Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 61

    Olá Luisvv,

    Acho que a "conjuntura" tem estado a "organizar-se" de forma a "melhorar" ou impulsionar de novo o mercado habitacional - a venda e compra de casas. Tenho estado atenta, sim, e pessoalmente acho que a situação hoje é melhor do que a de há seis meses atrás. Não digo que seja o BCE, os bancos, o governo, o grande impulsionador deste melhoramento, acho antes que é uma conjugação de factores de todos eles: juros a baixar, preços das casas mais razoáveis, menos speculação, maior e melhor regulação, que resulta nisto - aos poucos começamos a sentir que comprar casa vale de novo a pena neste momento.
    Por outro lado, e como estou atenta, o panorama económico - endividamento das famílias, desemprego, receio do futuro, pesa no outro lado da balança penso que de uma forma que não acontecia há algum tempo: parece que abrimos os olhos para os riscos.
    Na minha opinião pessoal seremos compradores mais ponderados e menos impulsivos.

    Relativamente ao dogma: Sim tem razão e vou explicar a minha perspectiva. Um homem sem terra não é nada, a terra de hoje é uma casa.
    Arrendar é interessante mas a mim particularmente dá-me uma sensação de instabilidade, de pouca consistência porque não é a minha casa. Porque estou a pagar por algo que nunca será minha propriedade e porque continuarei a ser um homem sem terra, sem nada.
    Se comprar casa é considerado como investimento financeiro unica e exclusivamente, acho que dará um retorno interessante - a casa dos meus pais que custou há 20 anos 3.000contos (15.000 euros) hoje vender-se-ia facilmente e a preço justo por 21.000 contos (105.000 euros). Não há PPR nem depósito a prazo que renda isto.

    Podemos até, e há muito quem faça, comprar casa para garantir a reforma - em vez de aplicar o dinheiro num PPR. A mim faz-me sentido, na prática conheço duas pessoas que o fizeram. Chegada a altura de "levantar" ou usufruir do PPR ou da reforma, vende-se a casa, ou se preferir, aluga-se a casa (como um rendimento mensla complementar è reforma).
    Daqui até há reforma, se fosse a minha reforma - daqui a sensivelmente 30 anos certamente o que paguei pela casa em termos de prestação mensal e valor total pago à banca incluindo juros, imi, imt, etc. os custos que o luisvv sempre refere e bem, como as despesas na aquisição de casa, ser-me-á largamente compensado.

    Se optar por não vender e/ou não alugar, tenho sempre a minha casa de família, um lugar onde, se mais nada, possa caír morta..o que me parece muito mais simpático do que "não ter onde caír morta".

    É um dogma, sim, mas esta é a minha visão e contas feitas e somadas, penso que estou certa.

    Investir em acções - isso é que nem pensar. Tenho cabeça feita contra investir em algo que não vejo, não sei o que é e que bem pode desaparecer porque não é feito de tijolo.

    luisvv, pode dizer o contrário, mas seja mais concreto. Diga-me como me compensa mais estar a pagar um arrendamento, e ter despesas com uma casa que não me pertence, por exemplo. Diga-me que mais vale guardar o dinheiro num depósito a prazo porque o juro será mais compensatório; e que será mais compensatório este depósito a prazo do que investir num imóvel. Eu pessoalmente acho difícil e não acredito.

    Já para não voltar a falar na forte crença que tenho que a minha casa é o porto seguro da minha família. É para além de um investimento financeiro, um investimento afectivo que se faz em benefício da família, e cujos retornos compensam largamente.
  2.  # 62

    Cara cmartin: a compra de casa é feita, na quase totalidade com recurso ao crédito. A redução dos valores de avaliação resulta na redução do preço dos imóveis (nos casos em que isso é possível) ou na redução dos imóveis vendidos. O resultado não é um "impulso" para a venda, pelo contrário. É uma efectiva diminuição do valor e nº de imóveis vendidos, só mitigada pela manutenção dos juros ao nível mais baixo de sempre - situação que obviamente não durará muito mais tempo.

    Ora da junção disto e mais umas coisitas avulsas resulta a efectiva desvalorização do património imobiliário.


    De acordo, luisvv. Claro.
    Juros mais baixos, spreads mais altos. Depois juros mais altos spreads mais baixos. Será sempre assim. Os ciclos dos mercados. O juro vai aumentar e depois? É a natureza do mercado financeiro.
    As avaliações mais baixas feitas pelos bancos, contribuirão para a redução dos preços de vendas das casas. Tem razão. Não tem mal nenhum, se as casas como todos dizemos "à boca cheia" estavam sobrevalorizadas e o crédito da casa dava para comprar a casa, o carro, os electrodomésticos.Se calhar os bancos estão a avaliar por baixo da nossa vontade mas não da realidade logo esta notícia do CM podia antes ler-se "bancos colocam avaliações das casas a valores mais realistas".
  3.  # 63

    Outra notícia (que vai ao encontro da minha opinião acima dada):
    http://www.imobiliario.com.pt/noticias/artigo.jsp?id=1283
    Retoma do mercado imobiliário será lenta | 5 de Janeiro de 2010

    "Ainda é demasiado cedo para falar em retoma, mas a segunda metade de 2009 salvou as contas das maiores mediadoras imobiliárias do país.
    Os números que reflectem o aumento da procura, a concretização de negócios que tinham ficado suspensos por causa da crise e uma maior abertura da banca para negociar novos empréstimos de crédito à habitação. Também a descida das taxas Euribor, as mais utilizadas para indexação de juros nos empréstimos à habitação em Portugal, deu uma ajuda ao mercado, ao permitir estancar a queda livre que se sentiu nas vendas no pico da crise, entre o final de 2008 e início de 2009.
    "O mercado está a retomar dinamismo, com uma maior abertura na concessão de crédito", explica Manuel Alvarez. As redes de mediação começaram a registar aumentos no número de transacções concretizadas a partir de Julho, com um de crescimento de 48% só em Setembro.
    No entanto, os sinais de inversão da crise não vão significar um regresso ao estado anterior do mercado. Há mais de 100 mil casas vazias à espera de serem vendidas que, tão cedo, não vão sair do mercado - por terem sido construídas em zonas periféricas e pensadas para o segmento médio baixo, exactamente o que enfrenta maiores dificuldades em conseguir financiamento bancário (...)

    (...)
    Este ano, é ainda expectável um reajuste do potencial de valorização dos imóveis usados. Luís Lima reconhece que houve grandes exageros no passado. E avisa: "Ninguém esteja à espera que nos próximos anos os imóveis valorizem 30%." É que um imóvel usado não pode ser posto à venda com um valor igual ou superior a uma casa nova no mesmo sítio. "Tem de custar 30% ou 40% menos", alerta. Ainda assim, não houve em Portugal uma queda de preços tão acentuada como noutros países - registou-se inclusive um aumento ligeiro de 1,7% no segundo trimestre. O problema é que antes os preços eram elevados nos imóveis errados. A crise veio repor uma correcção da oferta."
  4.  # 64

    Colocado por: Rogerio Goncalves
    Colocado por: hfviegasNas imobiliárias o que me aborrece é que em 100.000 eles ganham 5000 mas se eu baixar para 90.000 a imobiliaria perde 500 eu perco 10.000 arredondando as coisas.


    ...e se aumentar para 110.000 a imobiliária ganha mais 500 e você 10.000, arredondando também ;)

    Pode criticar a % que aplicam, mas o método parece-me o mais correcto :D

    http://montedoregato.blogspot.com


    Só que nunca conheci nenhuma imobiliária que aconcelha-se o vendedor a aumentar o preço pois assim dá-lhe mais trabalho vender, ou seja a sua lógica nunca acontece.
  5.  # 65

    o grande impulsionador deste melhoramento, acho antes que é uma conjugação de factores de todos eles: juros a baixar, preços das casas mais razoáveis, menos speculação, maior e melhor regulação, que resulta nisto - aos poucos começamos a sentir que comprar casa vale de novo a pena neste momento.


    O único factor que suporta ainda a venda é a manutenção de taxas de juro baixíssimas, situação que não durará muito tempo. Uma subida pequena, na ordem de 1%, voltará a apertar o nó à volta da garganta de muita gente que nos últimos tempos tem andado mais aliviada...


    Arrendar é interessante mas a mim particularmente dá-me uma sensação de instabilidade, de pouca consistência porque não é a minha casa. Porque estou a pagar por algo que nunca será minha propriedade e porque continuarei a ser um homem sem terra, sem nada.
    São opções. Por outro lado, não teve os custos associados. Já não falo dos indirectos - quem compra uma casa fica quase que amarrado a uma zona geográfica...


    Se comprar casa é considerado como investimento financeiro unica e exclusivamente, acho que dará um retorno interessante - a casa dos meus pais que custou há 20 anos 3.000contos (15.000 euros) hoje vender-se-ia facilmente e a preço justo por 21.000 contos (105.000 euros). Não há PPR nem depósito a prazo que renda isto.


    Em termos médios, está enganada. Imóveis, zonas, ou segmentos específicos podem ter comportamentos acima da média, mas globalmente, a valorização em períodos relativamente longos atinge valores apenas ligeiramente acima da inflação. Dados retirados de um site do sector:
    "Portugal, que, segundo o estudo, “passou “ao lado” do boom imobiliário verificado noutros países na última década e teve, entre 2000 e 2007, uma valorização real negativa, resultante de um crescimento nominal dos preços de 18% contra a verificada inflação de 25%
    ."

    A valorização nominal de um imóvel adquirido há 35 anos em Portugal pode atingir os 5000%, cinco mil, repito para que não se pense que é gralha, mas tal valorização, de acordo com estes estudos, corresponderá a um crescimento anual de 13,45%, valor que desce para os normais 2,5% ao ano após as correcções que a descontrolada inflação verificada entre 1974 e 1985 exige.

    Ter comprado em 1975 por 400 contos (2.000 euros) um imóvel que valerá agora 100.000 euros não foi negócio da China, foi um investimento cuja valorização está dentro dos parâmetros normais do sector, em países desenvolvidos e de economias estabilizadas.
  6.  # 66

    Não há PPR nem depósito a prazo que renda isto.


    Não. Mas investir os mesmos 15000 euros em acções ter-lhe-ia rendido anualmente, em média anual, 8% acima da inflação, uma rendibilidade cerca de 3 vezes superior. Digamos que teria uma reforma 3 vezes mais confortável.
  7.  # 67

    Colocado por: hfviegas
    Colocado por: Rogerio Goncalves
    Colocado por: hfviegasNas imobiliárias o que me aborrece é que em 100.000 eles ganham 5000 mas se eu baixar para 90.000 a imobiliaria perde 500 eu perco 10.000 arredondando as coisas.


    ...e se aumentar para 110.000 a imobiliária ganha mais 500 e você 10.000, arredondando também ;)

    Pode criticar a % que aplicam, mas o método parece-me o mais correcto :D

    http://montedoregato.blogspot.com


    Só que nunca conheci nenhuma imobiliária que aconcelha-se o vendedor a aumentar o preço pois assim dá-lhe mais trabalho vender, ou seja a sua lógica nunca acontece.


    Eu conheço. A imobiliária que me vendeu a casa disse-me para aumentar o preço que eu estava a pedir e uma semana depois vendeu-me a casa.
  8.  # 68

    luisvv, pode dizer o contrário, mas seja mais concreto. Diga-me como me compensa mais estar a pagar um arrendamento, e ter despesas com uma casa que não me pertence, por exemplo.


    1) Se comprar com recurso a crédito, dizer que comprou por 100 é mentira.

    Diga-me que mais vale guardar o dinheiro num depósito a prazo porque o juro será mais compensatório; e que será mais compensatório este depósito a prazo do que investir num imóvel. Eu pessoalmente acho difícil e não acredito.


    Depende do prazo. Mas se tomar como exemplo os últimos 10 anos, p.ex, talvez se surpreendesse. De qualquer forma, o Depósito a Prazo é geralmente algo de baixo rendimento.
  9.  # 69

    Daqui até há reforma, se fosse a minha reforma - daqui a sensivelmente 30 anos certamente o que paguei pela casa em termos de prestação mensal e valor total pago à banca incluindo juros, imi, imt, etc. os custos que o luisvv sempre refere e bem, como as despesas na aquisição de casa, ser-me-á largamente compensado.


    Já experimentou fazer essas contas ?
  10.  # 70

    O juro vai aumentar e depois? É a natureza do mercado financeiro.


    É. Mas há muita gente que não vai aguentar. Para além do mais, quando os juros subirem, haverá ainda menos gente com capacidade para comprar.

    As avaliações mais baixas feitas pelos bancos, contribuirão para a redução dos preços de vendas das casas. Tem razão. Não tem mal nenhum, se as casas como todos dizemos "à boca cheia" estavam sobrevalorizadas e o crédito da casa dava para comprar a casa, o carro, os electrodomésticos.Se calhar os bancos estão a avaliar por baixo da nossa vontade mas não da realidade logo esta notícia do CM podia antes ler-se "bancos colocam avaliações das casas a valores mais realistas".


    Pois. Mas isso significa uma efectiva desvalorização (perda de valor real...) do imobiliário. Provavelmente com maior expressão no mercado de usados.
  11.  # 71

    Fiz as contas e dei como exemplo a casa dos meus pais. E acrescento ainda, enquanto os que gostam/preferem arrendar hoje continuam a pagar a casa (e até ao fim dos seus dias), a do meus pais está paga e vale 100 vezes mais do que valia quando eles a compraram!.

    luisvv, há muita gente que não vai aguentar a subida de juros.
    Há muita gente que não vai aguentar o emprego.
    Há muita gente que vai saír do País.
    Há muita gente que vem viver para Portugal.
    Há muita gente que vai abrir negócio próprio.
    Há muita gente a quem está a acontecer e acontece muita coisa, coisas más e coisas boas.
    - Visão poética da questão apenas para lhe dizer "that's life!".
    Não vamos por aí que a subida de juros não é fatalidade, é desagradável mas não fatalidade!
  12.  # 72

    Colocado por: CMartina do meus pais está paga e vale 100 vezes mais do que valia quando eles a compraram!
    Se:
    Colocado por: CMartina casa dos meus pais que custou há 20 anos 3.000contos (15.000 euros) hoje vender-se-ia facilmente e a preço justo por 21.000 contos (105.000 euros)
    o ganho é de 7x e não de 100. :-)
  13.  # 73

    Queria dizer 10x e não 100!
  14.  # 74

    Bom, penso que comprar casa ou arrendar é um pouco como casar ou viver juntos. E cada uma escolhe o que acha que lhe faz sentir confortável.

    Eu comprei casa (e casei) porque, e não pensando em termos de investimento, quero um lar para a minha família. É este o nosso lar.
    Entretanto, encontrámos uma casa maior, e com a evolução acabámos por adquirir essa casa maior. A vida é feita de evoluções, de projectos.
    Em termos de investimento acaba a primeira casa por servir de pé-de-meia. Se não precisar de o vender nunca -ficará como o pé de meia para o meu filho.
    Esta casa actual é a nossa morada de família. Aqui vivemos a nossa vida.
    Esta é a minha vivência, e sinto-me bastante compensada, penso que fizemos boas opções.
  15.  # 75

    PS. E a história da taxa de juro que baixa e que sobe, francamente, quando se recorre ao crédito, o banco faz essa simulação! Todos sabemos que o juro baixa e sobe.
    Se não, há sempre taxa fixa.
    Há opções!
    • luisvv
    • 8 janeiro 2010 editado

     # 76

    Colocado por: CMartinFiz as contas e dei como exemplo a casa dos meus pais. E acrescento ainda, enquanto os que gostam/preferem arrendar hoje continuam a pagar a casa (e até ao fim dos seus dias), a do meus pais está paga e vale 100 vezes mais do que valia quando eles a compraram!.

    Colocado por: CMartinFiz as contas e dei como exemplo a casa dos meus pais. E acrescento ainda, enquanto os que gostam/preferem arrendar hoje continuam a pagar a casa (e até ao fim dos seus dias), a do meus pais está paga e vale 100 vezes mais do que valia quando eles a compraram!.


    Tenho a certeza que você percebe a distinção valor real/valor nominal, por isso deve saber que é um erro, essa coisa do "vale 7 (e não 10 nem vezes mais). Dando de barato o valor actual, se ajustar o preço da compra à inflação acumulada no periodo (lembra-se que em 1990, p.ex, a inflação rondou os 14%? E que até 1995 foi reduzindo até aos 5,5%, para rondar os 4,5% em 2000?), descobrirá que a maior parte dessa valorização se esfumou, como que por magia. Deduza-lhe depois os custos de propriedade, e verá que a valorização está muito, muito longe do valor nominal..) já não parece assim tão grande coisa.
    Para além do mais, deve contabilizar não o valor de compra, mas os custos efectivos da compra.

    Por outro lado, quem arrenda não tem de facto a propriedade do bem. No entanto, tem custos fixos e/ou previsíveis, e muito mais flexibilidade (Casal jovem ? Arrenda um T1; Vai ter um filho? Arrenda um T2; Um dos dois ficou desempregado? Vão para mais longe do centro ou para uma casa menor; Quer mudar de emprego? Alarga a área geográfica de busca... ), p.ex. Por outro lado, a legislação praticamente nos empurra para a compra...


    luisvv, há muita gente que não vai aguentar a subida de juros. Há muita gente que não vai aguentar o emprego. Há muita gente que vai saír do País. Há muita gente que vem viver para Portugal. Há muita gente que vai abrir negócio próprio. Há muita gente a quem está a acontecer e acontece muita coisa, coisas más e coisas boas. - Visão poética da questão apenas para lhe dizer "that's life!". Não vamos por aí que a subida de juros não é fatalidade, é desagradável mas não fatalidade!


    Creio que não percebeu o que eu quis dizer. Não estou a falar de fatalidades nem de dramas - apenas de consequências objectivas, práticas e inevitáveis. Neste momento há muita gente a viver do balão de oxigénio que foi a descida dos juros, que trouxe as prestações a níveis baixíssimos.
    Desses, muitos querem (mas não conseguem) vender as suas casas, outros nem se apercebem do que aí vem. Quando os juros voltarem aos níveis de inícios de 2009, p.ex, é inevitável o aumento do incumprimento. Para mais, com a torneira do crédito fechada, o nº de compradores efectivos com capacidade para comprar será muito menor. A consequência será, na melhor das hipóteses a estagnação do valor do imobiliário usado, o que corresponde à sua perda de valor real (por efeito da inflação).
    •  
      MRui
    • 8 janeiro 2010

     # 77

    Colocado por: luisvv...outros nem se apercebem do que aí vem.

    Vem aí mais do mesmo... para variar. Para além da crise global, Portugal está sempre em crise... há mais de 500 anos.
    • Giba
    • 8 janeiro 2010

     # 78

    Quando os factores de produção em uma sociedade entram em colapso, como é o caso Português, todos produtos da cadeia produtiva tornam-se invariavelmente de difícil acesso.

    O nosso verdadeiro problema não são os preços das casas, mas sim a falta de produção de bens que possam gerar empregos bem remunerados. Para credibilizar minha afirmação, gostaria de promover o seguinte exercício: Imagine que o parque industrial Português estivesse laborando em pleno, e que as exportações nos proporcionassem excedentes na balança de pagamentos. Acrescente a este pensamento utópico um rendimento mínimo de € 1.500,00.

    Portanto devemos resolver a causa (salários baixos, desemprego, despesa publica etc…) A compra e venda de uma casa ou outro bem qualquer não passa de uma consequência, seja ele a que preço for.

    Em 2040 seu imóvel valerá seguramente 20 vezes mais. Se não estiver em ruína!
  16.  # 79

    Bom, penso que comprar casa ou arrendar é um pouco como casar ou viver juntos. E cada uma escolhe o que acha que lhe faz sentir confortável.

    Naturalmente, e viverá de acordo com as suas escolhas. Nada contra..

    Eu comprei casa (e casei) porque, e não pensando em termos de investimento, quero um lar para a minha família. É este o nosso lar.(..)
    Em termos de investimento acaba a primeira casa por servir de pé-de-meia. Se não precisar de o vender nunca -ficará como o pé de meia para o meu filho.


    De novo, nada contra. Simplesmente tentei explicar-lhe que como "pé-de-meia", a longo prazo, não é de forma alguma a opção mais rentável.
  17.  # 80

    E voltando às acções - para de novo encarar a compra de casa apenas como investimento financeiro - nos EUA (onde começou a crise do mercado imobiliário, se não toda a crise) a compra de casa ainda rendeu 2.5% mais do que o investimento em acções. Em Portugal não sei portanto não comento.

    Em relaçãos aos valores nominais e reais, o nosso salário tem vindo a aumentar em termos nominais, mas em termos reais não é maior do que o salário que auferiamos há 30 anos atrás.É mais ou menos isto que se diz.
    Mas, na realidade, temos uma qualidade de vida e um poder de compra muito superior ao que tinhamos hà 30 anos atrás. (Estou a generalizar).portanto poucas são as pessoas que pensam em termos nominais e reais mas muitas são as que sentem as melhorias nos bolsos. Não sei se estou a ser um pouco básica mas continuo - E quando vendemos/alugamos uma casa na qual investimos há anos atrás, é precisamente o mesmo que acontece - em termos reais podemos ter ganho pouco mas em termos nominais rende-nos presentemente bastante mais!

    Não vou falar em pessoas e balões de oxigènio, existem os extremos em todas as suas vertentes e não por culpa da subida de juros, eu diria antes que a perda de emprego ou uma incapacidade isso sim, são perigosos porque nos retiram o poder de cumprir as nossas obrigações. A taxa de juro não faz isso por ela própria.
 
0.0327 seg. NEW