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  1.  # 1

    Bom dia,

    muito se pode ler sobre os problemas da Alta de Lisboa, mas a maior parte da informação que encontrei tem vários anos já.

    Neste momento de considerável inflação nos preços imobiliários em Portugal, as casas na alta de lisboa (algumas pelo menos) continuam a ser vendidas a preços competitivos.

    A minha questão seria no sentido de recolher feedback de quem tem experiência em primeira mão, de quem efectivamente vive na alta de lisboa, sobre como é viver lá, e se os problemas de integração social foram melhorados.

    Obrigado
  2.  # 2

    Eu conheço umas pessoas que vivem lá, já lá fui várias vezes à zona e parece-me agradável. Tem espaços verdes muito agradáveis, algum comércio, bons acessos. Alguns empreendimentos ficarão mais resguardados de zonas menos recomendáveis.
  3.  # 3

    O código postal pode dizer 'Lisboa' mas aquilo não passa de um suburbio, com tudo o que de bom e mau isso trás.
    Concordam com este comentário: JotaP
  4.  # 4

    O enfâse da questão prende-se com as questões de segurança da zona, não com considerações pessoais sobre o mérito urbanistico
  5.  # 5

    Quais os patamares que pretende ver preenchidos para chamar de zona segura?

    Há furtos de residência como em qualquer zona média-alta-recente. Roubos na via pública como em qualquer zona com bairros problemáticos perto. Cruza-se com gente feia mais regularmente, conforme trajecto ou zona que escolher.

    Se é impeditivo de recusar um bom negócio? Penso que não.
    Concordam com este comentário: RJAS1972, Slavik
    Estas pessoas agradeceram este comentário: mlashcorp
  6.  # 6

    Trabalho relativamente perto e, do que tenho visto nestes 12 anos, nem dado que morava lá.

    Sei que estou a generalizar mesmo muito porque gente boa e má há em todo o lado, mas é realmente assim.
  7.  # 7

    O que é a Alta Lisboa?
  8.  # 8

    Colocado por: LuisPereiraO que é a Alta Lisboa?


    http://sgal.altadelisboa.com/altadelisboa/projecto/
    Estas pessoas agradeceram este comentário: LuisPereira
  9.  # 9

    Colocado por: Obras em casaTrabalho relativamente perto e, do que tenho visto nestes 12 anos, nem dado que morava lá.

    Sei que estou a generalizar mesmo muito porque gente boa e má há em todo o lado, mas é realmente assim.


    Podia dar exemplos concretos?
  10.  # 10

    "Pessoalmente não gosto nada dessa zona. Os apartamentos creio que até são decentes e tem boas zonas verdes, mas aquilo é um dormitório puro e duro. Uma vez precisei de um restaurante na zona e vi-me grego, a coisa mais decente que encontrei foi o buffet do Parque das Conchas. Comércio e serviços é muito escasso, tem de se ir para a periferia da "Alta", tipo Lumiar, Telheiras, Ameixoeira.
    A parte pior são mesmo os bairros muito manhosos com que faz vizinhança.
    Mas é como tudo, conheço quem lá viva há anos e não se queixa. Tirando o pequeno pormenor de se ter recusado a meter os filhos nas escolas da zona e ter arranjado subterfúgios para meter os filhos numa escola de uma zona mais "decente".
    Pessoalmente, numa lógica de mero investimento ou para viver lá 3 ou 4 anos, até arriscaria. Para uma coisa mais a longo prazo só mesmo se me trouxesse vantagem em termos de poupar tempo nos trajetos para o emprego, pois tenho ideia que bairros com aquela razão qualidade de vida/preço é mato nos arredores de Lisboa."

    Retirado de: https://forumdacasa.com/discussion/49262/jovens-a-procura-de-credito-com-100-financiamento-e-possivel/?Focus=1085590#Comment_1085590
  11.  # 11

  12.  # 12

    Colocado por: Carvaihttps://www.publico.pt/2017/06/13/local/noticia/na-alta-de-lisboa-sao-as-novas-casas-o-embrulho-dos-velhos-problemas-1773503
    Concordam com este comentário:Obras em casa,mhpinto
    Estas pessoas agradeceram este comentário:mlashcorp

    Ótimo artigo. Daquilo que conheço, que é de passar lá de vez em quando e por falar com quem lá vive, parece ser na mouche, principalmente a parte da falta de equipamentos e espaço comerciais e de que só os "pobres" é que frequentam as escolas da zona :\
  13.  # 13

    E o comércio que se aguenta é na zona do bairro social. O resto tem que fechar cedo porque vira alvo fácil.
  14.  # 14

    "“Estas pessoas, que tinham na rua o seu espaço social, foram colocadas em gavetas com duas portas. A pagar contas. A ter responsabilidades. Claro que têm condições, mas não houve uma preparação para que aprendessem a habitar edifícios, (...) A socióloga insiste “numa verdadeira inclusão” dos moradores: a mistura dentro do mesmo edifício."

    Continua-se a sonhar em vez de se aceitar a realidade como é e encontrar soluções reais para pessoais reais. Se já é por vezes difícil conviver com pessoas que não passaram por aquela realidade, como seria numa situação dessas? Quantos estariam dispostos a investir as suas poupanças numa habitação nestas condições?
  15.  # 15

    A habitação teria que ser dada ou fortemente subsidiada, entre outras coisas.
  16.  # 16

    Ainda hoje não entendo como o meu pai passou de uma infância de fome e descalço, para uma vida de 42 anos na mesma empresa, a viver em quartos de pensão e se habituou a uma casa decente...deve ser um sobredotado, coisa que estas gentes pelos vistos não são.
    Concordam com este comentário: Jpires76, RJAS1972, LMGuerreiro
  17.  # 17

    E a educação era a mesma?
  18.  # 18

    Era sozinho à sorte dele desde os 4 anos de idade.

    Os valores inatos é que eram outros... Cultura de um povo e país... Não sei explicar mas se diferenciar sou acusado de nomes feios..
  19.  # 19

    Colocado por: JotaPEra sozinho à sorte dele desde os 4 anos de idade.


    Assim deixam de te levar a sério...
    • JotaP
    • 23 junho 2017 editado

     # 20

    Colocado por: marcoaraujo

    Assim deixam de te levar a sério...


    E então?

    A irmã do meu pai, 3 anos mais velha, ficava a olhar pelo irmão (pouco após o nascimento), portanto tendo ela 3 anos apenas, enquanto a minha avó se ausentava por longos periodos para cuidar da horta ou o que fosse.

    Foi há quase 60 anos atrás... a noção de riscos e a pobreza eram outras.

    Sim, o meu pai até ter idade escolar andava pelas ruas da aldeia e ficava com o pão no bolso, quando havia. Na hora de almoço a minha avó vinha do campo e dava oque havia para comer. Invariavelmente sopa e batatas.
    O meu pai teve o primeiro calçado novo aos 10 anos de idade. Aos 10 ou 11 deixou a primária e foi trabalhar nos campos com o pai e aos 14 anos veio sozinho para Lisboa, onde um "senhor rico da aldeia" era administrador numa multinacional e lhe deu um emprego como aprendiz de mecânico.

    Com 14 anos alojou-se na casa de conhecidos da aldeia que por cá viviam e em pensões. Dito pela minha avó, o dinheiro do ordenado inicial do meu pai não pagava o custo do quarto dele, tendo a minha avó que lhe enviar algum dinheiro.

    As pessoas não levam a sério porque desconhecem muito do que gente de bem passou.

    Abrimos as portas na ressaca do 25 de Abril e acham que os que têm outra cor e costumes são os únicos que sofreram e como tal têm desculpa para tudo...

    Um aparte sobre este tema e misturando com casas e afins - no outro dia passei em Dona Maria, aldeia junto a Caneças e existe lá um condominio fechado de moradias - cá fora até um Peugeot 205 vi.. 3km mais acima, Casal de Cambra, Bairro (social) da Bósnia - BMWs, Mercedes, Audis... Isto é que não consigo levar a sério!
    Concordam com este comentário: Slavik
 
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