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  1. Colocado por: AMG1mesmo naqueles em que o bem estar económico é muito.mais elevado do que o nosso.
    É mais elevado que o nosso, mas eles não se comparam com Portugal, mas com eles próprios. Será que essas ppopulações sentem que esse bem estar económico tem evoluído de forma favorável?

    O AMG1 acha que a moderação e a tolerância, que apesar de tudo são duas das principais características do modo de vida europeu seriam possíveis sem que o bem estar económico estivesse antes assegurado.
    • Squire
    • 12 outubro 2024 editado
    Colocado por: AMG1

    Se a sua perspectiva estiver certa, daqui por uns 10 anos, as eleições em Portugal serão parecidas com as da Venezuela, com o PDS a ter mais de 90% dos votos, é isso?
    O LM até pode ter isso em mente, coisa que não aceedito, mas evidentemente que se não houver uma recomposição muito drástica do sistema partidário, por via de algum evento extraordinario, não será nos proximos anos que vamos assistir a nada de tão disrruptivo. Mesmo porque essa ideia de que o PS vai a caminho do fim, porque na sua base eleitoral tem muitos reformados, isso significa o quê, que os reformados vão acabar?
    Será que aos 20 anos se vota da mesma forma que aos 70?


    O facto de o PSD ter a hegemonia politica em Portugal, não quer dizer que tenha 90% de votos. Basta simplesmente que a esquerda se fragmente ainda mais, o que impedirá inevitavelmente uma maioria absoluta do PS. E é exatamente isso que acontecerá.

    Relativamente aos reformados, não, eles não vão acabar, mas a tendência é que os novos pensionistas sejam mais bem remunerados que os velhos pensionistas, que ganham uma miséria, e esses novos pensionistas, uma vez que ganham melhor, votarão por convicção ideológica. É o que acontece com o voto dos jovens. Os jovens (e são os licenciados/instruídos que vão à urnas) votam maioritariamente por convicção ideológica, ao contrário dos pensionistas, justamente porque é diferente ganhar 1000 € e saber que têm pais que estarão lá para os ajudar, do que ser pensionista e ganhar 500 €, sendo que em muitos casos já nem família têm para os ajudar.
    Portanto, a longo prazo o PS está condenado. Ganhar eleições com base em medidas eleitoralistas viradas para os pensionistas deixará de surtir efeito. Aí o PSD deixará de ter necessidade de se focar particularmente nesse eleitorado e poderá virar-se para as questões securitárias e identitárias. Esses sim serão os temas que mais vão importar para a maioria da população nos próximos 10 anos.
    Mais, existem perto de 700 mil funcionários públicos. Governar em época de vacas gordas (a atual) permite que sejam feitas medidas direcionadas para este segmento, o que permitirá não antagonizar o partido do governo, ou pelo menos conter qualquer mudança de voto para o principal partido da oposição (porquê mudar radicalmente, quando me estão a dar benefícios?)

    Ou seja, o PS enquanto estiver fora do governo, não terá a função pública a seu favor e não terá os pensionistas. Com muita sorte terá 20% de votos daqui a 10 anos.
    • eu
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: CarvaiA propósito de Esquerda/Direita gostei desta
    Concordam com este comentário:N Miguel Oliveira
      Nadal.jpg


    Curiosamente, Espanha tem sido governada pela esquerda, e vejam bem a evolução do País.
    • reg
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: AMG1Mesmo porque essa ideia de que o PS vai a caminho do fim, porque na sua base eleitoral tem muitos reformados, isso significa o quê, que os reformados vão acabar?


    Os reformados não vão acabar mas o sistema de pensões vai sofrer grandes alterações, e nada o que PSD/PS possam fazer.
    • reg
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: Squiremas a tendência é que os novos pensionistas sejam mais bem remunerados que os velhos pensionistas, que ganham uma miséria, e esses novos pensionistas


    Onde é que viu tal coisa? A tendência é as reformas sofrerem grande alterações no futuro próximo. Quem recebe hoje 2k, se tiver reforma de 1k já vai ser muito bom.
    Concordam com este comentário: eu
    • reg
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: AMG1No passado era parte do PSD e CDS, com o surgimento do Chega ganhou autonomia e até pode vir a sofrer algum ajuste eleitoral mais ou menos significativo, mas não vai desaparecer, nem lá perto.


    O fenómeno de Chega é o mesmo que acontece nos EUA, o Trump só lá está porque não existe mais ninguém parecido, e o pior é que isso tem procura, por isso ele é candidato. Por cá, PSD/PS não têm capacidade para perceber isso.
    • reg
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: eu

    Curiosamente, Espanha tem sido governada pela esquerda, e vejam bem a evolução do País.


    Quando o país é mais rico, é mais fácil governar.
    Concordam com este comentário: Dias12
    • eu
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: regQuando o país é mais rico, é mais fácil governar.


    E a riqueza de um País também não depende do governo?
  2. Colocado por: eu

    Curiosamente, Espanha tem sido governada pela esquerda, e vejam bem a evolução do País.

    Exatamente, tal como Portugal os resultados estão á vista. Se nos comparamos á Guiné-Bissau também somos um enorme sucesso.
    • eu
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: CarvaiExatamente, tal como Portugal os resultados estão á vista. Se nos comparamos á Guiné-Bissau também somos um enorme sucesso.


    O que está a dizer é que a evolução/riqueza de um País depende da geografia e não se é governado pela esquerda ou pela direita?
    Concordam com este comentário: Dias12
  3. Não chute para o lado. Basta comparar os Países europeus. Socialistas e ex-comunistas lideram a pobreza.
    https://pt.euronews.com/business/2024/06/04/riqueza-das-nacoes-o-fosso-cada-vez-maior-entre-ricos-e-pobres-na-europa
    Estas pessoas agradeceram este comentário: BrunoFranco
  4. Colocado por: reg

    Onde é que viu tal coisa? A tendência é as reformas sofrerem grande alterações no futuro próximo. Quem recebe hoje 2k, se tiver reforma de 1k já vai ser muito bom.


    Estamos a falar de coisas diferentes. O que o reg está a dizer é que de uma forma geral a probabilidade de recebermos aquilo que esperamos vir a receber é baixa, o que é verdade.
    O que eu estou a dizer é diferente. Grande parte dos pensionistas são pessoas que se reformaram aos 65 anos e que que descontaram pouco durante toda a sua vida, daí haver muitas pessoas que apenas ganham 400 Euros de reforma. Acontece que nos últimos 30 anos houve um mudança brutal no perfil económico português, tendo havido um crescimento exponencial do setor dos serviço em detrimento do setor da agricultura. Ora, o setor da agricultura foi um dos setores onde existia maior economia paralela. Quem trabalhava no campo, ganhava, mas não declarava. Tal refletiu-se nas baixas pensões atuais.
    Mais, as empregadas que domésticas, de limpeza, etc, antes faziam biscates. Era assim que ganhavam a vida. Agora esses biscates são feitos com atividade aberta nas finanças ou trabalham para uma empresa e fazem os seus descontos.

    Ou seja, os novos pensionistas já terão uma reforma próxima do ordenado que auferem como empregados, bem acima das pensões de 300 € ou 400 €, o que lhes permitirá viver com muito melhores condições.

    O problema que o reg coloca acontecerá nas pensões acima de um determinado valor (já bastante alto). Em caso de falta de verbas, as mais elevadas serão as que levarão cortes. Não serão certamente as mais baixas. Portanto, os novos pensionistas no futuro não receberão menos que o rendimento mínimo nacional. Será essa a tendência.
    • AMG1
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: Squire

    O facto de o PSD ter a hegemonia politica em Portugal, não quer dizer que tenha 90% de votos. Basta simplesmente que a esquerda se fragmente ainda mais, o que impedirá inevitavelmente uma maioria absoluta do PS. E é exatamente isso que acontecerá.

    Relativamente aos reformados, não, eles não vão acabar, mas a tendência é que os novos pensionistas sejam mais bem remunerados que os velhos pensionistas, que ganham uma miséria, e esses novos pensionistas, uma vez que ganham melhor, votarão por convicção ideológica. É o que acontece com o voto dos jovens. Os jovens (e são os licenciados/instruídos que vão à urnas) votam maioritariamente por convicção ideológica, ao contrário dos pensionistas, justamente porque é diferente ganhar 1000 € e saber que têm pais que estarão lá para os ajudar, do que ser pensionista e ganhar 500 €, sendo que em muitos casos já nem família têm para os ajudar.
    Portanto, a longo prazo o PS está condenado. Ganhar eleições com base em medidas eleitoralistas viradas para os pensionistas deixará de surtir efeito. Aí o PSD deixará de ter necessidade de se focar particularmente nesse eleitorado e poderá virar-se para as questões securitárias e identitárias. Esses sim serão os temas que mais vão importar para a maioria da população nos próximos 10 anos.
    Mais, existem perto de 700 mil funcionários públicos. Governar em época de vacas gordas (a atual) permite que sejam feitas medidas direcionadas para este segmento, o que permitirá não antagonizar o partido do governo, ou pelo menos conter qualquer mudança de voto para o principal partido da oposição (porquê mudar radicalmente, quando me estão a dar benefícios?)

    Ou seja, o PS enquanto estiver fora do governo, não terá a função pública a seu favor e não terá os pensionistas. Com muita sorte terá 20% de votos daqui a 10 anos.


    Se como diz o PSD vai acabar com o PS e depois virar-se para o Chega, admito eu que seja para acabar tambem com ele. Ora some lá os deputados do PS com os do Chega e adicione aos do PSD, será que fica muito longe dos 90%?
    Agora afinal já o PS fica arrumado porque daqui a 10 anos só vale 20% dos votos. Estranho porque o PS até já teve um resultado eleitoral pouco superior a isso (22% com o Vítor Constâncio) e ainda por cá anda e depois disso até já teve duas maiorias absolutas.
    Agora quanto a sociografia dos partidos.
    É óbvio, para quem queira ver, que a clientela eleitoral do PS diverge muito pouco do PSD. Os grandes grupos são essencialmente os mesmos, depois existem as variações conjunturais que beneficiam mais um ou outro e é isso que os torna vitoriosos à vez. Eu tenho muito cuidado em ler alguns desses estudos, "pronto a comer", que determinam o motivo de voto de grandes grupos sociais. Mais instituir p.e. "os reformados", ou "os jovens" como uma unidade para determinar o voto, a meu ver é profundamente abusivo e, em boa parte, até contrario ao que a sociologia eleitoral nos diz.
    Mesmo quando se analiza o perfil dos votantes dos partidos, tem de haver algum cuidado nessa leitura. Nao é porque 50% dos eleitores da IL e do livre têm instrução de nivel universitário (acho que anda perto disso), que eu posso dizer que a população mais instruída vota na IL ou no Livre, simplesmente porque esses dois partidos juntos representam menos de 10% do eleitorado. Claro que o peso relativo dos reformados no eleitorado do PS é muito significativo, mas já foi menor e nessa altura esses eleitores tinham maior peso no PSD.
    Depois só posso assinalar como positivo, que finalmente apareça por aqui alguém a achar, tal como eu, que os pensionistas do futuro, não tem necessáriamente de ter piores reformas do que os actuais. Não sei é se será pelas razões invoca, mas isso é outro tema.
    É de esperar que os futuros pensionistas sejam, em geral, pessoas mais instruidas do que os actuais, isso parece-me óbvio. Só que das duas uma, ou achamos que é a situação de pensionista que determina o voto, por via da idade, da aversão ao risco, da dependencia do estado..., ou então é a instrução e aí o ser pensionistas já não é relevante.
    Se diz que os pensionistas, hoje votam no PS porque são pouco instruidos e tem baixas pensões e, amanhã vão votar no PSD porque são mais instruidos e tem pensoes mais altas (preposição que carece de justificação) então a variável relevante não é a qualidade de pensionista, mas a instrução e o rendimento.
    Finalmente a sua convicção de que quem tem pouco vota por interesse, enquanto quem tem mais vota por convicção ideológica, pareceu-me imaginativa, mas pensando bem conclui que afinal não é nada de novo. Vendo bem é o mesmo pensamento do PCP, só que invertido. Eles também acham que quem tem muito vota por interesse enquanto quem tem pouco o faz por convicção ideológica. Eles pensam, enquanto seguidores de Marx, que as convicções ideologicas resultam do chamado determinismo economico, ou seja, as tais "condições materias de existência" que enformam a consciência de classe.
    A conclusão que tiro é que afinal a logica de pensamento marxista continua bem disseminada, mesmo entre quem se vê a si próprio longe dele.
    Ainda tinha mais umas coisitas para dizer quanto aos funcionários públicos, mas é melhor ficar para outro comentario porque isto já vai muito longo. Apenas lembrar-lhe que os corpos profissionais do estado têm os maiores contingentes de profissões qualificadas (educação, Justica, Saude, ...) ou seja gente instruída, que de acordo com a sua visão deveriam votar de acordo com convicções ideológicas e não em quem lhes dá mais uns trocos no final do mês, mas mais uma vez, aqui também deve funcionar ao contrário.
    • AMG1
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: reg

    O fenómeno de Chega é o mesmo que acontece nos EUA, o Trump só lá está porque não existe mais ninguém parecido, e o pior é que isso tem procura, por isso ele é candidato. Por cá, PSD/PS não têm capacidade para perceber isso.


    Aparentente o eleitorado português também não, o PS e o PSD juntos ainda tiveram mais uns quantos votos do que o Chega, ou não?
    Eu também concordo consigo que "...o PIOR é que isso (o Trump e o Chega) tem procura...", mas admito que o tenha escrito por lapso.
    • AMG1
    • 12 outubro 2024
    Colocado por: CarvaiNão chute para o lado. Basta comparar os Países europeus. Socialistas e ex-comunistas lideram a pobreza.
    https://pt.euronews.com/business/2024/06/04/riqueza-das-nacoes-o-fosso-cada-vez-maior-entre-ricos-e-pobres-na-europa
    Estas pessoas agradeceram este comentário:BrunoFranco


    Como é que o Carvai enquadra as sociais democracias nordicas, que pertencem a familia politica do PS português, como de direita, ou de esquerda?
  5. Colocado por: euCuriosamente, Espanha tem sido governada pela esquerda, e vejam bem a evolução do País.

    Este comentário é sério?

    Em Espanha nos últimos 28 anos a esquerda governou 13 anos e a direita 15 anos.
    Os últimos 6 anos foram governados pela esquerda e por isso as coisas por lá não estão nada boas, basta ver o quanto os espanhóis estão insatisfeitos com a descida de poder de compra e com a degradação da economia.

    Estão tão insatisfeitos que nas últimas eleições de 2023 a esquerda perdeu as eleições, acontece que os partidos de direita não conseguiram um acordo para governar em maioria, e assim, a esquerda mesmo perdendo as eleições, voltou ao governo coligada com outros partidos de esquerda, incluindo o polémico partido independentista da Catalunha.

    Onde é que eu já vi isto... A esquerda a governar mesmo perdendo as eleições lol vale de tudo para se manterem no poder.
    • Squire
    • 13 outubro 2024 editado
    Colocado por: AMG1

    Se como diz o PSD vai acabar com o PS e depois virar-se para o Chega, admito eu que seja para acabar tambem com ele. Ora some lá os deputados do PS com os do Chega e adicione aos do PSD, será que fica muito longe dos 90%?
    Agora afinal já o PS fica arrumado porque daqui a 10 anos só vale 20% dos votos. Estranho porque o PS até já teve um resultado eleitoral pouco superior a isso (22% com o Vítor Constâncio) e ainda por cá anda e depois disso até já teve duas maiorias absolutas.



    Bem, eu acho que o AMG1 não compreendeu o que eu disse. Mas admito que deva ser culpa minha.

    O PS e o PSD são partidos de poder. O PCP, o BE, o Livre, o PAN, o Chega e a IL não são. Logo, o PS não sobrevive se não estiver no poder. E quando digo não sobrevive, quer dizer que haverá uma debandada geral dos militantes quando o PS começar a ter percentagens abaixo de 20%. Os militantes querem poder para terem cargos e terem influência. Sem esses cargos e essa influência, o partido deixa de ser apetecível. Quando isso acontecer, o PS como o conhecemos acabou. Os militantes formarão outro partido ou ingressam noutro já existente.

    Isto quer dizer que basta colocar o PS perto dos 20% e o Chega nos 10% para o PSD conseguir governar com maioria absoluta em coligação com a IL.

    Mais, as legislativas de 1985 são demonstrativas da divisão dentro da própria sociedade portuguesa: 5 partidos tiveram mais que 10% e o vencedor nem aos 30% chegou.
    Em 1987 o PSD arrumou com o PS que só sobreviveu porque a esquerda era o PS e pouco mais. O único partido a discutir a esquerda era um partido radical, o PCP, que foi o único partido a seguir ao PS que teve mais que 1% de votos, e que já estava em queda livre! Ou seja, o PS absorveu votos ao PCP em toda a década de 80 e 90, até ao aparecimento do BE. Foi isso que os fez manter-se à tona.

    Para tal ainda ajudou ter um Presidente da República, que foi “só” o fundador do PS, a fazer oposição ao PSD, durante 10 anos!
    Ou seja, as razões que levaram o PS a não sucumbir na década de 80 foram:

    1. Haver apenas dois partidos à esquerda (PS e PCP), sendo que um era radical, o que só por si fez canalizar grande parte do eleitorado moderado de esquerda para o PS;
    2. A captação de eleitorado do PCP que teve uma queda vertiginosa durante os anos 90 e 80;
    3. Ter o fundador como Presidente da República a fazer oposição ao PSD;
    4. Ser praticamente o único partido à esquerda durante toda a maioria absoluta do PSD. O facto do o PS ter ganho as eleições a seguir é só por si a ordem natural das coisas. Nem poderia ser de outra forma. É quase uma lei da física.

    Por conseguinte, atualmente o PS:
    1. Divide a esquerda com mais 4 partidos, sendo que um deles não é definitivamente radical (o Livre);
    2. Não tem forma de captar mais eleitorado à esquerda, muito pelo contrário. A probabilidade de o Livre crescer comendo eleitorado (principalmente o mais jovem) ao PS é grande;
    3. Não vai ter nenhum Presidente da República eleito nos próximos 10 anos;
    4. Mesmo que a Direita governe com maioria absoluta, o PS terá que lutar com mais 4 partidos à sua esquerda quando for a eleições.

    Portanto, se vamos fazer comparações, convém analisar com atenção os diferentes contextos.



    Colocado por: AMG1
    Agora quanto a sociografia dos partidos.
    É óbvio, para quem queira ver, que a clientela eleitoral do PS diverge muito pouco do PSD. Os grandes grupos são essencialmente os mesmos, depois existem as variações conjunturais que beneficiam mais um ou outro e é isso que os torna vitoriosos à vez. Eu tenho muito cuidado em ler alguns desses estudos, "pronto a comer", que determinam o motivo de voto de grandes grupos sociais. Mais instituir p.e. "os reformados", ou "os jovens" como uma unidade para determinar o voto, a meu ver é profundamente abusivo e, em boa parte, até contrario ao que a sociologia eleitoral nos diz.


    Desculpe, quer que eu aceite esse argumento que no fundo não é argumento? Dizer que “sou cético” ou que é “abusivo dizer que os comportamentos eleitorais dos jovens e dos reformados são diferentes” não é propriamente um argumento. Aliás, parece-me até ter mudado de ideias, dado que foi o próprio AMG1 que disse o seguinte: “Será que aos 20 anos se vota da mesma forma que aos 70?”


    O que eu lhe disse foi baseado em estudos e não é “contrário à que a sociologia eleitoral nos diz”: https://maisliberdade.pt/maisfactos/caracterizacao-dos-eleitores-votantes-nas-legislativas-2024/

    Segundo este estudo, quase 50% dos pensionistas portugueses votou PS! 30% votou PSD e 8% votou no Chega. Repito: metade!
    Mais, somente 13% do eleitorado jovem votou PS, claramente ultrapassado pelo PSD que foi o partido mais votado pelos jovens (28%) e pelo Chega (25%).

    Outro estudo refere o perfil dos votantes em cada partido:
    https://rr.sapo.pt/noticia/politica/2022/02/18/legislativas-2022-mais-velhos-votam-ps-jovens-e-mais-instruidos-preferem-a-direita/272968/

    Aqui, torna-se evidente que metade dos eleitores do PS têm mais que 65 anos. Ou seja, não só metade dos pensionistas portugueses vota no PS, como também metade dos eleitores do PS são pensionistas.
    Mais, o PS tem a percentagem mais baixa de jovens nos seus eleitores: 15%.
    Isto é, embora não seja o partido que os jovens menos votam (na verdade é somente o terceiro), é o partido cujos eleitores são mais velhos.

    Resumindo:
    1. o PS está altamente dependente dos pensionistas;
    2. Tendo em consideração que atualmente tem 29% dos votos e que metade do seu eleitorado é pensionista, perdendo o voto de metade dos pensionistas nos próximos 10 anos, tal significa matematicamente que o PS cai para perto de 20%;
    3. O PS é um partido mais atrativo para os pensionistas que para os jovens;
    4. O PSD, o Chega e a IL e o Livre serão partidos mais atrativos para os jovens que o PS, sendo que o PSD e o Chega já o são;

    Portanto, o que eu lhe estou aqui a dizer é pura interpretação de dados publicado por estudos.



    Colocado por: AMG1
    É de esperar que os futuros pensionistas sejam, em geral, pessoas mais instruidas do que os actuais, isso parece-me óbvio. Só que das duas uma, ou achamos que é a situação de pensionista que determina o voto, por via da idade, da aversão ao risco, da dependencia do estado..., ou então é a instrução e aí o ser pensionistas já não é relevante.


    Não é a situação de pensionista. É a situação de pobreza! Se formos pobres, mais dependentes de terceiros estamos, pelo que será mais fácil manipular eleitoralmente este tipo de pessoas.
    Logo, se existe uma clara correlação entre riqueza e instrução, então terá que admitir que quanto mais instruído se for, menos manipulável eleitoralmente se será. Se se é menos manipulável, o sentido de voto terá que ser inevitavelmente ideológico.



    Colocado por: AMG1
    Se diz que os pensionistas, hoje votam no PS porque são pouco instruidos e tem baixas pensões e, amanhã vão votar no PSD porque são mais instruidos e tem pensoes mais altas (preposição que carece de justificação) então a variável relevante não é a qualidade de pensionista, mas a instrução e o rendimento.


    Não, não carece de justificação. Já referi em cima estudos que o provam. O eleitorado do PSD é mais jovem que o eleitorado do PS (21% contra 15%!). Isto é ponto assente.
    O PSD foi o partido mais votado entre os jovens (28%). A seguir veio o Chega (25%).
    Mais, 23% dos eleitores do PS tem o ensino superior. O que quer dizer que, no máximo - e é uma extrapolação ridícula – só metade dos eleitores pensionistas do PS são licenciados (=46%-23%). Mas tal assunção ridícula, pressuporia automaticamente que a totalidade do 13% dos eleitores jovens do PS são pouco instruídos.
    Ou seja, o mais provável é que cerca de 75% dos eleitores pensionistas do PS sejam pouco instruídos.

    Analisando o PSD, verifica-se que, de todos os licenciados portugueses que foram votar, 36% votou PSD. Mais 15 p.p. que o PS!


    Logo, quanto mais instruído se for, maior probabilidade terá de votar no PSD.


    Colocado por: AMG1
    Finalmente a sua convicção de que quem tem pouco vota por interesse, enquanto quem tem mais vota por convicção ideológica, pareceu-me imaginativa, mas pensando bem conclui que afinal não é nada de novo. Vendo bem é o mesmo pensamento do PCP, só que invertido. Eles também acham que quem tem muito vota por interesse enquanto quem tem pouco o faz por convicção ideológica. Eles pensam, enquanto seguidores de Marx, que as convicções ideologicas resultam do chamado determinismo economico, ou seja, as tais "condições materias de existência" que enformam a consciência de classe.
    A conclusão que tiro é que afinal a logica de pensamento marxista continua bem disseminada, mesmo entre quem se vê a si próprio longe dele.


    Acho que o AMG1 está a tentar desafiar o que é a lógica defendendo tudo e o seu contrário. Ora, diz que “é o mesmo pensamento do PCP, mas invertido”. Afinal, se é invertido, não é o mesmo, não acha?
    Se o meu pensamento é o inverso do pensamento do PCP, como é que pode concluir que a lógica do pensamento marxista “continua bem disseminada”?
    O preto é o inverso do branco. Se eu disser que determinado objeto é preto e o Manel disser que é branco, não estamos propriamente a concordar não acha? Digo eu…

    E não é um pensamento imaginativo. É uma questão de lógica mesmo, de naturalidade e de perceção do que é a natureza humana. Um individuo em situação precária é mais vulnerável, mais dependente, logo mais manipulável. Isto é absolutamente indiscutível. Pelo contrário, um individuo numa situação saudável é mais independente e sente-se mais livre para colocar em prática a sua forma preferida de encarar a vida em sociedade. A isto chama-se convicção ideológica.

    Colocado por: AMG1
    Ainda tinha mais umas coisitas para dizer quanto aos funcionários públicos, mas é melhor ficar para outro comentario porque isto já vai muito longo. Apenas lembrar-lhe que os corpos profissionais do estado têm os maiores contingentes de profissões qualificadas (educação, Justica, Saude, ...) ou seja gente instruída, que de acordo com a sua visão deveriam votar de acordo com convicções ideológicas e não em quem lhes dá mais uns trocos no final do mês, mas mais uma vez, aqui também deve funcionar ao contrário.


    O funcionário público que ganhe bem votará mais com convicção ideológica do que com conveniência financeira. Se o PS e o PSD lutarem ambos pelo centro e se são ambos ideologicamente parecidos, o que é que acha que fará a diferença?
    • eu
    • 13 outubro 2024
    Colocado por: justmeEm Espanha nos últimos 28 anos a esquerda governou 13 anos e a direita 15 anos.


    Porque será que escolheu 28 anos ? Dá jeito?

    Experimente usar um período temporal mais alargado, por exemplo desde 1975.
  6. Colocado por: euPorque será que escolheu 28 anos ? Dá jeito?

    Experimente usar um período temporal mais alargado, por exemplo desde 1975.

    De 1975 a 1982 não faz sentido referir porque houve uma coligação de partidos de esquerda e direita, que formaram um governo identificado como sendo de centro. Por este motivo ninguém pode afirmar se era de esquerda ou direita.

    Mas como você falou de "evolução do país"...
    A verdadeira evolução e explosão no aumento do PIB espanhol foi a partir do ano 2001 durante o governo de José María Aznar, até aí o PIB espanhol tinha tido um aumento, mas nada como em 2001.

    A esquerda espanhola que eu não tinha referido foi de 1983 a 1996 em que o PIB teve um crescimento modesto, mas até em Portugal nesse período também teve um crescimento +/- proporcional.
    Ou seja, não foi neste período que a Espanha se desenvolveu tanto como quer fazer crer.
    • reg
    • 13 outubro 2024
    Colocado por: SquireGrande parte dos pensionistas são pessoas que se reformaram aos 65 anos e que que descontaram pouco durante toda a sua vida, daí haver muitas pessoas que apenas ganham 400 Euros de reforma.


    Isso é irrelevante pois a idade da reforma tem subido muito, e com certeza vai subir ainda mais, fazendo com que muita gente não vai chegar à idade legal da reforma e consequentemente vai receber menos.
 
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