Iniciar sessão ou registar-se
  1. Colocado por: N Miguel Oliveiraainda é dos poucos sítios na Europa Ocidental em que pode construir de raíz por um valor razoável face à qualidade da construção.
    Curiosamente também é dos sítios onde o Miguel constantemente ataca a arte de desenrascar e o facto de os portugueses não recorrerem como deviam aos arquitectos. Espero que seja apenas uma coincidência e que estes factos não estejam relacionados :)
  2. Colocado por: HAL_9000Há sempre suas maneiras de ver o mundo. Pessoas menos propensas ao risco, tendencialmente preferem comprar a arrendar.


    Eu diria que há uma terceira... Que nem é preto nem branco... mas o intermédio.
    Que é... poder viver em casa alugada onde se quiser, e ir comprando à medida que vai sendo possível. Ter sempre uma alternativa.

    Meter os ovos todos na mesma cesta não... Depois acontece como ao seu tio... ou quem levou a ripada da Euribor há uns meses por exemplo...
    Concordam com este comentário: HAL_9000
  3. .
  4. Colocado por: HAL_9000Curiosamente também é dos sítios onde o Miguel constantemente ataca a arte de desenrascar e o facto de os portugueses não recorrerem como deviam aos arquitectos. Espero que seja apenas uma coincidência e que estes factos não estejam relacionados :)


    Eu já sei que isto não é unânime... mas durante muitos posts antes do COVID eu dizia que a construção em Portugal era bastante barata, ao contrário do que os DO diziam. Agora é "normal". Não acho que seja a loucura que tantos escrevem.

    Era por ser barata, que podiamos dar-nos ao luxo de ter betão aparente numa casa unifamiliar normal... de ter soalhos em madeira, de ter pedra na bancada da cozinha, e ainda assim manter a casa acima dos 200m2. É a isto que me refiro com "melhor qualidade" (nos materiais e área em relação ao estrato social do proprietário).

    É precisamente por ser tudo mais caro fora, que no estrangeiro precisam de maior rigor, maior contenção, maior ponderação... porque não dava para desperdiçar. Daí a maior importância do projecto.

    Ora, em Portugal os preços subiram bastante... pelo que ter-se-á que fazer um pouco como no estrangeiro: pensar antes de avançar.

    O desenrascanço só nos mantém na cauda da Europa... nada mais.
  5. Colocado por: N Miguel OliveiraOra, no estrangeiro isto não é tão comum assim. É mais comum a troca de casa ao longo de vida. Então se for alugada, muito mais se vêem camiões de mudanças. Além disso, muitos elementos são partilhados com vizinhos/comunidade, tipo lavandarias, garagens, jardins, piscinas, churrasqueiras, etc etc...


    Correto. Mas como latinos que somos, o nosso conceito de família é diferente dos países nordicos.
    Somos dos países que mais tarde os filhos saem de casa dos pais. Em parte pode ser pelo custo da habitação. Mas a nossa maneira de ver a família fomenta esse "aconchego" e a ficarmos com os progenitores mais tempo.

    E, dizem que a casa ninguém leva para a cova. Certo. Mas a sua construção fica para os filhos.
    Noutros países se calhar os pais pensam: "nós já nos safamos... agora orientem-se"
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  6. Colocado por: Dias12E, dizem que a casa ninguém leva para a cova. Certo. Mas a sua construção fica para os filhos.
    Noutros países se calhar os pais pensam: "nós já nos safamos... agora orientem-se"


    Sim, acho que nem uma nem outra estão erradas.
    Aliás, acho que é no meio que está a virtude... algo intermédio.
    Passar uma velhice numa casa à medida das necessidades dessa altura... e não porque quero deixar que herdar.

    Já agora, essa dos latinos/nórdicos não é tão literal assim.
    No México por exemplo, não vejo isso. As pessoas vão mudando de casa, e não vejo a intenção de deixar que herdar alguma coisa. Mais depressa vendem a casa grande, para passar os últimos dias à beira mar num T1... Mas acho que isso também tem que ver com as reformas (ou falta delas)... em que a casa grande servirá para gerar receita para a velhice... nem que seja para estourá-la num cruzeiro de vez enquando. Eles também lidam dum modo diferente com a morte. Acho que desfrutam mais da vida, talvez.
  7. Em Portugal deu-se cabo do mercado de arrendamento, de várias formas.

    Arrendar não compensa em relação a comprar, é só mesmo para quem não tem opção ou tem muito dinheiro e não se importa do custo extra de arrendar casa.
  8. Colocado por: N Miguel Oliveiraera bastante barata, ao contrário do que os DO diziam. Agora é "normal". Não acho que seja a loucura que tantos escrevem.
    Está a entrar em linha de conta com a taxa de esforço, ou apenas com valores absolutos?
  9. Colocado por: HAL_9000Está a entrar em linha de conta com a taxa de esforço, ou apenas com valores absolutos?


    Apenas tectónica, construção, materiais, áreas, nada mais.
  10. Colocado por: N Miguel OliveiraApenas tectónica, construção, materiais, áreas, nada mais.
    Isso por si só caracteriza a construção em cara, barata ou normal?
  11. Colocado por: HAL_9000Isso por si só caracteriza a construção em cara, barata ou normal?


    Para mim sim. O valor da construção prende-se, pasme-se, com o sector da construção.
    O tema da habitação, taxas de esforço, juros, especulação... é mais do âmbito do sector imobiliário.

    O que quero dizer, é que via em Portugal uma disponibilidad€ para escolher certos materiais, que seriam um autêntico luxo para um Dono de Obra no estrangeiro com o mesmo nível socio-económico. Essa diferença tem-se esbatido é certo... mas não deixa de ser possível vermos certas coisas ao construir em Portugal, que só vejo em edificios públicos ou corporativos, ou em casa de privados ricos... no estrangeiro. A noção de caro, barato ou normal vinha por comparação... Porque individualmente, quase todos os Donos de Obras acham tudo caro em todo o lado.
  12. Colocado por: N Miguel Oliveirauma disponibilidad€ para escolher certos materiais, que seriam um autêntico luxo para um Dono de Obra no estrangeiro com o mesmo nível socio-económico
    e isso não tera nada a ver com sistemas de construção típicos de cada zona? Por exemplo em França usa-se muito mais madeira na construção do que cà. Pudera, mesmo ignorando o facto de em Portugal existirem poucas empresas com experiência na aplicação da madeira em construção, já viu o preço da madeira em Portugal? Eu não estranho nada que a escolha recaia no tijolo e no cimento.

    De qualquer maneira quem conhece a pobreza energética no nosso edificado por comparação com outros países europeus, não diria que “ via em Portugal uma disponibilidad€ para escolher certos materiais, que seriam um autêntico luxo para um Dono de Obra no estrangeiro com o mesmo nível socio-económico.”
  13. Colocado por: HAL_9000e isso não tera nada a ver com sistemas de construção típicos de cada zona? Por exemplo em França usa-se muito mais madeira na construção do que cà. Pudera, mesmo ignorando o facto de em Portugal existirem poucas empresas com experiência na aplicação da madeira em construção, já viu o preço da madeira em Portugal? Eu não estranho nada que a escolha recaia no tijolo e no cimento.

    De qualquer maneira quem conhece a pobreza energética no nosso edificado, não diria que


    Eu nem me referia a processos de construção como tal. Obviamente terá que ver a zona...
    Referia-me mais a coisas que não sendo essenciais, denotam uma "necessidade" dos portugueses, que os estrangeiros relativizavam (por questões de preço)... como acabamentos ou detalhes tipo:

    Exemplo... a largura das portas de casa de banho? Quantas vezes vi portas de 60-65cm em Portugal?
    Casas com 100m2?

    E fora? Betão aparente como revestimento? Piscina? Ilha na cozinha? Revestidas a pedra? Pé-direito de 2.40m?

    Já que mencionou a madeira... desde já lhe digo que vejo muitos mais soalhos em madeira maciça nas obras em Portugal que vejo fora. Na Suíça por exemplo... por vezes o piso duma sala ficava em cimento! Com um verniz e tal... mas em cimento! Aceitavável para muitos por lá... ou um vinilzito em rolo... Um autêntico ultraje em Portugal. Ou gradeamento com rede de galinheiro... lá perfeitamente normal. Em Portugal "esqueça"...
  14. Colocado por: HAL_9000De qualquer maneira quem conhece a pobreza energética no nosso edificado por comparação com outros países europeus, não diria que “ via em Portugal uma disponibilidad€ para escolher certos materiais, que seriam um autêntico luxo para um Dono de Obra no estrangeiro com o mesmo nível socio-económico.”


    Hal, porque o isolamento que ninguém vê, não pode presumir aos amigos...
    Porque demora 3 semanas para escolher a pedra das soleiras e 3min a escolher que isolamento meter.
    Porque a melhor forma energéticamente é um prisma simples, sem grandes recortes e isolar por fora... mas isso "parece um caixote de esferovite"... Porque isolar uma varanda em consola custa logo 2000 paus... e ninguém está para isso, etc etc...
    E sobretudo, porque os projectos térmicos e acústicos são feitos, para que depois em obra o empreiteiro faça como bem quiser, pois nem há fiscal, nem o Dono de Obra pesca nada...
    • AMG1
    • 27 setembro 2024
    Parece que as medidas do governo para facilitar o acesso dos jovens a habitação, embora ainda sejam apenas um anúncio, ja estão a sortir efeito. É esta a tese destes senhores.

    https://expresso.pt/economia/economia_imobiliario/2024-09-26-precos-das-casas-nunca-subiram-tanto-como-no-2-trimestre-82a45a16
  15. Colocado por: N Miguel OliveiraQuantas vezes vi portas de 60-65cm em Portugal?
    Isso é permitido sequer (acessibilidade)?



    Colocado por: N Miguel OliveiraCasas com 100m2?
    Ha imensos também. Ainda que reconheça que quem constrói uma moradia, tende a exagerar de facto nas áreas.



    Colocado por: N Miguel OliveiraNa Suíça por exemplo... por vezes o piso duma sala ficava em cimento! Com um verniz e tal... mas em cimento! Aceitavável para muitos por lá... ou um vinilzito em rolo... Um autêntico ultraje em Portugal. Ou gradeamento com rede de galinheiro... lá perfeitamente normal. Em Portugal "esqueça"...
    Por acaso este ano vou lá. Vou ter em atenção esta conversa a ver se vejo o tal gradeamento com rede de galinheiro. Fiquei curioso.
  16. Colocado por: AMG1Parece que as medidas do governo para facilitar o acesso dos jovens a habitação
    O preço das rendas também disparou.
    https://expresso.pt/economia/economia_imobiliario/2024-09-26-rendas-habitacionais-aumentaram-111-no-segundo-trimestre-86acf8d5
  17. Colocado por: N Miguel OliveiraEu nem me referia a processos de construção como tal. Obviamente terá que ver a zona...
    Referia-me mais a coisas que não sendo essenciais, denotam uma "necessidade" dos portugueses, que os estrangeiros relativizavam (por questões de preço)... como acabamentos ou detalhes tipo:

    Exemplo... a largura das portas de casa de banho? Quantas vezes vi portas de 60-65cm em Portugal?
    Casas com 100m2?

    E fora? Betão aparente como revestimento? Piscina? Ilha na cozinha? Revestidas a pedra? Pé-direito de 2.40m?

    Já que mencionou a madeira... desde já lhe digo que vejo muitos mais soalhos em madeira maciça nas obras em Portugal que vejo fora. Na Suíça por exemplo... por vezes o piso duma sala ficava em cimento! Com um verniz e tal... mas em cimento! Aceitavável para muitos por lá... ou um vinilzito em rolo... Um autêntico ultraje em Portugal. Ou gradeamento com rede de galinheiro... lá perfeitamente normal. Em Portugal "esqueça"...


    Eu acho bem dar valor a essas coisas todas na construção em Portugal. Pensando que não, temos uma industria de construção digna, desde sanitas, ladrilhos, revestimentos, tudo.

    Os alemães também fazem carros de 50 mil €, revestidos a alcantara e mega motores de 500cv

    Não se podiam contentar com Clios de 65cv?

    Os alemães não ligam nenhuma às casas, simplesmente porque no tempo livre deles, andam noutros sítios e não a queimar tempo sentados nos sofás em casa. A casinha do português lambda é um local de convívio para a família e amigos. O Alemão alfa raramente convida alguém para ir lá a casa.

    E sendo o mercado de trabalho alemão extremamente competitivo e dinâmico, hoje um gajo trabalha em Munique, e daqui a 2 anos é permutado para Berlim. Para quê investir tanto dinheiro num "dormitório" temporário?

    Tal como a questão dos carros, a questão das casas é cultural. Nem vale a pena comparar ou importar o modelo deles..
    Concordam com este comentário: Vítor Magalhães, Bruno.Alves, Dias12, HAL_9000, N Miguel Oliveira
  18. Colocado por: AMG1Parece que as medidas do governo para facilitar o acesso dos jovens a habitação, embora ainda sejam apenas um anúncio, ja estão a sortir efeito. É esta a tese destes senhores.


    Provavelmente tambem foram essas medidas que conduziram a isto:

    https://eco.sapo.pt/2024/09/26/rendas-dos-novos-contratos-sobem-111-no-segundo-trimestre/

    Santa estupidez... a 'agenda' que ai anda para criar uma percepcao que estas medidas pifias do governo vao fazer subir os precos. O efeito do 2o trimestre provavelmente teve muito mais a ver com as taxas de juro e a natural recuperacao do mercado de habitacao. As medidas foram anunciadas a 10 de Maio. Alguem que conheca o mercado acredita que foram as casas compradas de 10 de Maio a 30 de Junho que subiram todas de preco devido ao anuncio? Quando as escrituras feitas neste periodo ate sao de CPCVs de casas compradas ANTES de 10 de Maio e colocadas no mercado provavelmente ainda no 1o trimestre?

    Querem fazer de toda a gente burra... e ha muitos que vao atras! E como aqueles que acham que o 'credito a 100%' vai 'inundar o mercado de novos comprados' e puxar os precos para cima! Porque imaginem o poder negocial dos compradores e a quantidade de vendedores que vai aceitar nao receber uma entrada no CPCV e tirar uma casa do mercado sob promessa da aprovacao deu um credito a habitacao de alguem que nao tem dinheiro para nada... isto e uma medida que vai estimular essencialmente a venda de casas que 'ninguem quer'.



    Colocado por: NostradamusE sendo o mercado de trabalho alemão extremamente competitivo e dinâmico, hoje um gajo trabalha em Munique, e daqui a 2 anos é permutado para Berlim. Para quê investir tanto dinheiro num "dormitório" temporário?

    Tal como a questão dos carros, a questão das casas é cultural. Nem vale a pena comparar ou importar o modelo deles..


    Ora... eu estudei em Aveiro, fui trabalhar no Porto 2 anos, depois Lisboa 5 anos e agora estou em Viseu.
    Comprar casa nao e so uma questao de 'investimento'. Em Portugal e que ainda temos esta mentalidade do 'emprego para a vida', principalmente nas geracoes mais velhas. Mas a geracao mais nova ja sabe que nao se pode prender so a um sitio, e uma casa pode ser um investimento, pode ser uma liability. Porque agora que tudo sobe e facil falar no 'investimento'. Mas se vier uma crise como a de 2011 (que vira eventualmente), num arrendamento em 2/3 meses se eu for despedido e tiver que reduzir a minha qualidade de vida consigo trocar de casa sem encargos nem problemas. Se tiver uma proposta de trabalho noutra cidade, no arrendamento nao tenho quaisquer problemas - sair e procurar outra. O 'mercado' aqui nem entra na discussao. Se eu for proprietario e tiver um credito de 250k a 30 anos? O 'risco' e muito maior. Claro que e diferente se estivermos a falar de aquisicao com capitais proprios. Mas para a larga maioria dos jovens, isso nao e uma realidade. Por isso e que devia existir muito maior dinamismo no mercado de arrendamento e incentivos especificamente para este investimento.
  19. Colocado por: dmanteigas

    Mas em parte o Ferreira tem razao quando diz que nao e esse tipo de poupanca que faz a diferenca.
    Os meus pais compraram um apartamento em 1995 por 8 mil contos que venderam em 2000 por 19.5 mil contos. Estas subidas malucas de preco nao sao uma 'novidade absoluta'. A diferenca e que em 1995 ias ao banco, pedias 8 mil para a casa, 1000 para o recheio e levavas mais 2000 extra para imprevistos, a ganhares o equivalente atual a 1000e. Hoje em dia, esse mesmo apartamento de 8 mil contos custa 250 a 300 mil. Tens de juntar no 'minimo' entre 50 a 70 mil para entrada e despesas. E depois tens de ganhar mais de 1000e para o banco te aprovar o credito. Se te aprovar...

    Sim, eu posso viver uma vida de miseravel e abdicar de ferias, jantar fora, roupas novas, etc e poupo mais rapido... mas a diferenca e que nao e fazer isso um ano. Na maioria dos casos, e fazer isso 10 anos. Nao e aceitavel.
    Concordam com este comentário:Dias12


    Colocado por: dmanteigas

    Mas em parte o Ferreira tem razao quando diz que nao e esse tipo de poupanca que faz a diferenca.
    Os meus pais compraram um apartamento em 1995 por 8 mil contos que venderam em 2000 por 19.5 mil contos. Estas subidas malucas de preco nao sao uma 'novidade absoluta'. A diferenca e que em 1995 ias ao banco, pedias 8 mil para a casa, 1000 para o recheio e levavas mais 2000 extra para imprevistos, a ganhares o equivalente atual a 1000e. Hoje em dia, esse mesmo apartamento de 8 mil contos custa 250 a 300 mil. Tens de juntar no 'minimo' entre 50 a 70 mil para entrada e despesas. E depois tens de ganhar mais de 1000e para o banco te aprovar o credito. Se te aprovar...

    Sim, eu posso viver uma vida de miseravel e abdicar de ferias, jantar fora, roupas novas, etc e poupo mais rapido... mas a diferenca e que nao e fazer isso um ano. Na maioria dos casos, e fazer isso 10 anos. Nao e aceitavel.
    Concordam com este comentário:Dias12


    Estar à 5 anos a sobreviver para pagar e amortizar a casa permitiu-me de uma casa de 240k dever 83k. Espero em mais 4 anos ter a casa toda paga. Não é facil ter um ordenado razoável e abdicar de quase tudo para ter a casa paga. Mas ainda só tenho 30 anos e tenho tempo de aproveitar.
 
2.0707 seg. NEW