Colocado por: N Miguel OliveiraOlá.
Compreendo o desabafo.
Mas se reparar, a sua obrigação enquanto Dono de Obra é ter ao seu lado alguém da área que faça todas essas burocracias por sí. Metade do tsunami de papeladas que você vê à frente são da resposnabilidade de um coordenador de segurança, de um director de fiscalização, de um director técnico, etc.
Você só puxa a sí a responsabilidade se se achar autodidacta e querer fazer tudo por sí.
Colocado por: snob
É tudo muito bonito e faz tudo muito sentido quando o dinheiro não é um problema.
Muitos Donos de Obra são obrigados a poupar cada tostão, caso contrário não conseguem construir. Não esqueçamos que estamos a viver uma grave crise na habitação, as atuais gerações vão ter muita dificuldade em adquirir e construir habitação. Portanto com o elevado custo de todas as burocracias, papeladas, técnicos, materiais, empreteiros, etc, é naturaal que alguns DO arrisquem e tentem fazer trabalhos para os quais não têm competências.
Quando há muito dinheiro até dá para pagar fiscalização diária, quando o dinheiro é pouco somos obrigados a fazer opções e a correr riscos.
Colocado por: snobÉ tudo muito bonito e faz tudo muito sentido quando o dinheiro não é um problema.
Colocado por: CiccardiSó me parece descabido que tenha que ser o DO a assumir a responsabilidade de verificar a legalidade das empresas que contrata. Essas tarefas deviam ser cumpridas pelas respetivas autoridades, ACT, AT, e sei lá mais quantas.
E também não me parece muito sensato que eu não possa contratar diretamente os profissionais que mais me agradam para as várias especialidades necessárias.
Colocado por: snobÉ tudo muito bonito e faz tudo muito sentido quando o dinheiro não é um problema.
Colocado por: N Miguel OliveiraClaro que preferia que fosse a ACT, a AT, a CM a fiscalizar as coisas, mas também quero pagar menos impostos.
Colocado por: N Miguel OliveiraAcho que não é honesto comparar com o serviço do talhante ou do sapateiro.
Não é igual. Há demasiada gente numa obra. Você, enquanto Dono de Obra é o anfitrião dum local propício a acidentes de trabalho, e a propriedade é privada, deve zelar para que as regras de segurança, sociais, fiscais, sejam cumpridas.
Colocado por: N Miguel OliveiraColocado por: snobÉ tudo muito bonito e faz tudo muito sentido quando o dinheiro não é um problema.
Colocado por: zedasilvaConcordo que o ónus da fiscalização deveria ser das entidades do estado
Colocado por: RUIOLICiccardi, a segurança na construção tem particularidades (sinistralidade, perigosidade, ambiente de trabalho, regime de contratação) e portanto tem um regime legal especial em matéria de segurança, não só aqui em PT como na UE, tendo até uma diretiva especifica (Diretiva Estaleiros) que cada estado transcreveu com uma tradução a seu bel-prazer e convenhamos que em PT não foi muito feliz, parece que "fomos além da troika" e com tanto exagero, é mais o que não se cumpre do que se cumpre. Já se tentou por várias vezes rever a legislação e torná-la mais adequada ao contexto português, bem como publicar um regulamento técnico (ainda tenho um belo exemplar do trabalho do CSOP que era para ser publicado), publicar legislação (neste caso uma lei) com a qualificação dos intervenientes em matéria de segurança na construção. Mas nada aconteceu... se lhe disser que os regulamentos de segurança na construção são dos anos 50 (https://files.dre.pt/1s/1958/08/17500/08510864.pdfehttps://dre.pt/application/file/a/292233).
Acresce, que tal como diz e bem, passaram uma grande parte das responsabilidades para o DO (não sei se frequentavam o FdC, em que o DO tem sempre a culpa), até usaram uma técnica legislativa caricata (há um livro muito bom sobre esta matéria), o DO é responsabilizado por "tudo", mesmo tendo contratado profissionais qualificados, portanto primeiro leva com a ripa, depois tem de processar os profissionais qualificados que contratou. Para DO profissionais isto nem sempre é fácil, para DO que fazem uma só obra, é incompreensível. Ás vezes tenho reuniões com colegas de outros países, explicar a parte burocrática das obras em PT é de loucos...
Colocado por: Ciccardiatirar para cima do DO toda a responsabilidade não é o remédio milagroso para pôr fim à maleita!
Colocado por: Dias12
Podes partilhar o livro sff.
Colocado por: tigoncalNa minha opinião, os técnicos, que são aqueles com formação comprovada e certificada (pela respetiva ordem profissional), deveriam sim assumir a responsabilidade cívil pelos trabalhos que aceitam, devidamente suportados por seguros de responsabilidade cívil.
Colocado por: zedasilv
Agora se o CS alertou o DO e o fiscal que os indianos estavam ilegais e a grua faltava validar e estes não fizeram nada, são corresponsáveis juntamente com o empreiteiro.
Colocado por: tigoncale neste caso se o CSO deixou a obra prosseguir a responsabilidade é dele (ou apresenta escusa de responsabilidade e vai-se embora, assumindo aí sim o DO o risco de continuar a obra por sua iniciativa., ou manda parar a obra até ser reposta a segurança). Quando muitos têm responsabilidade, a responsabilidade não é de ninguém.
Colocado por: zedasilvaO zédasilva chegou ao ponto que eu queria chegar. É facil extremar a discussão e e falar de facilitismo sempre que se fala em segurança de pessoas (que no limite podem por em risco a vida humana) mas também não se pode fazer disto um bicho de sete cabeças, que leva até técnicos habilitados a arriscar, e seguramente com muito maior noção do risco que um vulgar DO, porque a probabilidade de sucesso aparentemente até é grande. Este dono de obra que quer acompanhar a obra, quer fazer as coisas bem, mas também quer ter controlo na sua obra. Acredite que para quem não é da contrução (de obras pequenas pelo menos) mas está habituado a gerir projetos de milhões (e parece haver aqui alguns utilizadores do forum nesta situação), estes bichos de sete cabeças são dificeis de engolir, e pelo menos aquilo que eu intepreto daquilo que o Ciccardi é precisamente esta montanha que páre ratos em coisas menores. Todos ganharíamos em ter processos mais simples, mais rápidos, DOs interessados, técnicos que assumem responsabilidade.... no fundo estamos é contra esta legislação catradora da liberdade de decisão para quem, no final, paga tudo.
No ano passado foram 3 as obras que abandonei.
Acredito que as 3 irão chegar ao fim sem morrer ninguém pois de patologias graves não se livram.
Mas não é com o meu aval
Infelizmente nem toda a gente pensa assim.
Provavelmente os colegas que as assumiram vão amealhar para trocar o Tesla daqui a 2 ou 3 anos mas isso fica na consciência de cada um.