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      FD
    • 14 outubro 2009

     # 21

    Colocado por: CMartine qual a razão?

    Aquela que apontei mais acima:

    A grande vantagem das novas é a suposta ausência de manutenção durante muitos anos o que, em casas usadas ou remodeladas, não acontece. Se falarmos de apartamentos, pior, temos que nos preocupar também com o estado do edifício e respectivas despesas (pintura, substituição de condutas, instalações eléctricas obsoletas, etc.). Depois coloca-se também a questão da estética e actualidade prática das partes comuns, onerosa ou complicada de substituir/actualizar.

    Na prática, para mim pelo menos, comprar nova significa adiar em alguns anos quaisquer intervenções que, mais tarde ou mais cedo, terão que ser feitas. E se entretanto vender a casa, sem realizar quaisquer despesas na mesma, esses 10 mil euros são plenamente justificados.
    Depois, o prédio também é vendido. Numa posterior venda, acho eu, é mais fácil vender um prédio actual que um desactualizado.
  1.  # 22

    Percebo. É de facto uma vantagem, não entrar em despesas de recuperação/manutenção e sim, tenho essa experiência : já tive casa a estrear e agora tenho esta antiga.
    Mesmo tendo a experiência, o prazer que me dá esta casa antiga é muitas vezes superior : primeiro, é casa, o novo era apartamento, adoro a arquitectura, o novo era despersonalizado, como tantos outros prédios; não tenho vizinhos barulhentos ou chatos com quem sou "obrigada" a lidar para bem do "espaço comum"/ tenho ar livre e dois terraços/vivo numa aldeia na urbe/ os meus vizinhos são prestáveis e amorosos e "destressados" tal e qual como numa aldeia/a qualidade desta casa centenária (embora a precisar de obras que estou a fazer) é muito superior à qualidade de construção do apartamento novo (aliás, já nem se constrói assim).
    Mas, em "igualdade de circunstâncias" (entre casa nova equivalente a casa usada), tudo bem concordo com a sua opinião relativamente a gastos.
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      FD
    • 14 outubro 2009 editado

     # 23

    Aliás, o grande problema em vender uma casa usada hoje em dia é mesmo esse: as pessoas não nivelam o preço pelo que a casa vale mas sim pelo que pedem pelas novas na mesma zona.
    Como é lógico, ficam a apodrecer.

    Mas percebo o que diz e, posso dizer que foi por ler intervenções como a sua que mudei um pouco a minha forma de ver casas antigas. Há ali umas moradias/vivendas/villas na vila de Sintra que... :)
  2.  # 24

    Fico contente em ter contribuído, nem que apenas um pouco, para que veja as casas antigas de outra forma, talvez sem as por imediatamente de lado. Felizmente, tenho a ideia que cada vez mais, mais alguns começam a apreciar o género.

    No entanto, partilho uma decepçãozita que tive esta semana: na “aldeia” onde vivo há algumas casas antigas, poucas recuperadas, algumas simplesmente a caírem de podre com os respectivos remendos (como sempre antes de “alguém” (ou a câmara) se lembrar de recuperar os núcleos históricos e “desatar-se” a dar nova face às casas) vi, para meu deleite, que mais uma destas casas iniciava grandes obras, pouco depois já se encontrava “desventrada” e sem janelas e eu ansiosa para ver esta recuperação em progresso, coisa que adoro observar. Passo por lá diariamente então é muito fácil ir assistindo ao acontecimento - esta nova vida para uma casa velha, a ser transformada em antiga. Na Segunda-feira, a casa simplesmente não estava lá, deitaram-na abaixo e em seu lugar tinham começado a erguer uma construção nova. Não sei o que vão fazer para substituir a casa que lá estava mas uma coisa é certa : nunca terá a “linhagem” que ela tinha – isso é algo que só muitos anos e muita história conferem a uma casa – e isso simplesmente não se constrói assim, perde-se para todo o sempre quando se a reduz a pó. (E com ela, toda a sapiência e toda a qualidade, e técnica, que só havia antigamente).

    Obviamente que vai haver pessoas que não fazem ideia o que estou para aqui a tentar dizer, pois esta é uma visão que só se consegue compreensivelmente partilhar com quem está disposto a vislumbrar para além do brilho ofuscante, e do cheiro, a novo.
    E nem todos se dispõem a fazê-lo (mas uma vez enveredado por esse caminho, é muito difícil não amar o antigo!).


    Sim, há coisas magníficas em Sintra (e em tantos outros locais).
  3.  # 25

    Ainda na discussão da diferença de "valor" (estou a tentar pôr de lado a questão muito subjectiva do gosto e a ver a coisa na óptica do investimento), acho que há um problema que, evidentemente, não se coloca na comparação entre "casas semelhantes na mesma zona", que é a localização: muito frequentemente (claro que nem sempre) as casas e estrear encontram-se em zonas novas que ainda estão em desenvolvimento e, portanto, ninguém sabe para que lado vão tombar. Pode ser um bom investimento ou não. Quase que por definição essas zonas novas estão à procura da sua própria personalidade e levam muitas vezes anos, senão décadas, a desenvolver um conjunto harmonoso de características. É claro que muitas vezes a antiguidade representa um ambiente degradado e um negócio que pode não ser muito bom à partida. Uma casa num beco de Alfma pode ser um bocado duro. Mas já um palacete no mesmo bairro duvido que se desvalorize muito, em circunstâncias de mercado normais.
  4.  # 26

    Olá lobito.
    (Vendo pelo lado do investimento, e gostos à parte (difícil mas vou tentar).)
    Não sei se a localização que refere será vantagem num ou noutro caso, uma casa nova pode ser construída numa bairro velho (no meu fazem isso - o exemplo que apanhei - da decepção; ) e á volta do que era uma casa antiga, isolada, pode "saltar" um empreendimento novo.
    Há bons e maus bairros/zonas, tanto para casas novas como para antigas.

    Sei lá, e se pensarmos na nobreza dos materiais - material de origem (recuperado se necessário) (madeira, pedra, ferro,) poderá ser melhor do que material novo e actual (lamidaos, folheados, sintéticos, revestidos)?
  5.  # 27

    Lobito,
    E todos, fiquei a pensar neste assunto: qual o interesse na perpectiva do investimento/retorno investimento em uma casa antiga ou velha: Acho que a grande mais valia duma casa antiga é prcisamente o facto de ser antiga e a sua arquitectura e as técnicas de contrução nela empregues.
    Não será a localização, a funcionalidade (estas casas não o costumam ser) mas antes, e como referi antes:
    - A nobreza dos materiais comparativamente aos materiais actuais,
    - A construção antiga e suas características únicas,
    São o que mais valorizam a casa antiga.

    Mas estou a referir-me a uma construção antiga comparativamente a uma nova, e não a uma casa pura e simplesmente "usada"
  6.  # 28

    É verdade que se fazem casas novas em bairros velhos, mas isso é mais a excepção do que a regra. Como eu, pessoalmente, dou muito valor à envolvente, quase mais do que à casa em si (que, com mais ou menos dinheiro, sempre se pode consertar), as probabilidades de me interessar por uma casa antiga são maiores do que me interessar por uma casa a estrear. Também é um facto que para mim é totalmente indiferente que uma casa seja a estrear ou seja usada, acho que é uma coisa que nem sequer registo.
  7.  # 29

    Concordo - para mim também é me indiferente a casa ser a estrear ou usada. Depende da casa.
    Mesmo assim, usada ou a estrear, ambas serão segunda escolha, a minha prefrência vai ser para uma de arquitectura antiga!
  8.  # 30

    Cmartin,
    Como sou grande apreciador das casas antigas em especial as de arquitectura de gosto refinado e inteligente, compreendo perfeitamente o seu gosto e o seu estado de alma ao ver certas demolições que por ai se faz, sem ao menos, em muitos casos, tentar um esforço de recuperação à traça original.
    Por curiosidade, em que zona comprou a casa?
    Para quem conhece Valada do Ribatejo, existe uma moradia sec. XIX à venda, com vista para o rio tejo, que é uma pena se um dia alguém pega naquilo e faz mais uma aberração das que por ai há aos montes.Neste caso está em muito bom estado e perfeitamente habitável. Existe, também na mesma aldeia, uma outra lindíssima já a ficar em ruínas, não haverá por ai alguém que ponha mão àquela morte anunciada?
    Sou apologista da recuperação e salvação das nossas casas antigas. Bem haja aos que se unem no esforço de as recuperar e salvar, assim, a nossa identidade e as nossas terras.
  9.  # 31

    Ribatejano,
    Confesso, o que me deixa feliz é ver gente a apreciar o antigo. (Apreciá-lo não com o intuito de o vender).
    Eu comprei a casa numa zona antiga de Cascais, é uma casa popular e saloia, de beleza singular.
    Bem haja, Ribatejano, aos que o fazem - recuperar as casa antigas, sim,..para além de se manter a nossa história, viver numa casa assim é ganhar uma forma de vida muito especial.

    Mas as aberrações que se fazem, de facto são inacreditáveis. Vi há pouco tempo uma casa de 1835 inteiramente remodelada eu francamente nem diria que era antiga...o que até pode ser uma boa coisa, mas..bom, destruiram-lhe. Acrescentaram-lhe corredores em aço e vidro e pintaram-na toda em vermelho sangue de bói, enfim,acrescentaram-lhe pedaços sem nexo, tiraram-lhe o que tinha de belo..francamente, não sei o que queriam fazer dela: talvez algo que enchesse a vista a quem gosta do moderno mas que partisse o coração para quem aprecia o antigo. Entre as duas coisas ficou esta aberração.

    PS. Já para não falar das capelas que pintam de amarelo ovo e pormenores em azul por fora para condizer com a casa que também pintaram de amarelo com pormenores azuis. Uma capela, francamente ! E fazem estas coisas!
 
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