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  1.  # 1

    Colocado por: dmanteigasE nao foi precisamente o que eu disse com o meu comentario?


    No seu comentário pôs em causa a questão das assimetrias.
    No tenho grandes dúvidas de que são muito maiores (mesmo em distâncias curtas) nos EUA, que entre uma aldeia de Viseu ou Cascais.
    • AMG1
    • 7 fevereiro 2025

     # 2

    Colocado por: dmanteigas

    AMG1, metade ou mais dos meus colegas de trabalho sao americanos de classe media, espalhados por varios estados, e garanto-lhe que as preocupacoes deles com a escola dos filhos sao bem inferiores as minhas, que vou ter que pagar 400/500e para meter a minha num colegio precisamente porque a escola publica alem de ser uma bandalheira com as greves constantes, nem sequer da a garantia de uma escola que tem uma boa turma este ano, nao tenha uma terrivel no proximo.

    Alias, muitas das preocupacoes de cidadaos dos US que voces dizem que eles tem, na realidade sao preocupacoes vossas como se vivessem la, mas com as lentes da sociedade europeia.
    Eu ja disse que estou bem longe de preferir o modelo de sociedade americano, mas nao deixa de ser verdade que os dos 10 estados mais pobres dos US, nao ha um que em 2024 tenha acabado com um PIB per capita inferior ao PIB per capita alemao (o portugues nem entra nestas contas).
    Sim, fazer parte dos mais pobres realmente e uma valente **** nos US comparado com a Europa. Mas achar que alguem da 'classe media' tem mais preocupacoes la do que o europeu medio, e mesmo de quem acha que o Trump ganhou as eleicoes porque existem 90 milhoes de retardados a vota nos US. Nao podemos olhar para eles e criticar coisas que sao culturais e plenamente aceites la. O nosso modelo mais socialista/social democrata e insano para o americano medio. Principalmente em Portugal, onde metade da populacao recebe subsidios do estado de alguma coisa.


    Imagino que isto não seja um campeonato sobre quem conhece melhor o quê, mas aqui vai.
    Eu também trabalhei com americanos, até cheguei mesmo a trabalhar lá durante um curto periodo de tempo (quase 3 anos). A minha filha mais velha vive na Califórnia há 10 anos, está casada com um americano de quem tenho os meus dois únicos netos. Nos últimos anos, desde que me reformei, que passo lá varios meses por ano.
    Há muitos anos que não há nenhum dia da minha vida que eu não fale com americanos, seja em ambiente profissional, pessoal ou familiar e você vêm-me com essa conversa?
    O que eu lhe disse e mantenho é que no respeitante à saude e a educação o americano médio vive de forma muito mais preocupada do que o europeu médio, que obviamente não é o português. Tal como o sueco ou dinamarquês da classe média também vive de forma menos preocupada do que o Portugues do mesmo extrato social.
    O resto é conversa para validar os seus preconceitos. Só isso.
    Onde é que me viu dizer que quem votou no Trump é retardado?
    Você sabe se foi a classe média que votou no Trump?
    O que é que o PIB per capita tem que ver com isto. Acaso você desconhece que a desigualdade na distribuição de rendimentos é muito maior nos USA do que na europa?
    Será que apesar de terem um PIB per capita que é quase o dobro do português, a maioria da população do kentucky vive melhor e com menos preocupações do que os portugueses?
    Veja os indicadores de saúde ou de educação mais básicos: esperança de vida, mortalidade infantil e outros e vê logo do que estou a falar.
    Claro que os USA têm coisas ótimas e com os quais podiamos aprender muito, mas desengane-se se acha que a vida quotidiana de um americano da classe média é mais descansada ou despreocupada do que a da classe média europeia, pelo menos naqueles paises onde o nivel de riqueza pode ser tido como aproximado.
    Claro que a maioria da dita classe média americana vive rodeada de tralha para tudo e um par de botas, o nivel de consumo é muito maior do que na europa, mas na maioria dos casos também vivem atolados em dividas desde a maioridade quase até morrer. Claro que está no seu direito de achar que isso não lhes afecta o quotidiano, mas está enganado.
    Um dos meus netos fez em novembro passado 5 anos e o avô americano aproveitou para começar aquilo a que eles chamam "college fund", diga-me quantas famílias da classe média europeia sentem necessidade de fazer isso?
    Claro que eu aproveitei para "gozar o prato", mas isso já seria outra conversa.
    Mas sugiro que faça uma pergunta simples a um dos seus colegas americanos que tenha crianças da idade da sua e no mesmo tipo de enquadramento escolar. Pergunte-lhe quanto é que ele gasta com a educação dessa criança em % do rendimento liquido dele, depois compare com o seu caso e venha aqui dizer-nos qual foi o resultado. Se tiver algum da California pode exclui-lo porque provavelmente não seria uma comparação justa.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
    Estas pessoas agradeceram este comentário: N Miguel Oliveira
    • jg231
    • 7 fevereiro 2025 editado

     # 3

    honestamente depois disto acho que imigrar é mesmo o caminho

    .

    não me venham dizer que isto é normal e sempre aconteceu
  2.  # 4

  3.  # 5

    Colocado por: dmanteigasAte estranho de o ver escrever isto :D


    Estranha? Como assim?
    Não sou eu que disparo para tudo o que mexe seja politico, imigrante, desempregados, subsidio-dependente, etc.
    O que menos faltam são opiniões e soluções de malta que nunca saiu da bolha em que nasceu.
    E quando temos soluções ainda vá, porque o normal mesmo é só apontar os problemas.
    Quem está mal, que se mude. Ou que mude o que está mal.
    Se não faz nem uma coisa nem outra... de pouco adianta.
    Concordam com este comentário: AMG1
    • AMG1
    • 7 fevereiro 2025

     # 6

    Colocado por: dmanteigas... Prefere optar pelo seguro de saude mais barato? Esta no seu direito... fica com mais rendimento ao final do mes. Depois tem um azar e aparece uma conta de 15 mil dolares para pagar... temos pena. E a logica deles. Maxima liberdade, maxima responsabilidade.


    E quando a escolha do seguro mais barato foi só porque lá em casa são p.e. 4 ou 5 e é necessário pagar 4 ou 5 seguros e não há dinheiro para mais?
    O problema desse lema bacoco e idiota da "maxima liberdade, maxima responsabilidade" é que a liberdade de escolha não é a mesma para todos, mas a responsabilidade sim!
    Percebe a diferença?
  4.  # 7

    Colocado por: jg231da série das medidas que não aumentaram os preços...


    https://sicnoticias.pt/economia/2025-02-07-cgd-esgota-valor-previsto-para-creditos-a-habitacao-com-garantia-publica-46db9d19


    Vamos ver como evolui a economia da Alemanha.

    Vamos ver como evolui a inflação.

    Vamos ver o que o BCE vai fazer em relação às taxas de juro.


    Eu não tenho duvidas que o valor real das casas vai cair se a europa entrar em recessão.

    Mas ninguém sabe quando vai acontecer. Tanto quanto sabemos até podemos estar a entrar num periodo de crescimento economico.


    Uma coisa é certa, não olhem para o estado atual da economia portuguesa para tentar prever alguma coisa. Olhem para a economia das grandes economias europeias.
    • AMG1
    • 7 fevereiro 2025

     # 8

    Colocado por: dmanteigas

    Como disse, eu sou um liberal mas bem longe daquilo que e um 'liberal' americano.
    Sou aqui a que se chama talvez um liberal social, ou como diz o Camilo, um Social Democrata com pendor liberal. Dai que acho que o estado tem de intervir pouco, mas no pouco que intervem ser muito bom.


    Cuidado com a forma como utiliza esta terminologia. No vulgar léxico politico americano, um liberal é alguem que se opõe ao conservadorismo e ao modo de vida tradicional americano. Por exemplo, um conservador, quando se refere p.e. a alguém como a Alexandria Ocasio Cortez chama-lhe invariavelmente liberal de modo completamente pejorativo.
    Liberal é tambem um termo muito em voga em certos meios para designar o wokismo. Tudo coisas em que eu imagino que não se reveja.
    Se quiser e simplificando, um liberal será sempre alguém muito mais proximo das franjas mais extremadas do partido democrata, do que do partido republicano, pelo menos na actual formatação do espectro político americano.
    Aquilo a que nós chamamos um liberal tendo em conta exclusibamente as opções do ponto de vista da economia, isso não existe, porque isso é o que eles pensam que são e o que eles são não se discute, pelo menos nos meios onde impera essa vulgata verbal.
    Seguramente que já viu o Trump num qualquer dos seus comício a invectivar os liberais, como os culpados de todos os males do mundo.
    Claro que em meios onde a linguagem é mais apurada isso já não é bem assim.
    Já alguma coisa que em politica inclua a palavra social, ou que sequer a faca vagamente lembrar...só pode ser socialista e pior do que isso é dificil. Não se esqueça que p.e. no mundo MAGA, paises como a Dinamarca ombreiam muitas vezes com a Venezuela, Cuba e outros do mesmo tipo, apontados sempre como exemplos do que não querem para os estados unidos.
    Os USA são um mundo de enormes contrates em todos os aspectos e nalguns casos chega a ser difícil a um europeu encontrar lógica nalgumas preposições, mas fora isso e mais umas coisas meio estranhas, são um país fantástico.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  5.  # 9

    Colocado por: ferreiraj125

    Vamos ver como evolui a economia da Alemanha.

    Vamos ver como evolui a inflação.

    Vamos ver o que o BCE vai fazer em relação às taxas de juro.


    Eu não tenho duvidas que o valor real das casas vai cair se a europa entrar em recessão.

    Mas ninguém sabe quando vai acontecer. Tanto quanto sabemos até podemos estar a entrar num periodo de crescimento economico.


    Uma coisa é certa, não olhem para o estado atual da economia portuguesa para tentar prever alguma coisa. Olhem para a economia das grandes economias europeias.


    por acaso hoje dei por mim num fórum suíço, um dos únicos países para onde ponderaria imigrar, e as coisas não parecem estar muita animadoras por lá, pode ser uma só uma bolha da internet, mas não estavam muito contentes...
  6.  # 10

    Colocado por: AMG1

    Imagino que isto não seja um campeonato sobre quem conhece melhor o quê, mas aqui vai.
    Eu também trabalhei com americanos, até cheguei mesmo a trabalhar lá durante um curto periodo de tempo (quase 3 anos). A minha filha mais velha vive na Califórnia há 10 anos, está casada com um americano de quem tenho os meus dois únicos netos. Nos últimos anos, desde que me reformei, que passo lá varios meses por ano.
    Há muitos anos que não há nenhum dia da minha vida que eu não fale com americanos, seja em ambiente profissional, pessoal ou familiar e você vêm-me com essa conversa?
    O que eu lhe disse e mantenho é que no respeitante à saude e a educação o americano médio vive de forma muito mais preocupada do que o europeu médio, que obviamente não é o português. Tal como o sueco ou dinamarquês da classe média também vive de forma menos preocupada do que o Portugues do mesmo extrato social.
    O resto é conversa para validar os seus preconceitos. Só isso.
    Onde é que me viu dizer que quem votou no Trump é retardado?
    Você sabe se foi a classe média que votou no Trump?
    O que é que o PIB per capita tem que ver com isto. Acaso você desconhece que a desigualdade na distribuição de rendimentos é muito maior nos USA do que na europa?
    Será que apesar de terem um PIB per capita que é quase o dobro do português, a maioria da população do kentucky vive melhor e com menos preocupações do que os portugueses?
    Veja os indicadores de saúde ou de educação mais básicos: esperança de vida, mortalidade infantil e outros e vê logo do que estou a falar.
    Claro que os USA têm coisas ótimas e com os quais podiamos aprender muito, mas desengane-se se acha que a vida quotidiana de um americano da classe média é mais descansada ou despreocupada do que a da classe média europeia, pelo menos naqueles paises onde o nivel de riqueza pode ser tido como aproximado.
    Claro que a maioria da dita classe média americana vive rodeada de tralha para tudo e um par de botas, o nivel de consumo é muito maior do que na europa, mas na maioria dos casos também vivem atolados em dividas desde a maioridade quase até morrer. Claro que está no seu direito de achar que isso não lhes afecta o quotidiano, mas está enganado.
    Um dos meus netos fez em novembro passado 5 anos e o avô americano aproveitou para começar aquilo a que eles chamam "college fund", diga-me quantas famílias da classe média europeia sentem necessidade de fazer isso?
    Claro que eu aproveitei para "gozar o prato", mas isso já seria outra conversa.
    Mas sugiro que faça uma pergunta simples a um dos seus colegas americanos que tenha crianças da idade da sua e no mesmo tipo de enquadramento escolar. Pergunte-lhe quanto é que ele gasta com a educação dessa criança em % do rendimento liquido dele, depois compare com o seu caso e venha aqui dizer-nos qual foi o resultado. Se tiver algum da California pode exclui-lo porque provavelmente não seria uma comparação justa.
    Concordam com este comentário:N Miguel Oliveira
    Estas pessoas agradeceram este comentário:N Miguel Oliveira


    espetáculo, criticam tanto mas não deixam de lá andar, eu pergunto porque será. Não precisa de responder que eu sei a resposta.

    já agora, o sistema que tanto defende, que nunca uso, mas que finalmente marquei uma consulta, 3 meses de espera! inacreditável, bem que se fosse algo mau bem morria à espera...

    e não defendo o sistema americano, até nem acho que o nosso seja mau, nem me importo de descontar +50% do meu salário, mas não se pode importar gente até dar com um pau ou aceitar que venham estrangeiros fazer tratamentos caros cá de graça, loucura total

    exatamente o mesmo problema das casas, está tudo por um fio
  7.  # 11

    Colocado por: ferreiraj125Eu não tenho duvidas que o valor real das casas vai cair se a europa entrar em recessão.


    Efetivamente isto têm ar de bolha, e parece que até é global.

    Eu acho que a próxima bolha que arrebentar vai ser com mais força e pior para todos nós, porque também vai ter uma escala sem precedentes.

    O maior problema parece ser as dividas soberanas e o imobiliário, por isso eu nem sei se o próprio dinheiro está a salvo. E pela cotação do Ouro, há muita gente a partilhar as minhas perspectivas.
  8.  # 12

    Colocado por: jg231espetáculo, criticam tanto mas não deixam de lá andar, eu pergunto porque será. Não precisa de responder que eu sei a resposta.


    Já reparou que isso se aplica sobretudo a você? Se critica tanto Portugal, porque não deixa de andar por lá?

    O que lhe tentamos explicar é que se você quiser ir para os EUA ou para a Suíça a sí só lhe fará bem. Terá outra perspectiva das coisas e verá in loco se os preconceitos e ideias que tem têm razão de ser ou não. O que menos falta aqui são opiniões como que se soubessem muito sobre como funcionam as coisas num determinado sítio sem nunca terem saído do ninho. Vá, experimente, e venha aqui dizer-nos.

    Nós sim sabemos a resposta, porque fomos, voltámos, tornámos a ir... sabemos como as coisas funcionam por experiência própria e não porque li na net ou ouvi o primo emigrante falar disto e daquilo.

    Se está mal, mude.
    Estando fora, talvez dê maior valor a certas coisas que temos em Portugal. Talvez modere mais as criticas, ou as que fizer, sejam mais construtivas. É sempre assim. E esse é o ponto desta mini discussão.

    Em vez de tentar passar por cima das opiniões dos outros... pergunte, tão simplesmente isso. Eu vivi em ambos, EUA e Suíça, e noutros três. Que quer saber? Talvez possámos ajudar. Ou prefere continuar a debater coisas que não sabe? Isso é válido para os outros users também.

    No final, acho que se tivermos um espirito positivo, de focarnos no que cada país tem de positivo, podemos encontrar a felicidade em qualquer lado. O mesmo se aplica de quem vive resignado em Portugal ou emigra resignado, estará mal em qualquer lado. Mente aberta!
  9.  # 13

    Já que ninguém quer discutir imobiliário... e andámos nesta rodinha... Sobre a insustentabilidade da Seg. Social... há ideias interessantes fora que poderiamos adoptar. Para não ir ao extremo do 401k americano... porque não um sistema como o mexicano? Ou vamos começar a atirar postas de pescada já?

    Eles até 1997 tinham um sistema como o nosso.
    Fizeram as contas e chegaram à conclusão que isto ia rebentar um dia. Então fizeram uma espécie de mix entre o que tinham e o sistema americano.

    Basicamente, hoje em dia, os descontos da Seg Social, vão para fundos de seguradoras privadas, esse dinheiro é todo ele investido num portfolio de activos financeiros. De modo a que esse investimento dê rendimento... para quando chegar a altura da reforma, aquilo que se foi descontando compense a inflação ao longo dos anos. Usam muitas vezes esse guito para construção pública por exemplo, que depois se vai vendendo. Dívida, certificados do Tesouro, etc... a idade média dos mexicanos é 29 anos acho eu... enquanto a dos portugueses deve andar nos 46 ou assim.

    Estes fundos, embora está nas mãos de seguradoras, quase todas ligadas a bancos... e tudo isso ser privado... o medo de haver problemas é compensado com o escrutinio que há. É o sector onde há mais controlo, mais que na bolsa, que na dívida, etc...

    Faz com que por exemplo, para as pessoas que querem investir e não sabem como... por vezes, basta tão simplesmente meterem mais guito para a reforma cada mês... que os productos de investimentos têm as mesmas margens.

    Seria uma boa ou má solução para Portugal?

    No geral as coisas funcionam diferente. Mesmo nos bancos, pode ter dinheiro lá, numa conta à ordem, corrente, e mesmo tendo acesso ao dinhero todo o tempo, ver rendimentos de 12... 14% anuais. Em Portugal, mesmo estando a prazo, rende quanto?

    Em Portugal somos bastante conservadores no que a investimentos diz respeito... que tanto faz a Seg Social com os nossos descontos? Simplesmente paga aos reformados, desempregados, etc...? Investe em alguma coisa?
    • reg
    • 8 fevereiro 2025

     # 14

    Colocado por: N Miguel OliveiraSeria uma boa ou má solução para Portugal?


    Ui, por cá, vinha logo a esquerda falar de neo liberalismo.
  10.  # 15

    Colocado por: N Miguel OliveiraJá que ninguém quer discutir imobiliário... e andámos nesta rodinha... Sobre a insustentabilidade da Seg. Social... há ideias interessantes fora que poderiamos adoptar. Para não ir ao extremo do 401k americano... porque não um sistema como o mexicano? Ou vamos começar a atirar postas de pescada já?

    Eles até 1997 tinham um sistema como o nosso.
    Fizeram as contas e chegaram à conclusão que isto ia rebentar um dia. Então fizeram uma espécie de mix entre o que tinham e o sistema americano.

    Basicamente, hoje em dia, os descontos da Seg Social, vão para fundos de seguradoras privadas, esse dinheiro é todo ele investido num portfolio de activos financeiros. De modo a que esse investimento dê rendimento... para quando chegar a altura da reforma, aquilo que se foi descontando compense a inflação ao longo dos anos. Usam muitas vezes esse guito para construção pública por exemplo, que depois se vai vendendo. Dívida, certificados do Tesouro, etc... a idade média dos mexicanos é 29 anos acho eu... enquanto a dos portugueses deve andar nos 46 ou assim.

    Estes fundos, embora está nas mãos de seguradoras, quase todas ligadas a bancos... e tudo isso ser privado... o medo de haver problemas é compensado com o escrutinio que há. É o sector onde há mais controlo, mais que na bolsa, que na dívida, etc...

    Faz com que por exemplo, para as pessoas que querem investir e não sabem como... por vezes, basta tão simplesmente meterem mais guito para a reforma cada mês... que os productos de investimentos têm as mesmas margens.

    Seria uma boa ou má solução para Portugal?

    No geral as coisas funcionam diferente. Mesmo nos bancos, pode ter dinheiro lá, numa conta à ordem, corrente, e mesmo tendo acesso ao dinhero todo o tempo, ver rendimentos de 12... 14% anuais. Em Portugal, mesmo estando a prazo, rende quanto?

    Em Portugal somos bastante conservadores no que a investimentos diz respeito... que tanto faz a Seg Social com os nossos descontos? Simplesmente paga aos reformados, desempregados, etc...? Investe em alguma coisa?


    Por mim terminavam os descontos para a SS já amanhã.

    Quem já descontou, ainda iria receber reforma, mas em função dos anos que descontou até agora.


    O sistema teria de ser mantido por umas decadas, para pagar as reformas atuais e daqueles já tinham alguns anos de descontos.

    Mas isso seria pago diretamente pelo orçamento de estado. Para isso seria preciso subir IRS, mas haveria margem de manobra com o fim dos descontos para a SS.
  11.  # 16

    O Passos Coelho chegou a propor um sistema misto… cada pessoa ter a possibilidade de alocar uma percentagem dos seus descontos da segurança social para um fundo privado.
    Já não me recordo porque não avançou… provavelmente porque a esquerda vetou.
  12.  # 17

    Colocado por: Jorge_Gonçalvesum sistema misto…


    Eu acho que faria todo o sentido.

    Um sistema que previa um mínimo para todos, misturado com alguma personalização e individualidade.
    • AMG1
    • 8 fevereiro 2025

     # 18

    A maioria dos sistemas como o nosso tem evoluido para sistemas mistos, que combinam 2 ou três pilares de financiamento.
    1. Um primeiro pilar publico, financiado com contribuicoes ou impostos ou as duas coisas.
    2. Um segundo pilar de capitalização publica e privada, ou qualquer delas, por escolha do proprio e que pode ser obrigatorio (caso da Suécia p.e.), ou facultativo.
    3. O terceiro pilar é sempre facultativo e serão poupanças exclusivamente privadas e em geral não beneficiam do mesmo tratamento fiscal do segundo pilar, que beneficia sempre de condicoes fiscais especiais. Quando obrigatorio, o normal é a isenção total de impostos para o beneficiário e alguma majoracao do custo para a empresa.
    Há múltiplas formas de fazer isto, pode ser para todos ou apenas para os rendimentos acima de um dado montante, o chamado plafonamento.
    Óbviamente que nada disto é isento de riscos para o próprio, mas tem uma enorme vantagem para o estado, porque limita por completo as responsabilidades independentemente do que acontecer.
    O problema é como financiar a transição dum sistema para o outro, porque no momento inicial ocorre uma redução drástica das receitas, mas a despesa mantém-se. Tipicamente isto deve ser feito momento se "vacas gordas", mas como sabemos esses momentos não têm sido abundantes.
    Há uma hipótese, que tem sido discutida entre os especialistas, que era utilizar o fundo de estabilização, que tem neste momento cerca de 40 mil milhoes e que servirá para fazer face aos défices que são esperados para a proxima década. Não é uma decisão fácil nem consensual e só poderia avançar com um pacto muito alargado entre partidos, o que não se afigura como fácil, até porque há muita incerteza sobre o resultado e se gastamos esse capital, corremos o risco de termos o OE a financiar os défices futuros.
    O PSD tem esta ideia há muito tempo, mas nunca tentou verdadeiramente avançar com ela. Mesmo agora, acabou de nomear um GT para estudar a questão, mas o ministro das finanças ja foi avançando que não haverá qualquer mexida nesta legislatura.
    O responsável por esse GT é uma das pessoas que defende abertamente a utilização do fundo para financiar a transição, portanto a sua escolha não deve ter sido por acaso.
    Eu arriscaria dizer que mais cedo ou mais tarde, acabaremos por ter o plafonamento das contribuições e dos benefícios, mas apenas para os rendimentos mais elevados, nem que seja para ver como funciona.
    Agora isto são as pensões da segurança social, de que toda a gente fala, mas onde o problema é muito menos grave do que na CGA. Aí não há fundo nenhum, o estado ficava com as contribuicoes e pagava as pensões e ainda há muitos anos pela frente antes que se extinga a responsabilidade. Ha umas semanas falou-se de +/- 200 mil milhoes ao longo dos próximos 40 anos. Deve ser menos, mas será sempre muito.
    A minha opinião sobre este assunto é muito simples, não me incomoda nada o plafonamento das contribuições e das responsabilidades, mas não creio que venha daí grande vantagem para a maioria dos trabalhadores, apenas mais segurança e previsibilidade nas contas publicas.
    A criação de um segundo pilar para todos, com a redução das contribuições só a vejo se esse segundo pilar for obrigatório, senão corremos o risco de criar uma bomba relógio para o futuro.
    Este não é um tema para experimentalismos, qualquer mudança deve ser pensada e consensualizada e seguindo as melhores práticas conhecidas, sem voluntarismos nem populismos da treta, que acham que é possivel num dia comer o bolo e no dia seguinte continuar a tê-lo disponivel.
    A minha bola de cristal diz-me que nada disto avançará com os actuais lideres dos dois maiores partidos, ainda por cima com o fantasma do CHEGA a rezar para ter mais uma causa. Mas até pode ser que me engane.
  13.  # 19

    Colocado por: AMG1A maioria dos sistemas como o nosso tem evoluido para sistemas mistos, que combinam 2 ou três pilares de financiamento.
    1. Um primeiro pilar publico, financiado com contribuicoes ou impostos ou as duas coisas.
    2. Um segundo pilar de capitalização publica e privada, ou qualquer delas, por escolha do proprio e que pode ser obrigatorio (caso da Suécia p.e.), ou facultativo.
    3. O terceiro pilar é sempre facultativo e serão poupanças exclusivamente privadas e em geral não beneficiam do mesmo tratamento fiscal do segundo pilar, que beneficia sempre de condicoes fiscais especiais

    Sistema Helvético.

    E funciona.
    Agora existe responsabilidade e o segundo pilar é teu, transparente, com juro (decente) composto e é transportado ctg de cada vez que mudes de empresa Suíça. Do teu salário sai uma percentagem e a empresa contribui outro tanto.
    Podes ainda aumentar essa percentagem havendo empresas que promovem até igualdade de co-pagamento. O que tu puseres acima a empresa põe igual.

    Isso e o terceiro pilar permitem também condições engraçadas de acesso a crédito habitação que faz com que prestações sejam consideravelmente mais simpáticas.
    Por exemplo podes escolher um período até 15 anos (salvo erro) que a tua prestação é só para os juros com a condição de amortização de 20% ao fim desse período. Decides depois pagar juros na mesma ou juntar amortização+juros. Permite ainda deferir uma percentagem (consoante cálculo de juros do segundo pilar) para o fim do crédito.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AMG1
    • AMG1
    • 9 fevereiro 2025

     # 20

    Colocado por: Jorge_GonçalvesO Passos Coelho chegou a propor um sistema misto… cada pessoa ter a possibilidade de alocar uma percentagem dos seus descontos da segurança social para um fundo privado.
    Já não me recordo porque não avançou… provavelmente porque a esquerda vetou.

    O Passos Coelho tinha maioria no parlamento para avançar com isso, mesmo sem os votos da esquerda. Não o fez porque simplesmente isso não é coisa que se possa fazer, como disse lá atrás, sem algum consenso porque o resultado não é garantido. Mais, na altura em que ele colocou a questão, nem sequer havia condições de usar o fundo de estabilização, porque estava muito abaixo das responsabilidades para que foi criado.
    Tenham atenção que há muitos interesses em torno destas alterações. O fundo de estabilização é só o maior fundo autónomo que existe em Portugal e o apetite para lhe deitar a mão é enorme e esse apetite só tem um objectivo:ganhar dinheiro com ele. Se serão só os gestores a ganhar ou também os beneficiarios, isso logo se verá, mas pelo o sim e pelo não, convém não sermos anjinhos.
    Eu estou reformado, mas não contribui, nem recebo nada da segurança social. Logo, o resultado final é-me completamente indiferente, mas considero que há vantagens do ponto de vista das contas públicas em limitar as responsabilidades futuras, se os actuais activos ficarão melhor...talvez!
    Como muitos dos actuais activos já dão como adquirido, que não terão qualquer pensão da segurança social, talvez seja mesmo o momento certo para que um governo avance com isto. So tem a ganhar, para começar limita a incerteza futura nas contas publicas, satisfaz os activos, sem prejudicar os actuais pensionistas e depois logo se vê, mas já sera outro a ver. De qualquer modo, daqui a 15, 20 ou 30 anos, quando os actuais activos se reformarem, já ninguém vai avaliar essa decisão.
 
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