Dois jovens (17 e 18 anos) são suspeitos da autoria de uma vaga de assaltos a residências com um método tão arriscado como engenhoso. Um deles entrava nas casas enquanto os moradores dormiam - escalando muitas vezes prédios de vários andares -, apoderava-se das chaves dos carros e depois, juntamente com o cúmplice, ia buscar as viaturas às garagens.
A dupla, que está indiciada por 19 casos em vários concelhos da zona Norte, foi apanhada pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP, poucas horas depois de ter desferido mais um ataque, em que um dos suspeitos (o mais novo) subiu, em jeito de "homem-aranha", até ao 8º andar (num total de nove pisos) de uma torre na zona da Prelada, no Porto. Este último ficou em prisão preventiva e o outro foi libertado, sujeito ao regime de apresentações diárias à Polícia.
Há muito que as autoridades estão a investigar uma invulgar sucessão de assaltos a habitações (vivendas e prédios), em que o objectivo tem sido o furto de veículos. A DIC acabou por deter na passada segunda-feira, através de mandados, dois jovens do Porto que estão referenciados em situações ocorridas em concelhos do Porto, Póvoa de Varzim, Maia, Esposende e Matosinhos.
A Polícia admite que, além dos 19 casos para os quais foi "reunida prova", haja "mais algumas dezenas". Suspeita-se igualmente que haja mais indivíduos envolvidos, bem como outros grupos a dedicar-se a este tipo de criminalidade.
No caso destes dois jovens, tudo aponta para que o mais novo se tivesse "especializado" no escalamento dos edifícios, enquanto que o colega o aguardava no exterior, para depois ambos fugirem com os carros. O intruso movimentava-se discretamente nas habitações, ao ponto de os moradores não se aperceberem da sua presença, e deitava a mão essencialmente a chaves de carros e aos comandos dos portões das garagens. Telemóveis e dinheiro eram outros alvos apetecidos.
Mercado paralelo
A última investida da dupla ocorreu na madrugada de domigo para segunda-feira, num prédio de 11 andares situado na Rua Professor Sousa Júnior, no Porto. Através do método habitual, os assaltantes conseguiram furtar dois automóveis (um Nissan e um Volkswagen). Nesse caso, as chaves foram furtadas do interior de um apartamento do 8º andar, mas a PSP sublinha que, num assalto anterior, um dos ladrões conseguiu aceder a um 9º andar. Regra geral, os assaltantes procuravam uma janela aberta ou outra "fragilidade" na segurança do imóvel. A propósito, fonte policial salientou que muitas das vítimas se descuidaram pelo facto de habitarem em andares superiores.
Por norma, o duo preferia veículos de gama alta, como Mercedes ou Audi. Além das garagens, também chegou a furtar viaturas que se encontravam na via pública, igualmente pertencentes aos moradores. Na operação desencadeada esta semana, a PSP apreendeu três dos carros furtados (dois Volkswagen e um Nissan), as respectivas chaves e comandos de garagens; quatro computadores; um disco rígido; oito telemóveis; uma vareta de óleo e diversas chaves de viaturas.
Foram ainda identificados três indivíduos suspeitos da receptação. Segundo fonte policial, o destino das viaturas ainda está a ser investigado, sendo certo que "tem havido alguma dificuldade na recuperação dos carros", facto que poderá indiciar a existência de um mercado paralelo de comercialização de veículos.
E este tipo de notícia tem-se repetido. Já nem lá bem alto se pode dormir descansado.Cada vez mais a máxima "todo o cuidado é pouco" se fortalece. E que será feito destes jovens? Terão alguma vez parado esta actividade? Por vezes preocupamo-nos logo n a mudança de fechaduras quando se muda de "inquilinos" em casa (empregados/as) ou até quando se aluga casa, mas nunca nos passaria pela cabeça que entrariam desta forma. Pelos vistos entram!