conjunto de pórticos+lages se desconjunte.
  7.  # 7

    Colocado por: Luis K. W.As estruturas de TODOS os edifícios (incluindo moradias, e os respectivos telhados - esta é para o CIMENTO) deveriam cumprir o Regulamento, o qual prevê abalos sísmicos (abanos horizontais).

    Quando se diz que as estruturas para não partirem têm de ser flexíveis, tem limites.
    O betão armado É um material flexível.
    E garanto-vos que no último piso do prédio onde eu moro (27.º), aquilo abana mesmo durante um tremor de terra.
    Aliás, o «meu» prédio aumenta e diminui uns 3cm entre o Verão e o Inverno.

    Por outro lado, para além de ser um material moldável, o betão armado tem extraordinárias qualidades de resistência mecânica (compressão e tracção), que se mantêm uniformes durante muitos anos.

    Nos prédios mais recentes, a aplicação do regulamento nota-se na dimensão das vigas de bordadura. No fundo, estas vigas servem para evitar que o conjunto de pórticos+lages se desconjunte.

    Lá está o Cimento à baila:)

    Caro Luis, qual a entidade que faz cumprir esse regulamento ? Na papelada toda da casa, onde posso ver se esta situação foi cumprida ?É que não quero acreditar que o regulamento não foi cumprido e que ninguém inspeccionou e até prova em contrário, para todos os efeitos o telhado e estrutura oferecem as condições de segurança exigidas por lei.

    Agora estou com a pulga atrás da orelha e quero esclarecer isto...
  8.  # 8

    Colocado por: j cardosoOpinião pessoal:
    - Na realidade, e uma vez que ninguém fiscaliza os projectos de estrutura, fica nas mãos do técnicos de estruturas a consideração (ou não) destes efeitos; quero crer que estes não facilitam, mas....
    Mais ainda: o projecto pode estar muito bem feito, mas se não houver a devida fiscalização na obra, fica nas mãos de quem executa.
    Posto isto, apetece-me dizer: é como em tudo na vida, vai depender sempre das pessoas envolvidas.
    Caro José Cardoso,

    Creio ser relativamente fácil, até para um mais-ou-menos leigo fiscalizar se uma obra está ser executada de acordo com o projecto aprovado (*).
    Mas, tal como o CIMENTO, gostaria de saber a quem nos devemos dirigir se suspeitarmos que o projecto de estabilidade não está correcto, está incompleto, e poderá pôr em causa a segurança do edifício?

    Luís
    (*) Há coisas que são tão flagrantes que até arrepia. A mim já me aconteceu aperceber-me que, num mesmo edifício, ao nível da cave (e por cima eram dois pisos de armazém de PAPEL!!):
    - faltava uma viga (!);
    - os pilares centrais tinham 1/4 da área prevista no projecto;
    - as fundações tinham 1/8(!!!!) do que estava previsto.
    Aquilo não caiu, mas apresentava umas rachas na fachada mais do que suspeitas.
    A minha empresa foi contratada para - de urgência - reforçar a estrutura.
    Na minha opinião, se não tivessemos reforçado a estrutura, no dia em que aquilo ruísse (porque IRIA RUIR), seria tão rápido que ninguém teria tempo para fugir.
    Recomendei ao Dono do Edifício que denunciasse o construtor, o engenheiro responsável e o engenheiro que fez a fiscalização, às autoridades, mas acharam que não valia a pena...
  9.  # 9

    Luis.
    Desculpe mas não concordo consigo quando diz que é relativamente fácil, até para um mais-ou-menos leigo fiscalizar se uma obra está ser executada de acordo com o projecto aprovado.
    O cidadão comum não precebe nada de projectos e muito menos sabe ler um desenho (nem tem que saber)
    As câmara municipais não tem que verificar os projectos de especialidade
    Perdoem-me os bons arquitectos mas tenho encontrado muitos que não conseguem fiscalizar uma estrutura pois não sabem ler um projecto de betão mesmo tendo assumido a direcção técnica da obra.
    Como todos sabemos a maioria dos nossos directores técnicos (engenheiros) nem sequer sabe onde é a obra limitando-se a subcrever o livro de obra e o termo final.
    Ora neste panorama quem garante ao dono de obra que a obra está a ser construida de acordo com o projecto?
    Ninguem!
    E se houver um sismo?
    Rezemos para que o dono de obra nesse dia tenha ido fazer um piquenique com a familia a um descampado...
    •  
      FD
    • 15 abril 2009

     # 10

    Quando houver um terramoto a gente fala disto.

    :D

    Há por aí muitos profetas da desgraça, e até que algo aconteça, ninguém lhes liga muito - é genético.
    Lembro-me por exemplo do Excelentíssimo Gonçalo Ribeiro Telles. Muito o homem fala dos caneiros e demais relacionados e ninguém lhe liga, até um dia...
    Não se viu o que aconteceu em Foz Côa? Uns malucos diziam que aquilo não tinha sustentabilidade, a situação arrastou-se anos até que um dia...

    Com os sismos é a mesma coisa, até o dia... em que tectos caiam na cabeça de quem assobia para o lado.
  10.  # 11

    Colocado por: FDQuando houver um terramoto a gente fala disto.

    :D

    Há por aí muitos profetas da desgraça, e até que algo aconteça, ninguém lhes liga muito - é genético.
    Lembro-me por exemplo do Excelentíssimo Gonçalo Ribeiro Telles. Muito o homem fala dos caneiros e demais relacionados e ninguém lhe liga, até um dia...
    Não se viu o que aconteceu em Foz Côa? Uns malucos diziam que aquilo não tinha sustentabilidade, a situação arrastou-se anos até que um dia...

    Com os sismos é a mesma coisa, até o dia... em que tectos caiam na cabeça de quem assobia para o lado.



    É precisamente isto que acho que acontece no nosso país ...
    Ha regulamento e tal, mas ninguem liga muito, porque afinal no nosso Pais isso nem acontece muito ...
    Facilita-se e depois um dia há azar ...

    Ficar sem casa é talvez, das piores situações da vida logo a seguir morrer alguém muito próximo...
    E num sismo, podem acontecer as duas coisas ao mesmo tempo.... É a vida completamente arruinada.

    Vejam o caso de Itália ...
  11.  # 12

    O problema começa nos Donos de obra que não exigem trabalhos de qualidade sejam eles projectos ou a propria obra.
    Continua nas cãmara que tendo conhecimento de muitas "alarbidades" cometidas por técnicos não comunicam ás respectivas ordens nem aplicam sanções.
    Termina nas ordens que aquando de uma queixa contra um seu membro muito raramente fazem aquilo que deveriam fazer que era limpar o trigo do joio.
  12.  # 13

    Colocado por: zedasilvaO problema começa nos Donos de obra que não exigem trabalhos de qualidade sejam eles projectos ou a propria obra.
    Continua nas cãmara que tendo conhecimento de muitas "alarbidades" cometidas por técnicos não comunicam ás respectivas ordens nem aplicam sanções.
    Termina nas ordens que aquando de uma queixa contra um seu membro muito raramente fazem aquilo que deveriam fazer que era limpar o trigo do joio.


    Discordo completamente.

    Quando compra pão, vai questionar o padeiro se o fez como deve ser ? A não ser que o próprio seja padeiro e tenha conhecimentos para tal.

    Isto para dizer que o dono da obra se não percebe nada do assunto, à partida assume que quem a realiza e fiscaliza estará a efectuar como deve ser, não podendo exigir que se faça uma coisa de determinada maneira, que não sabe como se faz.
  13.  # 14

    O problema não está bem só nas câmaras, mas sim também em quem faz o projecto em quem o aprova, e depois em quem o executa.
    É um problema de consciência (apesar da legislação em vigôr).
    Todos sabemos que existem pessoas mais conscienciosas (gostam de dormir descansados), menos conscienciosas (não dormem descansados e sabem disso) e os que não têm qualquer tipo de consciência (aqueles que esticam a mão e olham para o lado, e não querem saber de mais nada depois de receberem o deles).

    Agora até poderia haver mais alguma fiscalização, uma vez que as obras não são tantas como isso, e embora as câmaras devessem ter um papel mais activo e preventivo sobre estas e outras situações, estas limitam-se mais a cobrar taxas e sobretaxas (aquilo que lhe dá realmente dinheiro), e a exigir determinados pagamentos para deixarem construir, estou a lembrar-me de uns edifícios que foram construídos em Paço D´Arcos, que a câmara exigiu ao construtor para lhe passar a licensa de construção, que ele pagasse um determinado valor, que se destinava a comparticipar aquele mamarracho apelidado de metro de superfície, que haverá qualquer dia de ligar Paço D´Arcos ao Tagus Park. Esse valor não sei como foi pago, se por fora ou com factura, mas o que é certo é que quem comprou apartamentos nesses prédios, pagou mais porque, teve de pagar aquilo que o construtor foi obrigado a pagar pela linha que agora vai até ao Oeiras Shopping.
    E como as câmaras estão preocupadas em angariar verbas, porque as que recebem ao que parece são manifestamente curtas, logo algo ficará para trás, se houver azar eles sacodem sempre a água do capote, e como de costume cai sempre no desgraçado do mais pequenino.

    Cumps
    Estas pessoas agradeceram este comentário: cruzie
  14.  # 15

    Cimento
    Até concordo consigo quando o dono de obra não percebendo nada do assunto exige que o seu fiscal ou o director técnico da obra fiscalize realmente a obra.
    Já não concordo qd o Dono de obra não precebendo nada do assunto deixa que a sua obra seja construida sem qualquer tipo de controlo e no fim ainda bem dizer todo contente que consegiu construir a 500€ o m2 e que aqueles que dizem que é impossivel construir com qualidade a esse preço não passam de especuladores.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pauloss, Luis K. W.
  15.  # 16

    Colocado por: zedasilvaCimento
    Até concordo consigo quando o dono de obra não percebendo nada do assunto exige que o seu fiscal ou o director técnico da obra fiscalize realmente a obra.
    Já não concordo qd o Dono de obra não precebendo nada do assunto deixa que a sua obra seja construida sem qualquer tipo de controlo e no fim ainda bem dizer todo contente que consegiu construir a 500€ o m2 e que aqueles que dizem que é impossivel construir com qualidade a esse preço não passam de especuladores.
    Estas pessoas agradeceram este comentário:Pauloss,Luis K. W.


    Só uma pergunta

    E como é que o dono da obra controla a construção ?
  16.  # 17

    Só uma pergunta
    E como é que o dono da obra controla a construção ?

    Com uma eficiente fiscalização e com a responsabilização de todos os intervenientes em obra.
  17.  # 18

    Colocado por: zedasilvaSó uma pergunta
    E como é que o dono da obra controla a construção ?

    Com uma eficiente fiscalização e com a responsabilização de todos os intervenientes em obra.


    É uma resposta "circular".

    Como é que o dono da obra sabe se a fiscalização está a ser eficiente, e como é que pode responsabilizar quem quer que seja por algo que não sabe se está bem feito ou bem fiscalizado ? Só depois dos problemas acontecerem ?
  18.  # 19

    Como é que o dono da obra sabe se a fiscalização está a ser eficiente?

    Não sabe tem que confiar como confia no cozinheiro do restaurante onde vai almoçar

    como é que pode responsabilizar quem quer que seja por algo que não sabe se está bem feito ou bem fiscalizado?

    Com os termos de responsabilidade desses técnicos para os poder responsabilizar por um trabalho que deveriam ter feito e não fizeram como responsabiliza o restaurante quando apanha uma intoxicação alimentar.
  19.  # 20

    Colocado por: zedasilvaComo é que o dono da obra sabe se a fiscalização está a ser eficiente?

    Não sabe tem que confiar como confia no cozinheiro do restaurante onde vai almoçar

    como é que pode responsabilizar quem quer que seja por algo que não sabe se está bem feito ou bem fiscalizado?

    Com os termos de responsabilidade desses técnicos para os poder responsabilizar por um trabalho que deveriam ter feito e não fizeram como responsabiliza o restaurante quando apanha uma intoxicação alimentar.


    Ok...

    Mas a ideia é responsabilizar e detectar antes de acontecerem os problemas, pelo menos é isso que eu quero
 
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