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  1.  # 1

    Boa tarde,

    Moro num prédio com cerca de 30 anos, que possui uma garagem coletiva para todos os condóminos.
    Um dos condóminos pretende instalar um posto de carregamento para veículos elétricos no seu lugar de garagem, através de uma ligação ao quadro elétrico do seu apartamento. Tenho duas questões que agradecia que me ajudassem a entender:

    1- Apesar da instalação partir do quadro do condómino, a instalação elétrica do próprio prédio prédio terá capacidade para, eventualmente, todos os condóminos futuramente terem postos de carregamento? A potência (?) necessária para este tipo de postos de carregamento é baixa o suficiente para que não se verifiquem problemas a montante, na instalação geral do prédio?

    2- Para fazer a puxada desde o quadro elétrico o condómino necessitará de intervir em áreas comuns, incluindo com a execução de carotagem em lajes de pisos para passagem dos cabos. O condómino informou a administração do condomínio com base no art 29º do DL90/2014. Mas o direito de instalação do posto de carregamento, implicando passagem de infraestruturas e obras em zonas comuns, não interfere com o direito de propriedade horizontal? Não teria que ser autorizado em assembleia de condóminos?

    Agradeço desde já quem me possa esclarecer!
  2.  # 2

    Já leu o artigo 29o? Diz lá tudo e como atuar.
    Concordam com este comentário: happy hippy
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  3.  # 3

    Colocado por: Filipe211- Apesar da instalação partir do quadro do condómino, a instalação elétrica do próprio prédio prédio terá capacidade para, eventualmente, todos os condóminos futuramente terem postos de carregamento? A potência (?) necessária para este tipo de postos de carregamento é baixa o suficiente para que não se verifiquem problemas a montante, na instalação geral do prédio?

    Não tem problema. A alimentação actual do prédio estará preparada para todas as fracções terem uma determinada potência máxima e essa é bem finita (regra geral 6,9kVA, nesse caso até pode ser menos mas o ideal é confirmar com a e-redes). O condómino ligará à sua fracção, mas não poderá aumentar a potência mais do que poderia sem ter VE, por isso não terá problemas por aí.

    Colocado por: Filipe212- (...) Não teria que ser autorizado em assembleia de condóminos?

    Não. O que a legislação diz é que o condómino tem de informar a administração e esta apenas pode apresentar recusa em casos muito particulares. Naturalmente que todas as intervenções têm de respeitar as regras técnicas aplicáveis e serem executadas por profissionais qualificados. A UVE tem um artigo que esclarece alguns detalhes
    https://www.uve.pt/page/instalacao-posto-de-carregamento-num-condominio/
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  4.  # 4

    Colocado por: RicardoPortoJá leu o artigo 29o? Diz lá tudo e como atuar.


    Boa tarde,

    Já li sim. Em relação à questão elétrica julgo que não esclaresse.

    Em relação à segunda questão, de acordo com o lá exposto a administração do condomínio só pode opor-se em alguns casos definidos, incluindo quando coloque em risco a seguranças de pessoas e bens ou prejudique a linha arquitétónica. Fico com dúvidas (por ignorância mesmo) se a administração de condomínio pode avaliar se prejudica ou não a linha arquitetónica, ou se deveria ser discutido em assembleia de condóminos. Causa-me estranheza que um condómino hoje faça um carote em todas as lajes dos pisos que necessitar até à garagem, e amanhã outro faça outro, e depois outro...
    Diria que este tipo de infraestruturas deviam ser tidas como obras de melhoramento, do condomínio.

    Obrigado.
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    • 18 abril 2022

     # 5

    1- Diria que isso nada implica diretamente com o ramal do prédio, mas sim, unicamente, com a potência contratada e quadro elétrico da própria fração. Será o mesmo que esse condómino instalar uma nova tomada no interior da sua fração, para ligar qualquer eletrodoméstico.

    2- A lei apenas refere a comunicação.
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  5.  # 6

    Colocado por: Filipe21Boa tarde,
    1- Apesar da instalação partir do quadro do condómino, a instalação elétrica do próprio prédio prédio terá capacidade para, eventualmente, todos os condóminos futuramente terem postos de carregamento? A potência (?) necessária para este tipo de postos de carregamento é baixa o suficiente para que não se verifiquem problemas a montante, na instalação geral do prédio?


    Meu estimado, a administração deverá requerer a realização de uma vistoria por um competente técnico especializado com a finalidade de verificar se o atual sistema eléctrico d condomínio permite tal intenção.

    Colocado por: Filipe212- Para fazer a puxada desde o quadro elétrico o condómino necessitará de intervir em áreas comuns, incluindo com a execução de carotagem em lajes de pisos para passagem dos cabos. O condómino informou a administração do condomínio com base no art 29º do DL90/2014. Mas o direito de instalação do posto de carregamento, implicando passagem de infraestruturas e obras em zonas comuns, não interfere com o direito de propriedade horizontal? Não teria que ser autorizado em assembleia de condóminos?


    A lei é clara: quem quiser instalar um ponto de carregamento na garagem do prédio pode fazê-lo, bastando para isso avisar por escrito a administração do condomínio (e o dono da fração, se for arrendada). Passados 30 dias, pode proceder à instalação do dispositivo. No caso de optar pela ligação ao quadro de casa, tendo essa possibilidade, saiba que vai perder potência durante os períodos em que o veículo estiver a carregar, já que a instalação é partilhada.

    Colocado por: Filipe21
    Em relação à segunda questão, de acordo com o lá exposto aadministração do condomíniosó pode opor-se em alguns casos definidos, incluindo quando coloque em risco a seguranças de pessoas e bens ou prejudique a linha arquitétónica. Fico com dúvidas (por ignorância mesmo) se a administração de condomínio pode avaliar se prejudica ou não a linha arquitetónica, ou se deveria ser discutido em assembleia de condóminos.(1) Causa-me estranheza que um condómino hoje faça um carote em todas as lajes dos pisos que necessitar até à garagem, e amanhã outro faça outro, e depois outro... Diria que este tipo de infraestruturas deviam ser tidas como obras de melhoramento, do condomínio.(2)


    (1) O art. 1422º, nº 2, al. a) do CC, diz-nos que é especialmente vedado aos condóminos, prejudicar, quer com obras novas, quer por falta de reparação, a segurança, a linha arquitectónica ou o arranjo estético do edifício. No entanto, importa esclarecer que, a avaliação de um eventual prejuízo para a linha arquitectónica ou o arranjo estético do edifício, só se aplica ao exterior do edifício.

    (2) Se o prédio possui garagens fechadas com electricidade autónoma, tudo pacífico, porém, se a garagem for compodta por lugares de parqueamento, este inconveniente pode ser ultrapassado através da instalação de wallbox. Para mais informação, vide aqui: https://apropriedadehorizontal.blogspot.com/2022/03/carregamento-veiculos-electricos.html


    https://apropriedadehorizontal.blogspot.com
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  6.  # 7

    Colocado por: Filipe21Causa-me estranheza que um condómino hoje faça um carote em todas as lajes dos pisos que necessitar até à garagem, e amanhã outro faça outro, e depois outro...

    Em relação à passagem dos cabos pelos tectos e afins na zona das garagens, isso de todo não é "prejudicar as linhas arquitetónicas", se algum condómino embirrar com isso está mesmo só a ser marreta :-) Desde que a ligação cumpra com as regras eléctricas ter um (ou vários...) tubos salientes a passar no tecto não incomoda ninguém e o benefício supera largamente o prejuízo estético (nomeadamente ter menos um ou vários carros a combustão a tornar o ar irrespirável).

    Não faço ideia do que seja "um carote em todas as lajes", mas de alguma forma os cabos terão de descer da fracção até à zona das garagens e imagino que se esteja a referir a furar por zonas comuns? À vista? Se for este o caso e se fosse eu, até para evitar má vizinhança iria pedir à empresa instaladora que fizesse um documento a detalhar como é que as ligações iam ser feitas e que implicações visuais isso poderia ter e enviava a toda a gente para dar conhecimento.
    Fazer um furo numa laje não coloca ninguém em risco nem prejudica a linha arquitetónica, mas se no hall do prédio tiver de ter uma série de calhas verticais a descer de piso para piso, continua a não prejudicar ninguém mas é meio xunga :-)
    Ou então imaginaram outra forma mais dissimulada de o fazer e ninguém vai dar por ela. Se for esse o caso, óptimo.
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  7.  # 8

    Agradeço a todos os comentarios.

    Em relação aos carotes, sim, refiro-me à perfuração das lajes em betão de cada piso para a passagem de cabos. Essa perfuração pode cortar a armadura das lajes. Se, no extremo, cada condómino executar uma carote para passagem de cabos...

    Daí a minha duvida. Parece-me que fazia mais sentido só uma furacao servir todo o prédio, ou outra alternativa, como colocar os cabos pelos tetos. E que a opção pela solução dependa únicamente do condómino interessado.

    A garagem é composta por lugares de parqueamento.
  8.  # 9

    Vai ter de furar todos os pisos, caso a fração seja por exemplo 4° andar e colocar calha técnica, pelas "escadas" abaixo.

    Dependendo do prédio, poderá não ser assim tão simples.
  9.  # 10

    E uma carote é um exagero.. um furo de 25chega bem
  10.  # 11

    Pode também passar pelo exterior do prédio usando uma conduta para disfarçar á semelhança do que se faz em prédios onde não havia previsão da canalização do gás por exemplo.
  11.  # 12

    Colocado por: mafgodPode também passar pelo exterior do prédio usando uma conduta para disfarçar

    Eu fiz isso para os painéis solares e resultou espetacularmente bem. Um tubo de queda de águas ao lado do que já existia onde descem os cabos, nem se nota que lá está e, notando, está perfeitamente integrado.
    Claro que não pode ser um para cada fracção, tem de ser algo mais bem pensado para o futuro.
    Daí a minha sugestão de apresentar um documento a todos os condóminos com uma previsão do trabalho a fazer e como ficará.
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  12.  # 13

    Colocado por: Bruno.AlvesEu fiz isso para os painéis solares e resultou espetacularmente bem. Um tubo de queda de águas ao lado do que já existia onde descem os cabos, nem se nota que lá está e, notando, está perfeitamente integrado.
    Claro que não pode ser um para cada fracção, tem de ser algo mais bem pensado para o futuro.
    Daí a minha sugestão de apresentar um documento a todos os condóminos com uma previsão do trabalho a fazer e como ficará.
    Ok, boa.. um caso prático :-) não com o mesmo propósito mas que poderá ser utilizado também para tal...
    O melhor seria um tubo com uma dimensão que seria comum para quem já precise ou precise no futuro, assim, era só passar mais um cabo para dentro do tubo.
    Simples, prático e barato.... onde cada um é responsável pela energia consumida.
  13.  # 14

    Viva!
    Alguém tem boas referências para empresas que façam a instalações em condomínios com garagem partilhada, de acordo com o GUIA TÉCNICO
    DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PARA ALIMENTAÇÃO DE VEÍCULOS ELÉTRICOS ?

    Isto para fugir aos preços exorbitantes das soluções apresentadas pela EDP e afins...

    Obrigado
  14.  # 15

    Localidade? Nas internets vêm-se amiude empresas a publicitar trabalhos desses feitos
  15.  # 16

    Recomendação, qualquer que seja empresa que escolham, peça para que a instalação depois de executada seja inspeccionada por uma entidade inspetores credenciada pela DGEG. Irá logo eliminar muitos dos interessados
 
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