Colocado por: Jose_BMDepois o que pode fazer a diferença é o investimento estrangeiro..
pandemia não trouxe a correção negativa nos preços das casas que alguns vaticinaram. Pelo contrário. E também não será a guerra na Ucrânia ou o aumento da inflação que irá melhorar o acesso à habitação. A única coisa capaz de tornar os preços mais acessíveis, afirma o presidente da Vanguard Properties, é o aumento da oferta, a nova construção, algo que praticamente estagnou na última década.
Essa é a única saída, garante em entrevista José Cardoso Botelho, presidente-executivo da Vanguard Properties Portugal, promotora mais conhecida por ter comprado a Herdade da Comporta. Mas não vai haver construção para a classe média se não se acabar com a “sobrecarga” de impostos sobre a promoção imobiliária residencial e se não se tornarem mais rápidos os processos de licenciamento camarário – e, neste último ponto, o Porto está a dar cartas e Lisboa está a melhorar.
Mas há um terceiro problema: as recentes subidas dos custos na construção, que José Cardoso Botelho receia que tenham vindo para ficar, tornam muito difícil – ou “praticamente impossível” – construir casas para a classe média e média-baixa em Portugal, a valores que sejam suportáveis pelos seus níveis de rendimento, muito parcos em comparação com outros países.
A Vanguard em Portugal é muito associada ao setor de luxo mas na Suíça não é assim, têm muita promoção para a classe média, incluindo o arrendamento. Porque é que essa componente não existe em Portugal, pelo menos para já?
O direito à habitação é um direito constitucional mas é justamente sobre a habitação que incidem mais impostos. Se fizer uma loja de luxo na Avenida da Liberdade, pode deduzir o IVA. Mas se fizer um edifício de apartamentos em Odivelas tem de pagar 23% de IVA e não o pode deduzir – é um custo efetivo. Isto não faz sentido nenhum. Estamos a sobrecarregar com impostos a construção de casas mas se fizermos um hotel, uma loja, um centro logístico ou um centro de escritórios o IVA é dedutível nas rendas. Temos, por um lado, uma fiscalidade elevada – que nas nossas contas, em geral, representa qualquer coisa como 40% do preço de custo. Temos o tema do licenciamento grave, temos um projeto em Lisboa – na Marechal Gomes da Costa – que era o nosso primeiro projeto para fazer casas para a classe média, e hoje em dia estou em crer que mesmo que tudo corra bem daqui para a frente, até que consigamos entregar as casas ao cliente final passará qualquer coisa como oito anos.
E qual é a segunda diferença?
É o poder de compra das pessoas. Nós em Portugal infelizmente, se incluirmos nas nossas contas o ano de 2020, tivemos um crescimento médio do rendimento de 0,3% nos últimos 20 anos. Temos uma falta de poder de compra tremenda. Nós ganhamos pouco, o rendimento per capita cresceu muito pouco, o PIB cresceu muito pouco e, portanto, temos de facto as casas mais caras mas também temos de lembrar que quando fazemos as casas temos muita inflação importada – não produzimos ferro, produzimos pouco aço, os preços dos cimentos são internacionais, muitos equipamentos que usamos são de marcas internacionais e, portanto, não podemos achar que é cortando nos custos da construção que chegamos lá. O país é que tem de crescer mais.
Disse no ano passado que “ter de negociar todos os anos para passar o Orçamento” era uma “tragédia” para o imobiliário. Com maioria absoluta de um partido, neste caso o PS, fica mais fácil?
Julgo que sim, aquilo que eu me apercebo é que os grandes problemas que foram causados ao setor imobiliário foram essencialmente causados pelo Bloco de Esquerda, que tem sempre no imobiliário residencial uma fonte privilegiada até mesmo para obter receita – como, por exemplo, o Adicional ao IMI (AIMI). O AIMI é um imposto extraordinário… que a maior parte das pessoas pensa que só incide sobre os imóveis de luxo, mas afeta única e exclusivamente as propriedades residenciais, terrenos acima de 600 e tal mil euros independentemente de quantos fogos se podem fazer nesse terreno. Ou seja, se eu comprasse um terreno com esse valor, algures em Lisboa, para fazer 100 casas, ainda assim esse terreno é considerado como se fosse de luxo, portanto paga AIMI. Mais uma vez, se comprar uma loja na Avenida da Liberdade não paga AIMI. Se isto faz algum sentido, devo ser eu que sou muito estúpido. Eu acredito, sinceramente, que o PS nunca concordou com essa medida – foi obrigado, senão não passava o orçamento.
Colocado por: palmstrokePorque é que a solução para a habitação tem de ser nova construção? O parque de casas usadas não chega?
A meu ver isto resolvia-se com aumento do lado da oferta de casas usadas para habitação. E isso criava-se artificialmente comum imposto extra para quem é propietario de mais de 5 fogos habitacionais(com as devidas precauções para impedir multiplicação de sociedades propietárias de até 5 casas, mas pertencentes ao mesmo dono). Logo, esses propietarios que acumulam muitas propiedades, acabariam por buscar outras soluções de rendimento, e poriam à venda o seu portfolio de apartamentos.
Isto, claro, criava um problema para os grandes propietarios, mas resolvia o problema de quem hoje não consegue comprar, porque aumentaria a oferta.
Não sei quantas pessoas existem que têm mais de 5 propiedades, se calhar afectaria poucas pessoas (essas que são donas de edifícios inteiros, ou fundos imobiliários) e teria um efeito positivo para muitas pessoas. É uma escolha: há que beneficiar alguns e prejudicar outros. E até poderia ser positivo para todos a longo prazo, no sentido de que essas pessoas com muito capital, em vez de investir apenas para ter rendimento predial, o que não cria nenhuma riqueza para o país, poderiam investir em criar empresas exportadoras (o dinheiro teria de ir para algum lado!), o que melhoraria a balança comercial de Portugal e criaria emprego.
Colocado por: NTORION
Exatamente, atividade fictícia, está tudo a acabar no tribunal.
Já n têm o imóvel. normalmente funciona assim, constituem 20 empresas (exemplo), entre elas compram cada uma 1/20 avos de 1 imovel em Dezembro, em Janeiro voltam a vender esse imovel ao dono original pelo mesmo preço.
E basicamente ficam com 20 empresas aptas a funcionar com isenção de imt pela revenda de imóveis.
Ou seja, exerceram uma atividade fictícia, não uma atividade económica, com o objectivo claro de obter isenção de imt. À luz do artigo 7 cimt, 38lgt e 63 do cppt, e diversos entendimentos dos tribunais não foi exercida uma atividade real, condição essencial para obter a isenção.
Colocado por: NLuzEntretanto....
https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/imobiliario/amp/predio-desenhado-por-souto-moura-arranca-com-metade-dos-apartamentos-vendidos
Ou seja, continua maior a procura que a oferta. Enquanto isso acontecer, o que há novo vai num instante.
Colocado por: palmstrokePorque é que a solução para a habitação tem de ser nova construção? O parque de casas usadas não chega?
A meu ver isto resolvia-se com aumento do lado da oferta de casas usadas para habitação. E isso criava-se artificialmente comum imposto extra para quem é propietario de mais de 5 fogos habitacionais(com as devidas precauções para impedir multiplicação de sociedades propietárias de até 5 casas, mas pertencentes ao mesmo dono). Logo, esses propietarios que acumulam muitas propiedades, acabariam por buscar outras soluções de rendimento, e poriam à venda o seu portfolio de apartamentos.
Isto, claro, criava um problema para os grandes propietarios, mas resolvia o problema de quem hoje não consegue comprar, porque aumentaria a oferta.
Não sei quantas pessoas existem que têm mais de 5 propiedades, se calhar afectaria poucas pessoas (essas que são donas de edifícios inteiros, ou fundos imobiliários) e teria um efeito positivo para muitas pessoas. É uma escolha: há que beneficiar alguns e prejudicar outros. E até poderia ser positivo para todos a longo prazo, no sentido de que essas pessoas com muito capital, em vez de investir apenas para ter rendimento predial, o que não cria nenhuma riqueza para o país, poderiam investir em criar empresas exportadoras (o dinheiro teria de ir para algum lado!), o que melhoraria a balança comercial de Portugal e criaria emprego.
Colocado por: AMVPe o país é de todos.E por isso mesmo qualquer um pode comprar.
Colocado por: Bruno@FCParece que encontraram a solução para resolver o problema dos preços altos do imobiliário no país.
Basta proibir o alojamento local em todo o território nacional
Colocado por: PickaxeTemos que acabar com os ricos !!!
Colocado por: PickaxeTemos que acabar com os ricos !!!