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    https://www.diarioimobiliario.pt/Opiniao/A-Construcao-e-a-Gestao-de-Projetos-em-Portugal?fbclid=IwAR1qB20CnDIM5CVBECd-3Vo0ZgE5B8YZwiei0lFQNN3kT9FXkCi64EwG3zA

    A Construção e a Gestão de Projetos em Portugal
    17 de agosto de 2020
    O setor da construção e imobiliário é um dos mais importantes drivers da economia portuguesa, contribuindo para mais de 15% do PIB, cerca de 50% do investimento e 10% do emprego. O investimento público e privado, nomeadamente em projetos complexos e de larga escala, tem representado uma crescente exigência de requisitos a cumprir, que reclamam standards e qualificações adequadas para a sua gestão.

    Por outro lado, a construção é uma indústria altamente fragmentada e com várias questões ao nível da produtividade, qualidade, segurança, mão-de-obra, inovação e desenvolvimento, pelo que as empresas portuguesas devem incrementar a sua proposta de valor adotando estratégias de diferenciação significativas, eficazes e sustentáveis, para as quais o investimento, a formação e a qualificação são fatores chave.

    À luz do investimento estrangeiro em ativos imobiliários e objetivando o sucesso dos projetos, a tendência tem sido para os clientes procurarem soluções integradas de gestão, desde a fase de consultoria até à entrega final do projeto, recorrendo a entidades independentes, especializadas e certificadas, com experiência local. De entre os tradicionais vetores da gestão de projetos (“the project management double triangle” - âmbito, custos, prazos, recursos, qualidade, risco), assegurar o melhor value for money, os limites orçamentais, e a adequada identificação e análise dos riscos tem assumido crescente relevância para a gestão dos projetos de construção.

    Por definição, os gestores de projeto devem acompanhar todo o ciclo de vida do projeto, promovendo a integração da sua cadeia de valor. Contudo, tipicamente estão mais envolvidos nas fases de pré-construção ou construção, sem participação relevante nos estudos de viabilidade e na pós-construção. Tal propicia falhas de continuidade e previne a aplicação homegeneizada de processos nas várias etapas do projeto, conduzindo frequentemente a ciclos de vida adaptativos, ou seja, em que são fixados custos e prazos, mas o âmbito é definido à medida que o projeto avança.

    Os gestores de projetos de construção são em grande número engenheiros civis com formação complementar em gestão, o que, embora por princípio possa ser apropriado, não prescinde da adequada experiência em projeto e construção e do entendimento sobre as funções necessárias para desempenhar o seu papel como gestores de projeto.

    A diversidade de projetos e stakeholders na cadeia de valor da construção, juntamente com a escassez de standards oficiais e geralmente aceites na indústria, favorece a adoção de abordagens diferentes entre projetos e, por vezes, entre fases do mesmo projeto, incrementando assim o risco de erros e a dificuldade em comparar ativos, custos de projeto, desempenho e potenciais investimentos.

    O atual panorama enleva a importância da gestão de projetos na promoção das melhores práticas e qualificações profissionais na indústria da construção portuguesa, que se quer cada vez mais eficiente e competitiva no mercado global. Neste sentido, existe também espaço para instituições internacionais como o RICS, PMI e IPMA demarcarem a sua posição neste setor, proporcionando benefícios como: certificação global; acreditação e reconhecimento; standards globais; formação avançada; rede de conhecimento mundial; e experiência.

    Há assim uma oportunidade emergente para os gestores de projeto na construção portuguesa, fundada em formação, qualificação, regulação e standards, e capitalizada sobre o seu papel integrador e experiência em coordenação, colaboração e comunicação. Os gestores de projeto podem – e devem – também assumir um papel líder em iniciativas de inovação e desenvolvimento contribuidoras para um ambiente construído mais resiliente e sustentável, desbloqueando o potencial da transformação digital, economia circular e indústria 4.0.

    A adequada incorporação do papel do gestor de projetos permitirá ao setor da construção e à economia portuguesa ultrapassarem alguns dos seus maiores desafios e beneficiarem de melhor value for money. A indústria deverá perguntar-se a si mesma: quais são os custos de oportunidade de não gerir e entregar projetos da forma mais acertada?

    Mais sobre este tema no seguinte artigo desenvolvido por este autor: Project Management in the Portuguese Construction Industry

    Bruno de Carvalho Matos

    MRICS, Eng Civil Sénior MSc PMP e MBA pela Católica | Nova

    *Texto escrito com novo Acordo Ortográfico
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pguilherme, Micax84
  2.  # 2

    Assim não vamos aumentar a produtividade do setor da construção...


    https://eco.sapo.pt/2022/06/19/galp-prio-efacec-e-mais-48-consorcios-veja-as-empresas-escolhidas-nas-agendas-mobilizadoras/?fbclid=IwAR2MJIFY2Ayj3DCdEnkOtOFPzoHjsdgQ6jypIqIuZqBYkELnklfWLMeof8g
    Construção fica de fora
    Com a seleção agora feita significa que 813 milhões de euros de investimento potencial receberam uma classificação de “Não favorável”. Em causa estão consórcios liderados por empresas como a Mota Engil, a Casais ou a Continental Antena. Só três dos projetos rejeitados eram agendas verdes.

    Entre os 64 consórcios que tinham sido pré-selecionados, os dois dedicados ao setor da construção foram chumbados. A Mota propunha-se investir 60,32 milhões de euros para reindustrializar o setor da construção, que agora vive uma crise de falta de mão de obra por causa do elevado número de obras que são levados a cabo com apoios de fundos comunitários, nomeadamente do PRR. Esta agenda Re-Built agregava 26 entidades e pretendia lançar no mercado 35 novos produtos, serviços e soluções até 2025 que visavam impulsionar o processo de reindustrialização do setor nomeadamente através da pré-fabricação em betão, construção modular, manufatura aditiva, inovação dos processos construtivos e gestão eficiente de ativos. O objetivo era aumentar a produtividade no setor; alavancar o posicionamento competitivo das empresas nacionais através de soluções construtivas diferenciadas e exportáveis e reduzir a pegada ecológica.

    Já a Casais pretendia investir 47 milhões de euros, com 26 parceiros, também para industrializar o setor, através da construção modular off-site, aumentar a sua eficiência e minimizar a pegada carbónica. A agenda CIS4Future pretendia aposta na circularidade dos produtos, na reutilização de componentes e produtos de construção, na redução de resíduos e na adoção de materiais mais duráveis e reparáveis, mas também na digitalização dos processos produtivos.
 
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