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  1. Colocado por: ferreiraj125Acho que isso tem a ver com o facto de serem tipologias que até há pouco tempo tinham pouca procura.

    Mesmo hoje em dia não são tipologias muito atrativas porque têm baixo custo beneficio.

    O custo de construir um T1 com 55 m^2 é pouco menor que o de um T2 com 70 m^2.

    Tens à mesma o custo da sala, cozinha, casa-de-banho, e o quarto extra acaba por dar jeito com um custo marginalmente superior.



    Não propriamente.
    Construir para vender é uma coisa, para alugar é outra.

    Além disso, a distribuição das tipologias prende-se com a (reduzida) edificação permitida em determinado terreno. Ao contrário do que se possa pensar... os terrenos são relativamente baratos.

    Quando são muito caros, o promotor tenta encaixar o maior numero de fogos possivel, tornando-os muitas vezes em tipologias com menos compartimentos.

    Ou seja, se construir um T2 ocupa o espaço de dois T0... sai melhor o negócio se investir mais um pouco (mais cozinhas, wcs, etc) e ter mais T0... e menos T2, sobretudo quando o imóvel é para pôr a alugar.

    O problema é pensar tanto no custo beneficio a curtíssimo prazo (para vender), e no facto de haver pouco dinheiro.
    O mais natural seria, se neste terreno posso construir 1500m² brutos, vou construir 1499m². Mas o que mais se vê é: se neste terreno posso edificar 1500m², vou construir a minha casita e um bom jardim. Zero investimento.

    Fora de Portugal, os promotores (que constroem para alugar) pedem-nos o maior numero de fogos possiveis, se fossem todos T0 ou T1, maravilha, dizem eles.

    Tanto é que começam depois a surgir variantes malucas, tipo T1, mas com janela só na sala, com o quarto no interior da planta, com luz atravês de paredes translúcias, etc... ou as versões tipo T0+1 ou T1+1... em que o mais um funciona como pequeno escritório aberto, mini quarto quando há hospedes, etc.
    T2 serão uns 25% no máximo, T3 e T4 nem se fazem.

    O perfil de quem procura casa para alugar também devia ser tido em conta. O "agregado familiar", está a mudar. Reformados, divorciados, casais em ínicio de carreira, solteiros, etc...

    Já para quem constrói, faz sentido construir um T3, quando apenas por 20 anos precisa da capacidade máxima da casa?

    São tudo questões a ponderar.
  2. "Portugal é dos que mais favorece capital e prejudica salários com impostos"

    https://eco.sapo.pt/2023/09/06/portugal-e-dos-que-mais-favorece-capital-e-prejudica-salarios-com-impostos/
  3. Convém ler com atenção

    "Os fiscalistas ouvidos pelo ECO frisam que esse cenário não resulta tanto das taxas que se aplicam aos rendimentos de capital serem baixas, mas, antes, é fruto das taxas de IRS serem elevadas, e porque estas são aplicadas a escalões “demasiados baixos”."
  4. Claro que é mais fácil escalar IRS que rendimentos de capital numa zona económica como o Euro, onde é muito mais fácil colocar capital noutro país que propriamente irmos todos trabalhar para fora.
  5. Colocado por: MS_11Convém ler com atenção

    "Os fiscalistas ouvidos pelo ECO frisam que esse cenário não resulta tanto das taxas que se aplicam aos rendimentos de capital serem baixas, mas, antes, é fruto das taxas de IRS serem elevadas, e porque estas são aplicadas a escalões “demasiados baixos”."
    Certo certo. A questão é que tendo de sacar o dinheiro o sacam preferencialmente a quem depende do salário.

    Também era o que mais faltava que perante o saque fiscal a que os salários são sujeitos, aos rendimentos de capital fossem aplicadas taxas consideradas baixas.
  6. Não entender que a questão é estarmos em constante saque fiscal, a escolha é apenas pela presa que conseguem apanhar sem esta fugir.

    Fazer similar aos rendimentos de capitais era empurrar para a saída o capital que ainda vai circulando em investimento no país.

    Europa, livre circulação de pessoas e bens, sendo menos provável que todos emigrem é bem mais fácil alocar capital no exterior não existe o peso emocional de estar longe da família, amigos e do ambiente que nos possa agradar.
  7. Colocado por: MS_11Não entender que a questão é estarmos em constante saque fiscal, a escolha é apenas pela presa que conseguem apanhar sem esta fugir.
    Eu percebo isso tudo, e isso é comum a todos os países. O meu ponto era: "Portugal não foge a essa tendência e é mesmo o terceiro país da OCDE onde a diferença de tratamento entre esses tipos de rendimentos é maior, isto é, onde o capital é mais favorecido em detrimento do trabalho. "
  8. Mas não é maior pelo lado das taxas sobre capitais (mesmo ai estamos acima da Europa da Coesão que tem conseguido captar capitais) mas por um taxar de rendimentos do trabalho totalmente irracional.

    E sim comparando com alguns países temos taxas similareas mas aplicadas a rendimentos que são 1/3...

    Facilmente as taxas marginais em PT para quem ande nos 50K ano se aproximam de quem recebe 150K ano na alemanha.
    Concordam com este comentário: HAL_9000, eu, J.Fernandes
    • AMG1
    • 6 setembro 2023
    Colocado por: MS_11

    Facilmente as taxas marginais em PT para quem ande nos 50K ano se aproximam de quem recebe 150K ano na alemanha.


    Para percebermos isto melhor, será que consegue colocar aqui as taxas marginais que se aplicam em Portugal e na Alemanha:
    Ao salario medio dos dois paises e a também a um de 50k. No caso alemão incluído obviamente o adicional de solidariedade social, julgo que é assim que se chama.
    Obrigado.
  9. Não consigo ter esse dados todos aqui debaixo da língua.

    Deixo-lhe um que é factual para não me enganar:

    Taxa marginal 45%:

    Aplicado em Pt a agregados com rendimento tributável de 50,483€
    Na alemanha a agregados com rendimento tributável de 277,825€.
  10. Portugal:
    Até 7.479 euros: 14.5%
    De 7.479 a 11.284 euros: 21,0%
    De 11.284 a 15.992 euros: 26,5%
    De 15.992 a 20.700 euros: 28,5%
    De 20.700 a 26.355 euros: 35,0%
    De 26.355 a 38.632 euros: 37,0%
    De 38.632 a 50.483 euros: 43,5%
    De 50.483 a 78.834 euros: 45,0%
    Acima de 78.834 euros: 48,0%
    Acima de 80.000 euros: 48,0% + Taxa Adicional de Solidariedade (de 2,5% a 5%)

    Irlanda:

    Até €12.012: 0.5%
    de € 12.012,01 to € 22.920: 2%
    de to € 22.920.01 to € 70.044: 4.5%
    de € 70.044,01 ou acima: 8%
    Empresário com renda superior a € 100.000: 11%

    Alemanha:

    De 0 a 9.744 euros 0%
    De 9.745 EUR a 57.918 euros Taxas geometricamente progressivas de 14% a 42%
    De 57,919 a 274.612 euros 42%
    Acima de 274.612 euros 45%

    Atenção ao pormenor taxa geometricamente progressiva. Não é similar ao socalcos que aqui temos.
  11. Colocado por: MS_11Portugal:
    Até 7.479 euros: 14.5%
    De 7.479 a 11.284 euros: 21,0%
    De 11.284 a 15.992 euros: 26,5%
    De 15.992 a 20.700 euros: 28,5%
    De 20.700 a 26.355 euros: 35,0%
    De 26.355 a 38.632 euros: 37,0%
    De 38.632 a 50.483 euros: 43,5%
    De 50.483 a 78.834 euros: 45,0%
    Acima de 78.834 euros: 48,0%
    Acima de 80.000 euros: 48,0% + Taxa Adicional de Solidariedade (de 2,5% a 5%)

    Irlanda:

    Até €12.012: 0.5%
    de € 12.012,01 to € 22.920: 2%
    de to € 22.920.01 to € 70.044: 4.5%
    de € 70.044,01 ou acima: 8%
    Empresário com renda superior a € 100.000: 11%

    Alemanha:

    De 0 a 9.744 euros 0%
    De 9.745 EUR a 57.918 euros Taxas geometricamente progressivas de 14% a 42%
    De 57,919 a 274.612 euros 42%
    Acima de 274.612 euros 45%

    Atenção ao pormenor taxa geometricamente progressiva. Não é similar ao socalcos que aqui temos.

    Que diferença, mas será que não existem taxas diferentes nesses países e no nosso não (é uma diferença abismal)
  12. Colocado por: MS_11Não entender que a questão é estarmos em constante saque fiscal, a escolha é apenas pela presa que conseguem apanhar sem esta fugir.

    Fazer similar aos rendimentos de capitais era empurrar para a saída o capital que ainda vai circulando em investimento no país.

    Europa, livre circulação de pessoas e bens, sendo menos provável que todos emigrem é bem mais fácil alocar capital no exterior não existe o peso emocional de estar longe da família, amigos e do ambiente que nos possa agradar.


    Que diferença faz meter o capital lá fora?

    Eu invisto num fundo irlandês que compro na bolsa alemã através duma corretora holandesa.

    Não deixo de ter de declarar mais valias no IRS e ser tributado em 28%.
  13. Colocado por: MS_11Não consigo ter esse dados todos aqui debaixo da língua.

    Deixo-lhe um que é factual para não me enganar:

    Taxa marginal 45%:

    Aplicado em Pt a agregados com rendimento tributável de 50,483€
    Na alemanha a agregados com rendimento tributável de 277,825€.


    E é aplicada a que percentagem de agregados? ;)
    • AMG1
    • 6 setembro 2023
    O problema das comparacoes lineares de tx, é que frequentemente são pouco ilucidativas sobre a realidade.
    P.e. na Alemanha existe a obrigatoriedade do trabalhor subscrever o seguro publico de saúde (creio que para quem ganha até+/-60k), enquanto em Portugal o SNS é financiado directamente dos impostos. Se não tiver havido alguma alteração recente, o custo desse seguro será de cerca de 15% do salário bruto e é suportado em partes igual pelo trabalhador e pelo empregador. Ou seja, as taxas de IRS da Alemanha só podem ser comparáveis com as nossas se adicionadas desses 7,5% (pode não ser o valor exacto). Existe ainda o complemento de solidariedade criado aquando da reunificação que era de 5% sobre o total do imposto, mas julgo que acabou recentemente, pelo menos para os rendimentos até determinado valor.
    Até posso estar redondamente enganado, mas a diferença entre um assalarido português e um alemão, nao estará na magnitude dos impostos que pagam, mas na diferença abismal dos salarios que ambos recebem.
    A carga fiscal (impostos+contribuições) na Alemanha representa quase 48% do PIB, em Portugal esse rácio tem menos 10pp. Ora, Se não são as remunerações do capital nem as do trabalho que suportam essa carga fiscal, onde é que o estado alemão vai cobrar esses impostos e contribuições?
  14. Colocado por: AMG1Até posso estar redondamente enganado, mas a diferença entre um assalarido português e um alemão, nao estará na magnitude dos impostos que pagam, mas na diferença abismal dos salarios que ambos recebem.
    Parecendo que não, é o que interessa. Não?

    Olhe eu preferia pagar 48% de imposto de um rendimento de 10k, do que 20% de imposto de um rendimento de 1.5K.

    Quando por aqui falamos em carga fiscal/esforço fiscal, obviamente que não desligamos isso dos euros que sobram após o saque, e do que podemos comprar com essa quantia de euros.
    Concordam com este comentário: eu
    • AMG1
    • 7 setembro 2023
    Colocado por: HAL_9000Parecendo que não, é o que interessa. Não?

    Olhe eu preferia pagar 48% de imposto de um rendimento de 10k, do que 20% de imposto de um rendimento de 1.5K.

    Quando por aqui falamos em carga fiscal/esforço fiscal, obviamente que não desligamos isso dos euros que sobram após o saque, e do que podemos comprar com essa quantia de euros.


    Eu percebo perfeitamente, por isso é que acho que se deve chamar as coisas pelos nomes certos.
    Uma coisa é dizermos que pagamos mais impostos, outra é dizer que ganhamos pior.
    Esta distinção é importante porque a solução não é igual para as duas questões.
    Se pagarmos menos 20% de impostos, teremos mais euros na carteira, mas esse dinheiro vai faltar nos serviços que o estado disponibiliza, já se a solução vier do aumento dos salários, também teremos mais euros na carteira e até podemos vir a pagar menos impostos (a base de tributação aumenta), sem que isso tenha implicação nos serviços.
    Acho que temos é de nos decidir sobre o que queremos. Podemos ir pelo caminho de pagar o minimo e cada um governar-se como puder relativamente a educação, saúde e por aí fora..., e alguns ficariam bastante melhor do que hoje (eu p.e.), ou podemos pagar aquilo que pagamos e que até nem é tanto quanto o que alguns dos nossos parceiros europeus pagam e exigir que o estado nos forneça os melhores serviços possiveis com esse dinheiro.
    Agora o que, para mim, não faz sentido é querermos pagar o mesmo que pagam os que não têm, ou tem muito pouco apoio do estado, mas querermos os apoios iguais aos que pagam o mesmo ou mais do que nós pagamos.
    Mas claro, que sempre haverá quem ache que é possivel ter "o sol na eira e a chuva no nabal". Depois ainda há os que sabem bem que isso não é possivel, mas tentam que todos acreditemos que sim. Mas acredita nisso quem quiser, até porque informação não falta.
    Concordam com este comentário: ferreiraj125
    • AMG1
    • 7 setembro 2023
    Por falar em informação. Esta até tem a vantagem de contar com declarações de um dos mais influentes advogados da praca especialista naquilo a que a que ele chamará "planeamento fiscal", mas que frequentemente redundam em meros esquemas de fuga. Só que a AT com estes planeadores tem muito mais "cuidado" do que com o Zé ninguém.
    https://cnnportugal.iol.pt/economia/g20/uma-pessoa-que-tenha-um-milhao-de-euros-de-patrimonio-nao-faz-a-vida-de-rico-que-achavamos-dois-fiscalistas-analisam-a-proposta-dos-ricos-que-querem-pagar-mais-impostos/20230906/64f77d6cd34e371fc0b7538b
  15. A alemanha não tem estado social!

    Pronto fiquei esclarecido.
    • AMG1
    • 7 setembro 2023
    Colocado por: MS_11A alemanha não tem estado social!

    Pronto fiquei esclarecido.


    Conclusão lógica e completamente acertada, sobretudo se lá chegou com base no que escrevi!
 
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