Colocado por: ramos1999
pois sabe quantas claras são precissas para fazer 25 gramas de poteina que è o mesmo de um desses batidos?
Efeitos Adversos dos Suplementos Alimentares Ergogénicos
Introdução
O uso de suplementos alimentares deve-se na maioria dos casos a tentativa de melhorar a performance física, aumentar a massa muscular, reduzir a quantidade de gordura corporal, definir e linear o corpo, aumentar ou perder peso, sendo utilizados na população em geral e entre os militares. O principal objetivo deste artigo é indagar a eventual necessidade de suplementos nutricionais e quais os efeitos secundários que advêm do seu consumo.
O presente estudo visa esclarecer quais os suplementos mais frequentemente utilizados, benefícios e malefícios do seu uso individual ou da combinação destes com outros suplementos ou medicação. Os principais grupos alvo deste estudo serão os suplementos termogénicos, como é o caso da efedra e efedrina, das xantinas, do ginseng, do yohimbine e dos diversos suplementos proteicos.
Suplementos estimulantes
A utilização de estimulantes para fins ergogénicos, ou seja, para melhorar o desempenho físico, já é conhecida e utilizada há vários anos. Nas últimas duas décadas têm-se realizado diversos estudos de performance e de riscos inerentes à sua utilização. Dentro desta classe existem inúmeros produtos, nomeadamente as anfetaminas, a efedrina, pseudo-efedrina, xantinas, entre outros. Aqui serão desenvolvidos mais profundamente os últimos três, visto estes serem os mais vulgarizados e mais facilmente disponíveis.
Derivados da planta Ephedra
A efedrina e a pseudoefedrina são substâncias com estrutura química semelhante às anfetaminas , possuem características simpaticomiméticas e são derivadas de plantas do género Ephedra, utilizada há séculos na medicina chinesa. Estudos realizados indicam que alguns indivíduos apresentam um decréscimo da massa corporal após a sua ingestão destas substâncias a curto prazo, sendo esta moderada , não existindo consenso no que toca ao aumento do desempenho físico . No caso da pseudo-efedrina, os últimos estudos realizados referem uma melhoria do desempenho físico, nomeadamente ao nível do trem inferior1, e função pulmonar1 . No que toca a perda de peso, a maioria dos estudos refere uma perda de peso média de 2 libras (cerca de 900 gramas) por mês, contudo os resultados são discutíveis devido à curta duração destes (6 meses, mas deveriam ter pelo menos 12 meses de duração) .
A utilização destas substâncias possui como possíveis riscos alterações de ordem psiquiátrica como ansiedade, alucinações e psicoses, de natureza cardiovascular, como hipertensão, taquicardia, arritmia, ataque cardíaco, acidente isquémico transitório, acidente vascular cerebral, hemorragia cerebral, paragem cardíaca e morte, estão descritos ainda dor abdominal, diarreia, vómitos, cefaleias1, , entre outras, manifestando-se cerca de metade destes eventos em populações com idades inferiores a 30 anos5.
Devido ao seu perfil perigoso, ambas estas substâncias foram banidas por várias entidades, como é o caso da U.S. Food and Drug Administration , da Agência Mundial Anti-Doping , , do Brasil2, entre outras instituições estrangeiras.
Xantinas e derivados
Pertencem a este grupo uma série de substâncias, de onde destaco as metilxantinas como é o caso da cafeína, teofilina e teobromina. Estas estão presentes no chá verde, preto, café, chocolate e guaraná.
Efeitos secundários da teofilina:
Os efeitos adversos caracterizam-se por náuseas, vómitos, taquicardia, arritmias, tremores e agitação psicomotora, em casos extremos pode levar a crises convulsivas, alucinações, fibrilação atrial, taquicardia supra e infraventricular, fibrilação ventricular e rabdomiólise. Na maioria dos casos estes efeitos aparecem relacionados com sobredosagem .
Efeitos secundários da cafeína:
Os efeitos adversos desta substância são convulsões, ansiedade, irritabilidade, insónia, alterações gastrintestinais, taquicardia, dependência, acidentes vasculares cerebrais, e morte súbita , , . Estas situações surgem, na maioria dos casos, associadas a sobredosagem, não se verificando, em regra, com doses pequenas em pessoas saudáveis. 13 O ideal é não ultrapassar os 200mg/dia de cafeína por dia.
Outras
Ginseng
As descrições dos efeitos adversos variam entre desprezíveis a problemas de saúde importantes, cujo paradigma é a síndrome de abuso de ginseng, caracterizada por diarreia matinal, hipertensão, rashes, insónia e irritabilidade12. Existem ainda outros efeitos como é o caso de cefaleias (dores de cabeça), hemorragias vaginais, vertigens, síndrome de Stevens-Jonhson e agranulocitose (diminuição ou paragem na produção de um determinado tipo de células imunitárias), sendo que alguns destes efeitos são devido, possivelmente, às substâncias utilizadas no processamento desta planta.13
Yohimbine
Utilizada para aumento de energia, do metabolismo e da resistência física. Possui como efeitos adversos hipertensão com doses baixas e hipotensão com doses altas, taquicardia e por fim, morte13.
Ação conjunta das diversas substâncias estimulantes
Tendencialmente verificou-se que para atingir os objectivos ergogénicos anteriormente referidos, existe o comportamento de combinar as substâncias descritas anteriormente. Vários dos efeitos secundários descritos apareceram com o uso das seguintes substâncias: ginseng, guaraná, gengibre6, cafeína e aspirina.
Estas combinações procuram atingir determinados objetivos, como por exemplo a utilização da cafeína com efedrina visa a perda de peso5, as quais são por vezes é adicionada também a aspirina. O uso combinado destes suplementos aparentemente potencia o seu risco individual. Assim, na literatura encontramos descritos como efeitos secundários desta combinação um leque mais abrangente de efeitos secundários, estando descritos para além dos efeitos adversos de cada substância, outros sintomas associados, como insónia, tremores, cefaleias e problemas gástricos.
Bebidas energéticas
Para além das associações descritas anteriormente, as quais incorporam parte de suplementos alimentares, existe ainda outra forma de combinação de diversos componentes visando o aumento da performance física. As bebidas energéticas são um exemplo prático disso. Estas possuem uma série de substâncias como guaraná, noz de cola, erva-mate, cacau, taurina, diversas vitaminas, açucares, entre outras. Predominantemente possuem uma concentração relativamente alta de xantinas e metilxantinas.
A literatura internacional descreve vários problemas relacionados com a combinação destas substâncias, encontrando-se descritas náuseas, vómitos, dor abdominal, lesão hepática, insuficiência renal, problemas respiratórios, agitação, convulsões, psicoses, rabdomiólise, taquicardia, disritmias cardíacas, hipertensão, insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocardio e morte. 13, ,
As bebidas energéticas encontram-se atualmente proibidas em alguns países, como é o caso da Dinamarca e Uruguai, existindo outros em que a venda destas é restrita, tendo inclusivamente algumas sido retiradas do mercado, como é o caso da Austrália, da Turquia e em alguns estados da Alemanha19.
Suplementos Proteicos
Creatina
É o suplemento nutricional mais popular no mercado, utilizado por cerca de 41 a 48% de atletas masculinos, é sintetizada no fígado, pâncreas e rim, sendo armazenada no sistema músculo-esquelético. Como fontes exteriores verifica-se a sua presença no peixe e na carne fresca. Quando fosforilada contribui para a formação de adenosina trifosfato e indiretamente para a realização de exercício anaeróbio.
A relação da ingestão desta no desempenho físico, é ainda inconclusiva, contudo existem artigos que demonstram uma ligeira melhoria do desempenho físico, encontrando-se descrito por alguns autores um aumento do número de repetições nos exercícios realizados pelos halterofilistas e manutenção da força e potência muscular nos ciclistas. Na corrida existem estudos que referem um aumento mínimo do desempenho físico, na ordem dos 1 a 2% no tempo de sprint, enquanto outros negam esse facto.
Em relação à composição corporal, esta contribui para um aumento de peso e a massa magra ou livre de gordura20 enquanto outros referem que um treino de resistência bem estruturado em atletas de nível elevado também permite, de forma eficaz, o aumento de massa magra. .
O efeito de aumento de massa muscular dever-se-á provavelmente á retenção de água devido ao aumento de creatina diretamente ou indiretamente pelo aumento do glicogénio (cada grama de glicogénio é acompanhada por 2 a 3g de água) ou devido, apenas, ao aumento da matéria seca muscular-proteínas e do glicogénio.
Os efeitos musculares da creatina são discutíveis, aparentemente reduzem a degradação proteica . Em situações agudas a creatina não possui efeitos anabólicos concretos, sendo o exercício e a alimentação os estímulos que conduzem à síntese proteica.
Em suma, e embora inda controverso, a creatina parece ser um ergogénico eficaz para eventos anaeróbios simples, de curta duração e de esforço intenso20.
Efeitos adversos:
Estes são vários e atualmente encontram-se ainda em investigação. Como efeitos negativos potenciais podemos referir a excreção de substâncias citotóxicas, dano vascular, complicações diabéticas e nefropatia .
Estudos em animais, nomeadamente ratos, demonstram que a utilização de creatina em períodos entre 4 e 8 semanas provoca alterações patológicas nos rins e fígado em animais sedentários , contudo estas alterações ainda não se encontram descritas com resultados semelhantes na espécie humana.
Nos casos de patologia renal prévia ou de sobredosagem de creatina estão descritos episódios de lesão renal , , , como é o caso da necrose tubular aguda . Existe ainda a suspeita que poderá ainda estar relacionado com rabdomiólise29.
Não deve ainda ser consumido por pessoas com risco de doença renal: hipertensão, diabetes e redução da taxa de filtração glomerular
Estão descritos também casos de alterações gastrintestinais como diarreia cuja causa provável é devido a alterações de osmolaridade , devido à natureza proteica desta substância.
Outra situação independente das descritas é o grau de pureza da creatina, visto esta depender do tipo de creatina adquirida, a ausência deste controlo representa um potencial risco para a saúde.
Devido aos fatos supracitados existem múltiplos artigos que recomendam vigilância médica, , .
Arginina
A arginina é um aminoácido produzido normalmente pelo nosso organismo, encontrando-se também em diversos alimentos, este é transformado em óxido nítrico, o qual possui uma ação vasodilatora. Este aminoácido tem sido estudado ultimamente por potenciais aplicações terapêuticas, nomeadamente a nível cardiovascular , .
A sua aplicação em contexto desportivo visa aumentar o desempenho físico, alegadamente devido a um aumento do aporte de sangue para os músculos e consequentemente um aumento de nutrientes e de oxigénio, contudo existem estudos que negam a verdade deste factos.
Efeitos secundários:
Os efeitos adversos da ingestão desta substância variam imenso, sendo a diarreia um dos efeitos secundários mais descritos, devido possivelmente à sobrecarga de aminoácidos no trato digestivo. Existem outro tipo de efeitos, tais como respostas alérgicas, agravamento de infeções herpéticas, hipotensão, enfarte (descritos em populações mais envelhecidas e com algumas doenças de base) , pancreatite aguda e aumento do risco de hemorragia
L-Carnitina
Esta é um aminoácido envolvido na B-oxidação dos ácidos gordos, é utilizada para estimular o metabolismo das gorduras e aumentar a resistência. Como efeitos secundários estão descritas náuseas, vómitos, dores abdominais e diarreia e convulsões.
Conclusões
A não regularização deste tipo de substâncias permite em primeiro lugar a utilização de substâncias que não são isentas de risco, a qual adicionada á fácil acessibilidade permite o abuso destas e consequentemente o aumento dos seus efeitos nocivos. A utilização indiscriminada deste tipo de substâncias isoladamente ou combinada a outro tipo de suplementos ergogénicos de carácter mais nocivo, como é o caso dos esteroides anabolizantes, apresenta um risco para a saúde bastante elevado, podendo em ultima instância levar à morte.
Outra situação é o desequilíbrio nutricional que advém de uma nutrição rica em proteína em deterioramento de outros alimentos como é o caso dos hidratos de carbono.
A título de conclusão esta área necessita ainda de muitos estudos de forma a se obterem resultados mais fiáveis e com métodos devidamente padronizados e de observações/experiências de longa duração.
Colocado por: ramos1999
o mais engraçado no meio disso tudo é que quem tem o lobbi do leite também tem o lobby da soja ou seja o consumidor vai acabar por consumir soja e depois la vão dizer daqui a 20 anos que é tudo para encher as grandes empresas
Colocado por: A. Madeira"Intolerância ao leite é moda"
Isabel do Carmo em entrevista ao DN.
Leia aqui:http://www.dn.pt/sociedade/interior/intolerancia-ao-leite-e-moda-4977310.htmlConcordam com este comentário:becas
Colocado por: valtores
Isso tem a ver com intolerância a lactose e não ao lobbie dos leites.
Colocado por: becasCresci numa zona onde, até à entrada de Portugal na CEE, toda a gente tinha 2 ou 3 vacas de leite no curral, era uma forma de compor o magro orçamento. Nos terrenos do meu avô foi construída a primeira ordenha pública da aldeia e todos os dias eu lá ia buscar leite para casa. Conheci explorações um pouco maiores, com ordenhas próprias. Nunca vi maus tratos aos animais.
Colocado por: becasBem bastam as gerações de crianças (hoje adultos de 60 ou 70) que não tiveram acesso ao leite nem a qualquer outra proteína de qualidade.Uma realidade que muitos jovens de hoje desconhecem, mas que a minha geração não esquece. Bem-haja ( à boa maneira beirã) pela sua partilha de ideias e conhecimentos.
Colocado por: valtores
não são estes os 99% de pacotes de leite que se vendem nos supermercados.
se fosse esse o leite que todos nós bebemos, metade destas questões nem se levantavam.