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  1.  # 101

    Quer queiramos quer nao, se queremos algum verde no nosso pais, o estado (todos nos) teremos de pagar para tal. Ja o disse ha uns anos e continuo a afirmar. Um dia la chegaremos a nao ser que se encontre algum tipo de cultura minimamente rentavel para proporcionar o cultivo e a limpeza dos terrenos.

    E alguem mais atras deu a ideia do estado/autarquias ter equipas de limpeza, acho que e das melhores solucoes que tem sido advogada. Afinal de contas tambem se paga a seguranca do orcamento de estado ou nao? E bombeiros profissionais? E...? E...? Enfim, a ideia de que uns estariam a pagar para os outros nao e diferente, apenas nao estamos habituados a ideia. Tendo em conta que o estado detem muito pouco de floresta e mesmo essa foi das que mais ardeu neste ultimo ano, considerem que fica mais em conta pagar aos proprietarios para manterem os espacos do que os terrenos reverterem a favor do estado.

    Ha outro tema que me leva a reforcar a ideia que mais dia menos dia teremos mesmo de pagar (e bem no meu entender) a quem detem terrenos para que ali as arvores crescam. Ja viram a falta de agua que existe no pais? Entao nao era preferivel subsidiar os proprietarios dos terrenos de nmodo a que os mesmos mantenham os terrenos com especies economicamente inviaveis como castanheiros por exemplo, ao inves de plantarem eucaliptos ou outras arvores de crescimento rapido? Eu prefiro ver os meus impostos utilizados dessa forma do que noutras areas que considero de pouca importancia.
    Concordam com este comentário: joao2, Bruno.Alves, Alexluxx, Sandra dos Santos
  2.  # 102

    Colocado por: José1982Se as arvores estiverem a 5 metros da casa a 4 umas das outras e estiverem podadas até 4 metros a contar do chão e não tiverem ramos para os telhados não é preciso cortar só limpar.
    são 10 m não 4.. a lei foi alterada há 15 dias atrás.

    10m para eucaliptos e pinheiros e 4 para as restantes... mas eu não vou cortar um carvalho que seja. é o melhor corta fogo que existe.. só essa faltava.
  3.  # 103

    Colocado por: antonylemosé o melhor corta fogo que existe

    Por acaso nao. O cedro obteve melhores resultados. E ha diversas fotos na net de carvalhais destruidos e ao lado, eucaliptos verdinhos. Mais uma utopia.

    Quando se tem temperaturas, humidades e ventos como os que tivemos no verao passado, venha o diabo e escolha!
  4.  # 104

    está engraçada a discussão.... todos a puxar a brasa para a sua sardinha.

    é a típica discussão à portuguesa, a culpa é sempre dos outros e minha não pode ser....

    claro que se vivem dias complicados no ordenamento do território, os terrenos foram objecto de tanta divisão ao longo dos anos, que tira qualquer rentabilidade a um pedaço de terreno

    à 50 anos reinava no nosso território os terrenos pequenos, em que tinham lá umas oliveiras, umas nogueiras, semeava lá umas favas, umas ervilhas ou umas batatas, fazendo a típica agricultura de subsistência. E esses terrenos tinham um valor importante na economia familiar.

    hoje em dia, muitos desses terrenos ainda são cuidados, não da mesma forma, mas pelo menos alguém manda lá um tractor uma vez por ano, e vai mantendo as árvores limpas, mas depois existe a outra parte, alguém que foi procurar rentabilizar os terrenos com plantações para as quais os terrenos não tinha características ou dimensão. dizem que fica caro limpar o terreno que tem eucaliptos, que lá se vai a rentabilidade, se vai a rentabilidade é porque o terreno não tem dimensão para essa produção.

    tenho um "maluco" na minha zona, por acaso até veio de fora, que se colocou a comprar terrenos uns a seguir aos outros, ao desbarato, porque estavam cheio de matos e silvas à anos, e já juntou uma área de 7 hectares e o "maluco" limpou os terrenos, construir um armazém de apoio agrícola e já começou a exploração do terreno. É claro que uma propriedade de 7 hectares, permite uma produção, uma exploração e uma rentabilidade diferente das dezenas de terrenos separados que lá estavam que eles comprou.

    E é destes "malucos" que vamos precisar, gente que saiba e queira trabalhar a terra. mais vale um "destes" malucos do que 50 proprietários de terrenos pequenos e sem dimensão que nem sabem usar um serrote para limpar uma árvore.
    Concordam com este comentário: jorgferr, Skinkx, ThingsHappen
    • ptuga
    • 22 fevereiro 2018

     # 105

    Sabe, por acaso, que tipo de detritos se acumula no solo dum eucapiptal? De com se propaga um fogo de eucaliptos? Abram os olhos e deixem-se de teorias, um fogo de eucalipto, havendo vento, não há força humana que o controle. Ponto final.

    Quando falei das celuloses não falei dos incêndios mas de outras coisas óbvias, como as descargas poluentes, que tentam abafar a todo o custo, como foi a última do Tejo.

    Você também quer abafar qualquer coisa com a teoria de que o eucalipto arde tanto como o sobreiro. Se tivéssemos montado como temos eucaliptal, até se podia fazer o ensaio, mas basta pensar em quantas fatalidades temos anualmente no Alentejo, ou pensar apenas em quantos fogos há no Alentejo para perceber que se calhar o eucalipto tem mesmo mais qualquer coisa que o sobreiro não tem e é por isso que um arde muito e o outro arde pouco.


    Aqui descordo de si...
    Tenha um eucaliptal como tem um montado e vai ver que também não arde. Assim como tenha um montado a 3X2 e veja se ele não pega fogo que é um mimo.
    O eucaliptal tem dois problemas (3..vá) enormes extensões continuas, capacidade de provocar numero elevado projeções (novos incêndios) a grandes distâncias e um velocidade de propagação elevada comparativamente.

    O eucaliptal pela minha experiencia até tem menos propensão a criar "detritos", é plantado a compasso apertado (logo menos incidência solar ao nível do chão, tem por norma mais gestão (logo menos mato) e dado tratar-se de uma espécie de crescimento rápido a planta como é sempre cortada nos primeiros anos de vida pouco devolve ao solo comparativamente em termos de folhada ou resíduos.
  5.  # 106

    O sobreiro é naturalmente mais resistente ao fogo que quase qualquer outra árvore que conheço. Falou-se aí nos cedros, outro bom exemplo. Agora, também conheço casos de sobreiros e cedros ardidos, num fogo de grande dimensão o que estiver à frente vai a eito, mas é mais difícil atingir grandes dimensões, ou pelo menos demora bem mais tempo com umas espécies, e demora muito pouco tempo com outras.

    O problema do eucalipto é a casca que tem projecções absurdas e o facto de desertificar os solos, de modo que qualquer coisa que haja no solo está deprimentemente seco e árido e a mínima faísca é como lançar fogo a um paiol. Isto não acontece com as árvores autóctones, com oliveiras ou árvores de fruto, é mais drástico no eucalipto ou pinheiro e quem tem propriedades agrícolas percebe isso com facilidade.

    A verdade é que o fogo de eucalipto nem é um fogo particularmente quente, a árvore tem muita água e a árvore, em si, nem arde assim tanto, o problema é que pega fogo a tudo o que a rodeia, por causa da casca, e então com vento aquilo anda quilómetros. Quem já viu fogo noturno sabe isto e sabe que não há estudo nenhum que consiga desmistificar isto.

    Aquilo que você diz é óbvio, no que toca à plantação intensiva mas eu também já disse isso. O eucalipto é problemático mas a situação sai agravada pela plantação intensiva da árvore, em compassos apertados. Ora, aquilo que já era mau no arranque, torna-se ainda pior.

    Não concordo que o eucaliptal esteja a ser plantado a compasso largo, parece-me exactamente o contrário, tão pouco é feita qualquer gestão da biomassa no solo. Mas também adianto que se essa gestão for feita, o eucalipto arde [quase] tanto como qualquer outra espécie: os eucaliptais que conheço que tinham sido plantados 1/2 anos antes de fogos não arderam nada, o solo era terra viva. O problema é que os matos criam-se mais rápido que as árvores e se passarem 12 anos entre cortes, antes disso temos mato já com dimensão para arder. Não fazendo essa gestão, aí o eucalipto é mais problemático.

    Outra coisa: a copa do eucalipto não é particularmente densa, pelo que ajuda à baixa humidade junto ao solo, no verão. As nossas autóctones normalmente têm copas mais fechadas, a humidade residual junto ao solo é maior e já não é qualquer projecção que gera um foco de incêndio quando há alguma humidade junto ao solo.
    Concordam com este comentário: jmcxl
    • ptuga
    • 22 fevereiro 2018

     # 107

    A meu ver problema n é da espécie em si própria... é como outro qualquer, nem os problemas que lhe atribuem se devem ao facto de ser com é, o problema é um problema do tipo de gestão e modelo produtivo usado.
    Um eucaliptal bem cuidado (como as celuloses o fazem) arde infinitamente menos que uma florestal qualquer não gerida

    E o principal problema não é florestal é um problema de ordenamento do território
  6.  # 108

    Colocado por: ptugaA meu ver problema n é da espécie em si própria... é como outro qualquer, nem os problemas que lhe atribuem se devem ao facto de ser com é, o problema é um problema do tipo de gestão e modelo produtivo usado.
    Um eucaliptal bem cuidado (como as celuloses o fazem) arde infinitamente menos que uma florestal qualquer não gerida

    E o principal problema não é florestal é um problema de ordenamento do território



    Não sei se isso é verdade o mentira, até porque os eucaliptais das celuloses também arderam e também lá morreu gente. Mas que seja verdade.

    Se quiserem impor o modelo de gestão das celuloses a quem tem eucaliptos... por mim tudo bem. Afinal, é uma choradeira por ter que limpar 50 metros em redor de casas e estradas e querem dar o exemplo das florestas das celuloses para mostrar que não há problemas ? Que seja, façam como eles, mostrem que é verdade, mantenham os eucaliptais limpos.

    Dentro do ordenamento do território e do planeamento da floresta, porque não introduzir um planeamento florestal? Afinal, construímos onde podemos... nesse sentido, devia haver um zonamento do território em termos de espécies permitidas/autorizadas, em função de diversos factores, sendo a susceptibilidade de incêndio um deles. Isto para floresta intensiva, não me incomoda rigorosamente nada ter um eucalipto paredes meias com a minha casa.... é óbvio que o problema aqui é a massificação/densidade, à partida nenhuma árvore, seja ela qual for, incomoda assim tanto por si só em termos de incêndio, se for só uma.
    • ptuga
    • 22 fevereiro 2018

     # 109

    Aquilo que referes chama-se na gíria um PDM florestal...algo que quem é da área vai falando mas que vontade e tomates políticos não há nem vai haver por mais 0 que juntes ao numero de mortes.

    Assim como o PDM diz onde e como podes construir devia haver algo que fizesse o mesmo a nível florestal!
    Iria ter erros, claro que sim, iria ter contestação...obviamente, mas o pessoal já esqueceu que foi exatamente isso que aconteceu com os PDM de primeira geração e agora, passados 25 anos, já ninguém contesta a sua utilidade e benefícios.
    Há espaço para tudo!!!
    Concordam com este comentário: Skinkx, Sandra dos Santos
  7.  # 110

    Colocado por: ptugaAquilo que referes chama-se na gíria um PDM florestal...algo que quem é da área vai falando mas que vontade e tomates políticos não há nem vai haver por mais 0 que juntes ao numero de mortes.

    Assim como o PDM diz onde e como podes construir devia haver algo que fizesse o mesmo a nível florestal!
    Iria ter erros, claro que sim, iria ter contestação...obviamente, mas o pessoal já esqueceu que foi exatamente isso que aconteceu com os PDM de primeira geração e agora, passados 25 anos, já ninguém contesta a sua utilidade e benefícios.
    Há espaço para tudo!!!
    Concordam com este comentário:Skinkx


    http://www.much.com/wp-content/uploads/2015/12/Baz-4.gif
  8.  # 111

    Colocado por: Agonçalves

    E esses 700€ são todos os anos?


    Provavelmente tem de o fazer mais que uma vez por ano.
    Concordam com este comentário: maria rodrigues
  9.  # 112

    Colocado por: pauloagsantostenho um "maluco" na minha zona, por acaso até veio de fora, que se colocou a comprar terrenos uns a seguir aos outros, ao desbarato, porque estavam cheio de matos e silvas à anos, e já juntou uma área de 7 hectares e o "maluco" limpou os terrenos, construir um armazém de apoio agrícola e já começou a exploração do terreno. É claro que uma propriedade de 7 hectares, permite uma produção, uma exploração e uma rentabilidade diferente das dezenas de terrenos separados que lá estavam que eles comprou.

    E é destes "malucos" que vamos precisar, gente que saiba e queira trabalhar a terra. mais vale um "destes" malucos do que 50 proprietários de terrenos pequenos e sem dimensão que nem sabem usar um serrote para limpar uma árvore.



    Concordo com isto: se é para ter rentabilidade, obviamente que um minifúndio não serve para rigorosamente nada, só dá trabalhos, chatice e despesa.
    E esse é um problema de Portugal, especialmente norte e centro: o talhão de terreno que foi sendo dividido e repartido por herdeiros de geração em geração, resulta em propriedades tão pequenas que não servem para nada.
  10.  # 113

    Colocado por: ptugaSó para relembrar que as faixas de gestão de combustível de 10m em redor das estradas não são competência dos Proprietários, mas sim das CM ou da entidade gestora da via. E já agora existe essa obrigatoriedade da entidade responsável mas não é em todas as vias mas sim nas estipuladas no Plano municipal de defesa da Floresta Contra Incêndios.


    A camara Municipal de Oliveira de Azemeis tem mais de 700km de estradas municipais.
    A maioria dos Km sao em matas mas para facilitar as contas fazemos metade, 350km.
    10m de cada lado da estrada, 20m x 350 000 = 14 000 000 m2... acho que vao ter trabalho para umas decadas.
    Sendo muitos desses km assim com declives respeitaveis... vamos todos esperar sentados
      Capture4.JPG
  11.  # 114

    como vao notificar terrenos que t~em mais que um proprietario, em milhares de casos tem dezenas de proprietarios, a maioria em parte incerta, emigrados, mortos, etc?
    • luisvv
    • 22 fevereiro 2018 editado

     # 115

    Colocado por: Skinkx
    É essa a realidade de quem não conhece o terreno e só deve ver eucaliptos na internet.

    Sabe, por acaso, que tipo de detritos se acumula no solo dum eucapiptal? De com se propaga um fogo de eucaliptos? Abram os olhos e deixem-se de teorias, um fogo de eucalipto, havendo vento, não há força humana que o controle. Ponto final.


    E você a dar-lhe com os eucaliptos... combustível é combustível. Todo o tipo de floresta acumula combustível, e mais relevante que as espécies de árvores é o que está por baixo.
    Mais uma vez, se quiser dar-se ao trabalho de ler, há um documento chato, de 516 páginas, do ISA, que reúne vários trabalhos sobre incêndios em Portugal, de onde pode retirar factos que contrariam a conversa de café..


    Você também quer abafar qualquer coisa com a teoria de que o eucalipto arde tanto como o sobreiro.

    Mais uma vez, a ver se nos entendemos:
    "a estrutura florestal, incluindo a quantidade de combustível disponível para arder, é muito mais relevante q a composição do estrato arbóreo. Por isso é que pinheiro, eucalipto e sobreiro não se distinguem entre si, o que se distingue entre si são as variantes estruturais de aberto-alto, denso-fechado, etc. q se sobrepõem à espécie".
    Isto não significa que sobreiro e eucalipto ardem da mesma maneira, significa que apesar de tudo, é mais relevante o que está por baixo e a própria estrutura da floresta do que as espécies plantadas.



    Se tivéssemos montado como temos eucaliptal, até se podia fazer o ensaio, mas basta pensar em quantas fatalidades temos anualmente no Alentejo, ou pensar apenas em quantos fogos há no Alentejo para perceber que se calhar o eucalipto tem mesmo mais qualquer coisa que o sobreiro não tem e é por isso que um arde muito e o outro arde pouco.




    Uma curiosidade adicional, para encaixar nesses estudos de latrina: o único local onde arde sistematicamente, a Sul do Tejo, é a Serra de Monchique, carregadinha de eucaliptos. Coincidências, por certo, que algum estudo tratará de disfarçar como irrelevante...

    Vou-lhe dar duas pistas: "Serra" e "Alentejo". Ou então pegar nos tais estudos que você desvaloriza:
    Por fim, as características geomorfológicas são um fator natural de relevância essencialmente pela importância que a declividade tem no incremento e progressão do foco bem como no combate. Torna-se tanto mais difícil a extinção do fogo quanto maior foro declive, quer devido às dificuldades de acessibilidade dos meios de combate, quer ao facto de haver um maior incremento ao fogo pela encosta. Em orografia acidentada, comum no território nacional a Norte e Centro, mais facilmente se formam ventos locais, ou zonais que, em regra, aumentam a velocidade de progressão das chamas"


    Da mesma maneira que há quem ache que os eucaliptos nada têm a ver com os fogos, também há quem acredite no Trump, que as alterações climáticas são ficção e que são os malucos, e não as armas, que matam crianças nas escolas americanas.

    .
    Da mesma forma, há quem não saiba discutir sem invocar o espantalho e distorcer os argumentos da outra parte. O Skinkxx, por exemplo, consegue a proeza de fazer várias dessas habilidades na mesma frase.

    Vejamos se assim percebe: o que importa e determina se uma determina floresta corre mais ou menos risco de arder não é se estão eucaliptos ou o raio que o parta, é se essa área é gerida ou não. E as áreas que são geridas são, por norma as que dão rendimento aos seus proprietários - é por isso que as florestas das celuloses quase não ardem.
  12.  # 116

    Colocado por: Skinkx

    Se quiserem impor o modelo de gestão das celuloses a quem tem eucaliptos... por mim tudo bem.



    Isto não é possível. Pura e simplesmente. Não vale a pena debater baseado em algo que na prática não é exequível.

    Mas por essa frase lê-se "pimenta no **** dos outros..."
  13.  # 117

    Colocado por: ThingsHappen

    Isto não é possível. Pura e simplesmente. Não vale a pena debater baseado em algo que na prática não é exequível.

    Mas por essa frase lê-se "pimenta no **** dos outros..."


    Não fui eu que sugeri isso ;-)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: ThingsHappen
  14.  # 118

    Colocado por: luisvv

    E você a dar-lhe com os eucaliptos... combustível é combustível. Todo o tipo de floresta acumula combustível, e mais relevante que as espécies de árvores é o que está por baixo.
    Mais uma vez, se quiser dar-se ao trabalho de ler, há um documento chato, de 516 páginas, do ISA, que reúne vários trabalhos sobre incêndios em Portugal, de onde pode retirar factos que contrariam a conversa de café..


    Mais uma vez, a ver se nos entendemos:
    "a estrutura florestal, incluindo a quantidade de combustível disponível para arder, é muito mais relevante q a composição do estrato arbóreo. Por isso é que pinheiro, eucalipto e sobreiro não se distinguem entre si, o que se distingue entre si são as variantes estruturais de aberto-alto, denso-fechado, etc. q se sobrepõem à espécie".
    Isto não significa que sobreiro e eucalipto ardem da mesma maneira, significa que apesar de tudo, é mais relevante o que está por baixo e a própria estrutura da floresta do que as espécies plantadas.






    Vou-lhe dar duas pistas: "Serra" e "Alentejo". Ou então pegar nos tais estudos que você desvaloriza:
    Por fim, as características geomorfológicas são um fator natural de relevância essencialmente pela importância que a declividade tem no incremento e progressão do foco bem como no combate. Torna-se tanto mais difícil a extinção do fogo quanto maior foro declive, quer devido às dificuldades de acessibilidade dos meios de combate, quer ao facto de haver um maior incremento ao fogo pela encosta. Em orografia acidentada, comum no território nacional a Norte e Centro, mais facilmente se formam ventos locais, ou zonais que, em regra, aumentam a velocidade de progressão das chamas"



    .
    Da mesma forma, há quem não saiba discutir sem invocar o espantalho e distorcer os argumentos da outra parte. O Skinkxx, por exemplo, consegue a proeza de fazer várias dessas habilidades na mesma frase.

    Vejamos se assim percebe: o que importa e determina se uma determina floresta corre mais ou menos risco de arder não é se estão eucaliptos ou o raio que o parta, é se essa área é gerida ou não. E as áreas que são geridas são, por norma as que dão rendimento aos seus proprietários - é por isso que as florestas das celuloses quase não ardem.


    Se assim fosse, e descodificando o seu argumento, tudo o que é serra terá que arder por igual, desde que tenha biomassa.

    Aconselho um passeio ao Minho, nomeadamente ao Gerês, e sugiro um levantamento dos locais onde houve focos de incêndio e de quais as espécies aí presentes. E veja o que estava presente e o que ardeu; veja o que não ardeu e o que não estava presente aí; e veja o que está presente em todos os lados em que ardeu.

    Eu vou atalhar, tem um factor comum chamado eucalipto. É curioso, mas a realidade tem destas coisas, onde ardeu há muita coisa, mas tem sempre eucaliptos. E onde não há eucaliptos não arde quase nada... coincidências. E é serra, vá-se lá entender isto, quando devia arder tudo a eito.

    Podemos invocar os estudos o quanto quisermos. Por outro lado, podemos levantar o rabinho do computador e dar uma volta por esse país fora, a ver se esses estudos colam com aquilo que está à vista.

    As pessoas têm que se mentalizar que a plantação de eucalipto é, não na essência mas na prática, sinónimo de floresta descuidada e abandonada. E quando assim é, temos que tomar medidas.

    Eu não tenho nada contra o eucalipto, mas aquilo que ele simboliza na prática. O raio da árvore nunca me fez mal algum e é da melhor lenha que tenho lá para casa.

    As pessoas fartam-se de falar nas florestas das celuloses como bom exemplo de plantação florestal em Portugal... tudo muito bem, mas isso é excepção e não regra. E o que é diferente tem que ser tratado como diferente. E as celuloses cumprem a legislação que já existia e que vai agora ser mais forçada.
  15.  # 119

    E como é óbvio, o que se acumula no troço dum eucalipto nada tem a ver com o que se acumula no troço de carvalhos, de sobreiros, de castanheiros, de nogueiras, cerejeiras, freixos, etc.

    Fala-se do eucalipto como se fosse a árvore em si - não é, é o conjunto.
    • clasus
    • 22 fevereiro 2018 editado

     # 120

    Esta lei tem falhas e apenas lendo na diagonal, dado que só hoje é que recebi o email com o pdf com a respectiva indicação do DL, encontrei isto:
    2 - Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confinantes a edifícios inseridos em espaços rurais, são obrigados a proceder à gestão de combustível, de acordo com as normas constantes no anexo do presente decreto-lei e que dele faz parte integrante, numa faixa com as seguintes dimensões:
    a) Largura não inferior a 50 m, medida a partir da alvenaria exterior do edifício, sempre que esta faixa abranja terrenos ocupados com floresta, matos ou pastagens naturais;
    b) Largura definida no PMDFCI, com o mínimo de 10 m e o máximo de 50 m, medida a partir da alvenaria exterior do edifício, quando a faixa abranja exclusivamente terrenos ocupados com outras ocupações.
    3 - Os trabalhos definidos no número anterior devem decorrer entre o final do período crítico do ano anterior e 30 de abril de cada ano.


    Então não era só até 15 de Março?
    O facto de a distância ser em relação à alvenaria exterior e não aos muros já será algo benéfico.
 
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