Outras questões sobre casas ou imóveis
Há coisas Fantásticas, não há ? (2024)
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É um modelo de negócio legítimo. E o design de interiores é trabalhoso e complexo, embora possa não parecer, basta pensarem no tempo que vos leva a adquirir uma peça por vós próprios, até encontrarem a peça ideal, ao valor que vos convém, as deslocações e tempo necessário, e transporem isso, para o meio profissional, de uma forma técnica, para que o ambiente criado seja digno de um nível profissional. São coisas que se vêem, não é o mesmo que os próprios fazerem-no. Por isso, existe este serviço, em resposta à necessidade de quem a ele recorre.
Claro que é um modelo de negocio legitimo. Se os clientes pagam é porque lhe reconhecem valor.
Imagino que boa parte desses clientes tem algumas ideias e dinheiro, mas não tem tempo ou paciência e encarrega um terceiro de concretizar essas ideias que sendo conhecedor também irá sempre aportar valor (valor em sentido lato, não necessariamente económico) ao resultado final.
Agora não é esta a unica forma de alguém, independentemente dos meios que tenha, conseguir ter uma casa que não seja igual ao que se vê nos catalogos das Leroy, ou nas revistas de decoração, ou até nos expositores das lojas mais exclusivas.
Para mim, a "casa" é um espaço de identidade de quem lá vive, materiais, objectos, cores e tudo o mais que a diferencie, só podem ser escolha dos próprios, naturalmente dentro das suas posses e gostos, mesmo que até possam ter ajuda de profissionais. Mesmo uma peça única é também uma história de como nos veio parar as mãos e essa historia tem de ser mais do que "custou-me x".
Ter uma casa confortável para quem a vive e agradável para quem lá entra, não tem de custar necessáriamente muito dinheiro, por vezes pode significar ter só o essencial, mas com qualidade e aqui incluo óbviamente design de qualidade, ou seja materiais/objectos que cumpram o objectivo para que foram desenhados do modo mais eficiente possivel, nada mais "simples" do que o equilibrio do binómio forma vs função. Tudo isto a começar pela propria casa, quando isso é possivel.
Quanto à estetica, convém não esquecer que é antes de tudo uma noção filosófica, que pode ser tão diversa e rica, quanto o pensamento humano. A nocao de beleza é por isso mesmo uma construção historica, social e filosófica, o que não lhe retira valor, muito pelo contrário, faz dela um repositorio da evolução humana.Colocado por: CMartinBoas fotos. Têm arte. Gosta de fotografar arquitectura ? Ou outras coisas mais ?
Pessoas e arquitectura.
Tiro fotos há muitos anos é um hobby que chegou a ser uma cruzada 😁, agora mais calmo.Colocado por: AMG1Para mim, a "casa" é um espaço de identidade de quem lá vive, materiais, objectos, cores e tudo o mais que a diferencie, só podem ser escolha dos próprios, naturalmente dentro das suas posses e gostos, mesmo que até possam ter ajuda de profissionais. Mesmo uma peça única é também uma história de como nos veio parar as mãos e essa historia tem de ser mais do que "custou-me x".
Detesto a discussão do preço AMG. Embora ela exista, nos moldes que sabemos, e que, em parte se falou um pouco atrás..é sempre um tema deselegante, e chato, que traz mau estar.
Acima de tudo, o importante é sentirmo-nos preenchidos pela casa na qual temos o prazer de viver. E temos mesmo que ter o prazer de nela viver, esse é o objectivo maior, digo eu.
Sim, na maioria conjuga-se a falta de tempo, também com o não conhecer muitos sítios onde comprar (os designers têm um leque enorme, ou desenham e mandam fazer o que não encontram ou não existe). Também, há coisas possíveis de fazer, que as pessoas por vezes não sabem, e, por isso, nem sequer equacionam.
Também faz parte saber ler muito bem o cliente. Ver nele o seu gosto. E enaltecê-lo, levá-lo mais além, para uma versão ainda melhor de si próprio.
Penso que, pessoalmente, me identifico com o conceito da beleza clássica, em que existe uma beleza universal, em que todos reconhecemos quando perante um objecto belo.
A forma e a função, é outra discussão...a forma tem função em si 😊Bonito e poético, CMartin, muito bem 😊Colocado por: CMartin
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Penso que, pessoalmente, me identifico com o conceito da beleza clássica, em que existe uma beleza universal, em que todos reconhecemos quando perante um objecto belo.
A forma e a função, é outra discussão...a forma tem função em si 😊
Essa ideia duma "beleza universal" implica que toda a humanidade partilhe a mesma "chave" cultural para "ler" um objecto, o que obviamente não corresponde à realidade.
Um camponês africano, muito provavelmente não vê nada de extraordináriamente belo num objecto muito apreciado por um dandy de Nova Yorque.
Até pode haver algum apelo emocional comum, em especial nas artes performativas, mas esse conceito de beleza universal muda consoante o contexto cultural e histórico em que estamos.
A melhor e mais simples ilustração que me ocorre disto é uma historia que ouvi a um conhecido musicólogo.
Um senhor feudal chinês resolveu encomendar a um conhecido compositor ocidental, um hino para o seu feudo. Quando o senhor feudal veio assistir à apresentação e escolher entre as tres versões compostas pelo musico, depois de as ouvir disse prontamente que escolhia a primeira. Quando a orquesta começou a tocar o primeiro hino, ele disse de imediato que não era aquele, mas o anterior, ou seja, referia-se ao momento em que os músicos afinavam os instrumentos.
Quanto à forma ter ela propria conteúdo (ou função), até concordo consigo, mas isso é mesmo outra discussão, onde desconfio, que no final iriamos mesmo discordar em absoluto.Para desenjoar, uma foto que tirei no outro dia nos escritórios de um instalador de caixilharias.
Achei algo encantador, para falar verdade.Colocado por: AMG1Essa ideia duma "beleza universal" implica que toda a humanidade partilhe a mesma "chave" cultural para "ler" um objecto, o que obviamente não corresponde à realidade.
Um camponês africano, muito provavelmente não vê nada de extraordináriamente belo num objecto muito apreciado por um dandy de Nova Yorque.
Até pode haver algum apelo emocional comum, em especial nas artes performativas, mas esse conceito de beleza universal muda consoante o contexto cultural e histórico em que estamos.
A melhor e mais simples ilustração que me ocorre disto é uma historia que ouvi a um conhecido musicólogo.
Um senhor feudal chinês resolveu encomendar a um conhecido compositor ocidental, um hino para o seu feudo. Quando o senhor feudal veio assistir à apresentação e escolher entre as tres versões compostas pelo musico, depois de as ouvir disse prontamente que escolhia a primeira. Quando a orquesta começou a tocar o primeiro hino, ele disse de imediato que não era aquele, mas o anterior, ou seja, referia-se ao momento em que os músicos afinavam os instrumentos.
Sim, sei o que está a dizer. No entanto, uma coisa é discutir o conceito de beleza numa conversa mundana, em que cada um dá a sua opinião a respeito, sem histórico ou conhecimento para o fazer de forma fundamentada.
O inverso será discutir a beleza entre conhecedores da história da arte, por exemplo. Aí, a minha convicção, é que há consenso sob o conceito de beleza no sentido clássico.
Embora, isto possa contradizer o que eu disse acima, em que, perante um objecto belo, todos o sabemos apreciar. Talvez este tópico possa ser em parte exemplo disso, duma forma simples, em que nem todos se reconhecem no estilo, talvez até muito poucos, mas, vêem nele beleza.Colocado por: AMG1Quanto à forma ter ela propria conteúdo (ou função), até concordo consigo, mas isso é mesmo outra discussão, onde desconfio, que no final iriamos mesmo discordar em absoluto
Não tenho dividas nenhumas !Colocado por: rcd2023Achei algo encantador, para falar verdade.
Ainda não consigo identificar, mas começo a ver aqui um padrão.
Quer comentar rcd ?Colocado por: CMartin
Ainda não consigo identificar, mas começo a ver aqui um padrão.
Quer comentar rcd ?
Um proprietário de imóvel e automóvel com laivos de Wes Anderson e um instalador de Caixilharias com um toque de Marcel Broodthaers. Esta thread promete.
