Iniciar sessão ou registar-se
  1. Colocado por: rod_2000

    A parte grave é que em 2022 contratámos 948 médicos e o SNS teve mais 4.64 milhões de consultas. Quando em 2018 tinhamos contratado 600 médicos para um crescimento de 700 mil consultas.

    Mas não há mais médicos para contratar, com a colaboração da OM.
    Claro que o SNS está em colapso.


    Temos fonte disto?
  2. Colocado por: N Miguel Oliveira

    Quer desenvolver?

    Porque é que no mesmo mês, tenho taxas de juro de 1,35% em Portugal e de 9 a 15% no México, sendo que no México, o dinheiro nem precisa estar bloqueado/depositado? Quando a inflação será talvez "apenas" o dobro.

    Quanto ao câmbio. Não tenho reparado em flutuações significativas. É o normal, este mês sobe, outro desce, etc... noto sim é uma diferença a 10 anos por exemplo.

    O meu ponto é o mesmo... porque é que o sector da banca é muito mais dinâmico na LATAM? Ou mesmo noutros países com o Euro que igualmente obedecem ao que diz o BCE?


    A 17/jun/24 pegaste em 100 euros, converteste para reais e ficaste com 573,49 reais.

    Meteste a render 10% de juros e agora tens 630,839 reais.

    Convertes agora para euros e ficas com 99,96 €.


    Perdeste 0,04 €. Se tivesses metido em qualquer deposito a prazo num banco português terias ganhado mais do que os "10%" de juros em reais.

    Fonte: https://wise.com/gb/currency-converter/brl-to-eur-rate/history
    Concordam com este comentário: palmstroke
    Estas pessoas agradeceram este comentário: N Miguel Oliveira


  3. Ver se esta praga não chega aqui...
    Concordam com este comentário: rod_2000
  4. Colocado por: ferreiraj125

    A 17/jun/24 pegaste em 100 euros, converteste para reais e ficaste com 573,49 reais.

    Meteste a render 10% de juros e agora tens 630,839 reais.

    Convertes agora para euros e ficas com 99,96 €.


    Perdeste 0,04 €. Se tivesses metido em qualquer deposito a prazo num banco português terias ganhado mais do que os "10%" de juros em reais.

    Fonte:https://wise.com/gb/currency-converter/brl-to-eur-rate/history


    Não eram Reais mas sim Pesos MXN, o que pouco mudaria para o seu cálculo suponho.
    Mas valeu, obrigado pela explicação.

    Agora imagine alguém no México... não pega em 100€ nenhuns... a menos que troque os pesos que tem (e aí perdeu logo nas comissões).
    Recebe o seu salário naquela moeda, o que não gasta e fica na conta rende 9, 12, 15%/ano por exemplo.
    No dia seguinte já lhe cairam mais uns centimos, no dia a seguir outros tantos e por aí em diante.
    Não precisa de fazer nada nem anda a trocar moeda. Refiro-me ao mais comuns dos mortais, a quem pouco importa como anda o dólar, o euro, a libra...

    Mas sim, percebi e agradeço o seu ponto.
  5. Colocado por: rod_2000

    Mas no total existe um relatório da ERS que afirma que através de dados da ACSS: "em 2023 foram realizadas 2.162.296 consultas médicas e 1.374.134 atos de enfermagem a utentes imigrantes."

    https://ers.pt/media/i2rdaw14/ers_-acesso-de-imigrantes-a-cuidados-de-sa%C3%BAde-prim%C3%A1rios.pdf

    Claro que não há noticias oficiais com isto... porque não interessa.


    Os numeros absolutos não dizem muito.
    Veja o quadro que está no fundo da pag. 35 do documento cujo link publicou.
    Para esse ano (2023) a % de consultas a imigrantes no SNS foram 6,5% e os cuidagos de enfermagem 7,4%. Apenas 4,5% dos utentes imigrantes inscritos é que foram atendidos no SNS.
    Tendo em conta que por essa altura o numero de residentes estrangeiros, que são mais do que os imigrantes, rondavam os 12,0% da população residente, o que podemos concluir é que os imigrantes usaram bem menos o SNS do que a população nativa, o que faz todo o sentido, porque se trata de uma população ainda jovem.
    A questão é saber se tinhamos os serviços preparados para esse acréscimo, mesmo que pouco significativo, a resposta parece óbvia: não tinhamos, mas quem nos mandou aceitar as pessoas sem ter condições para o fazer?
    Concordam com este comentário: dmanteigas
  6. Colocado por: AMG1Alguem que fuca a pagar um crédito durante 40 ou 50 anos, para o qual dá uma entrada minima, não é dona de nada, a não ser das responsabilidades inerentes à propriedade. O dono na verdade é o banco, embora os custos desse papel (impostos, seguros, condominio, risco de desvalorização e/ou perda...) fiquem do lado do proprietário, talvez chamar-lhe inquilino até fosse mais correto.

    Isto não se mantem verdade, independentemente da duração do crédito ser de 50 ou de 10 anos?

    Chamar inquilino não é correcto, é apenas provocador ;)
    E os rendimentos dos investimentos feitos com recurso a financiamento, deverão ir para quem financia, já que são os legítimos donos?
    Numa realidade onde todos (inclusive os bancos) se financiam para os mais diversos fins, ninguém seria proprietário de nada.

    A desvalorização no imobiliário é um risco que parece ser aceitável na maioria dos casos.

    Posto isto, sou da opinião que todos deveriam alugar casas, em vez de comprar. Também acho que os bancos deveriam reduzir prazos e aumentar as exigências para financiamento.
  7. Colocado por: pguilherme
    Isto não se mantem verdade, independentemente da duração do crédito ser de 50 ou de 10 anos?

    Chamar inquilino não é correcto, é apenas provocador ;)
    E os rendimentos dos investimentos feitos com recurso a financiamento, deverão ir para quem financia, já que são os legítimos donos?
    Numa realidade onde todos (inclusive os bancos) se financiam para os mais diversos fins, ninguém seria proprietário de nada.

    A desvalorização no imobiliário é um risco que parece ser aceitável na maioria dos casos.

    Posto isto, sou da opinião que todos deveriam alugar casas, em vez de comprar. Também acho que os bancos deveriam reduzir prazos e aumentar as exigências para financiamento.


    Obviamente que o termo inquilino era provocador, mas se alguém faz um crédito aos 30 anos, com a perspectiva de o amortizar completamente aos 80, quando a esperança media de vida são (salvo erro) 82, o que essa pessoa andou a fazer a vida toda foi a pagar uma renda. É certo que a casa fica cá para os herdeiros, mas imagino que não tenha sido a pensar nisso que alguém se endividou 50 anos antes. O objectivo foi ter uma casa para viver e se a tivesse por menos do ia pagar ao banco, o mais provavel seria não comprar, mas alugar.
    O ponto era o imooacto que este tipo de emprestimos tem na construção dos preços. A dado passo ja ninguém olha para os precos, mas para a prestação que fica a pagar, o numero de anos não interessa, porque "em teoria" a casa valerá sempre mais do que a divida.
    Agora nos USA, p.e. ainda é pior, porque se fazem hipotecas sucessivas sobre a mesma casa, a medida que ela se valoriza ou as hipotecas já existentes deixam espaço para mais divida com a mesma garantia.
    Na verdade nestes casos, trata-se muito mais da "posse" da casa do que da propriedade. Embora todos os riscos e custos da propriedade corram por conta do mutuário.
    Num empréstimo a 10 ou 15, ou mesmo 20 anos, embora formalmente seja igual, como o ritmo de amortização é completamente diferente, acaba por na prática não ser a mesma coisa, porque ao fim de 1/2 dúzia de anos, o mutuário já tem uma parte muito significativa da casa paga.
  8. Colocado por: N Miguel Oliveira

    Não eram Reais mas sim Pesos MXN, o que pouco mudaria para o seu cálculo suponho.
    Mas valeu, obrigado pela explicação.

    Agora imagine alguém no México... não pega em 100€ nenhuns... a menos que troque os pesos que tem (e aí perdeu logo nas comissões).
    Recebe o seu salário naquela moeda, o que não gasta e fica na conta rende 9, 12, 15%/ano por exemplo.
    No dia seguinte já lhe cairam mais uns centimos, no dia a seguir outros tantos e por aí em diante.
    Não precisa de fazer nada nem anda a trocar moeda. Refiro-me ao mais comuns dos mortais, a quem pouco importa como anda o dólar, o euro, a libra...

    Mas sim, percebi e agradeço o seu ponto.


    Esta comparação tem de ser feita com bancos da zona euro. A diferença de txs também existe, mas é muito menor. Isso é frequentemente assinalado pelo BCE e mesmo pelo BdP. O mesmo ocorre com as taxas activas, onde em regra são mais elevadas por cá do que na maioria dos parceiros do euro, para alem de que os clientes portugueses, por via tas tx variáveis no CH, acabam também por ficar com uma parte muito significativa do risco das variações da tx juro.
    A maioria da banca nacional tem acesso as mesma fontes de financiamento do seus congéneres da zona euro. Nos ultimos anos tem havido uma aproximação enorme dos bancos nacionais ao "cost to income" da generalidade dos bancos europeus. Já estava na altura dos clientes também passarem a sentir essa evolução, mas tarda.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  9. Colocado por: N Miguel Oliveira

    Não eram Reais mas sim Pesos MXN, o que pouco mudaria para o seu cálculo suponho.
    Mas valeu, obrigado pela explicação.

    Agora imagine alguém no México... não pega em 100€ nenhuns... a menos que troque os pesos que tem (e aí perdeu logo nas comissões).
    Recebe o seu salário naquela moeda, o que não gasta e fica na conta rende 9, 12, 15%/ano por exemplo.
    No dia seguinte já lhe cairam mais uns centimos, no dia a seguir outros tantos e por aí em diante.
    Não precisa de fazer nada nem anda a trocar moeda. Refiro-me ao mais comuns dos mortais, a quem pouco importa como anda o dólar, o euro, a libra...

    Mas sim, percebi e agradeço o seu ponto.


    Tu só queres saber de pesos, mas peso é uma moeda fraca, eu pego nos teus pesos, converto para euros ou dolares, meto num deposito a prazo a dar uns miseros 2%, e no final converto novamente para pesos e consigo pagar-te 10% de juros e ainda ter lucro.

    Os juros estão intimamente ligados à desvalorização da moeda. Uma moeda que desvaloriza vai naturalmente ter juros mais elevados.

    No final de contas, o que importa são os juros ajustados ao valor da moeda.

    Não adianta receber juros elevados se a moeda desvaloriza mais que esses juros.


    Mesmo para uma pessoa comum, se os juros forem inferiores à inflação, vai perder poder de compra.

    Mais vale receber 2% de juros com 3% de inflação do que 10% de juros com 20% de inflação.

    No final de contas, o segundo perde mais poder de compra, mesmo recebendo mais juros.
  10. Os bancos portugueses não precisam de dinheiro. Por isso é que não oferecem taxas atrativas para depósitos a prazo. Nem precisam... O português médio mete lá 99% das suas poupanças qualquer que seja a taxa e mete.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  11. Colocado por: ferreiraj125eu pego nos teus pesos, converto para euros ou dolares


    Depende.
    Usando o seu raciocínio, que me parece correcto, com Dólares em vez de Euros:
    Se 100USD eram 1845MXN há um ano... esses 1845 a 12%... valiam agora 2066 MXN
    Esse valor, hoje equivale a 109 USD por exemplo.
    Idem para a inflação... creio que a inflação no México andará em torno de 4%... ou seja, um terço dos juros.

    Isto para dizer, que além da teoria, a concorrência desempenha um papel importante. Quão importante não sei.
    Apenas dei este exemplo, pois o sistema bancário era dominado pela banca espanhola... (onde é que eu já vi este filme?)... e as coisas eram bastante idênticas ao que acontece em Portugal ao nível das taxas. Entraram novos bancos, FinTech, etc... o sistema levou um safanão... que obrigou os bancos tradicionais a ceder para estancar a hemorragia de clientes que mudavam de banco... No final, para o Mexicano comum, o que importa é que o oferece o banco B face ao banco A, e não a como anda o Euro, a inflação, ou outro índice que não controla... porque o único que está nas suas mãos é a decisão se é melhor investir em X coisa, ou metê-lo no banco Y.

    Não basta a teoria e a lógica das coisas... Sem alternativas, a coisa não muda.
    Por isso, uns arriscam e apostam por conseguir melhores margens através do imobiliário, etc...
    Esses, são corridos de "gatunos" para baixo... "oportunistas", "ladrões", etc...
    O melhor mesmo é acomodarmo-nos a míseros 2%... ao menos não dá trabalho.
  12. Colocado por: AMG1

    Obviamente que o termo inquilino era provocador, mas se alguém faz um crédito aos 30 anos, com a perspectiva de o amortizar completamente aos 80, quando a esperança media de vida são (salvo erro) 82, o que essa pessoa andou a fazer a vida toda foi a pagar uma renda. É certo que a casa fica cá para os herdeiros, mas imagino que não tenha sido a pensar nisso que alguém se endividou 50 anos antes. O objectivo foi ter uma casa para viver e se a tivesse por menos do ia pagar ao banco, o mais provavel seria não comprar, mas alugar.
    O ponto era o imooacto que este tipo de emprestimos tem na construção dos preços. A dado passo ja ninguém olha para os precos, mas para a prestação que fica a pagar, o numero de anos não interessa, porque "em teoria" a casa valerá sempre mais do que a divida.
    Agora nos USA, p.e. ainda é pior, porque se fazem hipotecas sucessivas sobre a mesma casa, a medida que ela se valoriza ou as hipotecas já existentes deixam espaço para mais divida com a mesma garantia.
    Na verdade nestes casos, trata-se muito mais da "posse" da casa do que da propriedade. Embora todos os riscos e custos da propriedade corram por conta do mutuário.
    Num empréstimo a 10 ou 15, ou mesmo 20 anos, embora formalmente seja igual, como o ritmo de amortização é completamente diferente, acaba por na prática não ser a mesma coisa, porque ao fim de 1/2 dúzia de anos, o mutuário já tem uma parte muito significativa da casa paga.


    Mas não faz muito sentido ver isto numa logica de tudo ou nada.

    Deter um imovel e ter divida ao banco não é a mesma coisa que não deter imovel nenhum e pagar uma renda.

    Só porque a casa não está totalmente paga não significa que estejas na mesma situação de alguém que vive num imovel arrendado.


    Imagina que comprei uma casa por 200 000 € a 40 anos a pagar 3% de juros.

    Ficaria a pagar uma prestação de 715 €, que provavelmente é menos do que alguém a arrendar um imovel similar.

    A metade do emprestimo, 20 anos, ainda tenho 170 000 € em divida.

    Portanto, se vendesse pelo mesmissimo valor que comprei, já pagaria a divida e ainda ficaria com 30 000 €.

    Alguém que arrendasse, não teria nada para vender, e daqui a 20 anos, de certeza que estaria a pagar mais de renda do que os 715 € de prestação que eu estava a pagar.

    Mais, se o imovel valorizou 2% ao ano, um valor MUITO conservador tendo em conta as evoluções dos ultimos anos, na realidade conseguiria vender o imovel por 300 000 €.

    Ou seja, teria uma divida de 170 000 € para pagar, mas venderia o imovel por 300 000 €, 130 000 € de lucro, depois de 20 anos a pagar uma prestação inferior ao valor que teria pago de renda.


    Portanto, mesmo que daqui a 20 anos o imovel ainda não seja "todo meu", não podemos ignorar que o valor da divida será inferior ao valor do imovel, e que o valor da prestação será favoravel em relação a uma renda.

    Não consigo perceber a logica do argumento "só daqui a 40 anos o imovel é teu", quando a arrendar nem daqui a 100 anos o imovel é teu.

    Mais, na realidade o imovel é meu, apenas tenho uma divida, que será quase sempre inferior ao valor do imovel, e a pagar uma prestação que será inevitavelmente inferior às rendas, que sobem com a inflação.
    Concordam com este comentário: pguilherme, palmstroke
  13. Colocado por: ferreiraj125

    Mas não faz muito sentido ver isto numa logica de tudo ou nada.

    Deter um imovel e ter divida ao banco não é a mesma coisa que não deter imovel nenhum e pagar uma renda.

    Só porque a casa não está totalmente paga não significa que estejas na mesma situação de alguém que vive num imovel arrendado.


    Imagina que comprei uma casa por 200 000 € a 40 anos a pagar 3% de juros.

    Ficaria a pagar uma prestação de 715 €, que provavelmente é menos do que alguém a arrendar um imovel similar.

    A metade do emprestimo, 20 anos, ainda tenho 170 000 € em divida.

    Portanto, se vendesse pelo mesmissimo valor que comprei, já pagaria a divida e ainda ficaria com 30 000 €.

    Alguém que arrendasse, não teria nada para vender, e daqui a 20 anos, de certeza que estaria a pagar mais de renda do que os 715 € de prestação que eu estava a pagar.

    Mais, se o imovel valorizou 2% ao ano, um valor MUITO conservador tendo em conta as evoluções dos ultimos anos, na realidade conseguiria vender o imovel por 300 000 €.

    Ou seja, teria uma divida de 170 000 € para pagar, mas venderia o imovel por 300 000 €, 130 000 € de lucro, depois de 20 anos a pagar uma prestação inferior ao valor que teria pago de renda.


    Portanto, mesmo que daqui a 20 anos o imovel ainda não seja "todo meu", não podemos ignorar que o valor da divida será inferior ao valor do imovel, e que o valor da prestação será favoravel em relação a uma renda.

    Não consigo perceber a logica do argumento "só daqui a 40 anos o imovel é teu", quando a arrendar nem daqui a 100 anos o imovel é teu.

    Mais, na realidade o imovel é meu, apenas tenho uma divida, que será quase sempre inferior ao valor do imovel, e a pagar uma prestação que será inevitavelmente inferior às rendas, que sobem com a inflação.


    Agora imagine que o imóvel daqui a 20 anos vale não o dobro do que pagou por ele hoje, mas apenas metade. Não sera normal, mas e possivel. Na crise imobiliária sueca nos anos 90, houve zonas que nunca mais recuperaram, porque passou a haver casas demais para a procura. Aquelas com pior localização/qualidade, nunca mais recuperaram. Ainda hoje há nalguns desses bairros, onde os preços são uma turta e meia e mesmo assim ninguém quer para lá ir. São sobretudo a opção para para os imigrantes mais pobres, o que também acaba por afastar ainda mais quem podia pagar mais.
    Agora imagina que há um qualquer sinistro que destruiu a casa e que o seguro não cobriu essa perda. Ou que só paga 50% do custo da reparação.
    Mesmo as rendas também não as podes simplesmente comparar com a prestação, porque a essa tens de adicionar os encargos relacionados com a propriedade: seguros, impostos, condominio, ...
    E certo que as rendas estão dependentes de actualizações minimas ao nivel da inflação, mas a taxa de juro do emprestimo tambem pode subir e num periodo de 40 anos pode acontecer quase tudo.
    Mas o ponto nem era, qual a melhor ou pior opção financeira, até porque havera tambem outras variaveis a ter em conta na decisão de comprar ou alugar. O ponto era o impacto que estes emprestimos tão longos tem na formação do preco das casas. Se os prazos não pudessem ser tão longos, ou o valor do credito tivesse se ser no máximo 70 ou 80% do valor da compra, será que essas limitações não serviriam como travão a subida dos preços?
    Isto obviamente para as casas com recurso ao crédito, que julgo serem a maioria.
  14. Caímos sempre no mesmo erro. Que é o de só analisar os gastos, seja em rendas ou prestações.
    A malta tem que se ir habituando a concentrar-se nos rendimentos... seja fruto do trabalho ou de investimento.
    Se ganhar mais mil por mover-me mais seguido, quero lá saber se a renda custa mais 200 ou 300 que a prestação.

    Há quem alugue um T4, e subalugue 3 quartos... paga a renda e ainda lucra... Encargos é com o senhorio...

    Termos um mercado de arrendamento funcional é bom para quem quer comprar também. Isto do "arrendar vs comprar" deveria ser muito mais equilibrado. Isso dos bons negócios... só acontecem com dinheiro na mão. Aí compra o que quer. Quando precisa do banco... é outra conversa.
  15. Colocado por: AMG1Agora imagine que o imóvel daqui a 20 anos vale não o dobro do que pagou por ele hoje, mas apenas metade. Não sera normal, mas e possivel.


    Bem, na minha ausencia das o AMG1 de arauto da desgraca :D

    Eu as vezes ate duvido das minhas proprias opinioes quando vejo tanta gente a ir em sentido oposto, mas depois lembro-me que e precisamente por isto que a historia esta condenada a repetir-se.
    Ha 15 anos atras os centros historicos estavam abandonados e a maior parte das pessoas que tinham propriedades la tinham basicamente 'monos' a dar despesa. Hoje em dia tornaram-se uma mina de ouro. Eu vejo pessoas a tomar decisoes hoje com a forte conviccao de que os proximos 5, 10, 20 anos vao ser exatamente iguais aos ultimos 5 e 10. O que ate pode suceder. Ha um motivo pelo qual quem preve 'crises' esta sempre certo. Porque eventualmente acaba por acertar. Quem previa um 'crash' do mercado em 2020 perdeu em toda a linha, mas nao significa que nao va acertar em 2026, 2027 ou 2030. Porque basta olhar para perceber que nao assistimos a um crescimento normal e que muitos dos fatores que levaram a esse crescimento (inflacao, crescimento populacional, etc) nao sao fenomenos repetiveis.

    Alem de que quando pensamos num horizonte temporal de 40 anos o risco de se fazer apostas como certas e enorme. Em 40 anos a Europa viu 2 guerras mundiais e um crash da economica sem paralelo, por exemplo.
    Mesmo no mercado de habitacao, ha 30 anos atras muita gente comprou casas que hoje valem menos em termos reais do que na altura da compra. Basta olhar para muitos exemplos a nossa volta. Ha 40/50 anos atras muita gente via na propriedade agricola a sua riqueza. Na minha propria familia muitos sao proprietarios de grandes terrenos que compraram nos anos 80 e 90. Um tio meu herdou ha 6 anos uma casa muito antiga numa aldeia num distrito da guarda e um terreno com uns quantos hectares. Qual e o valor daquilo hoje em dia? Nenhum... na realidade, sao despesas em IMI e ter de limpar os terrenos. E no caso da casa, um imovel a degradar-se, que precisa de manutencao e que ninguem quer nem dado.
    Nada garante que daqui a 20 anos nao vai ser esta a condicao da nossa propriedade. Que entretanto esta numa localizacao que ninguem quer ou que so se vende por um preco que e uma perda em termos reais quando adicionamos todas as despesas. Um imovel nao serve para comprar fruta, legumes ou para pagar uma despesa medica. Nao e um deposito a prazo nem uma acao ou participacao num fundo. Um imovel vale aquilo que em cada momento alguem esta disposto a pagar por ele, se existir alguem.
    Obviamente que isto fica ligeiramente mitigado quando falamos de um apartamento no Parque das Nacoes ou no Infantado ou numa zona que previsivelmente tera sempre procura. E por isso e que muita gente devia perceber que esse e tambem um dos motivos pelo qual um T3 ali vale 2 ou 3 vezes mais o valor de um T3 no Milharado. Porque ali ha garantia de se ter sempre liquidez. Em principo o risco de nao haver quem compre esta mitigado.

    Isto nada diz sobre a decisao de comprar vs arrendar, e sempre algo muito pessoal e especifico. No entanto, e eu trabalhando em estatistica e tendo esta lado de olhar sempre para a incerteza, era importante que as pessoas quando fazem a sua analise pessoal fizessem sempre varias analises de sensibilidade com mais do que o cenario que assumem como base. Uma das coisas que de certa forma me 'preocupa' e a tendencia de ver o mercado imobiliario como um investimento por parte de pessoas que, com toda a franqueza, nao tem o conhecimento necessario nem solidez para se meterem em certas aventuras. Quando eu vejo muito portugues 'comum' que ja fala em nao vender a sua casa para comprar outra mas mete-la 'a render' e ir acumulando hipotecas ate me da um arrepio. Eu percebo que muitos vejam isto como a unica forma de terem independencia financeira. E tambem vejo muitas historias de sucesso. Mas eu utilizo sempre o exemplo das casas de apostas. Eu nao conheco ninguem a minha volta que tenha perdido dinheiro em casas de apostas. Todos ganham. No entanto as casas de apostas ganham tanto dinheiro que sao dos maiores patrocinadores do futebol...
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  16. Colocado por: AMG1Se os prazos não pudessem ser tão longos, ou o valor do credito tivesse se ser no máximo 70 ou 80% do valor da compra, será que essas limitações não serviriam como travão a subida dos preços?

    Sem dúvida. Limite na maturidade, LTV e DTI.

    Colocado por: dmanteigasAlem de que quando pensamos num horizonte temporal de 40 anos o risco de se fazer apostas como certas e enorme.

    Como referi, provavelmente as pessoas não fazem uma aposta a 40 anos. Compram com crédito a 40 anos hoje e vendem daqui a 5 ou 10 anos. Nesses 5/10 anos pagam um pouco mais de juro, mas permite ter maior liquidez.
    Com da idade da reforma, não é descabida a troca por algo mais pequeno e talvez mais próximos do filhos/netos.

    Comparar investimento em imobiliário, que é dos que maior estabilidade tem, com uma casa de apostas é rebuscado. Claro que mesmo hoje, eu não compraria em algumas zonas/bairros, nem a preços de saldo. É preciso analisar e ponderar.

    Quem compra algo equilibrado para viver, em tempos de guerra/crise, será melhor ou pior que arrendamento?
  17. Colocado por: N Miguel Oliveira

    Não eram Reais mas sim Pesos MXN, o que pouco mudaria para o seu cálculo suponho.
    Mas valeu, obrigado pela explicação.

    Agora imagine alguém no México... não pega em 100€ nenhuns... a menos que troque os pesos que tem (e aí perdeu logo nas comissões).
    Recebe o seu salário naquela moeda, o que não gasta e fica na conta rende 9, 12, 15%/ano por exemplo.
    No dia seguinte já lhe cairam mais uns centimos, no dia a seguir outros tantos e por aí em diante.
    Não precisa de fazer nada nem anda a trocar moeda. Refiro-me ao mais comuns dos mortais, a quem pouco importa como anda o dólar, o euro, a libra...

    Mas sim, percebi e agradeço o seu ponto.

    As taxas de juro têm uma relação próxima com a inflação.
  18. Colocado por: pguilherme
    Com da idade da reforma, não é descabida a troca por algo mais pequeno e talvez mais próximos do filhos/netos.


    Isso até era uma decisão acertada a muitos níveis, mas não é para isso que os nossos habitos apontam, mas mais para a "casa para a vida". Hábito, esse que também ajuda a que tenhamos um parque habitacional trememendamente ineficiente. Já viu a quantidade de idosos que vivem sozinhos em casas enormes nos centros da cidades.
    Em Lisboa isto e absolutamente evidente. A minha sogra p.e., com 86 anos, vive sozinha numa casa com 6 assoalhadas junto ao areeiro.
    No mesmo predio,construido aí pelos anos 50, havera mais uns 3 ou quatro casos iguais.
    Em Almada tenho uma tia, que ja está num lar ha uns dois ou tres anos, mas não quer que os filhos vendam a casa, porque vai lá dormir meia duzia de noites por ano, basicamente quando consegue convencer algum dos netos a ficar lá com ela, porque é um segundo andar sem elevador e ela tem praticamente que ser levada ao colo. Neste caso ainda é mais absurdo. Ela paga a empregada para ir lá a cada 15 dias limpar a casa que ninguém usa.
    Devem ser milhares de fogos nestas condições só na AML, tudo isto, por causa da casa para a vida, mesmo quando a vida já pouco passa pela casa.
    Na Suécia p.e. isto já não é tao fequente. Desde logo porque nas maiores cidades o arrendamento tem um peso muito signficativo e há o hábito de quando começam a ter rendimento para isso, na maioria das vezes, em vez de comprar na cidade, compram no campo ou na praia (enfim, junto do mar enpor vezes também da areia). Invariavelmente depois da reforma, a casa na cidade torna-se um fardo e por isso desfazem-se dela. Isto é um habito que também acaba por se estender a quem tem casa propria. Claro que o facto dos impostos sobre o património (sobretudo o urbano) também serem a "doer" ajuda e muito.
    A par da nova construção, também devia haver devia algum tipo de incentivo a optimização do parque existente.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira, rod_2000
  19. Colocado por: luisvvAs taxas de juro têm uma relação próxima com a inflação.


    Sim, como referi, a inflação deve andar nos 4%. Os juros andarão nos 9%, 12%, 15%, etc...

    Os bancos tradicionais acabam por subir as % para não perder tanto para estes novos bancos... FinTech, etc...
  20. Colocado por: AMG1

    Isso até era uma decisão acertada a muitos níveis, mas não é para isso que os nossos habitos apontam, mas mais para a "casa para a vida". Hábito, esse que também ajuda a que tenhamos um parque habitacional trememendamente ineficiente. Já viu a quantidade de idosos que vivem sozinhos em casas enormes nos centros da cidades.
    Em Lisboa isto e absolutamente evidente. A minha sogra p.e., com 86 anos, vive sozinha numa casa com 6 assoalhadas junto ao areeiro.
    No mesmo predio,construido aí pelos anos 50, havera mais uns 3 ou quatro casos iguais.



    O ângulo do modelo de negócio destes meninos é precisamente esse.

    Acho super bem esgalhado, e não tem as maçadas dos lares de idosos.
 
0.0410 seg. NEW