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  1.  # 1

    Pela primeira vez recorro ao fórum e felicito todos aqueles que contribuem para a dinâmica deste espaço.Pretendo construir uma moradia na zona da Guarda,e como tal surgem muitas dúvidas,como tal gostaria de ter uma ideia dos seguintes temas,antes da realização do projecto:
    Visto esta zona ser Bastante quente no Verão e fria no Inverno qual é o isolamento a considerar?E em relação ao aquecimento no Inverno que soluções há?Vantagens,custos e rentabilidade?soluções para cerca de 200m2 de construcção,repartidos por 2 pisos?
    Obrigado
  2.  # 2

    Visite as casas mais antigas. O povo não era parvo e sempre construiu em função do clima, racionalizando os meios que tinha ao dispor. Vá ver a cooperativa de habitação projectada por Siza Vieira, no Bairro do Pinheiro, fale com as pessoas. Pergunte-lhes como é o isolamento, se estão satisfeitas com o comportamento de verão e de inverno. E lembre-se, quanto maior for a sua casa, maior é o volume de ar a climatizar. Quanto menos compacta for, maior a área em contacto com o exterior, logo, mais trocas térmicas. E não vá ter com a equipa projectista mais barata, procure a melhor, a longo prazo vai poupar muito mais.
  3.  # 3

    Eu construí na Guarda (mudei em Maio do ano passado) e posso dizer o que fiz, mas serve apenas como experiência...
    Quanto ao aquecimento, optei por aquecimento central com radiadores e caldeira a gasóleo, teria sido gás natural se já houvesse cá na urbanização. Tenho tb um recuperador de dupla face para a sala e escritório. Se estou satisfeita? Bem, os consumos foram altos (uns 1000 euros desde Outubro), mas no apartamento em que vivia antes gastava o mesmo com menos de metade de área, portanto não me queixo terrivelmente. Também usei pouco o recuperador e este foi um ano muito frio, portanto tenho esperança de em próximos invernos baixar a factura.
    O isolamento das paredes é o comum e tenho grandes vãos envidraçados, com vidro Planitherm. Nas janelas reside o meu grande arrependimento: não pus de raiz brisas solares na fachada principal (vão virado a sudoeste) e no verão a casa aqueceu muito. Terei que corrigir o erro...Também deveria ter optado por melhores caixilharias...mas isto é só uma intuição, não tenho conhecimentos para avaliar a qualidade das que tenho.
    Resta acrescentar que adoro ter grandes janelas...a luz é preciosa por estes lados e em dias de sol, no Inverno (pena terem sido tão poucos), a casa aquece naturalmente.
    Se puder ajudar em mais alguma coisa estou ao dispor, mas sou mesmo uma leiga nestas coisas!
  4.  # 4

    Não é fácil encontrar uma casa em condições, falando no meio temo térmico necessário nesta cidade...
    Se pretende construir, procure um bom empreiteiro, andam cá 3 ou 4 bons e 1 ou 2 muiiiiito bons. É uma questão de quanto está disposto a gastar para ter o que quer.
    Se pensa comprar já feito, então prepare-se para andar no terreno! Não adianta falar na casa em X ou em Y porque depende muito do que procura e nem nós que as vendemos sabemos bem o que é a casa em si, seja ela qual for!
    Se aceita um conselho: não procure no verão... o pior possível de uma casa, aqui, aparece sempre nos meses mais frios e chuvosos, concentre a busca de Dezembro a fim de Março.
  5.  # 5

    Segundo os engenheiros do Porto, uma janela de madeira com vidro simples incolor, protegida com estore, na Guarda, virada a Norte, com 1m², consegue captar 2341kWh de energia por ano, se a inércia for forte. Essa janela representa uma perda de energia no edifício de 204kWh/ano. Nada mau, digo eu.
  6.  # 6

    Colocado por: AugstHillSegundo os engenheiros do Porto, uma janela de madeira com vidro simples incolor, protegida com estore, na Guarda, virada a Norte, com 1m², consegue captar 2341kWh de energia por ano, se a inércia for forte. Essa janela representa uma perda de energia no edifício de 204kWh/ano. Nada mau, digo eu.


    E isso, para o comum dos mortais, quer dizer que...? Essa energia captada representa calor no interior do habitação? Custa a crer, para quem cá vive diariamente...
    A minha sogra tem uma dessas casas tradicionais, com janelas simples de vidro incolor de 1m2, protegidas por estore. De Inverno, está lá dentro mais frio que cá fora. Conforto? Nenhum...mas podemos sempre pedir aos engenheiros do Porto que venham passar um fim-de-semana (nem se exige mais...) e façam os cálculos in loco...
  7.  # 7

    A casa da sua sogra não tem apenas janelas, certo? É que o calor também se perde por uma data de outros sítios. O que isto quer dizer é que, mesmo no inverno, uma janela consegue captar mais energia do que aquela que perde. Então e no verão, sim, que por aí também aquece que se farta? Fica para amanhã.
    • lobito
    • 30 março 2010 editado

     # 8

    Eu não tenho problema nenhum em acreditar que o principal problema de uma janela tradicional, pequena, de madeira e de vidro SIMPLES são as frinchas, tanto nas partes móveis como nos aros. E que se forem convenientemente reparadas, não é por elas que vem o frio. E mais ainda, que os bacamartes que se vendem agora em Portugal para substituir essas janelas tradicionais são, para o clima protuguês (mesmo eventualmente da Guarda), como matar um mosquito com um canhão. Mas tenho algumas dúvidas acerca das paredes grossas de pedra no inverno... O que é que dizem concretamente os engenheiros do Porto sobre o assunto?
  8.  # 9

    Dizem que são excelentes no verão. No inverno também funcionam, desde que haja uma fonte de calor permanente no interior. Com um isolante no exterior, é ouro sobre azul (e branco, afinal de contas são do Porto).
  9.  # 10

    Colocado por: AugstHillDizem que são excelentes no verão. No inverno também funcionam, desde que haja uma fonte de calor permanente no interior. Com um isolante no exterior, é ouro sobre azul (e branco, afinal de contas são do Porto).


    E antes havia...as lareiras, que nunca se apagavam, até porque eram necessárias para fazer a comida, fumar os enchidos...e eram a custo zero, pois (quase) toda a gente tinha lenha de borla. Nos quartos gelava-se, mas as pessoas faziam a vida toda na cozinha, por isso não tinha grande importância. Outros modos de vida...a minha mãe, por ex, que até vive na Beira Litoral, com um clima mais ameno, conta que faziam tudo, mas mesmo tudo na cozinha, incluindo tomar banho (de bacia, evidentemente) e dormir (nos dias mais frios).
    A arquitectura tradicional tem de certeza grandes virtudes, mas dentro de um modelo global de vida e organização social. Mudam-se os hábitos de vida, surgem novas necessidades que exigem novas soluções. Ninguém me convenceria a construir de raiz uma casa de paredes grossas de pedra com janelas simples pequeninas, embora adorasse reconstruir uma antiga. Não num clima gélido, com pouca liz e pouco sol. No Alentejo é outra coisa. E repito: os engenheiros do Porto que venham viver numa casa tradicional beirã, em pleno Inverno.
  10.  # 11

    Eu não sou engenheiro, nem do Porto, mas já passei muito tempo em casas da Guarda. E de Celorico da Beira. E é verdade, nos quartos gelava-se (nada que a botija de água quente não resolvesse). Mas não me importava nada de ter uma casa dessas. Tinha é que lhe por isolamento. E se fosse só para os fins de semana na neve, até ficava melhor por dentro (ui, se o alv lê isto...)
  11.  # 12

    "A arquitectura tradicional tem de certeza grandes virtudes, mas dentro de um modelo global de vida e organização social. Mudam-se os hábitos de vida, surgem novas necessidades que exigem novas soluções."

    Também estou de acordo. Acho que a história da inércia térmica funciona tanto melhor quanto a casa for habitada 24h/dia, o que era o caso antigamente e deixou de o ser. Por outro lado, com o desenvolvimento das novas tecnologias, etc, não está dito que as pessoas não voltem a trabalhar em casa outra vez (coisa que eu acho que tem grandes qualidades, nomeadamente pedagógicas para a canalha, mas isso são contas doutro rosário).
 
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