Colocado por: j cardosoIsso é uma maneira muito enviesada e falsa de ver as coisas. Vamos ser mais exactos: o Syriza, ao contrário do que lhes prometeu não os tirou da desgraça, mas quem os levou à desgraça foram os partidos "tradicionais".
Colocado por: jpvngIsso soa tão hipocrita meu caro.
Colocado por: jpvngParece-me evidente que o Syriza veio incomodar o poder.
Colocado por: luisvvRepare que no final de 2014 já tinham atingido um superavit primário e o PIB estava a crescer
A realidade, como eu a vejo, é que ninguém levou a Grécia à desgraça, porque não me parece que tenha havido ainda alguma desgraça. Uma grave recessão, ou mesmo depressão que já dura há muitos, isso sim mas uma tragédia, ou desgraça, ou hecatombe, é o que está agora iminente
Provavelmente não será suficiente, e alguém (uma maioria) achou que preferia atirar com a toalha ao chão. E isso é uma posição que todos temos de respeitar.
As consequências ou se é um melhor ou pior caminho para a Grécia, o futuro nos mostrará, e eles o terão de assumir.
De qualquer forma, não nos vangloriemos de que a saída da Grécia é um castigo merecido, pois também ninguém pode adivinhar o que vai acontecer de futuro quer a nível europeu, quer a nível do nosso cantinho.
Colocado por: j cardosoCoisa mais ridícula. O piloto alemão que fez despenhar o avião também não provocou nenhuma desgraça, o que provocou essa desgraça foi o facto de os Alpes serem tão altos. Coitadinho do PASOK que não tem responsabilidades nenhuma na situação actual ...
Colocado por: luisvvOra, esta ideia é um bocado falaciosa. Por um lado, porque:
Provavelmente não será suficiente, e alguém (uma maioria) achou que preferia atirar com a toalha ao chão. E isso é uma posição que todos temos de respeitar.
As consequências ou se é um melhor ou pior caminho para a Grécia, o futuro nos mostrará, e eles o terão de assumir.
De qualquer forma, não nos vangloriemos de que a saída da Grécia é um castigo merecido, pois também ninguém pode adivinhar o que vai acontecer de futuro quer a nível europeu, quer a nível do nosso cantinho.
Agora, é possível argumentar que um acordo de financiamento suficientemente estável seria suficiente para estancar a sangria dos depósitos e normalizar a situação económica, evitando o risco de nova recessão e reduzindo, assim, a probabilidade de se voltar a um défice primário. Mas este raciocínio parte do pressuposto de que o Syriza vai mesmo cumprir o que promete, o que é tudo menos seguro. Lembrem-se: se as promessas não podem ser garantidas pela força – e o tempo em que se invadiam países para cobrar dívidas já lá vai – então só podem ser reforçadas pela confiança. Confiança que o Governo grego dinamitou completamente ao longo dos últimos seis meses1.
Aliás, desconfio que o corte de pensões sugerido pela Troika tem um interesse muito mais informativo do que económico. Repare-se: o Syriza foi eleito com base num programa explícito e declarado de acabar com a austeridade. Neste contexto, cortar pensões seria uma prova fortíssima de compromisso com a consolidação orçamental. Mais do que uma medida de consolidação, um corte de pensões funciona como um mecanismo de sinalização, dando provas efectivas, e não apenas verbais, de que o Syriza quer mesmo levar a sério a sua promessa de rigor orçamental.
Seria mesmo chegar a este ponto? Aqui acho que não há muita volta a dar: num acordo entre partes, o grau de garantias que uma parte tem de dar é função directa do risco que se pede à outra parte que assuma, bem como da confiança mútua existente. Ora, a acção do Syriza ao longo dos últimos meses agravou imenso os dois membros da equação. A incerteza que fez pairar sobre a economia travou a recuperação económica e criou o risco de um novo défice primário; e a retórica acerca da insustentabilidade da dívida e do fim da austeridade eliminou toda a confiança que ainda poderia restar. E a confiança é como a virgindade: só se perde uma vez.
O que pode o Syriza fazer agora? Para além da resposta óbvia – cortar as pensões, engolir a pílula e seguir em frente (eventualmente com eleições antecipadas) – não há muitas alternativas viáveis, e certamente que não há nenhuma indolor. A falta de confiança da Europa no Syriza em controlar as contas públicas é tal que nenhuma espécie de compromisso meramente verbal será suficiente. Resta a força dos actos: medidas duras e impopulares que sinalizem claramente que a Grécia não está apenas a tentar ganhar tempo. Este dilema não é propriamente inesperado: há alguns meses, Antonio Fatas escrevia isto:
What no one wants is an agreement that does not offer a permanent solution to the problem. But is this possible? You need a credible commitment from Greece on implementing reforms in a way that can guarantee a large enough primary balance so that the possibility of future crisis goes down significantly. But credible commitment on reforms is not feasible. Reforms take time to be designed and implemented and there is enough uncertainty about growth and interest rates to ensure that a future crisis can be ruled out. The intersection between what the Greek government wants and what the European partners want is an empty set today (once we remove all the unfeasible solutions). And that’s why a risk of collapse in the negotiations is real.
Um último comentário. Durante o tempo em que decorreu o PAEF de Portugal houve basicamente dois tipos de comentadores: o grupo que compreendia os cortes, e o grupo que não os compreendia. Mas apesar da diferença crucial em relação a este aspecto, julgo que ambos convergiam num ponto: a crítica – directa ou indirectamente (o silêncio também fala) – à retórica da “confiança & credibilidade” do ministro das Finanças Vítor Gaspar. Havia derrapagens? Ele cobria com mais cortes. Falava-se de reestruturação? Abanava a cabeça e passava à frente. O pessoal até percebia que quando não há dinheiro as contas são diferentes; mas, que raio, o homem não podia falar mais alto com os alemães, bater no peito de vez em quando e dizer que não somos ratos de laboratório? Às vezes até parecia que ele queria mesmo fazer aquilo.
Com algumas honrosas excepções (vem-me à cabeça Vítor Bento – mas não muitos mais), muito poucos perceberam as dinâmicas envolvidas nesta negociação, e o papel crucial que a credibilidade tinha para as contrariar. Num cenário em que Portugal precisava desesperadamente de dinheiro; em que poderia vir a precisar de muito mais (em 2012, os juros chegaram aos 15% – e pensava-se que podiam lá ficar durante muito tempo); em que não havia forma nenhuma de garantir que ele seria pago aos credores; e em que havia pressões políticas enormes na Alemanha para travar os empréstimos aos PIGS – num cenário destes, a criação de uma relação de confiança era absolutamente fundamental, porque dela dependia a facilidade de canalizar fundos para Portugal e de efectivamente segurar o país contra maus ventos. Felizmente, não foi preciso gastar esse capital acumulado: o risco de imposão do euro não se chegou a colocar. Mas julgo que as consequências práticas da estratégia do Syriza já terão feito algumas pessoas repensar a avaliação que fizeram de Vítor Gaspar.
Colocado por: luisvvNo final de 2014não estava prevista mais austeridade na Grécia.
Esta segunda-feira, no mesmo dia em que o Eurogrupo decidiu aceder às pretensões helénicas e prolongar por dois meses o programa de assistência económica e financeira à Grécia, possibilitando assim a libertação da última tranche do resgate internacional, que terminava no final deste ano, o primeiro-ministro Antonis Samaras convocou para 17 de Dezembro a primeira ronda das presidenciais.
No mesmo dia foi aprovado o orçamento grego para 2015 com votos favoráveis da maioria governamental e votos contra de toda a oposição. Mas, nos próximos dois meses, Atenas, como refere o Financial Times, terá de implementar novas medidas de austeridade de forma a abrir caminho a uma posterior negociação de linhas de crédito cautelares com os membros da troika.
Entre as medidas exigidas pela troika está o aumento de impostos e cortes nas pensões. Assim, afigura-se difícil para Samaras conseguir conciliar as exigências de contenção orçamental feitas pelos credores com a necessidade de captação de apoio dos partidários do fim da austeridade dos Gregos Independentes.
Colocado por: luisvvNovamente, poucas pessoas apreciaram isto na altura,mas no final de 2014 a Troika não esperava que a Grécia implementasse mais medidas de austeridade. Pelo contrário, acreditava-se que o saldo primário herdado de 2014 (2,7%), associado ao crescimento do PIB, seria suficiente para atingir as metas de redução da dívida
O parlamento grego aprovou no início desta semana o orçamento para 2015, mas os credores internacionais acreditam que há um "buraco" entre dois a três mil milhões de euros nas receitas suplementares que afastará a Grécia do cumprimento das previsões económicas.
A sério?
Estes jornais
Colocado por: luisvvSim, a sério. Em Outubro e Novembro discutia-se um plano cautelar.
Palavra por palavra, proposta por proposta: o que Varoufakis pediu e a Europa rejeitou
Colocado por: euFelizmente, o bom senso imperou:http://www.publico.pt/mundo/noticia/novas-propostas-gregas-sao-bem-recebidas-em-bruxelas-1699713
O dia tinha de começar com mais uma peripécia: a proposta “definitiva’ das autoridades gregas enviada durante a noite de domingo não era, afinal, a proposta inteiramente correta. A versão corrigida chegou esta manhã a Bruxelas. As alterações são pequenas, mas com um calendário curto em dia cheio de reuniões, mais um atraso no processo. Não é a primeira vez que segue a proposta errada para Bruxelas.