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  1. Colocado por: AMG1

    A sua historia corresponde aos factos que se conhecem, mas parece que lhe falta um pequeno pormenor.
    O empréstimo da Airbus para o Neeleman pagar ao estado, corresponde exactamente a garantia que a TAP, antes da privatização, ja tinha prestado à Airbus, o que deixa antever que o Neeleman podia nao valer assim tanto quanto pintam.
    Se era possivel ser de outra forma, muito provavelmente não!
    Mas para ser assim também podiam ter entregue a companhia só ao Pedrosa, que assim ficava tudo em casa.
    Mas acima de tudo podiam ter dito ao pais que tinha oferecido a companhia e não que a tinham vendido com um encaixe de 300M.
    Eu não gostei que o Costa e o PNS tivesem feito de nos parvos, com todo o negocio que se seguiu, porque razão havia de gostar que o PPC e o Pinto Luz também tivessem feito o mesmo.

    Dá-me ideia é que esse pormenor não é entendível por si (não o estou a hostilizar, nao me interprete mal por favor), porque a TAP, ainda pública, celebra um contrato de aquisição dos A350 e compromete-se a que, se não concretizar a aquisição, a pagar uma indemnização num valor aproximado dos mesmos 300M€. Mas quem dá a garantia é a TAP, nao o estado, portanto esses 300M€ correspondem a obrigações, não a activos (a TAP tem que os pagar). A partir do momento em que 100% do capital social passa para o Neeleman, a obrigação também passa. O que o Neeleman faz, por ter influência no mercado americado e junto da Airbus (mercado este onde a Airbus tem mais dificuldade e menor quota de mercado) é convencê-la a abdicar da contrapartida pelo incumprimento do contrato dos A350 (da qual não tem garantia de pagamento, uma vez que já antes da privatização havia risco de incumprimento com algums pagamentos em falta ao Leasor por falta de tesouraria), a meter ainda mais dinheiro em cima para pagar os 10M€ ao estado e injetar o restante na empresa, e apresenta à Airbus um plano de negócios com 52 aviões alternativos, com o qual espera gerar resultados positivos para pagar a dívida herdada e a nova dívida decorrente dos 52 novos aviões, enquanto faz crescer a operação. Não é honesto dizer que o Neeleman pagou a TAP com o próprio dinheiro da TAP pura e simplesmente porque a TAP nao tinha dinheiro. E é obvio que a obrigação pelos novos 52 aviões vem a ser assumida pela TAP, mas apenas após a privatização, portanto essa responsabilidade já não era do estado. Se eu tenho 100% de uma empresa e contraio dívida, não posso dizer que eu nao tenho dívidas... poder posso, mas a dívida é minha na mesma na medida em que é de minha empresa (sentido lato, claro que ha responsabilidade limitada como previsto no código das sociedades comerciais e não será assim preto no branco)

    E o que é que a Airbus ganha com isto? De forma objectiva, pelo menos não perde, porque os slots de produção dos A350 que a TAP tinha reservado e que estão entre os primeiros a serem entregues, podem ser alocados a encomendas de última hora e permitir a novos clientes saltarem a fila (sim, o preço de um avião é diretamente impactado pelo tempo de entrega e quem estiver disponivel a esperar 10 anos, paga menos do que quem os quiser no ano seguinte), portanto no adiantamento dos 300M€, ha efetivamente pouco risco por parte da Airbus. Mas há tambem um acto de fé na pessoa do Brasileiro/Americado ao acreditra na operação dos 52 aviões e ao atribuir-lhes slots de produção iniciais dos A330neo (launch customer) e A321LR (que podia vender a outro operador por valor superior, mas tem sobretudo interesse em promover o A330neo devido à excessiva procura dos A350 e incapacidade de aumentar produção dos deste modelo, enquanto a linha de produção do A330 está às moscar. Como o Joseba já disse, até podiam ter dado a empresa de borla, era sempre lucro, mas não só não venderam de borla, como encaixaram 10M€ por uma empresa em falência técnica e ainda a entregaram a alguem com credibilidade indústria e com um projeto credível em que até a Airbus acreditou e lhe adiantou dinheiro! Ao Efromovic nem a Airbus (nem nenhum banco) emprestou dinheiro e a TAP, ainda na administração pública do Fernando Pinto tentou adiar o plano de pagamentos dos A350 sem sucesso (com medo que a TAP desse o estoiro antes e aí nem indemnização nem mais aviões). À Alitália, a Airbus não deu nenhuma borla, não injetou dinheiro, nem trocou encomendas.

    Portanto, continuo a dizer que é uma polémica que não faz sentido e onde eu gostava mesmo de pôr os olhos era no contrato de "renacionalização" de 2016 que o ex-Amigalhaço Lacerda "Pro-Bono" depois " Administrador não executivo da TAP" Machado fez, e o contrato dos 55M€ da recompra completa de 2016 do PNS e do Medina.

    PS: esqueci-me de uma coisa, que é o instrumento do direito potestativo (que chamei anteriormente de direito de reversão da venda), dá origem à polémica das cartar de conforto aos bancos e que querem fazer parecer que são assumpções de dívida por parte do estado. Não é verdade, e o que o estado diz nas cartas de conforto é que, em caso de incumprimento dos racios de desempenho (a reportar mensalmente, e que basicamente dizem que o resultado liquido têm que ser 25M€ acima daquele à data da venda e daí os 25M€ nao poderam sair do balanço) o estado exerce esse direito potestativo e toma posse da empresa, enquanto garante que pelo menos nao recebe uma empresa pior do que aquela que vendeu (recebe na realidade 25M€ melhor), e foi a forma dos bancos aceitarem a transferência da dívida com a alienação do capital social.

    PS2: desculpem os posts longos e as bujardas mas eu revolto-me com isto, e com a falta de pudor em pôr o nome de qualquer um (neste caso do Brasileiro/Americado) na lama por puro aproveitamento político.
    Concordam com este comentário: Carvai
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Bondi, Dias12
  2. Esta notícia tem pelo menos 2 objetivos:

    1º Minar a operação com a Lufthansa de modo a que os boys/girls continuem lá...
    2º Atingir o Pinto Luz e a Maria Luís Albuquerque....
    Concordam com este comentário: sltd
  3. Ainda continuo sem entender porque A TAP não pode ir á falência, dá prejuízo fecha fácil.
    Nunca deveria ter sido privatizada.
    Agora privatizar ANA, EDP e afins que dá lucro já não podem enfim..
    • AMG1
    • 4 setembro 2024
    Colocado por: JosebaSim, a companhia podia ter ido para qualquer um, e qualquer um podia ter feito o que o Neeleman fez, mas não fizeram. Quem teve a visão e a capacidade de trocar os 350s pelos 330 neo's e 320 neo's foi o Neeleman, ponto final.


    Longe de mim estar aqui a diminuir as capacidade do Neeleman, este negócio mostra de forma inequivoca que esse capacidades são enormes.
    O que eu gostava de saber até é muito simples. Obviamente que o Neeleman sabia o que estava a fazer, o Pedrosa talvez e o nosso governo sabia os contornos do negócio?
    Afinal o que nos disseram foi que tinham vendido a companhia por 300 milhoes, mas esqueceram-se de nos dizer que os 300 milhoes eram nossos...perdão, da TAP.
  4. AMG1
    mas afinal os 300 m não foram para o estado? para nós?
  5. Colocado por: AMG1Afinal o que nos disseram foi que tinham vendido a companhia por 300 milhoes, mas esqueceram-se de nos dizer que os 300 milhoes eram nossos...perdão, da TAP.

    Está a armar uma confusão total. A TAP foi vendida por 10M (equivalente a venda por1€ no caso das empresas falidas) O que estava escrito no contrato de venda é que o comprador deveria investir num determinado prazo o valor de 300M exatamente o valor que a TAP teria de pagar á Airbus. Todo o "pelo" da TAP estava hipotecado ou pertencia ás locadores não tinham um cêntimo para pagar nada e a UE não deixava entrar mais nada e a Troika tinha imposto a privatização.
    Isto é tudo areia para os olhos para esconder que vamos vender por 1000M o que há 3 anos derreteu 3200M.
    • AMG1
    • 4 setembro 2024
    Por facilidade de linguagem tenho-me referido aos duzentos e tantos milhoes como dinheiro, quando na verdade se tratava, como também já o disse, de uma garantia. Ou seja essa garantia estava inscrita nas contas da Tap e, consequentemente, tida em consideração na valorização da companhia.
    Depois e como ja mencionei varias vezes, não tenho qualquer dificuldade em aceitar que provavelmente não haveria melhor solução, agora porque não foi isto público?
    Naturalmente que não seria enquanto decorria o negócio, mas e depois?
    Se existiam razões válidas para fazer o negócio naquelas circunstâncias e o governo tinha legitimidade para o fazer, porque não esclarecer todos os contornos, até porque isto acabaria sempre por se tornar publico.
  6. Colocado por: AMG1Por facilidade de linguagem tenho-me referido aos duzentos e tantos milhoes como dinheiro, quando na verdade se tratava, como também já o disse, de uma garantia. Ou seja essa garantia estava inscrita nas contas da Tap e, consequentemente, tida em consideração na valorização da companhia.
    Depois e como ja mencionei varias vezes, não tenho qualquer dificuldade em aceitar que provavelmente não haveria melhor solução, agora porque não foi isto público?
    Naturalmente que não seria enquanto decorria o negócio, mas e depois?
    Se existiam razões válidas para fazer o negócio naquelas circunstâncias e o governo tinha legitimidade para o fazer, porque não esclarecer todos os contornos, até porque isto acabaria sempre por se tornar publico.


    O costa também não divulgou os contratos e não o vejo muito preocupado com isso....
    Concordam com este comentário: Carvai, Dias12
    • AMG1
    • 4 setembro 2024
    Colocado por: Bondi

    O costa também não divulgou os contratos e não o vejo muito preocupado com isso....


    Ja aí disse atrás que não tinha percebido nada desse negócio e gostava de o perceber, mas se calhar não reparou.

    Mas continuando. Isto é uma noticia da altura, de que modo é que alguém, lendo isto, fica a saber que todos estes milhões, ou uma parte muito significativa deles afinal resulta de um empréstimo já garantido pela propria TAP e que pelo menos em parte vai continuar garantido pelo estado, porque o consórcio comprou a maioria mas não a totalidade do capital.
  7. Divulgar 9 anos depois no exato dia em que a Lufthansa mostra a realidade de uma Empresa falida apesar dos generosos apoios dos contribuintes (ou vitimas do saque fiscal).
    • AMG1
    • 4 setembro 2024
    Colocado por: marco1AMG1
    mas afinal os 300 m não foram para o estado? para nós?


    Não Marco, os 300 milhões (foi um pouco menos) entraram na companhia (depois de privada) como capital. O estado terá recebido 10 milhões pela venda de 61% da empresa.
  8. Gostava era de saber porque é que deram os 55M ao Neeleman.
    • AMG1
    • 4 setembro 2024
    Colocado por: PickaxeGostava era de saber porque é que deram os 55M ao Neeleman.


    Tambem eu!
  9. ok já percebi, mas depois já seria o Neeleman ( a tap) a pagar os 52 aviões com esses 300 certo?
  10. Colocado por: AMG1<
    Afinal o que nos disseram foi que tinham vendido a companhia por 300 milhoes, mas esqueceram-se de nos dizer que os 300 milhoes eram nossos...perdão, da TAP.
    Está a fazer confusão, nunca foi dito que a companhia tido sido vendida por 300M€, foi por 10M€ e o adquirente assumia a dívida da empresa. Ainda que, por hipotese, houvesse mesmo a garantia de 300M€ (que ja tentei explicar que o que havia era uma posição na aquisição de 12 A350 a bom preço, mas a obrigação de os pagar na mesma, coisa que a TAP já tinha dificuldade em fazer e ainda nem os tinha recebido), a TAP tinha capitais proprios negativos de pelo menos 400M€, mais 1000M€ em dívida nao vencida. O animal nao tinha pelo nenhum, e os poucos bigodes que tinha eram dos bancos ou das locadoras dos aviões, que nao fosse a maior parte da dívida estar na CGD, o que ia permindo contrair crédito para pagar o vencido e assim ir sobrevidendo e empurrando para a frente com a barriga, à muito que a TAP teria ido ao charco.
    Concordam com este comentário: Carvai, luisvv
  11. Colocado por: marco1ok já percebi, mas depois já seria o Neeleman ( a tap) a pagar os 52 aviões com esses 300 certo?

    Com esse dinheiro comprava 2 aviões. E não comprou nenhum, estão todos em leasing. E as empresas de leasing só fazem crédito a quem dá garantias algo que a TAP já não tinha.
    E ficou a pagar mais que a Lufthansa, AirFrance ou Ibéria porque as financeiras não têm taxas fixas, cobram em função do risco.
    Concordam com este comentário: tigoncal
  12. Colocado por: AMG1
    Se existiam razões válidas para fazer o negócio naquelas circunstâncias e o governo tinha legitimidade para o fazer, porque não esclarecer todos os contornos, até porque isto acabaria sempre por se tornar publico.

    Já esclareceu na CPI. Tanto o Pinto Luz (que praticamente assinou de cruz) mas sobretudo o Sérgio Monteiro foram inquiridos exatamente sobre este assunto em Março de 2023. E o governo da e a parpublica sabiam da origem do dinheiro, foram pedidos pareceres a 2 escritorios de advogados sobre a legalidade do instrumento e o tribunal de contas considerou legal e eficaz. Se quiser perder 2h30 (eu perdi, por isso é que acho que percebi o processo de privatização), está o link aqui. Segundo o Neeleman, aqui, o governo do Costa em 2016 quando recompra a maioria do capital, tambem ficou a saber da origem dos fundos. Não se sabe é mais nada desde a recompra pelo Costa em 2016, que condiçoes foram acordadas, qual a duração, quais as penalizaçoes, quais as obrigaçoes, quais os mecanismos de controlo... nada. Já para nao falar dos 55M€, que desses então nem se percebe o racional do valor, mas que de certeza que tem a ver com as condiçoes do contrato de 2016.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AMG1
    • AMG1
    • 4 setembro 2024
    Colocado por: tigoncal
    Já esclareceu na CPI. Tanto o Pinto Luz (que praticamente assinou de cruz) mas sobretudo o Sérgio Monteiro foram inquiridos exatamente sobre este assunto em Março de 2023. E o governo da e a parpublica sabiam da origem do dinheiro, foram pedidos pareceres a 2 escritorios de advogados sobre a legalidade do instrumento e o tribunal de contas considerou legal e eficaz. Se quiser perder 2h30 (eu perdi, por isso é que acho que percebi o processo de privatização), está o linkaqui. Segundo o Neeleman,aqui, o governo do Costa em 2016 quando recompra a maioria do capital, tambem ficou a saber da origem dos fundos. Não se sabe é mais nada desde a recompra pelo Costa em 2016, que condiçoes foram acordadas, qual a duração, quais as penalizaçoes, quais as obrigaçoes, quais os mecanismos de controlo... nada. Já para nao falar dos 55M€, que desses então nem se percebe o racional do valor, mas que de certeza que tem a ver com as condiçoes do contrato de 2016.


    Obrigado!
    Tempo tenho, não sei é se terei paciência, mas vou ver.
  13. Colocado por: CarvaiDivulgar 9 anos depois no exato dia em que a Lufthansa mostra a realidade de uma Empresa falida apesar dos generosos apoios dos contribuintes (ou vitimas do saque fiscal).

    Está explicado...
    https://www.msn.com/pt-pt/noticias/other/inspetor-geral-de-finan%C3%A7as-do-caso-tap-deu-ajuda-ilegal-a-ex-governantes/ar-AA1q4tNB?ocid=msedgdhp&pc=LCTS&cvid=9829a9869b994cde9c5b532653913743&ei=19
 
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