Colocado por: husilvapergunto, foi a falta de isolamento que provocou esta anomalia?
Discordam deste comentário: j cardoso, Pedro Azevedo78, two-rok, Nss, TROLHA...
Colocado por: Steelman
Sim, muito provavelmente foi.
De acordo com a legislação norte americana e europeia, os painéis estruturais em contraplacado ou OSB podem ser usados como suporte de reboco. No entanto, é necessário garantir que os painéis derivados de madeira, tal como o OSB, não fiquem constantemente saturados de água, o que conduziria a deterioração das lamelas.
A legislação e as boas práticas construtivas para aplicar um reboco sobre OSB (não estamos a falar de ETICS) determinam os seguintes procedimentos:
As placas OSB, de classe 3, deverão possuir uma junta de pelo menos 3mm entre si, em todas as suas arestas. Quando o OSB se destina a este tipo de aplicação, ou seja, receber um reboco armado, a espessura das placas deveria ser superior a 12mm. Isto garantirá uma maior estabilidade mecânica, visto que, apesar de protegidas contra a humidade, as placas não possuem isolamento térmico que evite aquecimentos excessivos e a consequente retração da madeira. Determinar o número de parafusos a aplicar, diâmetros, liga metálica, galvanização e a distância entre eles, dependerá de cálculo de engenharia. Seguidamente, as placas devem ser protegidas com a aplicação de uma tela transpirável, estanque à água mas permeável ao vapor, usualmente fixa através de agrafos. As camadas de tela deverão ter uma sobreposição de, pelo menos, 15cm. O reboco a aplicar terá de ser armado com uma rede metálica, usualmente uma chapa de aço golpeada e distendida. A armadura metálica galvanizada deverá ficar ligeiramente separada da tela. Para atingir esse objectivo, os pregos a usar costumam ter uma pequena anilha que ficará atrás da armadura, afastando-a da superfície. Aplica-se então uma primeira camada de reboco, que ficará embebido na armadura. A argamassa a aplicar deverá permitir a dissipação total da água num curto período de cura. Finalmente, após secagem da primeira camada, a superfície é novamente rebocada.
Resta dizer que, apesar da solução acima ser mais barata (normalmente aplicada em construções de custos controlados) não é, nem de perto, tão eficiente como a aplicação de um ETICS. Um isolamento térmico pelo exterior, além do óbvio impacto no conforto térmico, contribui sobremaneira para proteger os elementos estruturais (sejam em LSF ou betão armado) da acção da variação da temperatura, com as inevitáveis dilatações e retrações.
Percebo que o local onde este problema surgiu foi numa platibanda e que o raciocínio terá sido que o local não exigia protecção térmica. No entanto, tal como disse acima, o ETICS serve para mais do que para as funções térmicas e decorativas.