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    • AMG1
    • 19 novembro 2024
    Colocado por: ferreiraj125>cite>
    ...
    Por exemplo, os imigrantes estão sobrerrepresentados na população prisional. Isto é um facto.

    Não! Nao é um facto. O facto é que os estrangeiros estão sobrerrepresentados na população prisional.
    Se a ideia é ser factual então há que sê-lo. A diferenca entre estrangeiros e imigrantes existe e eu nao sei qual é e suspeito que o ferreiraj125 também não, por isso quando a ignora, seja por opção ou desconhecimento, também está a fazer desinformação.
    O pensamento ideologico é tramado, está a atraiçoar-nos a cada passo, por mais que não queiramos. Ou seja o Ferreiraj125 acha que os imigrantes têm uma maior propensão para o crime e vê nesse estatistica a confirmação da sua hipotese, só que nem a sua hipotese foi construida com base cientifica, bisto que não passa de senso comum, nem a estatistica em causa a confirma.
    Com isto, nem sequer estou a contradizer que os imigrantes até possam ter maior propensão para o crime, só a afirmar que não é com essa estatistica que valida essa proposição.
    • AMG1
    • 19 novembro 2024
    Colocado por: dmanteigas

    So os Media?
    Ainda este fim de semana descobri que uma revista 'cientifica' de economia chamada 'Feminist Economics' publicou uma artigo 'cientifico' onde se debatia a ideia de que a econometria era machista.

    Neste momento, as 'ciencias' sociais sao terrenos ferteis para tudo menos para 'ciencia'. Ja chamar-lhes ciencias e esticar... mas nos ultimos tempos passou a ser simplesmente ideologia, especulacao e opinioes. Ate porque na sociedade atual, a primeira fase do metodo cientifico que passa por definir hipoteses testaveis e falseaveis ha muito que deixou de ser possivel. So se podem 'estudar' hipoteses que ja sejam consideradas aceitaveis a priori. Ou seja, comeca-se pela teoria e depois tudo o resto se arranja para dar suporte a teoria.

    Imaginem se a ciencia 'a serio fosse assim'. Ora bem meus amigos, vaos entao comecar por concluir que o cancro nao e uma doenca. A partir daqui, o resto e com voces :)
    Concordam com este comentário:eu


    Curioso, suspeito que apesar de desmerecer os média, muito provavelmente foi na cronica do Luis Aguiar Conrraria, publicada no expresso que fez a sua descoberta.
    O que não faltam são patetices publicadas nas revistas cientificas e não são um exclusivo das ciencias sociais. Se o merito cientifico fosse o unico atributo para publicar um artigo, o negócio não valia um decimo do que vale.
    Claro que as ciencias sociais são um terreno mais fértil para o aparecimento de mais conversa fiada, porque no fim do dia é do mundo em que vivemos e da forma como ele está organizado que essas ciencias se ocupam.
    Agora meter tudo no mesmo saco é igualmente tonto. O trabalho cientifico sério nas ciencias sociais pauta-se por usar controlos metodologicos, que não o deixam confundir-se com ideologias.
    Alias, o proprio conceito de ideologia é uma construção teorica das ciencias sociais, prova de que provavelmente servem para alguma coisa, pois até um céptico desses saberes, como você aparenta ser, o utiliza.
    Só um parêntesis para aqueles que tenham mais dificuldade em tirar os "óculos ideologicos". O facto da maioria da academia portuguesa, no ambito de algumas ciencias sociais ter uma forte preponderância da esquerda politica, isso nao significa que não exista muita gente em Portugal e por esse mundo fora a trabalhar nessas áreas e que perfilha e trabalha temas caros ao espectro politico da direita , Convém lembrar que p.e. a economia também faz parte do leque das ciencias sociais e óbviamente que todos conhecem economistas de direita e de esquerda e nas restantes ciencias sociais ocorre o mesmo.
  1. Colocado por: ferreiraj125Não conheço esse caso em concreto, mas a verdade é que há muitas estatisticas que são machistas, xenofobas, racistas, etc...


    Calma que nao e isso que estamos a discutir.

    Na tal revista, a discussao era se metodos como medias, regressoes lineares e outros modelos estatisticos nao sao eles machistas, transfobicos, etc...

    O proximo passo e dizer que as leis da termodinamica tambem sao gordofobicas.
  2. Tipo isto?

  3. Colocado por: dmanteigasO proximo passo e dizer que as leis da termodinamica tambem sao gordofobicas.


    E são! Tudo o que meta calorias é gordofóbico!
    Concordam com este comentário: eu
    Estas pessoas agradeceram este comentário: rod_2000
  4. Colocado por: dmanteigas

    Calma que nao e isso que estamos a discutir.

    Na tal revista, a discussao era se metodos como medias, regressoes lineares e outros modelos estatisticos nao sao eles machistas, transfobicos, etc...

    O proximo passo e dizer que as leis da termodinamica tambem sao gordofobicas.


    Agora fiquei curioso.
    Podes partilhar sff.
  5. Colocado por: AMG1Curioso, suspeito que apesar de desmerecer os média, muito provavelmente foi na cronica do Luis Aguiar Conrraria, publicada no expresso que fez a sua descoberta.


    Confirmo!


    Colocado por: AMG1O que não faltam são patetices publicadas nas revistas cientificas e não são um exclusivo das ciencias sociais


    Tambem e verdade, mas ao contrario das ciencias sociais, nas restantes ciencias a serio as patetices sao uma percentagem infima e uma raridade. Nao a norma.


    Colocado por: AMG1Claro que as ciencias sociais são um terreno mais fértil para o aparecimento de mais conversa fiada, porque no fim do dia é do mundo em que vivemos e da forma como ele está organizado que essas ciencias se ocupam.


    E porque de 'ciencia' tem muito pouco... ja que a larga maioria do que se 'estuda' nao faz sequer uso do metodo cientifico.

    Basta ver que em pouco tempo eu consigo saber se uma vacina e ou nao eficaz e segura. Mas decadas e decadas de estudo nao permitem concluir objetivamente que ideologia e a melhor para gerar prosperidade e crescimento economico. Entre muitas outras coisas.
    Alem de que ao contrario de uma ciencia natural, na esmagadora maioria das 'ciencias sociais' nao ha hipoteses falseaveis e testaveis. A comecar pelo simples facto de que eu nao posso ter 5 Portugais cada um a ser gerido por um partido politico diferente para medir se no final de 4 anos estao melhor ou piores. Ou sequer que metricas usar para aferir se estao melhores ou piores.

    Isto faz com que mesmo quando se tenta aplicar certas metricas seja impossivel ter uma discussao sequer remotamente 'cientifica' e que se acabe num ambiente onde a grande maioria do que se publica por ai fora nao passe de patranhas e opinioes disfarcadas de 'ciencia'.

    Ate neste topico se nota. Os estrangeiros estao sobrerrepresentados na populacao prisional, o crime aumentou em 2022 e 2023 para niveis superiores a 2019 contrariando uma tendencia de descida o que coincide com o aumento da imigracao. Mas nem isto e suficiente para o AMG1 reconhecer uma simples teoria que e... aumentar a imigracao, aumenta a criminalidade.

    O que acaba a ser o motivo pelo qual por esse mundo fora estamos a ficar entregues a malucos. Porque por receio das minorias ruidosas, o mainstream politico deixou de ter coragem de reconhecer coisas que sem serem objetivas, porque isso nao existe nas ciencias sociais, podemos dizer que existe pelo menos uma correlacao forte. Por exemplo, ter a coragem de dizer que a imigracao nao traz so coisas positivas. Ter a coragem de dizer que existe uma forte subsidiodependencia em Portugal (e nao, nao e so o RSI). Ter capacidade de reconhecer (e para nao desvirtuar o tema do topico) que o problema da habitacao e bem mais grave que os RNH e os 500 americanos ricos que decidem vir viver para Portugal por ano
  6. Colocado por: dmanteigasO que acaba a ser o motivo pelo qual por esse mundo fora estamos a ficar entregues a malucos. Porque por receio das minorias ruidosas, o mainstream politico deixou de ter coragem de reconhecer coisas que sem serem objetivas,


    Verdade verdadinha!
    Concordam com este comentário: eu
    • eu
    • 19 novembro 2024
    Colocado por: dmanteigasO que acaba a ser o motivo pelo qual por esse mundo fora estamos a ficar entregues a malucos. Porque por receio das minorias ruidosas, o mainstream politico deixou de ter coragem de reconhecer coisas que sem serem objetivas, porque isso nao existe nas ciencias sociais, podemos dizer que existe pelo menos uma correlacao forte. Por exemplo, ter a coragem de dizer que a imigracao nao traz so coisas positivas. Ter a coragem de dizer que existe uma forte subsidiodependencia em Portugal (e nao, nao e so o RSI). Ter capacidade de reconhecer (e para nao desvirtuar o tema do topico) que o problema da habitacao e bem mais grave que os RNH e os 500 americanos ricos que decidem vir viver para Portugal por ano


    Exatamente.

    Esta discrepância entre a artificialidade do discurso politicamente correto e a realidade objetiva que a maioria das pessoas vê no dia a dia é a receita ideal para a emergência dos políticos malucos.
    Concordam com este comentário: ferreiraj125
  7. Colocado por: jg231da mesma pessoa que me diz que um aumento exponencial de imigrantes não tem efeitos nos preços da casa, aqui é sempre a chegar, os preços não param de subir

    este ainda tem a lata “Portugal precisa de jovens e famílias"https://www.dn.pt/3858512396/montenegro-vai-ao-brasil-portugal-precisa-de-jovens-e-familias-diz/

    vive cá? aposto que não, típico


    Se a "mesma pessoa" a que se refere sou eu... não sei onde leu isso.
    Primeiro, porque não vejo que a população esteja a ter um aumento exponencial. Basicamente aumentou 5% desde que eu nasci, em meados dos anos 80. Se isso é o que o considera "exponencial" não precisámos de debater mais nada.
    Segundo, porque eu não nego que mais população pressione mais o mercado imobiliário. Aliás, repetidamente o descrevi, que o simples facto de haver mais gente, gera um aumento dos "numeros todos". Se há mais gente, há mais crime, mais tráfico, mais acidentes na estrada, mais gente nas urgência, na fila do supermercado, no cabeleireiro, etc etc etc...
    O que eu ponho em causa, e muito, é a proporção que se dá à pressão provocada pela entrada de imigrantes, estrangeiros, turistas, e todo aquele fulano que só é diferente do português no passaporte... em relação à escala do problema verdadeiramente dito.

    Quanto ao "vive cá?"... Uma vez mais, depende a que se refere.
    Lisboa? Não, não vivo em Lisboa, nem conheço a grande maioria dos tais bairros problemáticos. Pelo que opto por guiar-me pelo que leio sobre o tema. De preferência, opiniões e análises de algum profissional no tema demográfico, ordenamento do território, situação laboral, etc... Porque acredito, que lhes seja mais fácil explicar a situação, primeiro por dedicarem o seu trabalho a isso, e segundo, por acreditar que baseiem a sua análise num espectro mais global da cidade e não apenas do que viu acontecer no outro dia numa esquina qualquer, ou no que disse o primo que lhe disse um amigo...

    Se se refere a Portugal.
    Vivo em Braga Oeste, se é que conta para o totobola do problema lisboeta... e do modo parcial. É dizer, que não, não passo todo o santo ano no mesmo sítio... apesar de trabalhar vários dias à semana para projectos habitacionais para a região de Braga-Porto.
    Pelo que, e visto trabalhar directamente com temas demográficos e habitacionais não só na minha terra, como doutras paragens no mundo... e por eu próprio ter sido emigrante em 4 países diferentes, sinto-me relativamente capaz de enquadrar o problema migratório na sua devida proporção em vez de extrapolá-la.
    Já agora, e se está tão interessado, desde já lhe comento, que sem imigrantes a trabalhar nas obras, e sem mudar aquilo que realmente importa, eu queria ver como é que "saíam" para o mercado os fogos novos que se constroem em Braga. Pelo que, pelo menos no meu sector (que curiosamente é o mesmo do problema), eu diria que sem aqueles imigrantes estariamos pior. E se para isso, precisamos de trazer a mulher e o filho também. Que assim seja!

    O tema traz muita mesquinhez à mistura... para mim, este inflar da perspectiva é como dizer que "vamos acabar com os padeiros imigrantes porque eles estão a comer o pão todo"...

    Tudo isto para dizer, que reconhecendo que há um "problema" relacionado com a imigração sobretudo nos grandes centros, é preciso ter em consideração que Portugal não é um país federal. Pelo que, qualquer alteração à lei, feita à medida do que acontece em Lisboa tem um impacto num país com desequilibrios demográficos acentuados, e para o qual precisamos de sangue novo. Pelo que o que Luís Montenegro disse no Brasil, para mim faz todo o sentido. Precisamos de gente que venha fazer o que não queremos fazer, e que ajude a equilibrar o rácio de gente activa no mercado versus pensionistas.

    Agora, sobre o "problema" que importa, o da habitação ou falta dela, os estrangeiros terão a sua quota-parte de responsabilidade no agravar do problema, como na elaboração da solução. Eles não são "o problema". Há muitos outros factores, que na minha humilde opinião terão um peso maior.
  8. Colocado por: ferreiraj125Quem diz que os imigrantes não impactam o imobiliario, geralmente apenas acreditam nisso por ideologia, e justificam-no ignorando o facto de que há mais do que uma variavel a influenciar os preços.

    A logica deles é, como não há uma correlação direta e visivel entre o numero de imigrantes e o preço e rendas das casas (visto que há mais do que uma variavel a influenciar), simplesmente negam a relação.



    Interessante comentário.
    Eu acho exactamente o contrário.

    Os imigrantes são precisamente a parte visivel deste iceberg (da falta de habitação).
    São a face da "maior procura", até tem aspecto diferente, sotaque... não dá para ser mais evidente.
    E só por ideologia se acha que a parte submersa deste iceberg só se compõe de imigrantes também, quando há muitas outras coisas, dificeis de resolver, chatas de debater, complicadas de testar e verificar. A resposta costuma ser "ah, eu não sou politico"... resumindo o discurso ao que é fácil de vislumbrar, ao que é diferente.

    Se é estrangeiro rico, é porque é rico e cria concorrência desleal... se é pobre é porque é pobre e não contribui na medida dos demais... Enfim. Já o tipo de Trás-os-montes que vai para Lisboa tentar a sorte "não cria" pressão nenhuma... O ponto aqui não é menosprezar a questão da imigração e das desvatagens que também traz consigo... mas sim de tentar ver mais além. Ver além do óbvio... e na correcta proporção, porque se apenas nos focamos nisso e eliminarmos a imigração... o "problema" manter-se-á. Será um iceberg sem a ponta, mas que naufraga os barcos na mesma...


    Quanto ao resto do comentário concordo. Nem há debate sequer.
    É pura lógica. Mais gente, maior procura.
    Mas o "problema" não se resume aos estrangeiros. E esse é o ponto.
    Como você bem diz, o valor das coisas é aquele que o comprador está disposto a pagar.
    Se essas casas todas estão à venda e não se vendem... algo quererá dizer. Não basta pôr à venda.
    Se se vendem, optimo! É sinal que afinal não somos todos pobres!
  9. Colocado por: AMG1
    Não! Nao é um facto. O facto é que os estrangeiros estão sobrerrepresentados na população prisional.
    Se a ideia é ser factual então há que sê-lo. A diferenca entre estrangeiros e imigrantes existe e eu nao sei qual é e suspeito que o ferreiraj125 também não, por isso quando a ignora, seja por opção ou desconhecimento, também está a fazer desinformação.
    O pensamento ideologico é tramado, está a atraiçoar-nos a cada passo, por mais que não queiramos. Ou seja o Ferreiraj125 acha que os imigrantes têm uma maior propensão para o crime e vê nesse estatistica a confirmação da sua hipotese, só que nem a sua hipotese foi construida com base cientifica, bisto que não passa de senso comum, nem a estatistica em causa a confirma.
    Com isto, nem sequer estou a contradizer que os imigrantes até possam ter maior propensão para o crime, só a afirmar que não é com essa estatistica que valida essa proposição.


    Obrigado por corrigires um detalhe do exemplo que usei para reforçar o meu ponto, assim fica melhor! :)
  10. Colocado por: dmanteigasTer capacidade de reconhecer (e para nao desvirtuar o tema do topico) que o problema da habitacao e bem mais grave que os RNH e os 500 americanos ricos que decidem vir viver para Portugal por ano


    Tão simples quanto isto.

    Quase nada neste mundo é isento de trade-offs.

    Por exemplo, a legislação que obriga as casas a terem maior isolamento termico, permite poupar energia, o que além de poupar dinheiro ajuda a reduzir emissões de carbono.

    Mas como não é um assunto com elevada conotação ideologica, ninguém tem pudor em admitir que um trade-off disso é um custo de construção maior.

    Quando alguém se recusa a admitir que a imigração pode ter trade-offs, que tanto tem aspetos positivos como negativos, como uma maior pressão no mercado imobiliario, sei imediatamente que estou perante alguém que apenas se move pela ideologia.

    Quando alguém não é capaz de admitir algo tão obvio só porque não é favoravel à ideologia que defende, sei que estou perante alguém que mete a ideologia acima de qualquer logica, de qualquer busca pela verdade. É a ideologia acima de tudo.

    Já sei que um debate com essa pessoa vai ser pejado de desonestidade intelectual, vai ser pejado de falacias do espantalho em que deturpam aquilo que dizes para poderem negar algo que tu na realidade nunca afirmaste. E, em despespero, vão fazer-se valer dos tipicos insultos "isso é ...ista"
    Concordam com este comentário: dmanteigas
  11. Colocado por: jg231da mesma pessoa que me diz que um aumento exponencial de imigrantes não tem efeitos nos preços da casa, aqui é sempre a chegar, os preços não param de subir

    Colocado por: N Miguel Oliveiranão vejo que a população esteja a ter um aumento exponencial. Basicamente aumentou 5% desde que eu nasci, em meados dos anos 80. Se isso é o que o considera "exponencial" não precisámos de debater mais nada.

    O utilizador ao qual estás a responder disse explicitamente "aumento exponencial de imigrantes", e tu respondes a dizer que a população total só aumentou 5% desde os anos 80 e que se isso é exponencial o debate pode acabar...

    O debate pode acabar é a partir do momento que alguém diz uma coisa e tu contra-argumentas em relação a algo que não aquilo que foi dito mas sim uma deturpação feita por ti para que possas desprovar uma alegação que nunca foi feita.
  12. Colocado por: ferreiraj125O utilizador ao qual estás a responder disse explicitamente "aumento exponencialde imigrantes", e tu respondes a dizer que a população total só aumentou 5% desde os anos 80 e que se isso é exponencial o debate pode acabar...

    O debate pode acabar é a partir do momento que alguém diz uma coisa e tu contra-argumentas em relação a algo que não aquilo que foi dito mas sim uma deturpação feita por ti para que possas desprovar uma alegação que nunca foi feita.


    Eu sei bem o que escrevi.
    Porque o fogo, a casa, o apartamento, não quer saber se o utilizador é nacional ou é estrangeiro.
    E no final, no jogo da oferta e da procura, o que contam são os numeros de um e de outro. A proveniência do morador é um adorno.
    O que escreve, vem apenas demonstrar o que digo. Que a percepção da proporção do impacto dos estrangeiros é relativamente maior a nivel nacional daquilo que realmente acontece.

    Se a imigração explodiu, mas a população de grosso modo se mantém, isso a sí parece não dizer-lhe nada.
    Se chegam imigrantes, é um "ai Jesus" com a pressão no imobiliário... ignorando inúmeros factores com a emigração por exemplo.
    Ou seja, parece que a malta que sai e deixa um fogo, casa, apartamento vazio não alivia a pressão do imobiliário. Devem ser muito nabos para continuarem a pagar renda para deixar o espaço vazio.

    Se apenas se concentra no "aumento exponencial dos imigrantes", só soma as coisas num dos lados. Ora, isto para mim não faz sentido. Porque o que me interessa é o numero da população total, e não a dos imigrantes em especial. Para mim, isso vale tanto como dizer, que os adeptos do Rio Ave contribuem para a pressão do imobiliário. Concerteza que sim, mas na sua correcta proporção. Com os moradores que nasceram noutro país, é a mesma coisa... se ocupa o lugar dum português que agora vive no UK, para mim, a questão da pressão imobiliária manteve-se. Mas para sí não. Viu o que entrou, não viu o que saiu.

    Mas pronto, podemos continuar a discutir a ponta do iceberg e deixar o resto para os politicos.
    Para quem menciona tanta vezes a lógica vs a ideologia, devia parar um bocado para pensar no que escreve.
    Talvez vislumbre quem é que discute com a ideologia na ponta da língua, e caia em sucessivas contradições ao longo do discurso.

    Poderiamos obviamente falar do "aumento exponencial" da população em certas freguesias dos centros de Lisboa, Porto, Braga... outrora abandonados, e da maior percentagem de imigrantes, turistas, etc... nessas zonas. Mas quando parte para esse debate, deve trazer também os nacionais que não nasceram ali e que pressionam igualmente o mercado. Retiro o "igualmente", afinal uns são pessoas de bem, e os outros parece que não. E qual é no fundo a causa de uns e outros quererem viver ali, e não noutro sitio qualquer no país. Mas até sobre isso, há o risco de manter a eterna discussão se um local tem imigrantes porque é rico, ou se é rico porque tem imigrantes... Eu acho que é um bocado dos dois, e não apenas de um.
  13. Se é para entrar neste jogo dos achismos, e do que vemos individualmente, e ignorar completamente (ou chamar de "lixo") a opinião de um demografo, de um urbanista, dum perito... que veja a coisa no seu todo... também posso deixar um exemplo pessoal...

    Sendo de Braga, vi muitos amigos e familiares rumarem à capital em busca de novas oportunidades. Esses 20-25 que para lá foram, deram lugar a um único lisboeta que conheci na vida, que tenha vindo para Braga morar (entretanto já regressou, ali pelo ano 2004). Ora, se só olha para os numeros da imigração, excluí automaticamente este tipo de fluxo interno. O lugar que aqueles 20-25 deixaram foram sendo ocupados por sua vez, por malta que veio das freguesias e dos municipios vizinhos. Quando a chegada de imigrantes é mais perceptivel, a já saturada Lisboa, mais saturada fica. E Braga, que perdeu (para Lisboa) mas também ganhou residentes internos (de Vila Verde, Amares, etc), ao ver chegar novos imigrantes, percepciona de igual modo que há muito mais gente estrangeira daquela que realmente há, dado saber dos inúmeros casos de bracarenses que agora vivem em Lisboa ou no estrangeiro. "Saem os nossos, para virem para cá outros..."

    No final, pouco importa a pressão que o Vilaverdense ou o Barcelense veio fazer, afinal fala igual, é parecido fisicamente... ninguém topa que não é bracarense. Já se falar brasileiro, está tramado. E mesmo essa pressão (seja do imigrante, seja do Vilaverdense) é bastante relativa... pois na verdade ocupam o lugar deixado pelos bracarenses que foram para Lisboa, Alemanha, etc. O problema aí reside sobretudo na falta de oferta para a realidade actual, muito mais do que na procura. E menos ainda na procura originada exclusivamente pelos estrangeiros. Falta de mão de obra, etc... Mas essa oferta não se trata apenas de um numero, mas sim, do onde, como, com que tipologia. E altamente vinculada com a organização do tecido empresarial, dos serviços, comercios, transportes... Porque numero por numero, sairam uns, entraram outros... os mesmos fogos deveriam servir. O detalhe é que o modo de viver também evoluciona... e o patimónio existente também se vai degradando.

    Pelo que dou de barato que a pressão imobiliária em Lisboa seja imensamente maior que em Braga. Não há mais degraus para subir afinal. O que eu desconfio muito é da proporção da responsabilidade que se atribui aos estrangeiros, seja em Lisboa, seja em Braga. Quando se ignora completamente os outros factores e se tenta virar o bico ao prego no discurso.
    Concordam com este comentário: desofiapedro
  14. Colocado por: N Miguel OliveiraSegundo, porque eu não nego que mais população pressione mais o mercado imobiliário.


    Pronto, e é isso que está a ser discutido, portanto estamos todos alinhados.

    Colocado por: N Miguel OliveiraAliás, repetidamente o descrevi, que o simples facto de haver mais gente, gera um aumento dos "numeros todos". Se há mais gente, há mais crime, mais tráfico, mais acidentes na estrada, mais gente nas urgência, na fila do supermercado, no cabeleireiro, etc etc etc...


    Lá está, mais gente, mais pessoas a precisarem de casas, que não se constroem dum dia para o outro.

    Quanto ao resto, já começa a ser um bocado off-topic, mas... Ainda agora disseste que o aumento era só de 5%, portanto, também não é de esperar aumento significativo dessas coisas?

    Além disso, muitas dessas coisas são medidas com metricas em função do total de população residente, que já equaciona o aumento expectavel causado pelo aumento populacional.

    Colocado por: N Miguel OliveiraO que eu ponho em causa, e muito, é a proporção que se dá à pressão provocada pela entrada de imigrantes, estrangeiros, turistas, e todo aquele fulano que só é diferente do português no passaporte... em relação à escala do problema verdadeiramente dito.


    Isso é dificil medir, porque como já comentei, há demasiadas variaveis em jogo e não conseguimos isolá-las.


    Eu acho que no imobiliario acontece um efeito semelhante ao que existe no trafego automovel: podes ter 100 carros por minuto a circular numa determinada via e o transito ser totalmente fluido. E no entanto, acrescentas mais 10 carros e de repente tens um engarrafamento enorme e transito lento.

    Os imigrantes, apesar de serem uma pequena porção da população, são, em certos mercados, a maioria das pessoas à procura de casa para arrendar. O que é perfeitamente natural pois a maioria dos portugueses possui casa propria ou já vive em casa arrendada.

    Muitas vezes, quando um português procura casa para arrendar, é porque ao mesmo tempo vagou ou vai vagar uma casa noutro local. Já quando é alguém de fora, é apenas um aumento de procura, não existe uma compensação no lado da oferta.

    Colocado por: N Miguel OliveiraJá agora, e se está tão interessado, desde já lhe comento, que sem imigrantes a trabalhar nas obras, e sem mudar aquilo que realmente importa, eu queria ver como é que "saíam" para o mercado os fogos novos que se constroem em Braga.


    É engraçado como toda a gente adora o mercado livre menos quando não lhe convém.

    O mercado livre é eficiente precisamente porque o preço de equilibrio se move em função da procura e da oferta.

    Se há escassez de oferta, o preço sobe, aliciando novos players a contribuirem para essa oferta.

    Por outro lado, se há excesso de oferta, o mercado combate esse excesso pelo facto de o preço baixar, levando a que os players que contribuem para essa oferta procurem gerar oferta onde o mercado está a pagar mais pela geração de oferta, que é onde há mais escassez.

    Este mecanismo permite uma alocação eficiente dos recursos da sociedade. Quando há excesso, desincentiva a criação de oferta nesse excesso, quando há escassez, incentiva a criação de oferta nessa escassez.


    Já no mercado de trabalho parece que ninguém gosta de ver este mecanismo funcionar a favor dos trabalhadores.


    Se há escassez de trabalhadores num dado setor, e se o que esse setor produz é suficientemente necessario para a sociedade, o mercado tenderá a procurar o equilibrio remunerando melhor os trabalhadores desse setor, visto que os bens produzidos por esse setor serão escassos e o seu preço será mais elevado, permitindo pagar melhores salarios aos trabalhadores.

    No entanto, ninguém parece gostar de ver este mecanismo favoravel para os trabalhadores funcionar desta forma. Preferem fazer dumping salarial, preferem aumentar a oferta de mão de obra de forma artificial e injusta, através de politicas migratorias lesivas para a maioria dos residentes.


    Respondendo de forma mais direta, para que fique claro: não me choca que para o preço cada vez astronomico das casas, também haja um igual e justo aumento da componente do custo da mão de obra nesse aumento.

    Se as casas andam escassas e já muita gente a lucrar com essa escassez, não me choca nada que aquelas que andam a carregar tijolos e a arriscar a vida para construir a porra dessas casas, também beneficiem com isso.


    Portanto, com um aumento do salario de quem constroi as casas, haveria mais pessoas a quererem trabalhar na construção de casas. Simples.


    Mesmo dando de barato que Portugal poderia beneficiar de mão de obra imigrante na construção civil, visto que a sua escassez realmente é um problema que afeta parte da populaçã portuguesa, há setores que não consigo explicar a necessidade de mão de obra imigrante.

    A maioria dos imigrantes trabalham em lojas, restaurantes, entregas ao domicilio, etc.

    Portugal tem falta de lojinhas e restaurantes?

    Diria antes que tem excesso! E esse é o motivo para serem negocios pouco lucraticos e com dificuldade em produzir valor suficiente para conseguir pagar os salarios que precisariam pagar para aliciar trabalhadores para esses setores, sem ser através de dumping salarial com um influxo gigante de mão de obra estrangeira.
  15. Colocado por: N Miguel OliveiraSe a imigração explodiu, mas a população de grosso modo se mantém, isso a sí parece não dizer-lhe nada.


    Isso é uma simplificação atroz da questão.

    Vou dar um exemplo pessoal do porquê de olhar apenas para a população total não ser um indicador do aumento da pressão imobiliaria.

    Os meus avós morreram, eram dois, e eu não fui viver na casa onde habitavam, onde o Pingo Doce mais proximo era a 50 minutos de carros numa estrada de serra.

    Aliás, eles deixaram duas casas com condições de habitabilidade, onde dava para viverem 8 pessoas, cada uma com o seu quarto! Que agora estão vazias.

    Da mesma forma, tens muitos jovens portugueses que viviam em casas dos pais, talvez tenham vivido em quartos arrendados enquanto estudavam, que entretanto emigraram.

    Portanto, tens dois exemplos em que: a morte de pessoas idosas não contribuiu para um aumento da oferta de imobiliario (na pratica), porque no primeiro exemplo são imoveis onde ninguém quer viver, e no outro são jovens que viviam em casa dos pais, ou num quarto onde apenas viveram meia duzia de anos, ou seja, esses jovens emigrantes apenas libertaram um quarto que poucos anos antes eles proprios tinham retirado do mercado de arrendamento, voltando apenas à situação "inicial".


    O facto é que a crise imobiliaria está relacionada com o facto de haver, hoje em dia, uma maior procura por imoveis nas cidades, e os imoveis que possam ter sido libertados por pessoas idosas que faleceram, não são os mesmos que os imigrantes, os jovens, e basicamente qualquer português procura.
  16. Colocado por: ferreiraj125Pronto, e é isso que está a ser discutido, portanto estamos todos alinhados.

    Ainda não vi ninguém pôr isso em causa neste tópico.
    Mas sim a proporção desse efeito.

    Colocado por: ferreiraj125portanto, também não é de esperar aumento significativo dessas coisas?

    É um modo de pôr um problema complexo de modo erradamente simplista. Era o mesmo que dizer, que há medida que a população decrescia as coisas ficavam mais baratas. E bem sabemos que isso não é assim.

    Colocado por: ferreiraj125Eu acho que no imobiliario acontece um efeito semelhante ao que existe no trafego automovel: podes ter 100 carros por minuto a circular numa determinada via e o transito ser totalmente fluido. E no entanto, acrescentas mais 10 carros e de repente tens um engarrafamento enorme e transito lento.

    Claro, a questão aqui é que desses 10 novos carros, provavelmente a maioria é conduzido por migrantes internos... mas como têm a matricula nacional nem se dá conta... Já com os que trazem a matricula doutra cor, até podem ser só 3 ou 4, que lhes atribui o peso da pressão que sente pelos 10 novos carros na rua.

    Colocado por: ferreiraj125onde o Pingo Doce mais proximo era a 50 minutos de carros numa estrada de serra

    Por isso mesmo é que lhe digo, que além da contenção da procura, o foco deveria estar na criação de oferta. Mas esta não é apenas um "numero alvo que atingir"... por coisas como as que você descreve na sua casa na montanha. Você pode querer ter o Pingo Doce mais perto e deixar essa casa... no entanto, ao fazer isso, vai precisar duma nova casa (procura), apesar de aparentemente ter casas suficientes para sí (oferta que não corresponde às suas necessidades). Ambas, procura e oferta são do dominio do Ordenamento do Território. Mas aparentemente, só discutimos os Serviços de Estrangeiros e Fronteiras.

    Tenho em creer, que do lado da procura, as condições bancárias têm um papel muito importante também. Se fosse mais dificil sacar 200 ou 300k em créditos, as coisas não custariam o que custam.
 
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