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  1. Colocado por: HAL_9000É como diz, enquanto não se resolver o ordenamento do territorio, o problema vai-se manter. Neste momento não se constrói para a dita classe média. E existindo já um problema qualquer factor que venha colocar mais pressão no preço só agrava o problema.


    Concerteza.
    A única coisa que ponho em causa é o enfâse que se coloca nesse transbordar do copo via imigração. Para mim, é muito mais uma questão de andarmos a reduzir o tamanho do copo, ou da água agora ocupar mais espaço. Onde um casal vivia antes em 100m², agora com jeito é divorciado, precisa de duas casas, e há falta de tipologias pequenas, entre muitas outras coisas. Há tantos factores... tanto do lado da procura, como sobretudo da oferta, mas parece que só temos capacidade de discutir o óbvio... ainda que isso seja 5% do problema...
  2. Colocado por: NostradamusExiste aquele jogo da cadeira,


    Boa analogia...
    Só acho a proporção errada... apesar de acreditar que essa é +/- a percepção que as pessoas têm.
    Ou seja, de 16, 6 têm que ver com a "imigração"? Não creio...
    Acho que a falha na análise começa logo no número de "cadeiras" novas que entram no mercado, quando comparado com há 15-20 anos...
    E depois, desses novos 6, é provável que 3 ou 4 deles sejam "migrantes" internos...
    Mesmo nos 10 iniciais... existem agora outras necessidades, de espaço, conforto, etc... pelo que as cadeiras já não servem algumas das suas necessidades...
  3. Colocado por: dmanteigasOra... o mercado esta cheio disso


    Totalmente de acordo...
    Apenas servem para aumentar a percepção de que está tudo caro...
    Ou seja, antes a malta queixava-se que não havia nada à venda...
    Hoje é porque o que está à venda está super inflacionado...
    Na prática, a situação é a mesma... determinado terreno só é vendido "se valer a pena"... pois não há real interesse em desfazer-se do bem...

    Outro detalhe interessante a meu ver, é o impacto da internet no meio disto tudo.
    Antes, muitos dos negócios eram simples... passo todos os dias na mesma rua, onde há um terreno vazio, a bravo, passo hoje, passo amanhã, vou ficando apaixonado com a ideia... até que um dia, procuro o dono, faço uma proposta... e está feito! Hoje em dia, parece que a única opção é via internet... a malta não sai à caça... espera que tudo lhes caia do céu e a bom preço... Não propõe, não tem iniciativa, precisa de saber o preço primeiro... para refletir...

    Antes funcionava um bocado ao contrário... era "tenho tal fulano que me dá tanto por tal terreno..." Quem refletia era o vendedor, quem propunha um valor era o comprador... No fundo, a mentalidade do "prêt-à-porter" está em quase tudo na vida no sec. XXI. Até pelos inumeros comentários neste fórum se percebe isso, pelo modo como se encaram as propostas de honorários dos gabinetes de projecto, dos orçamentos dos empreiteiros, das simulações do banco, etc etc etc... Temos por base, que o preço define-o o vendedor... Ora, isso não é forçosamente assim... com propriedades únicas e irrepetíveis...
  4. Colocado por: HAL_9000Os terrenos tinham procura, até porque há umas poucas de casas novas a iniciar por lá, não têm é tanta procupa pelos preços actuais. Apesar de tudo eu acho que tem impacto, porque se cria a perceção de valor de mercado. Eu em 2018 achava que dar 20K por um terreno era ridiculamente caro, hoje em dia considero bom preço- Porque? porque entretanto os preços pssaram dos 20K para os 40K, 50, 60K. Muitos não se vendem vão aumentando de preço, mas no caminho alguns vendem-se a perceção do "valor de mercado" de um terreno naquela zona mudou.


    Se reparar, é isso que acontece com o "viver no centro"...
    Antes tinha as casas a cair de podre, ninguém queria lá morar... e nem era pela questão dos preços.
    Hoje os centros estão diferentes, e aquilo que era decadente outrora, é visto como um luxo hoje em dia.

    Hoje queixamo-nos da periferia, que está longe do centro, que não tem transportes, etc... antes era o ideal, mais espaço, mais privacidade, maior segurança... por comparação com os centros abandonados...
    Concordam com este comentário: mafgod, Carvai
  5. https://expresso.pt/podcasts/perguntar-nao-ofende/2024-10-31-estamos-a-construir-ou-a-regular-de-menos--alda-azevedo-investigadora-doutorada-em-demografia-responde-a-daniel-oliveira-f2950b3b

    Fiquei alarmado com a declaração "1 em cada 4 casas construídas nos últimos 18 anos está vazia"
    Em Lisboa desde 2011 foram construídas 6 000 casas em que 24,8 % estão vazias.
    • eu
    • 14 novembro 2024
    Colocado por: Dias12Fiquei alarmado com a declaração "1 em cada 4 casas construídas nos últimos 18 anos está vazia"


    Isto é mesmo verdade?
  6. Colocado por: eu

    Isto é mesmo verdade?


    Segundo a investigadora sim.
  7. Colocado por: Dias12https://expresso.pt/podcasts/perguntar-nao-ofende/2024-10-31-estamos-a-construir-ou-a-regular-de-menos--alda-azevedo-investigadora-doutorada-em-demografia-responde-a-daniel-oliveira-f2950b3b

    Fiquei alarmado com a declaração "1 em cada 4 casas construídas nos últimos 18 anos está vazia"
    Em Lisboa desde 2011 foram construídas 6 000 casas em que 24,8 % estão vazias.


    lixo

    as únicas casas vazias que conheço ou estão completamente destruídas, ou são de emigrantes, ou alguns prédios moradias geminadas que ficaram por fazer

    o mais alarmante é mesmo o número, 6000 casas construídas em 18 anos? lol, ainda é pior do que pensava
  8. Colocado por: jg231o mais alarmante é mesmo o número, 6000 casas construídas em 18 anos? lol, ainda é pior do que pensava


    Fiquei escandalizado, também não pensei que fosse tão grave! Com o cocktail de novos clientes nos últimos anos, e a construção quase nula, muita coisa se explica!
  9. Colocado por: jg231lixo


    Incrível como se deita abaixo a reflexão duma demografa, que presumo passar o seu tempo a estudar estes fenómenos...
    É muito "melhor" guiarmo-nos pelo...
    Colocado por: jg231as únicas casas vazias que conheço




    É só mais um sintoma do quão enraizado está o desprezo pela Demografia, o Urbanismo e Ordenamento do Território. Só sabemos discutir o "evidente"... mesmo que seja um grão de areia no contexto do problema...

    Ninguém discute o que você conhece... devemos é ter cuidado ao usar isso como exemplo para extrapolar...
  10. Colocado por: rod_2000 Com o cocktail de novos clientes nos últimos anos, e a construção quase nula, muita coisa se explica!

    Não se trata apenas do numero em sí... mas do modo em que se constrói, onde, como, por quanto, a quanto se aluga, se há empregos, etc... Interessante mencionarem a questão das tipologias: "em Lisboa, em 1981 havia 24.6% de habitações com mais de 5 divisões, passaram a ser 62% em 2011... ao passo que as habitações com menos de 2 divisões passou de 20,9% para 3,4%"... Parece um detalhe... no meio do discurso. Não impacta tanto como falar do "cocktail de novos clientes".

    A título de comparação, num outro local no mundo com grave falta de habitação e pujança económica, para onde desenvolvemos projectos de 100, 200, 300 apartamentos, o rácio anda algo em torno de T0 25%, T1 50%, T2 20-23% e T3 2-5%... Algo mais de acordo ao tipo de agregado familiar em 2024... e àquilo que a sociedade precisa. Por vezes, chega até aos T0 45%, T1 45%, T2 10%... e o promotor ainda diz "por mim era 100% T0!"...

    Isto quando se opta por construir 150-160 apartamentos por acre (4047m2 de terra), em vez de 23-27 casas em banda no mesmo espaço. Essas sim, T3, T4 ou até mais... que basicamente só são exploradas a 100% numa fase relativamente curta na vida (desde o momento em que os filhos têm 3 ou 4 anos até aos seus 18-20 anos de idade).

    Qualquer pessoa que construa em Portugal muito raramente vislumbra uma opção que não seja a típica T3 ou T4 térrea em 500m2 de terra, ou 3 pisos em banda...
  11. https://espacodearquitetura.com/projetos/bairro-da-bouca/

    Exemplo de como eram os apartamentos nos anos 70... quando houve necessidade de construir rápido.
    Apartamentos de 74-80m2...
  12. Colocado por: N Miguel OliveiraHoje queixamo-nos da periferia, que está longe do centro, que não tem transportes, etc... antes era o ideal, mais espaço, mais privacidade, maior segurança... por comparação com os centros abandonados...
    Que o centro antes não era apetecível e hoje é (para algumas pessoas uma vez que eu pessoalmente abomino), eu dou de barato. Agora quem é que se queixa da periferia que antes era o “o ideal, mais espaço, mais privacidade, maior segurança”? Essas periferias continuam a representar o mesmo ideal. Antes As fugiam do centro de Lisboa parando parque das Nações, certo. Hoje há muita gente a querer ir para o centro de Lisboa, também está certo. Mas eu não vejo ninguém a querer sair do parque das nações, ou a dizer que não é o “o ideal, mais espaço, mais privacidade, maior segurança”.

    As periferias que as pessoas se queixam são outras, são periferias que ficam longe de tudo, onde as construções não são muito apelativas, e ainda assim são mais caras que as periferias boas do “antes”.

    Para ter uma ideia, uma moradia T3 que em 2020 custava 160k na quinta do conde (periferia da periferia de Lisboa), hoje está no mercado por 300k, e 3 anos mais velha. É dessas periferias que as pessoas se queixam. é que uma coisa é comprar habitação por 100k e demorar 1h até Lisboa (eu sei que de comboio é menos tempo, tendo em contato exemplo que disse), outra coisa é dar 300k lar a ficar a essa distância.
  13. Colocado por: N Miguel OliveiraIncrível como se deita abaixo a reflexão duma demografa, que presumo passar o seu tempo a estudar estes fenómenos...
    seria também importante estudar as razões pelas quais estão vazias.

    Talvez o portal do direito, possa dar uma ajuda na explicação.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira, IronManSousa
  14. Colocado por: N Miguel OliveiraA título de comparação, num outro local no mundo com grave falta de habitação e pujança económica, para onde desenvolvemos projectos de 100, 200, 300 apartamentos,
    Não estará a falar da Califórnia dos lotes individuais com a casinha, cerca branca e jardim relvado, ou está?
  15. Colocado por: HAL_9000Que o centro antes não era apetecível e hoje é (para algumas pessoas uma vez que eu pessoalmente abomino), eu dou de barato. Agora quem é que se queixa da periferia que antes era o “o ideal, mais espaço, mais privacidade, maior segurança”? Essas periferias continuam a representar o mesmo ideal. Antes As fugiam do centro de Lisboa parando parque das Nações, certo. Hoje há muita gente a querer ir para o centro de Lisboa, também está certo. Mas eu não vejo ninguém a querer sair do parque das nações, ou a dizer que não é o “o ideal, mais espaço, mais privacidade, maior segurança”.

    As periferias que as pessoas se queixam são outras, são periferias que ficam longe de tudo, onde as construções não são muito apelativas, e ainda assim são mais caras que as periferias boas do “antes”.

    Para ter uma ideia, uma moradia T3 que em 2020 custava 160k na quinta do conde (periferia da periferia de Lisboa), hoje está no mercado por 300k, e 3 anos mais velha. É dessas periferias que as pessoas se queixam. é que uma coisa é comprar habitação por 100k e demorar 1h até Lisboa (eu sei que de comboio é menos tempo, tendo em contato exemplo que disse), outra coisa é dar 300k lar a ficar a essa distância.


    Sim, claro, é dessas periferias de que falo. Não do Parque das Nações.
    O que digo, é que do mesmo modo que você achava um terreno de 20k caro outrora e agora o acha um achado... as pessoas não tinham nenhum interesse no centro como agora... A realidade muda, e as pessoas também.
  16. Colocado por: HAL_9000Não estará a falar da Califórnia dos lotes individuais com a casinha, cerca branca e jardim relvado, ou está?


    Sim, e geralmente não têm cerca pelo menos na frente...

    Sim, esse "cancro" dos suburbios foi o que os levou ao ponto em que estão.
    A solução a que foram chegando é que só compactando e estudando os dados demográficos é que poderão resolver alguma coisa.

    Não convém é confundirmos as causas com as soluções por simplesmente partilharem o mesmo sítio. As casinhas individuais são a causa do problema, da dependência do carro e a consequente vulnerabilidade face à flutuação do preço da gasolina, do tempo no trânsito, da falta de transporte, etc etc...
    O tal "american dream" é agora um autêntico pesadelo.
    Os complexos habitacionais, que por vezes chegam aos 1000 e tal departamentos, são uma das soluções. E são feitos com base em estudos demograficos e do mercado laboral... em função dos salários, e do tecido empresarial... e não em meros achismos... Aliás, por lá "agente imobiliário" (realtor) é um curso universitário... e há mesmo aqueles que são chamados de promotores imobiliários. Que promovem! Que pegam em "nada" e dalí fazem alguma coisa. A construção não se limite ao casal que decide construir a sua casinha... e pouco mais. Nem um realtor/broker se resume a vender o que feito está...

    Como venho dizendo... para mim o problema em Portugal não está no centro propriamente dito.
    Se antes não lhe interessava o centro porque era abandonado... agora gosta mas não pode pagar... na verdade, a sua situação face ao centro não mudou verdadeiramente.
    O problema é o modo em como vem sido urbanizada a periferia... e não parece haver vontade nenhuma em mudar isso.


    Até na entrevista mencionam algo tipo... "as pessoas continuam a fugir donde há transporte e a queixar-se de que não há transporte"... É um paradoxo dificil de contrariar... sobretudo no mercado de arrendamento. Se você quer/tem que trabalhar no centro... mas não quer/pode lá viver, vai para a periferia... Se começa a chegar lá o transporte, o preço da vivenda sobe... mas como quer manter certos requisitos, de tamanho, privacidade, etc... afasta-se e passa a viver na periferia da periferia... e depois queixa-se de que não há transporte... E por aí em diante... Isto é dificil de combater, quando assume a ideia duma "casa para a vida toda"... o que até é legitimo... mas não está isento de contra-partidas que convém ter em consideração.

    Curiosidade, não é o HAL que construiu na terrinha mas trabalha em Lisboa? Ou estou a confundir?
  17. Colocado por: N Miguel Oliveira
    que digo, é que do mesmo modo que você achava um terreno de 20k caro outrora e agora o acha um achado... as pessoas não tinham nenhum interesse no centro como agora... A realidade muda, e as pessoas também.
      A minha questão é que naquela vila, o número de pessoas não aumentou por aí além. Há algumas pessoas a construir casa, mas regra geral são pessoas da terra por assim dizer. Se a procura não aumentou, o que fez aumentar o preço dos terrenos? A simples mudança de percepção do seu valor de mercado.
    • Colocado por: N Miguel OliveiraOs complexos habitacionais, que por vezes chegam aos 1000 e tal departamentos, são uma das soluções.
      Por acaso tinha ideia que a “câmara” la do sítio não via esses complexos habitacionais de apartamentos com muitos bons olhos.
    • Colocado por: N Miguel OliveiraAté na entrevista mencionam algo tipo... "as pessoas continuam a fugir donde há transporte e a queixar-se de que não há transporte"... É um paradoxo dificil de contrariar... sobretudo no mercado de arrendamento. Se você quer/tem que trabalhar no centro... mas não quer/pode lá viver, vai para a periferia... Se começa a chegar lá o transporte, o preço da vivenda sobe... mas como quer manter certos requisitos, de tamanho, privacidade, etc... afasta-se e passa a viver na periferia da periferia... e depois queixa-se de que não há transporte...
      como alguém que foiçáveis para a periferia da periferia, só lhe posso dizer que o meu afastamento não teve nada a ver com “certos requisitos, de tamanho, privacidade, etc.”, teve sim a ver com um único requisito: o que conseguia pagar sem comprometer o meu equilíbrio financeiro.
      Mesmo assim antes de comprar, usei os transportes disponíveis a diversas horas, para ver o tempo que demorava a fazer o percurso casa- trabalho.

      Não compro muito essa ideia de que as pessoas se afastam dos transportes por alternativa e não por necessidade.
     
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