Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 1

    Boa noite,

    Tenho uma moradia em banda, no Porto (não é no centro histórico mas a 10 min a pé da Rotunda da Boavista), e quero/preciso reparar a fachada.

    Depois das diligências feitas pelo arquitecto, a direção de património considerou os azulejos (pintados à mão) de início do séc XX e portanto de interesse para o património azulejar da cidade informando-nos que não os podemos substituir.

    Ora, isto causa um problema muito difícil de resolver.
    A fachada não é intervencionada há seguramente dezenas de anos, talvez desde a construção da casa, apresenta algumas fissuras e todas as juntas entre os azulejos já perderam todo o revestimento. O engenheiro e o arquiteto concordam que há humidade atrás dos azulejos.

    Para tratar/impermeabilizar a fachada é necessário remover os azulejos contudo o engenheiro e o arquiteto também concordam que muitos dos azulejos estão “presos por arames” e que muito facilmente cairão assim que se tente/comece a fazer alguma intervenção.


    Para finalizar, a directora do património diz que não posso substituir azulejos nem sequer mandar fazer iguais (o que ficaria caríssimo de qualquer forma) e categoriza os azulejos como em estado razoável de conservação quando estão péssimos - não se encontra um azulejo que não esteja com área descascada, muitos estão partidos, com as arestas lascadas e a cor original já se foi há, seguramente, muitos anos.

    Isto é mesmo assim?
    1. Estou condenado não puder fazer nada na fachada e a levar com a humidade que acabará por surgir no interior que renovei recentemente?
    2. Tentar remover os azulejos para poder tratar/impermeabilizar a fachada e acabar a ter problemas com a tal direção de património porque parece uma certeza que vários/muitos se irão partir neste processo de remover e voltar a aplicar?
    3. Sou obrigado a manter algo que está bastante degradado? Eu não tenho nada contra que se tenha que manter azulejos ou outros que estejam num estado razoável de conservação, ficaria até muito contente em aplicar azulejos que me fossem indicados pela câmara municipal para manter a identidade da cidade, mas isto parece-me absurdo. A minha sensação é que me obrigam (caso queira correr o risco de intervir na fachada) a conservar “lixo”.

    Agradeço opiniões/conselhos.

    Obrigado.
  2.  # 2

    Colocado por: carlosmajesusIsto é mesmo assim?

    É!

    Colocado por: carlosmajesus1. Estou condenado não puder fazer nada na fachada e a levar com a humidade que acabará por surgir no interior que renovei recentemente?

    Não!
    Os seus técnicos apresentam um plano de remoção e recolocação dos ditos.
    É o que se costuma fazer nestes casos, o plano vai à aprovação do srs. do Património e no limite eles condicionam que a remoção e colocação seja acompanhada de um técnico deles
    Estas pessoas agradeceram este comentário: marize, carlosmajesus
  3.  # 3

    Colocado por: zedasilva
    É!


    Não!
    Os seus técnicos apresentam um plano de remoção e recolocação dos ditos.
    É o que se costuma fazer nestes casos, o plano vai à aprovação do srs. do Património e no limite eles condicionam que a remoção e colocação seja acompanhada de um técnico deles



    E se alguns/vários azulejos se partirem no processo?
    Confesso que manter coisas em mau estado é algo que me parece surreal.
  4.  # 4

    Colocado por: carlosmajesusE se alguns/vários azulejos se partirem no processo?

    Para evitar isso é que provavelmente os srs do Património vão exigir a presença de um técnico.

    Colocado por: carlosmajesusConfesso que manter coisas em mau estado é algo que me parece surreal.

    Podem ter mau aspeto, não quer dizer que estejam em mau estado
    Estas pessoas agradeceram este comentário: carlosmajesus
  5.  # 5

    Colocado por: zedasilva
    Para evitar isso é que provavelmente os srs do Património vão exigir a presença de um técnico.


    Podem ter mau aspeto, não quer dizer que estejam em mau estado
    Estas pessoas agradeceram este comentário:carlosmajesus


    Ter mau aspecto contribuiu para algo estar em mau estado. A imagem é uma das componentes. Neste caso sinto que, a intervencionar, vou gastar dinheiro para manter algo em mau estado/aspecto, bastante lascado.

    Obrigado.
  6.  # 6

    Vou dar o exemplo do que se está a passar na minha aldeia.
    Numa casa com cerca de 100 anos em que os frisos já nem tinham metade dos azulejos originais e a casa está a ser remodelada neste momento.
    Já instalaram novos azulejos, copias destes nos respetivos lugares como podem observar nas 2 fotos.
    Claro... esta é uma aldeia duma extinta freguesia e não duma rua da 2a maior cidade do país.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: marize, carlosmajesus
      Screenshot_20240503_201957_Messenger.jpg
      Screenshot_20240503_201414_Maps.jpg
  7.  # 7

    Colocado por: Dias12Vou dar o exemplo do que se está a passar na minha aldeia.
    Numa casa com cerca de 100 anos em que os frisos já nem tinham metade dos azulejos originais e a casa está a ser remodelada neste momento.
    Já instalaram novos azulejos, copias destes nos respetivos lugares como podem observar nas 2 fotos.
    Claro... esta é uma aldeia duma extinta freguesia e não duma rua da 2a maior cidade do país.
    Estas pessoas agradeceram este comentário:carlosmajesus
      Screenshot_20240503_201957_Messenger.jpg
      Screenshot_20240503_201414_Maps.jpg


    Exacto, isto consigo perceber. Se o original estava degradado faz sentido poder substituir por igual/réplica ou algo equivalente e que se enquadre na imagem e raízes da zona em questão.
    Conservar mesmo quando está seriamente degradado é difícil perceber.
  8.  # 8

    Pode por aqui uma fotos dos azulejos que diz estarem degradados?
  9.  # 9

    Se colocam tantos entraves a câmara ou o estado que se chegue á frente e pague as obras/restauro.
    Concordam com este comentário: Palhava, marize
  10.  # 10

    Colocado por: zedasilvaPode por aqui uma fotos dos azulejos que diz estarem degradados?


    Estou a usar um tlm e não estou a conseguir mas mais tarde vou tentar no computador.
  11.  # 11

    Colocado por: joaomgfSe colocam tantos entraves a câmara ou o estado que se chegue á frente e pague as obras/restauro.


    O caso aqui é que mesmo que eu queira mandar fazer azulejos iguais - pintados à mão, etc, etc - a direção de património da câmara do Porto diz que não aceita. Que tem que ficar os originais mesmo que degradados e no caso de haver falhas preferem que se “assuma” a falha e que simplesmente fique com reboco em cimento.
    Pode-me estar a escapar algo mas isto não me parece razoável.
  12.  # 12

    Muitas vezes as decisões são baseadas na preservação da história e da memória dos locais.
    É comum na construção não haver respeito nem preocupação com isso. Por vezes cometem se verdadeiros atentados com a desculpa da adequação às novas formas de viver.
  13.  # 13

    Mas o dono neste caso quer recuperar os que estão danificados mesmo que os tenha de imitar. Isso acontece nos imóveis do estado, quantas vezes passamos por um edifício e percebemos logo quais os originais e as réplicas.
  14.  # 14

    Colocado por: zedasilvaMuitas vezes as decisões são baseadas na preservação da história e da memória dos locais.
    É comum na construção não haver respeito nem preocupação com isso. Por vezes cometem se verdadeiros atentados com a desculpa da adequação às novas formas de viver.


    E também há o inverso: a senhora ou o senhor vereador que está sentado com o rabinho na cadeira do seu gabinete e que ao fim do dia vai descansadinho para a sua casa decorada a seu gosto sem qualquer peso na consciência de colocar outro cidadão numa camisa de forças.
    Concordam com este comentário: zedasilva
  15.  # 15

    https://tardoz.wordpress.com/

    A ceramista azulejar Isabel Colher faz um óptimo trabalho profissional na complementação de fachadas com réplicas de alta qualidade.

    Era bom que houvesse da parte das entidades que exigem a manutenção das fachadas algum apoio financeiro.

    -----
    Certamente que no Porto também haverá quem faça.
  16.  # 16

    Uma desgraça o que se tem passado no município do Porto.

    Construção sem qualquer respeito pela envolvente e preservação da história.


    Na Foz por exemplo há situações de bradar aos céus.
    Substituem edifícios de grande interesse por trambolhos modernos sem qualidade estética.

    Está-se a perder identidade!


    O Porto, ao contrário do que se diz não é cinzento. É uma cidade mediterrânica-atlântica cheia de elementos arquitectónicos surpreendentes.
 
0.0203 seg. NEW