m.arq tenho tentado arranjar maneira de contactar consigo. A convivência e as divagações consigo foram das coisas que mais gosto me deram no fórum. Bem haja. Se não faz intenções de regressar, contacte-me pelo menos por email, está no meu perfil.
E fez bem. Vejo em todas as qualidades dessa casa, características e valores que são especiais, que eu aprecio muito, e que tornam a sua história pessoal única. A casa e as pessoas em uníssono. Arquitectura, história, família, faz todo o sentido. Um reduto. Gosto muito, e os interiores fazem sentir coisas maravilhosas. Talvez por isso não aprecio a teoria de comprar para deitar fora ou o construir despersonalizado por, supostamente, poder ser comercialmente mais valorizado (mais atractivo para venda). Aprecio dar tempo para as coisas envelhecerem, crescerem connosco e nós com elas, e poderem um dia trazer prazer aos que virão depois de nós. Como acontece agora nesta casa que partilhou. Disso se fazem as casas e as pessoas e as suas raízes e histórias.
E também não acredito na despersonalização da casa como factor de maior valor comercial, ou mais apelativa à venda - há sempre quem aprecie determinadas coisas, e sabe nelas reconhecer o valor - é um valor que lhe é conhecido, um nicho.
E ainda. É impossível recriar numa casa de construção nova a característica histórica. Tal como não se consegue fazê-lo numa peça de mobiliário moderna, que será uma reprodução de uma peça com história. Penso que pode ser até um erro, especialmente se se tiver a expectativa de que o resultado seja equivalente : uma peça nova ou uma casa nova não têm ou não fizeram ainda a sua história, o sentimento que transmitem é completamente diferente. Por isso, os originais são sempre mais valorizados, as cópias, em vez de serem cópias, têm espaço para criarem outro tipo de marca, mas diferente, própria, a sua, actual. Serem o seu próprio produto. Sempre longe do que se fez antes, e com qualidades e características diferentes. Cada uma genuína no seu tempo.