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    • LuB
    • 15 janeiro 2010 editado

     # 41

    Não exagere... houve uma altura em que o "Recria" subsidiava essas obras a sério. Sei de um caso em que foi uns 75%. :-)

    75%?
    Onde lhe contaram essa?
    Pedi realmente comparticipação ao recria.
    Não sei se sabe que as obras são avaliadas de acordo com umas tabelas deles, de tal forma que acabam por estimar o valor da mesma muito abaixo do que ela vai custar... E uma grande parte dos itens nem contam,para esse calculo, ou seja, não são subsidiados...
    Assim a comparticipação, revela-se insuficiente, mas sempre é uma ajuda. Se o estado financiasse as obras da forma como afirma, acredita que os senhorios não corriam todos a arranjar os prédios?
    Olhe que se os prédios antigos estão a cair por todo lado, não é porque os senhorios são todos burros e não aproveitam os subsídios, não lhe parece?
    Não acha que se o governo adoptasse outra política e permitisse a actualização das rendas mais antigas, para valores minimamente justos, nem precisariam de dar qq comparticipação para as obras. O mercado funcionaria sem estrangulamentos... E, depois até podiam canalizar esse dinheiro da comparticipação para ajudar os inquilinos necessitados... E a nós aumentavam-nos os impostos, porque nesse caso até os poderíamos pagar...
  1.  # 42

    Colocado por: LuBartolas
    Não exagere... houve uma altura em que o "Recria" subsidiava essas obras a sério. Sei de um caso em que foi uns 75%. :-)

    75%?
    Onde lhe contaram essa?
    Foi há já muitos anos, ainda eles não se queixavam de falta de dinheiro, e os processos não levavam meses para serem avaliados.
    Ainda por cima, era num prédio situado na mesma avenida que a sede do Recria, uns metros mais abaixo!
    Nessa altura, era eu que (como empreiteiro) aconselhava os donos dos prédios a recorrer ao Recria...
    É melhor explicar que tinha umas amigas engenheiras que trabalhavam lá e que me ensinaram a apresentar os orçamentos com TODAS as parcelas que eles aceitavam, da maneira como eles aceitavam, de forma a não escapar nada.

    Já existem ajudas aos inquilinos necessitados. Muitas ajudas.

    Mas os senhorios de Lisboa e Porto que viram as rendas congeladas desde 1948 até 1985 (e desde 1974 no resto do País) nunca receberam ajudas.

    Reparem que a desvalorização da moeda entre 1970 e 1985 foi de cerca de QUINZE vezes...

    Quem saiu beneficiado? Os inquilinos e, sobretudo, os GRANDES inquilinos (inquilinos que ocupam grandes áreas em zonas nobres das cidades), isto é, o grande comércio de luxo, os bancos, etc.

    Como já aqui escrevi, há apartamentos em Lisboa a pagar renda de 22euros (contrato dos anos 40's) , no mesmo prédio de outros com contratos recentes, que pagam 900euros.

    Qual é o «valor justo»? É simples. É o valor que o mercado estiver disposto a pagar ! O que, naquele caso, pelos vistos é mesmo os 900,00...

    Reparem nos seguintes números (estimados, de acordo com o Censo de 2001):
    Há quase 60mil fogos vazios em Lisboa, dos quais
    cerca de 30% estão no mercado para arrendar/vender - 18 mil e
    apenas uns 1.000 estão para demolir.
    Isto é, há cerca de 40.000 fogos que estão vazios e fora do mercado.
    Porquê?
    Uma boa parte deles porque os proprietários não têm dinheiro para pagar as pequenas obras de reabilitação necessárias a torná-los habitáveis, ou porque simplesmente não estão para aturar inquilinos, ou graças à traumatizante tradição de o Estado espoliar os proprietarios de imóveis.

    É que esta tradição já vem de longe...
    Vejam só esta «LEI» de 1914:
    Art. 1.º -- Na renovação dos contratos de arrendamento de prédios urbanos,
    cujas rendas mensais não ultrapassem, à data do presente decreto, 18$ em
    Lisboa, 15$ no Porto, 10$ nas outras cidades e 5$ em todas as restantes
    terras do continente da República e ilhas adjacentes, fica proibido aos
    senhorios o elevarem, sem consentimento dos arrendatários, as respectivas
    rendas, sob pena de desobediência qualificada e de serem considerados
    litigantes de má-fé, para os efeitos legais, nas acções de despejo que,
    porventura, proponham em juízo com quaisquer fundamentos que apenas
    disfarcem os intuitos de violar o preceito proibitivo consignado no presente
    artigo
    Estas pessoas agradeceram este comentário: oskar, LuB
  2.  # 43

    Colocado por: Luis K. W.
    Colocado por: PBarataSalvo melhor opinião, NÃO faça as obras. Alegue que não tem dinheiro, o município que as faça coercivamente...
    Para si tem mais vantagens.
    1- O municipio é obrigado a entregar antes da obra o orçamento e que é o valor máximo pelo qual é responsável. A vantagem é que trabalhos a mais e atrasos não são consigo, o municipio que se desenrrasque.
    2- O municipio é que terá de realojar as pessoas ou proceder ao seu despejo...HEHEHEHE
    3- Quanto ao comércio, também tem vantagens, a câmara que se entenda com ele.
    Deixe correr o barco, daqui a 10 anos ainda ninguem fez nada.....
    Não me parece que seja a melhor ideia.

    Em primeiro lugar, a Câmara tomará posse administrativa do edifício. O que (para variar) é um acto simples e rápido.
    Em segundo, sabendo que a Câmara paga a 2 ou 3 ANOS de distância, os orçamentos dos empreiteiros consultados, serão multiplicados por 2 ou 2,5 - e, no final, quem os paga, de uma maneira ou de outra, são os proprietários do imóvel.

    Para quem pretende manter o imóvel, valorizado, mais vale manter o controle sobre os acontecimentos, e preparar as coisas de forma a recuperar o dinheiro num prazo razoável, o que no imobiliário anda nos 10+ anos.


    Está a esquecer-se dos inquilinos que passam a ser problema da autarquia, só isso vale muito mas muito dinheiro... e no caso do comércio então....
    Nenhuma câmara do país paga neste momento a dois anos de distância, creio que nem a 1.

    Se a renda for antiga e os proprietários idosos a hipotese de recuperar o dinheiro num prazo razoável é zero, existem casos que nem é recuperável nunca.
 
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