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  1.  # 661

    Colocado por: MercedesOs preços da habitação são sobretudo afetados pelo crescendo de capital financeiro excedentário. Na medida em que este é sobretudo estrangeiro e que o mercado imobiliário tem sido transmutado num mercado de bens transacionaveis internacionalmente (vejam lá o que capitalismo inventa, exportar um bem imóvel), os resultados eleitorais em PT só afetariam negativamente essa jogatina limitando a livre circulação de capitais, o que de resto é um domínio de política cuja soberania cedemos a uma comissão não eleita. Por isso, pode aprofundar-se bem o fosso no acesso à habitação se a direita enveredar por nova onda de austeridade, a reboque de uma regressão causada pelos novos protecionismos, especialmente danosos para uma economia como a nossa, largamente dependente de importações e com uma fraquissima posição nas cadeias de valor globais. A ver vamos, mas no que concerne à habitação, aumentar o fosso é manter a trajetória atual pelo que, parece-me, há de manter-se tudo mais ou menos como está. Serve bem os interesses de quem financia o agora trio do arco de governação (do PS à sua direita).

    (Desculpai-me lá a intromissão na conversa de cavalheiros)


    Vai desculpar-me mas para além dessa terminologia toda modernaca, não há aí nada de novo, a não ser talvez a dimensão.
    O que está em causa é apenas o investimento estrangeiro no sector imobiliario em Portugal.
    Os imóveis não são exportados, a sua fruição mantém-se em Portugal, apenas a titularidade da sua propriedade é que é de estrangeiros.
    Depois, se não fosse esse investimento, o mais provável seria continuarmos com enormes zonas das cidades em ruinas e inabitáveis.
    O problema não está no facto de haver estrangeitos a comprar casas em Portugal, mas sim no facto de muitos nacionais não as poderem comprar ou aceder-lhes de outra forma, e o estado não ser capaz de acorrer as necessidaes de habitação desses nacionais.
    Imagine p.e. que o fundo soberano da Noruega percebia que era rentável o investimento em habitação a precos acessiveis em Portugal e resolvia investir aqui umas largas centenas de milhoes, os mecanismos para fazer isso eram exatamente os mesmos, mas o resultado completamente diferente. O problema não é existência de mecanismos que permitem uma utilização mais eficaz do capital disponivel, quanto muito podemos discordar da forma como esses mecanismos são utilizados, ou do facto de frequentemente também estarem associados a esquemas que permitem que as mais valias geradas acabem pouco expostas à fiscalidade. Mas isso só é possivel porque os estados o permitem. A ideia de que não é possivel tributar os luctos do capital transnacional é conversa fiada. Apenas não há vontade de o fazer.
  2.  # 662

    Realmente para quem vive no mundo encantado dos brinquedos, os 'dados' nao interessam para nada.
    Dados de 2024:

    No ano de 2024 transacionaram-se 156 325 habitações, o que representa um aumento de 14,5% face a 2023.
    Em valor, o conjunto das transações totalizou 33,8 mil milhões de euros, mais 20,8% que no ano anterior. As
    habitações existentes aumentaram 14,8% e 21,1%, respetivamente, em número e valor transacionado.
    Relativamente às habitações novas, os crescimentos foram 13,4% em número e 20,0% em valor.

    No último ano, 9 774 habitações foram adquiridas por compradores com domicílio fiscal fora do Território
    Nacional, correspondendo a uma redução de 5,9% relativamente a 2023.


    6% do total. Um mercado em contracao forte. E aqui que esta 'o' problema da habitacao.
    Ah, e tambem nao esquecer os fundos imobiliarios em Portugal, em que 90% do portefolio e imobiliario para espacos comerciais e escritorios.

    Enfim, ver pessoas num forum a achar isto ainda e normal, o problema e quando este discurso passa para a politica e todos batem palmas e concordam que o Neymar comprar um T3 de luxo no parque das nacoes faz subir o preco do T3 na Guarda.

    Mas vou ficar por aqui, porque nao quero ser acusado pela Mercedes de utilizar as estatisticas para fazer um ataque machista ao seu argumento.

    https://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=718417909&att_display=n&att_download=y
    Concordam com este comentário: ferreiraj125
  3.  # 663

    Colocado por: AMG1

    Vai desculpar-me mas para além dessa terminologia toda modernaca, não há aí nada de novo, a não ser talvez a dimensão.
    O que está em causa é apenas o investimento estrangeiro no sector imobiliario em Portugal.
    Os imóveis não são exportados, a sua fruição mantém-se em Portugal, apenas a titularidade da sua propriedade é que é de estrangeiros.
    Depois, se não fosse esse investimento, o mais provável seria continuarmos com enormes zonas das cidades em ruinas e inabitáveis.
    O problema não está no facto de haver estrangeitos a comprar casas em Portugal, mas sim no facto de muitos nacionais não as poderem comprar ou aceder-lhes de outra forma, e o estado não ser capaz de acorrer as necessidaes de habitação desses nacionais.
    Imagine p.e. que o fundo soberano da Noruega percebia que era rentável o investimento em habitação a precos acessiveis em Portugal e resolvia investir aqui umas largas centenas de milhoes, os mecanismos para fazer isso eram exatamente os mesmos, mas o resultado completamente diferente. O problema não é existência de mecanismos que permitem uma utilização mais eficaz do capital disponivel, quanto muito podemos discordar da forma como esses mecanismos são utilizados, ou do facto de frequentemente também estarem associados a esquemas que permitem que as mais valias geradas acabem pouco expostas à fiscalidade. Mas isso só é possivel porque os estados o permitem. A ideia de que não é possivel tributar os luctos do capital transnacional é conversa fiada. Apenas não há vontade de o fazer.

    Está desculpado. A terminologia não é modernaça, e não percebi bem qual o ponto dessa sua introdução. Se não gosta do léxico com que falo e escrevo, isso não é problema meu e eu não lhe pedi a sua opinião. Independentemente disso há algo absolutamente novo nas atuais dinâmicas do mercado imobiliário, e essa novidade está em ter-se "tornado- um ativo transacionável. Até poderíamos concordar com a livre circulação de capitais e que o Estado PT deveria vender a sua praça à atracao desde capital, o que acontece há varias décadas, pelo menos desde pouco depois do outro ter caído da cadeira. Nunca, mas nunca, nesse período de liberalização, ou no de outros países centrais ou periféricos no capitalismo contemporâneo, o imobiliário foi alvo de fluxos de investimento direto financeiro como este, senão talvez em nichos de superluxo ou em acoplamento ao setor do turismo. Mesmo nesses casos, a natureza do capital e das operações de investimento era muito diferente, e os efeitos de um movimento inflacionário como o que vivemos aqui desde 2014 não se verificou, nem elas mesmas proporções, nem na extensão do fenómeno a tudo o que é barraco ou telheiro (como dia o Palhava), nem na inelasticidade absolutamente inexplicável à luz dow problemas conjunturais e estruturais que afetam dos terráqueos aqui do sítio. A inelasticidade vem do facto de o imobiliário, e a sua rentabilidade, ser agora um nicho em expansão e muito seguro, para capital financeiro.
    .
    E claro que é uma exportação. Como o é o sol e praia e as cidades transformadas em parques temáticos.
    .
    Quanto ao resto, vou concordando consigo, apesar de as suas interpelações ao que eu escrevo serem sempre desproporcionalmente adversativas.
    Concordam com este comentário: paulo.g
  4.  # 664

    Colocado por: dmanteigasRealmente para quem vive no mundo encantado dos brinquedos, os 'dados' nao interessam para nada.
    Dados de 2024:



    6% do total. Um mercado em contracao forte. E aqui que esta 'o' problema da habitacao.
    Ah, e tambem nao esquecer os fundos imobiliarios em Portugal, em que 90% do portefolio e imobiliario para espacos comerciais e escritorios.

    Enfim, ver pessoas num forum a achar isto ainda e normal, o problema e quando este discurso passa para a politica e todos batem palmas e concordam que o Neymar comprar um T3 de luxo no parque das nacoes faz subir o preco do T3 na Guarda.

    Mas vou ficar por aqui, porque nao quero ser acusado pela Mercedes de utilizar as estatisticas para fazer um ataque machista ao seu argumento.

    https://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=718417909&att_display=n&att_download=y

    O Manteigas, que se arroga de tanto espírito crítico e é sempre tão agressivo nas suas investidas aos que se atrevem a pensar de maneira diferente da sua, deveria parar um pouco para ler o que escreveu. Por um lado, confunde domiciliação fiscal com "nacionalidade" do capital, por outro, acha que uma redução de 6% (nem sequer são 6 pontos percentuais) é "uma forte contração", e ainda tem o descaramento de confundir, deliberada e demagogicamente, investimento particular com institucional. Acha que me preocupo com as casinhas que o Neymar ou outra estrela cadente qualquer adquirem? Isso é que é, para si, "investimento direto estrangeiro" ou, como nas minhas palavras, "investimento de capital financeiro excedentário"?
    .
    Até pode vir retorcer tudo o que aqui escrevo, mas qualquer pessoa com dois dedos de testa apanha muito bem as suas manhas.
    Sabe, é que por essa lógica da domiciliação fiscal, todos os fundos de investimento que fazem um apartado em Lisboa são capital português. Veja lá bem se uma comunista como eu não nacionaliza isso tudo. Mais vale fugirem, nós agradecemos.
    Concordam com este comentário: desofiapedro, paulo.g
  5.  # 665

    A Mercedes esta cega pela ideologia e como tal seria capaz de dizer que o ceu e vermelho com tudo a sua volta a dizer que o ceu e azul.

    Colocado por: Mercedesdeveria parar um pouco para ler o que escreveu


    Eu acho que a Mercedes e que devia parar um bocadinho e ler aquilo que o INE publica.

    Colocado por: MercedesPor um lado, confunde domiciliação fiscal com "nacionalidade" do capital


    A Mercedes e que confunde tudo porque nao pesca muito do assunto. Entao dispara aqui a cassete do Bloco de Esquerda, completamente desfasada da realidade.
    Mas mostre la esses dados onde demonstra que o capital estrangeiro para alem das compras de nao residentes esta a entrar em forca no mercado para alem dos 6% do total de transacoes de nao residentes. 10 mil em 156 mil, e se formos aos dados finos, concentradas em certos locais e muito orientadas para construcao de luxo que ja nao era acessivel em 1a instancia ao portugues comum.
    A Mercedes ate confunde conceitos e mete ali pelo meio o IDE nesta discussao. Para dar um bocado de contexto a patetice que escreveu, o IDE em imobiliario em Portugal foi de 3.5 mil milhoes de euros. Pegando so nas transacoes imobiliarias o ano passado, o total ascendeu a 33.8 mil milhoes de euros. Ou seja... mesmo assumindo por absurdo que foi tudo para aquisicao de habitacao residencial, continua a representar uns meros 10% do total, em linha com aquilo que se diz de que os estrangeiros compram menos, mas mais caro.


    Colocado por: Mercedesacha que uma redução de 6% (nem sequer são 6 pontos percentuais) é "uma forte contração"


    Em Portugal, o total das transacoes aumentou 15% enquanto a dos nao residentes cairam 6%. Isto e, efetivamente, uma queda brutal o que so torna mais ridiculo o seu argumento pois todo o mercado subiu excepto o dos estrangeiros nao residentes, e a Mercedes acha que a culpa do aumento dos precos e da fatia do mercado em contracao.

    Colocado por: MercedesAté pode vir retorcer tudo o que aqui escrevo, mas qualquer pessoa com dois dedos de testa apanha muito bem as suas manhas.


    Desculpe, mas eu nao retorci nada. A Mercedes e que escreve uma resposta cheia de palha e termos tecnicos para tentar passar como erudita, quando so disse palermices. Eu nao tenho culpa que os factos nao sejam como a Mercedes gostava que fossem. Peco desculpa, mas ate por via da minha profissao, custa-me muito ignorar os dados para tentar passar uma narrativa diferente daquela que eles contam.
    A Mercedes escrevem um comentario cheio de palavras caras, eu escrevi em resposta comentarios cheios de dados objetivos e factuais. Cada um que julgue aquilo em que prefere acreditar - se numa religiao ou nos factos.
    Concordam com este comentário: kajuda
  6.  # 666

    Colocado por: PalhavaNem colocar os inquilinos camarário a cumprir pagamento.
    Também que convenhamos que, sendo a renda de 5 ou 10 euros por mês, os inquilinos pensam: "vou pagar isto para quê?"
  7.  # 667

    Caro Manteigas,

    só porque eu sou uma pessoa muito paciente e querida, e porque efetivamente tenho um certa inclinação à pedagogia, deixe-me explicar-lhe:
    1. As entidades credenciadas ao tratamento e divulgação de dados sobre valores mobiliários são a CMVM e o Banco de Portugal. Se quer dados sobre a atividade de fundos de investimento e o objeto das suas participações - ações, obrigações ou imobiliário - deve procurar nessas entidades, não no INE.
    2. No Banco de Portugal, BPStat, encontra um domínio de "Balanço dos Fundos de Investimento". Aí, ser-lhe-ão dispostas as séries estatísticas disponíveis, e deve analisar o Stock, em milhões de euros, das unidades de participação dos fundos de investimento.

    Se o fizer, vai obter um gráficosinho como o que aqui lhe apresento. Use agora sua transparência analítica e incomesurável sabedoria face aos restantes "ignorantes na terra dos brinquedos" que participam deste fórum, para analisar o gráfico que gentilmente eu já lá fui buscar para lhe mostrar. Será que pesca as tendências?
    .
    Por fim, e porque me irrita discutir com preconceituosos, é a última vez que lhe dirijo qualquer resposta neste fórum. Alguém perguntou quais eram as nossas perspectivas de evolução sobre a habitação, eu respondi com base no que sei e no que é a minha opinião sobre o assunto, sem o provocar - a si ou a quem quer que seja - de maneira nenhuma, e respeitando as posições político-ideológicas dos outros. Se o meu léxico ou o raio que parta vos aborrece, o problema é vosso e são vocês que devem dormir com ele.
    Agradeço, por isso, que perceba que o Manteigas não tem qualquer autoridade especial sobre a opinião dos outros neste fórum nem em parte alguma.
    Concordam com este comentário: desofiapedro, paulo.g
      Captura de ecrã 2025-05-21 105126.png
  8.  # 668

    Colocado por: MercedesCaro Manteigas,

    só porque eu sou uma pessoa muito paciente e querida, e porque efetivamente tenho um certa inclinação à pedagogia, deixe-me explicar-lhe:
    1. As entidades credenciadas ao tratamento e divulgação de dados sobre valores mobiliários são a CMVM e o Banco de Portugal. Se quer dados sobre a atividade de fundos de investimento e o objeto das suas participações - ações, obrigações ou imobiliário - deve procurar nessas entidades, não no INE.
    2. No Banco de Portugal, BPStat, encontra um domínio de "Balanço dos Fundos de Investimento". Aí, ser-lhe-ão dispostas as séries estatísticas disponíveis, e deve analisar o Stock, em milhões de euros, das unidades de participação dos fundos de investimento.

    Se o fizer, vai obter um gráficosinho como o que aqui lhe apresento. Use agora sua transparência analítica e incomesurável sabedoria face aos restantes "ignorantes na terra dos brinquedos" que participam deste fórum, para analisar o gráfico que gentilmente eu já lá fui buscar para lhe mostrar. Será que pesca as tendências?
    .
    Por fim, e porque me irrita discutir com preconceituosos, é a última vez que lhe dirijo qualquer resposta neste fórum. Alguém perguntou quais eram as nossas perspectivas de evolução sobre a habitação, eu respondi com base no que sei e no que é a minha opinião sobre o assunto, sem o provocar - a si ou a quem quer que seja - de maneira nenhuma, e respeitando as posições político-ideológicas dos outros. Se o meu léxico ou o raio que parta vos aborrece, o problema é vosso e são vocês que devem dormir com ele.
    Agradeço, por isso, que perceba que o Manteigas não tem qualquer autoridade especial sobre a opinião dos outros neste fórum nem em parte alguma.
      Captura de ecrã 2025-05-21 105126.png

    .
  9. Vim só deixar aqui isto...

    https://forumdacasa.com/discussion/40153/guia-de-conduta-no-forum-da-casa/#Item_1
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Mercedes, dmanteigas
  10.  # 670

    Ontem soube de um caso em que o imóvel estava por x valor e entre ofertas acabou por ser vendido por valor superior, simplesmente pelo facto de haver 2/3 interessados a conseguir pagar o valor e proprietário resolveu o problema com quem pagou mais do que o valor anunciado
    Isto em Gaia
  11.  # 671

    Colocado por: spvaleOntem soube de um caso em que o imóvel estava por x valor e entre ofertas acabou por ser vendido por valor superior, simplesmente pelo facto de haver 2/3 interessados a conseguir pagar o valor e proprietário resolveu o problema com quem pagou mais do que o valor anunciado
    Isto em Gaia


    Quem quer rir, tem de fazer rir!
  12.  # 672

    Colocado por: MercedesCaro Manteigas,


    Cara Mercedes,
    Nao lhe vou responder mais tambem mas nao por motivos absurdos como chamar alguem de 'preconceituoso' apenas e so porque ao inves de discutir com palavras bonitas, discute com dados. Nao lhe vou responder porque isto nao e uma religiao e eu nao estou aqui para converter ninguem - pelo que isto e um exercicio futil - se para si o ceu e vermelho, pois que seja vermelho.
    Como e muito dada a pedagogia, certamente que conhece a analogia do pombo a jogar xadrez. A sua argumentacao foi desmascarada e como tal veio trazer algo que nao tem rigorosamente nada a ver com a discussao para tentar enganar alguem - o tal pombo a jogar xadrez - ignorando por completo dados objetivos, factuais, de entidades credenciadas incluindo o INE e ate o proprio BdP relativamente ao IDE em imobiliario.

    E uma estrategia muito comum de quem e vazio de argumentacao e ideias.
  13.  # 673

    Por respeito aos demais foristas:

    Não é possível compreender a incrível inflação do imobiliário após a crise de 2008 sem constatar que houve uma alteração na composição da procura por habitação (ou imobiliário, em geral) em Portugal, apoiada num redireccionamento dos investimentos dos fundos mobiliários. Isso é perfeitamete percetível no gráfico que partilhei, mesmo não sendo o forista experiente em leitura de estatísticas, basta perceber a alteração das manchas de cores para compreender que o imobiliário passou a ser o principal mercado dos fundos de investimento em PT, em detrimento de outros ativos, como ações ou obrigações. Até 2007, a composição do stock de unidades de participação era maioritariamente de obrigações; apesar de haver um crescimento de unidades de participação em fundos de ativos imobiliários, o stock agregado de unidades de participação era diminuto. A partir de 2008 e com a crise do sistema financeiro os fundos redireccionaram a sua procura para ativos imobiliários, muito mais seguros e menos permeáveis à perda de valor a que estão sujeitos os ativos financeiros típicos, alterando aquela composição do início dos anos 2000. O stock dos fundos imobiliários era de quase 4 mil milhões em 2000, o de obrigações era de quase 16 mil milhões. Em 2007, o stock de obrigações era menos de 7 mil milhoes e o de ativos imobiliários ultrapassava os 13 mil milhões, mantendo-se estável até durante a pandemia (com uma descida pequena, na ordem dos 3 mil milhões) e estando outra vez em clara trajetória ascendente desde 2020. Em 2024, esse stock de ativos imobiliários detido por fundos já estava nos quase 18 mil milhões.
    .
    Como se percebe isto na prática e na vida de todos os dias? É fácil: experimentem ir negociar a compra de um imóvel em construção, e vejam lá as opções que têm. O mais provável, é que vos sugiram uma unidade de participação (num fundo de investimento), que compram por uma % do valor a que o imóvel está a ser transacionado, e que depois podem decidir ou vender - a um valor superior - ou reter e pagar o resto do valor integral da casa. Se procurarem alugar uma casa em Lisboa, é muito mais provável, também, que esta seja detida por um fundo, e que seja uma unidade de gestão ou consultora imobiliária a representar o fundo na celebração e gestão contratual.
    .
    Se alguém quiser ouvir sobre isto, há um podcast interessante participado por investigadores que se dedicam ao estudo da habitação e do mercado imobiliário, o Pedalada ( https://www.youtube.com/watch?v=tEQFgxbEBVU). É malta de esquerda, claro está, que a direita não fala desta coisas. E para os que apregoam que eu vendo a cassete do BE, declaro já que não sou do BE, não voto nem milito nesse partido. Não me escuso, todavia, de dar razão a quem a tem, quando a tem, de tal maneira que reconheço e debato méritos de política pública mesmo quando são partidos de direita (assumida ou disfarçada, caso do PS) a apresentá-los - como, aliás, fiz lá atrás a propósito de umas iniciativas do PS.
    Concordam com este comentário: desofiapedro, paulo.g
  14.  # 674

    Colocado por: MercedesNão é possível compreender a incrível inflação do imobiliário após a crise de 2008


    Sendo que no periodo de 2008-2013 os precos na realidade estagnaram/baixaram...

    Colocado por: Mercedesbasta perceber a alteração das manchas de cores para compreender que o imobiliário passou a ser o principal mercado dos fundos de investimento em PT


    O que e pouco relevante quando os fundos de investimento sao completamente residuais em Portugal

    Colocado por: MercedesEm 2007, o stock de obrigações era menos de 7 mil milhoes e o de ativos imobiliários ultrapassava os 13 mil milhões, mantendo-se estável até durante a pandemia (com uma descida pequena, na ordem dos 3 mil milhões) e estando outra vez em clara trajetória ascendente desde 2020. Em 2024, esse stock de ativos imobiliários detido por fundos já estava nos quase 18 mil milhões.


    Utilizando o simulador do PORDATA, isso significa que o investimento dos fundos em imobiliario estagnou em termos reais:
    https://www.pordata.pt/pt/simuladores/simulador-de-inflacao
    13 mil milhoes em 2007 equivalem a 17 mil milhoes em 2024 adicionando a inflacao.

    E isto sem sequer tocar no facto de a esmagadora maioria do stock dos fundos imobiliarios ser escritorios e estabelecimentos comerciais...
    Deixo apenas a nota para quem quiser saber mais sobre o assunto:
    https://www.literaciafinanceira.pt/artigos/fundos-imobiliarios-em-portugal

    Lançado em 2005, o CA Património Crescente é o maior fundo de investimento imobiliário aberto em Portugal com cerca de 1250 milhões de ativos sob gestão.

    O fundo tem duas vias principais para gerar rendimento: as rendas recebidas pelos imóveis alugados e a valorização desses mesmos imóveis ao longo do tempo. Os imóveis presentes no fundo estão inseridos em atividades como o comércio, serviços, indústria, logística e turismo.


    Nada disto esta escondido. Basta pesquisar. Os fundos imobiliarios em Portugal sao residuais naquilo que e o mercado imobiliario da compra e venda e arrendamento habitacional, sendo dominado por particulares.
    O que e precisamente um dos problemas do nosso mercado habitacional... Built to rent? Nao existe... esta bem esta... vao ja ali meter dinheiro no nosso mercado de arrendamento completamente disfuncional. Investimento em construcao? Praticamente so habitacao de classe alta/luxo, em zonas selecionadas de Lisboa ou na Comporta. Qualquer 'pequeno' construtor vive essencialmente de investidores particulares que compra em planta, credito bancario, e os CPCVs que vai fazendo. Portugal precisava de substancialmente mais fundos imobiliarios a investir no imobiliario, como precisava de um mercado de obrigacoes e acoes muito mais dinamico, mas isso sao outros 500.

    Colocado por: MercedesComo se percebe isto na prática e na vida de todos os dias? É fácil: experimentem ir negociar a compra de um imóvel em construção, e vejam lá as opções que têm. O mais provável, é que vos sugiram uma unidade de participação (num fundo de investimento), que compram por uma % do valor a que o imóvel está a ser transacionado, e que depois podem decidir ou vender - a um valor superior - ou reter e pagar o resto do valor integral da casa. Se procurarem alugar uma casa em Lisboa, é muito mais provável, também, que esta seja detida por um fundo, e que seja uma unidade de gestão ou consultora imobiliária a representar o fundo na celebração e gestão contratual.


    O que talvez seja a realidade em algumas zonas de Lisboa... mas MUITO longe de ser a realidade do resto do Pais. Mas muito longe mesmo. Se falarmos em Coimbra, Aveiro, Viseu, Guarda, Vila Real...
    Sendo que 'curiosamente' os precos aumentaram substancialmente mais fora de Lisboa e Porto no ano de 2024. No municipio de Lisboa, os precos praticamente estagnaram:

    https://casa.sapo.pt/noticias/preco-das-casas-sobe-no-final-de-2024-em-portugal/?id=33434

    Aceleração dos preços nos grandes municípios
    Entre os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, 19 registaram acelerações no preço das casas. Os casos mais marcantes de flutuação de pontos percentuais (p.p.) ocorreram em:
    Funchal: +42 p.p.
    Matosinhos: +21,3 p.p.
    Lisboa: +4,2 p.p.
    Porto: +10,9 p.p.
    O único município com uma queda significativa foi a Maia, onde se registou uma descida de 7,7 p.p..


    Outro dado curioso...

    O Índice de Preços da Habitação (IPHab) foi impulsionado pelo aumento de preços das casas usadas (9,7%) e das habitações novas (7,5%).


    Em 2024, os precos das casas usadas de acordo com o indice do INE aumentaram acima das novas...

    Colocado por: MercedesÉ malta de esquerda, claro está, que a direita não fala desta coisas.


    Obrigado pelo disclaimer, assim escuso de perder tempo a ouvir porque ja ouvi varias perspectivas desse quadrante.

    Colocado por: MercedesNão me escuso, todavia, de dar razão a quem a tem, quando a tem, de tal maneira que reconheço e debato méritos de política pública mesmo quando são partidos de direita (assumida ou disfarçada, caso do PS) a apresentá-los - como, aliás, fiz lá atrás a propósito de umas iniciativas do PS.


    Espero entao que nao tenha qualquer problema em dar-me razao a tudo o que comentei acima :) Mas por outro lado explica muita coisa quando considera o PS um partido de direita.
    Temos que ter espirito critico e quando analisamos um assunto, ter a capacidade de abandonar certos dogmas para conseguirmos olhar aos factos e nao para aquilo que queremos ver ou nos querem impingir. Temos de ter a capacidade de ouvir e ler aqueles que dizem coisas diferentes daquilo que pensamos e nao aqueles que confirmam aquilo que achamos que e a realidade. Por exemplo... eu sou um liberal do ponto de vista economico e tenho na minha prateleira varios livros do Thomas Piketty. Porque para ler aqueles que confirmam aquilo que eu penso ser a verdade... nao vou aprender nada e ainda acabo a debitar a cassete liberal que muitos utilizam.

    Tenho a certeza que a Mercedes o vai conseguir fazer, depois de analisar as minhas respostas aquilo que colocou e que entretanto ja passou de compras por estrangeiros ricos, para IDE e acabou em fundos imobiliarios.
  15.  # 675

    Colocado por: Mercedesbasta perceber a alteração das manchas de cores para compreender que o imobiliário passou a ser o principal mercado dos fundos de investimento em PT

    Você passa muito tempo no computador, e depois não conhece a realidade do país. Conheço muito bem o mercado da zona centro, Aveiro, Coimbra e Leiria, e garanto-lhe que nestas cidades não há investimentos em habitação de fundos de investimento imobiliário, se existir algum caso é coisa residual, e pouquíssimos imóveis são comprados por estrangeiros, e no entanto o preço das casas tem subido bastante.
    Concordam com este comentário: dmanteigas
  16.  # 676

    Colocado por: dmanteigasRealmente para quem vive no mundo encantado dos brinquedos, os 'dados' nao interessam para nada.
    Dados de 2024:



    6% do total. Um mercado em contracao forte. E aqui que esta 'o' problema da habitacao.
    Ah, e tambem nao esquecer os fundos imobiliarios em Portugal, em que 90% do portefolio e imobiliario para espacos comerciais e escritorios.

    Enfim, ver pessoas num forum a achar isto ainda e normal, o problema e quando este discurso passa para a politica e todos batem palmas e concordam que o Neymar comprar um T3 de luxo no parque das nacoes faz subir o preco do T3 na Guarda.

    Mas vou ficar por aqui, porque nao quero ser acusado pela Mercedes de utilizar as estatisticas para fazer um ataque machista ao seu argumento.

    https://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=718417909&att_display=n&att_download=y
    Concordam com este comentário:ferreiraj125


    yep, não sou comunista nem perto disso, mas isto está de loucos, só "investidores", e ainda agem como se estivessem a fazer um favor LOL

    ainda no outro dia estive a falar com um consultor, velha com 180k para investir num T1, as rendas andam neste momento pelos 500-800 para T2, T3, que metam o dinheiro no SP500
  17.  # 677

    Colocado por: Pickaxe
    Você passa muito tempo no computador, e depois não conhece a realidade do país. Conheço muito bem o mercado da zona centro, Aveiro, Coimbra e Leiria, e garanto-lhe que nestas cidades não há investimentos em habitação de fundos de investimento imobiliário, se existir algum caso é coisa residual, e pouquíssimos imóveis são comprados por estrangeiros, e no entanto o preço das casas tem subido bastante.
    Concordam com este comentário:dmanteigas


    não é verdade de todo, tem muitos emigrantes, imigrantes e velhos com dinheiro, adiciona a garantia pública, impressão de dinheiro e burocracia, limitação de onde pode construir e upa upa
  18.  # 678

    Na realidade (e eu já abordei este tópico aqui várias vezes e com dados factuais). A variação do preço das casas está indexada ao crescimento populacional quer pelo saldo natural quer pela imigração.

    O que aconteceu foi um crescimento populacional brutal nos últimos anos alavancado pelos imigrantes que gerou uma quebra substancial no stock de habitação.

    Foi de tal ordem que ainda existe muita procura para a oferta disponível, quando escoar toda esta procura, nós podemos inverter o atual ciclo e o preço das casas começar a diminuir. Agora se será daqui a 3 meses ou 2 anos ninguém sabe. Mas os fatores externos e internos atuais poderão acelerar este processo.
    Concordam com este comentário: dmanteigas
  19.  # 679

    Colocado por: jg231não é verdade de todo, tem muitos emigrantes, imigrantes e velhos com dinheiro, adiciona a garantia pública, impressão de dinheiro e burocracia, limitação de onde pode construir e upa upa


    O Pickaxe estava a falar de fundos imobiliarios.
    Nestas terras do interior, os 'emigrantes' (nao I) foram sempre a salvacao do mercado na ausencia de outros investidores. Como pouco investimento conhecem, nao e incomum encontrar antigos emigrantes a morar em aldeias mas com 6 ou 7 apartamentos arrendados na cidade.

    Quem ataca os fundos imobiliarios nao conhece a realidade do pais para alem das fronteiras da Comporta, de Cascais ou do municipio de Lisboa. A falta que fez nos ultimos anos em quase todo o pais fundos imobiliarios a investir fortemente em habitacao residencial... o problema e que alem de nao terem dimensao suficiente, nao tem interesse. E muito mais rentavel do ponto de vista de um fundo investir num Hotel ou num espaco comercial.

    Para dar um bocado de contexto. O ano passado aqui a CMV meteu um terreno a venda numa localizacao previligiada por cerca de 5 milhoes de euros. Um terreno que supostamente permite fazer varios predios, num investimento total que pode chegar ate 50 milhoes de euros. Quantos construtores existem aqui com capacidade para comprar um terreno de 5 milhoes de euros e investir outros 5 a 10 milhoes ate comecar a ver algum dinheiro a 'cair' atraves de escrituras apos 3 anos? Quando provavelmente so daqui a 5 com quase todo o complexo finalizado e que comeca a ter rentabilidade? Vao a banca? Boa sorte conseguirem 10 milhoes de euros emprestados pelo menos para arrancar com isto e ter capacidade de pagar 1 milhao ou mais de juros ate comecar a cair dinheiro...
    A CMV tambem podia fazer permutas o que aliviava financeiramente os encargos de quem quisesse esta empreitada, mas o que a CMV quer, provavelmente, e dinheiro ja e nao apartamentos daqui a 5 anos quando provavelmente ja nem e o mesmo presidente que la esta.

    Imaginem agora que existiam fundos imobiliarios que suportassem um construtor que quisesse avancar com isto... em vez de terem levado isto 2x a leilao ate ser vendido, ja la andavam a construir agora.
    Concordam com este comentário: AMG1
  20.  # 680

    Colocado por: MercedesCaro Manteigas,

    só porque eu sou uma pessoa muito paciente e querida, e porque efetivamente tenho um certa inclinação à pedagogia, deixe-me explicar-lhe:
    1. As entidades credenciadas ao tratamento e divulgação de dados sobre valores mobiliários são a CMVM e o Banco de Portugal. Se quer dados sobre a atividade de fundos de investimento e o objeto das suas participações - ações, obrigações ou imobiliário - deve procurar nessas entidades, não no INE.
    2. No Banco de Portugal, BPStat, encontra um domínio de "Balanço dos Fundos de Investimento". Aí, ser-lhe-ão dispostas as séries estatísticas disponíveis, e deve analisar o Stock, em milhões de euros, das unidades de participação dos fundos de investimento.

    Se o fizer, vai obter um gráficosinho como o que aqui lhe apresento. Use agora sua transparência analítica e incomesurável sabedoria face aos restantes "ignorantes na terra dos brinquedos" que participam deste fórum, para analisar o gráfico que gentilmente eu já lá fui buscar para lhe mostrar. Será que pesca as tendências?


    Só 6% da carteira dos fundos de investimento imobiliário (SGOI ou OAI) é habitação. São, grosso modo, 800 milhões de euros.
 
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