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  1. Colocado por: pguilherme
    Os exemplos que mostrei resultariam entre 190 e 450€ por quarto, e não por pessoa.
    A uma média de 310€ por quarto, assumindo 2 pessoas por quarto, resultaria numa média de 155€ por pessoa.

    No caso do T11, 6500€ / 22 pessoas, resultaria em 295€ por pessoa, praticamente o dobro.

    À primeira vista, para a zona parece elevado, mas depende da oferta de habitação que haja na zona e dos interesse económicos que levem as pessoas até lá.

    Já em lx há muitos quartos >= 900€/mês, estando os mais caros a 1500€/mês, mas é como diz, muitas universidades e oportunidades profissionais.
    Concordam com este comentário:vmontalvao


    Cada geografia é um caso.

    Alcobaça recebe muitos emigrantes do Paquistão e afins para trabalhar em industrias de ordenado mínimo (conservas e processamento de fruta, fabricas de ceramica,etc). São comunidades que não se misturam com a população local. Agora o que dá bom dinheiro é arrendar casas vazias herdadas e desactualizadas, onde ficam 2 ou 3 pessoas por quarto e sala de estar. Tudo mediado por alguém local que trabalha com a empresa contratista e arrenda a casa ou apartamento.

    Seria interessante saber mais sobre esta situação. Mas o que é um facto é que na geração dos meus pais todos trabalhavam nesta industria, e na minha geração não conheco ninguém que trabalhe.
  2. Colocado por: MLopes_

    Deixem-me colocar as estatísticas que refutam as vossas afirmações, que o aumento da oferta irá diminuir o preço dos imóveis:


    https://www.pordata.pt/db/portugal/ambiente+de+consulta/grafico/5841522
    Entre 1992 e 2007, o valor médio dos imóveis transacionados aumentou 4 vezes.


    https://www.pordata.pt/db/portugal/ambiente+de+consulta/tabela/5841523
    Sensivelmente no mesmo período de tempo (entre 1991 e 2010), a quantidade de novos imóveis construídos foi de aproximadamente 1.000.000.

    O aumento da oferta não baixou o preço dos imóveis. O que baixou, foi a redução da procura abaixo da oferta disponível durante os tempos de crise desde 2007 a 2016. Quando a procura voltou a aumentar exponencialmente, os preços dispararam.

    Amigos, enquanto a procura se mantiver elevada, não será o simples aumento de oferta que irá baixar o valor dos imóveis...
    E como em Portugal, não há qualquer restrição à compra de imóveis (sejam particulares, empresas ou fundos imobiliários, sejam portugueses, estrangeiros, sejam emigrantes, reformados, sejam para primeira casa ou para constituição de património imobiliário, etc...), não se prevê que a procura baixe no futuro próximo.

    Se hoje em dia, já é difícil arranjar quem construa imóveis a preços baixos, acham que se quisermos aumentar a oferta de imóveis novos, vão baixar os custos de construção? Vai acontecer exactamente o contrário. Vão continuar a aumentar, até que a quantidade de oferta ultrapasse a procura. E quando isto acontecer, reduz-se a oferta até ao montante da procura (que foi o que aconteceu nos últimos 10/15 anos).
    O problema é que o valor médio da oferta pode continuar a aumentar o preço médio do mercado (o tal "preço de equilíbrio" como lhe chamam).

    Vocês estão todos a olhar para a oferta, como se o simples aumento da quantidade de imóveis disponíveis faz reduzir o preço dos imóveis.
    O problema é que para construir mais, estamos a pagar cada vez preços mais altos...
    E ninguém vai construir para perder dinheiro.

    As formas de baixar os preços através da oferta passam por:
    - Redução dos custos de construção actual (o que será extremamente díficil)
    - Alteração das condições de mercado de construção que permita construir de forma diferente a preços mais baixos. (Por exemplo: Novas tecnologias de construção)
    - Oferta adequada à procura (Por exemplo: Para quê construir moradias com 4 e 5 quartos, se as famílias são cada vez menores, e muitas já não têm filhos, ou construção de imóveis para segmentos mais baixos em vez de segmentos altos)
    - Aplicação de medidas governamentais que limitem os preços na oferta (que poderá esbarrar no conceito de mercado livre...)
    - Implementação de programas públicos de habitação (com custos para o Estado, suportados pelo contribuinte...)
    - Etc...


    Isto já são assuntos para economia mais avançada, não é economia básica.


    Eu sei que não devia ter vindo cá outra vez, mas este Mlopes tem-se mesmo em grande conta. De cada vez que diz que a malta não entende economia avançada, ao contrario do Dr. Mlopes, confesso que me arrepio de admiração. Toda a gente sabe que a melhor forma de explicar uma coisa a outra pessoa é primeiro dizer que ele é um calhau. só quem se sente insultado é que está pronto para ser lavrado pelo lavrador da economia avançada.

    Nós é que somos uns nabos que não entendemos a economia avançada, que não está alcance de qualquer um. É bom bom ver pessoas com a confiança do Dr. Mlopes. Dá vontade de aprender com ele. Espero um dia também compreender a economia avançada que comprova que neste momento há excesso de casas em Portugal e a malta paga caro porque não entende a economia avançada. Se mais gente compreende-se economia avançada o preço das casas baixava logo.


    O que o Drº Mlopes mostrou é que há mais casas em Portugal, mas esqueceu-se de por dados sobre a procura. Isso não interessa claro, porque na economia avançada o principal é ficar bem na figura, não é preocupar-se com a honestidade intelectual.

    Seguramente o Sr. Professor Dr. Lavrador Mlopes, que percebe muito de economia avançada (e faz belos uns pasteis de bacalhau avançados com carapau e carne de vaca ) vai agora colocar dados que provam que a procura não aumentou mais que a oferta.. e que haver muitas casas devolutas e vazias não contam, mas conta sim o que está no mercado.
  3. O que eu acho engraçado é que toda e qualquer pessoa que discorde do Dr. Lavrador Mlopes leva logo o rotulo de não perceber economia avançada. Discordar sim, e debater democraticamente é otimo. Mas quem discorda com o Dr. Lavrador Mlopes, obviamente que está errado por falta de cultura e educação. É que a malta aqui do forum só tem a 4ª classe, e muitos de nós feita à noite. Já é uma sorte sabermos ler, quanto mais perceber economia avançada.
  4. Desculpem lá o desabafo mas este tipo de basofia tira-me do sério. É que uma coisa é explicar, mostrar dados, debater e criticar. Outra coisa é puxar galões, diminuir e vencer sem convencer
  5. Então, afinal sempre leu os meus posts, é isso?

    Escreveu estes 3 posts que não explica nada, desabafou o que tinha que desabafar, mostra o tal desconhecimento de economia seja básica ou avançada (que relembro que foi você que puxou por esse tema), e agora sente-se ofendido e insultado?

    Vamos lá a ver os seus argumentos:
    Colocado por: Sarrapilheiro

    "Nós é que somos uns nabos que não entendemos a economia avançada, que não está alcance de qualquer um. É bom bom ver pessoas com a confiança do Dr. Mlopes. Dá vontade de aprender com ele. Espero um dia também compreender a economia avançada que comprova que neste momento há excesso de casas em Portugal e a malta paga caro porque não entende a economia avançada. Se mais gente compreende-se economia avançada o preço das casas baixava logo.

    O que o Drº Mlopes mostrou é que há mais casas em Portugal, mas esqueceu-se de por dados sobre a procura. Isso não interessa claro, porque na economia avançada o principal é ficar bem na figura, não é preocupar-se com a honestidade intelectual."


    Nunca disse que existe excesso de oferta de imóveis em Portugal! Onde está isso escrito?
    O que eu disse e volto a repetir, o aumento de oferta não implica por si só, a diminuição dos preços dos imóveis.
    E já expliquei o porquê. O problema não se resolve só com o aumento de oferta, porque esse aumento não vai ficar mais barato que anteriormente. É difícil de perceber isto?
    Quem é que está a ser intelectualmente desonesto aqui?

    E já agora, sobre este ponto:
    Colocado por: Sarrapilheiro

    "É que uma coisa é explicar, mostrar dados, debater e criticar. Outra coisa é puxar galões, diminuir e vencer sem convencer."


    Até ao momento, na nossa troca de "ideias", fui o único a apresentar dados, a debater e a refutar as suas participações.
    Já lhe mostrei que num período temporal de 20 anos, Portugal teve um aumento de 1.000.000 de imóveis.
    No mesmo período, o valor médio dos imóveis aumentou em 400%.
    Logo, o aumento da oferta não implica uma redução do preço dos imóveis.
    Isto não é economia, é constatação da realidade portuguesa.

    No entanto, não vi nada disso vindo de si. Vi apenas uma confusão de ideias num post:
    - sobre preços inelásticos nos imóveis novos e preços inelásticos nos imóveis usados (nem sequer percebe o conceito de elasticidade, sobre um bem elástico ou inelástico...)
    - depois passou para o rendimento do "povo" (seja lá o que isso for), onde no mesmo parágrafo acaba a falar da maximização do lucro dos promotores.
    - Depois temos isto: "Simplex do processo urbanístico, redução de impostos, facilidade de resposta na camara, uso dos imoveis do estado para habitação social... tudo isto resulta em mais imoveis, levando a menor preço dos usados." Ainda está para ser provado que baixa o preço dos imóveis.
    - Acaba a falar do mercado de arrendamento, que concordo em parte. As medidas que fala "Mais proteção do proprietário, facilidade de despejo em caso de incumprimento, menos impostos sobre rendimento predial... tudo isto levaria a mais casas no mercado de arrendamento e à diminuição do preço do arrendamento." pode efectivamente levar a um aumento da oferta disponível. Mas não significa que baixe obrigatoriamente os preços das rendas, se a procura se mantiver elevada...


    Você como não gosta de ser contrariado, diz que os outros é que não sabem do que falam...
    Enfim.
  6. Respire Sr. Doutor. É desagradável que façam considerações pessoais num post que devia ser de amena cavaqueira não é?
    Quando quiser debater sem fazer considerações pessoais terei todo o gosto...
  7. Deixe lá as considerações pessoais, e limite-se a debater ideias.
    Passou um dia inteiro, e não fez qualquer debate.
    Apenas alguns posts sem nexo.

    Mas siga para a frente, e falemos dos assuntos que efectivamente dominamos...
  8. Colocado por: MLopes_Logo, o aumento da oferta não implica uma redução do preço dos imóveis.

    Obvio que não, se a oferta aumenta, mas a procura aumenta ainda mais, os preços dos imóveis não descem.
    Saia daí de cima e desça à terra.
  9. Colocado por: MLopes_falemos dos assuntos que efectivamente dominamos...

    Sempre com a mania que o maior, e o mais inteligente.
    • reg
    • 16 julho 2024
    Baixar valor da construção é praticamente impossível, a não ser que claro baixamos os salários e diminuirmos exigências de qualidade de construção.
  10. Colocado por: Pickaxe
    Obvio que não, se a oferta aumenta, mas a procura aumenta ainda mais, os preços dos imóveis não descem.
    Saia daí de cima e desça à terra.


    Isso, post sem nexo.
    Mais um a falar do que não sabe.

    Colocado por: Pickaxe
    Sempre com a mania que o maior, e o mais inteligente.


    Não é mania, é saber do que falo.
    Já do seu lado...
  11. Colocado por: regBaixar valor da construção é praticamente impossível, a não ser que claro baixamos os salários e diminuirmos exigências de qualidade de construção.


    Finalmente!
    Alguém que compreende o porquê do aumento da oferta não implicar a redução do preço dos imóveis novos!
    • reg
    • 16 julho 2024
    Colocado por: Pickaxe
    Obvio que não, se a oferta aumenta, mas a procura aumenta ainda mais, os preços dos imóveis não descem.
    Saia daí de cima e desça à terra.


    O mercado está num estado que se formos colocar mais casas acessíveis no mercado, devido à elevada procura as mesmas vão ficar mais caras numa questão de minutos.
  12. O que se
    ria de nós sem estes doutores ou prof. doutores dos calhaus e tijolos..



    argumentos ad hominem e considerações pessoais apenas caracterizam e inferiorizam quem os usa..


    Colocado por: Pickaxe
    Sempre com a mania que o maior, e o mais inteligente.
  13. Colocado por: MLopes_

    Finalmente!
    Alguém que compreende o porquê do aumento da oferta não implicar a redução do preço dos imóveis novos!


    Você é mesmo um cómico e já vi que não sou o único a ter notado. Quando for para o secundário pode vir a ter problemas com isso. Mas desejo sinceramente que nada de grave, porque não lhe desejo mal.

    já agora, sobre o "Alguém que compreende o porquê do aumento da oferta não implicar a redução do preço dos imóveis novos!" relembro que escrevi "O preço da construção é muito alto e o preço das casas novas inevitavelmente será sempre alto", mas essa sua efusividade não deixa de ser enternecedora. Alguém que concorda consigo, logo, que compreende economia avançada. Fico feliz por si. É chato não sermos compreendidos. Deve ser difícil estar num fórum de malta que mal sabe de tijolos quanto mais de economia.

    Já agora... dados sobre a procura, já encontrou?
    • Soliva
    • 16 julho 2024 editado
    Colocado por: Pickaxe
    Ou seja, os municípios é que decidiam o que é que os proprietários dos imóveis faziam. Para isso que expropriem tudo e façam como entenderem. Viva o socialismo.


    Não acha que está a ser demasiado … extremo no raciocínio?
    Alguma vez lhe passou pela cabeça que quando se fala em não construir hotéis e investir na habitação para gama média , se fale … em incentivos á opção … construir hotéis ?
    Nunca me ouvirão dizer ou sequer falar na palavra que mencionou … e para os seus conceitos de “socialismo”…

    O que se espera é incentivos á construção, simplificação de procedimentos e burocracias … mas enfim … quando se é radical … só se obtém pensamentos radicais .

    Há gente que de facto perdeu todo o fio á meada e só sabe apelar aos chavões de sempre … fascista / comunista… blá blá blá .
    E assim se perde a capacidade de argumentação/raciocinio …tão importantes para a evolução do desenvolvimento.
  14. Há 15 anos atrás dizia-se que havia milhares de casas para venda e que demoraria dezenas de anos até recuperar os investimentos. Se a guerra na Ucrania acabar e a situação Brasileira melhorar tudo se alterará.
  15. Colocado por: Sarrapilheiro
    Você é mesmo um cómico e já vi que não sou o único a ter notado. Quando for para o secundário pode vir a ter problemas com isso. Mas desejo sinceramente que nada de grave, porque não lhe desejo mal.

    Para quem não gosta de tecer considerações pessoais, o seu primeiro parágrafo foi, digamos, eloquente, mas adiante.

    Colocado por: Sarrapilheiro
    já agora, sobre o "Alguém que compreende o porquê do aumento da oferta não implicar a redução do preço dos imóveis novos!" relembro que escrevi "O preço da construção é muito alto e o preço das casas novas inevitavelmente será sempre alto", mas essa sua efusividade não deixa de ser enternecedora.

    Então vamos lá a ver se eu entendi:
    Diz que se houver mais oferta, o preço baixa.
    Mas o preço da construção das casas novas será sempre mais alto.
    Então explique lá afinal como baixa o preço dos imóveis?

    Colocado por: Sarrapilheiro
    Alguém que concorda consigo, logo, que compreende economia avançada. Fico feliz por si. É chato não sermos compreendidos. Deve ser difícil estar num fórum de malta que mal sabe de tijolos quanto mais de economia.


    Fiquei confuso se estava a falar de mim ou de si.
    Deixe lá a economia básica e avançada de parte, que já vimos que não a domina de todo.

    Colocado por: Sarrapilheiro
    Já agora... dados sobre a procura, já encontrou?


    Não tenho dados da procura, porque não acredito que existam dados estatísticos minimamente fiáveis.
    Mas tenho toda a certeza que o Sarrapilheiro os vai apresentar aqui, como aliás tem feito em posts anteriores, certo?

    Relembro o que escrevi sobre a procura em posts diferentes:
    "É certo que existe uma procura elevada de imóveis, seja para habitação própria permanente, seja para habitação secundária, seja para colocar no mercado de arrendamento, seja para investimento futuro, seja somente por falta de alternativas mais rentáveis, etc... Ou seja há muitas razões para que a procura seja e se mantenha elevada.
    Já repararam que não existe qualquer restrição ou condicionalismo que permita combater a elevada procura?
    Há pessoal que não consegue comprar a 1ª casa, sejam mais jovens ou menos jovens, sejam portugueses ou estrangeiros, e que estão no mesmo mercado de pessoas ou entidades que procuram comprar habitações secundárias, ou imóveis para investimento..."

    "Amigos, enquanto a procura se mantiver elevada, não será o simples aumento de oferta que irá baixar o valor dos imóveis...
    E como em Portugal, não há qualquer restrição à compra de imóveis (sejam particulares, empresas ou fundos imobiliários, sejam portugueses, estrangeiros, sejam emigrantes, reformados, sejam para primeira casa ou para constituição de património imobiliário, etc...), não se prevê que a procura baixe no futuro próximo."


    Penso que está bem explicado a minha opinião sobre a procura de imóveis em Portugal.
  16. Agora que ja estamos numa base de entedimento de que é feio ser desagradavel, e satisfaz-me que tenha percebido isso, vou voltar a explicar o que expliquei atras.

    - o preco das casas novas será sempre alto, mas quando os novos empreendimentos dirigidos a classe media sao vendidos antes de começar a obra, os preços das casas usadas vao a reboque.

    Simples?

    Pode discordar, nao venha é com o rame rame da econonima avançada pf
  17. Actualmente, estima-se que faltam 80.000 trabalhadores para a construção.
    Mas a solução é aumentar a oferta de imóveis que o preço dos imóveis vem por aí abaixo...
    Economia básica.

    Falta é explicar quem é que vai construir, e a que preço...




    Construção critica novas regras para estrangeiros. “Aumenta a rigidez e a morosidade dos processos de legalização”

    A alteração “aumenta a rigidez e a morosidade dos processos de legalização, exacerbando a escassez de mão de obra qualificada", avisa Manuel Reis Campos.

    O setor português da construção está a enfrentar “dificuldades acrescidas” na contratação de trabalhadores estrangeiros desde as recentes alterações à lei de estrangeiros, que a associação setorial diz aumentarem “a rigidez e a morosidade” dos processos de legalização.

    “Com as recentes alterações à lei de estrangeiros, particularmente a revogação do mecanismo de manifestação de interesse, estamos já a enfrentar dificuldades acrescidas na contratação de trabalhadores estrangeiros”, afirmou o presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

    Segundo Manuel Reis Campos, num setor onde a falta de trabalhadores já era “um problema crítico”, com défice estimado de 80.000 profissionais, esta alteração “aumenta a rigidez e a morosidade dos processos de legalização, exacerbando a escassez de mão de obra qualificada”.

    Descer o IVA da construção de casas “é difícil” de aplicar


    Para o dirigente associativo, a recente eliminação do mecanismo de manifestação de interesse – um regime de exceção que permitia aos imigrantes regularizarem-se em Portugal – “condiciona seriamente a contratação de trabalhadores estrangeiros”, mas o facto é que “a manutenção desta figura não seria, por si só, suficiente” para resolver o problema da falta de mão de obra.

    “Defendemos a introdução de medidas mais eficazes e simplificadas para a imigração, como a criação de uma ‘via verde Empresas’ para a simplificação dos processos coletivos de obtenção de vistos, incluindo plataformas globais e gestores dedicados”, salienta.

    Adicionalmente, Reis Campos defende “alternativas aos vistos preexistentes, como a pré-autorização de residência para vistos de trabalho, agilizando a atribuição dos números de identificação fiscal, Segurança Social e Serviço Nacional de Saúde”, e a criação de um “visto de formação com posterior conversão em visto de trabalho, permitindo a formação profissional em contexto prático e o reconhecimento de empresas como entidades formadoras”.

    “É crucial simplificar o reconhecimento de qualificações, como a troca de carta de condução de pesados, antecipando este processo”, enfatiza. Finalmente, sugere a criação de “contratos pluriempregador, que podem acelerar a legalização e proporcionar maior estabilidade e segurança tanto no país de origem como em Portugal, facilitando a mobilidade e retenção de talento”.

    “É fundamental que estas propostas sejam consideradas para garantir que o setor da construção civil e obras públicas tenha acesso à mão de obra necessária para sustentar o desenvolvimento do país, particularmente com os desafios que temos em mãos até 2030”, sustenta o presidente da CPCI e da AICCOPN. O Governo anunciou em 3 de junho o fim do regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência e anunciou a criação de uma estrutura de missão para regularizar processos pendentes, estimados em 400 mil.

    No Plano de Ação para as Migrações, aprovado nesse dia pelo Conselho de Ministros, consta o “fim do regime excecional que passou a permitir uma entrada sem regras, extinguindo o designado procedimento de manifestações de interesse”, considerada uma “porta aberta e fonte de grande parte de pendências”.

    Como resultado, deixou de ser possível a um estrangeiro com visto de turista tratar da sua regularização em Portugal, necessitando de um contrato de trabalho ou de outra solução tratada previamente na rede consular portuguesa.
 
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