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      GF
    • 14 julho 2012

     # 541

    http://luminaria.blogs.sapo.pt/200171.html

    É na PT que se regista a maior descida de vencimentos este ano. Estima-se que cada gestor da equipa de Zeinal Bava tenha recebido 51.433 euros mensais, valor bem abaixo dos cerca de 72 mil euros de 2007. No resto da empresa, o executivo também decidiu congelar os salários brutos acima dos 2.900 euros mensais, o que afecta cerca de 800 executivos. Mas os administradores da operadora, devido ao bom desempenho do último ano tiveram direito a um prémio de gestão individual na ordem dos 834 mil euros.

    Numa mesma empresa, pagam-se salários de apenas 450 euros e outros que rebentam completamente a escala. A Sábado apurou alguns dos vencimentos mensais mais altos pagos em Portugal e comparou-os com outros mais baixos. Apesar de a crise económica ter obrigado a fazer cortes, há números impressionantes.

    Francisco Pinto Balsemão aceitou, durante um ano, receber menos 2750 euros por mês na Impresa. Ricardo Salgado anunciou que o seu salário, bem como o dos restantes administradores do Banco Espírito Santo (BES), seria congelado este ano e os prémios encolhidos. E até na Portugal Telecom o vencimento do presidente Zeinal Bava sofreu um corte significativo no último ano. Contudo, apesar da crise, há quem consiga manter os salários intocáveis - e no dos Gato Fedorento ninguém mexe, Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela, Miguel Góis e Tiago Dores foram hábeis a negociara sua transferência da RTP para a SIC. Nas conversações com o canal privado pediram para ganhar o mes mo mas fazer metade do trabalho, o que significava receber 1,3 milhões de euros na temporada 2008/2009. A SÁBADO apurou que o contraio com os quatro humoristas estipula apenas uma série anual de 13 episódios, em vez de duas por ano (26 episódios) como acontecia na RTP. No acordo, cada episódio custa à SIC cerca de 50 mil euros, que, repartidos pelos quatro humoristas, dão 12.500 euros a cada um.

    Só o recente programa diário Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios terá levado a alguns reajustamentos contratuais devido ao aumento de trabalho. Por isso, em meados de Junho, e durante um mês e meio. os Gato Fedorento retomaram as negociações com Nuno Santos, director de programas e Luís Marques, director-geral, fazendo cinco reuniões informais. E em vez de 13 programas semanais passaram para 30 diários - razão mais do que suficiente, garantem fontes próximas dos humoristas, para um novo reforço salarial dos quatro autores.

    Isto sem esquecer o que os Gato recebem pelas campanhas da PT, que também patrocina os seus programas, onde surgem sempre anúncios de 30 segundos nos intervalos. Os valores divulgados pelo Correio da Manhã na edição de 11 de Setembro passado apontam para um cache na ordem dos 100 mil euros por campanha, sendo que chegam a fazer mais de 10 por ano - no total, estima-se que cada um dos quatro receba este ano, pelo menos. 262,500 euros. Contactada pela Sábado, a PT não quis revelar nem comentar detalhes contratuais. Os Gato também optam por não revelar pormenores dos acordos.

    O caso dos Gato Fedorento é raro - até na própria Impresa, que detém a SIC. Em Março deste ano. Francisco Pinto Balsemão, principal accionista e presidente da comissão executiva do grupo, anunciou medidas de contenção. Uma das mais drásticas foi a redução de 10% dos salários dos membros da comissão executiva. A decisão entrou em vigor logo no mês seguinte e o ordenado de Balsemão passou de 27.500 euros para 24750 euros brutos por mês, que é quanto irá receber pelo menos até Abril de 2010. Esta redução estendeu-se aos restantes administradores e quadros da empresa com salários acima dos 5 mil euros líquidos.

    A decisão de reduzir ou congelar salários em 2009 também foi seguida noutras empresas e em bancos, independentemente da dimensão ou resultados financeiros no fim do ano. O maior grupo empresarial do Pais. a Sonae, foi cauteloso na actualização dos salários. Paulo Azevedo decidiu manter os vencimentos da maioria dos quadros superiores, incluindo o seu, e só aplicar aumentos na ordem dos 3% nas remunerações mais baixas - o que significa que deverá manter um salário mensal de 33.571 euros brutos, ao qual soma os 4454 euros anuais a que tem direito como presidente não executivo da Sonaecom.

    No entanto, adianta fonte oficial da empresa, apesar destas restrições mantém-se a atribuição habitual de prémios de desempenho ou as promoções na carreira -algo que, no caso de Paulo Azevedo, pode representar valores bem acima dos seus salários fixos. Só em remunerações variáveis aprovadas no relatório e contas de 2008, o sucessor de Belmiro de Azevedo recebeu um total de 590 mil euros, a ser pago ao longo deste ano.

    Belmiro de Azevedo, que preside à comissão de vencimentos (onde são calcula dos e definidos os vencimentos que os accionistas aprovarão depois), acumula três cargos no grupo: é chairman da holding, presidente executivo da Sonae Capital e não executivo na Sonae Indústria. Por todos eles, recebe um total fixo de 880.195 euros por ano - 70.300 euros por mês. A estes valores acresce uma única remuneração variável, na Sonae Capital, de 82.067 euros anuais.

    É na PT que se regista a maior descida de vencimentos este ano. Estima-se que cada gestor da equipa de Zeinal Bava tenha recebido 51.433 euros mensais, valor bem abaixo dos cerca de 72 mil euros de 2007. No resto da empresa, o executivo lambem decidiu congelar os salários brutos acima dos 2.900 euros mensais, o que afecta cerca de 800 executivos. Mas os administradores da operadora, devido ao bom desempenho do último ano, tiveram direito a um prémio de gestão individual na ordem dos 834 mil euros.

    Prémio de gestão é algo que deverá ficar de fora das comas de muitos administradores este ano - entre eles os do BCP. A equipa de Carlos Santos Ferreira não recebe qualquer remuneração variável desde 2007 e a decisão deverá manter-se pelo menos até que o banco regresse a uma situação financeira mais estável. Em média, cada um dos sete administradores terá recebido perto de 35 mil euros fixos, o que significa uma quebra de 27.5% *- em relação ao ano anterior.

    Na EDP, uma das raras empresas portuguesas que discriminam os salários individuais dos gestores de topo. António Mexia também sentiu a crise. O vencimento fixo manteve-se quase inalterado (49.051 euros por mês), mas a parte variável desceu de 600 mil para 571 mil euros.

    Na Brisa, e apesar dos bons resultados financeiros em 2008, a equipa de Vasco de Mello e os restantes directores da concessionária de auto-estradas também não serão aumentados este ano. No entanto, terão direito a prémios de gestão e a benefícios, como o equivalente a 10% da sua remuneração-base anual para criar um plano de pensões.

    Esta é uma prática comum em várias empresas. Na Galp Energia, por exemplo, os administradores executivos têm direito a um Plano Poupança Reforma (para o qual a companhia reserva o equivalente a 25% da sua remuneração anual) e têm ainda a possibilidade de receber até 0.5% dos lucros - algo que, no caso da gasolineira, não tem faltado nos últimos anos. Benefícios extra salariais a que se juntam as habituais regalias reservadas aos gestores de topo como carro, despesas de combustível, telefone e outras ajudas de custo.

    Mesmo em empresas públicas estes privilégios fazem parte dos pacotes salariais dos executivos. Na TAP, que anunciou uma redução de 10% nos salários da administração e a anulação dos prémios de gestão relativos ao ano passado, mantém-se uma série de benefícios, como carro, despesas com combustível (até um limite de 4 mil euros). Via Verde, estacionamento e telemóvel de serviço com limite máximo de gastos até 9 mil euros por ano.

    Também na Caixa Geral de Depósitos a administração tem direito a carro, cartão de crédito e telemóvel - só Faria de Oliveira, presidente do banco público, gastou 3029 euros em chamadas e SMS no último ano. Além disso, os gestores têm ainda direito a prémios e participação nos lucros do banco, os quais, no exercício de 2008, oscilaram entre 117 mil e 202 mil euros por administrador.

    Em televisão, não são os lucros da empresa que definem quanto é que uma actriz ou apresentador deve ganhar. Aqui, os salários medem-se pela popularidade - e a de Rita Pereira não tem parado de subir. À mesa das negociações com a TVI, a actriz de 27 anos foi participativa, mas nunca falou directamente de dinheiro. Nem precisava: ao lado tinha a sua agente, que negociou o aumento salarial com base nas audiências que ela gerava. Parecia-lhe insuficiente ganhar 4 mil euros líquidos por mês para fazer novelas de empreitada para a TVI - exactamente o mesmo que se paga a um actor de segunda linha do elenco. O entendimento só chegou ao fim de três reuniões, de uma hora cada, com Bernardo Bairrão, na altura o responsável máximo da produtora NBP (agora Plural).e José Eduardo Moniz, antigo director-geral da TVI.

    No fim, Rita Pereira duplicou o salário (para 8 mil euros) e conseguiu algumas regalias. Por exemplo, é das poucas actrizes que têm motorista particular da produtora para não adormecer ao volante com o desgaste das gravações (chega a gravar 37 cenas por dia. durante 12 horas). Em troca, aceitou ser uma estrela exclusiva da estação até 2011. Isso quer dizer que, nos períodos em que não faz novelas, recebe na mesma, embora metade do vencimento.

    No entanto, o contrato de 10 páginas, assinado à primeira versão, também tem restrições. Há cláusulas que proíbem Rita Pereira de divulgar os episódios das novelas, de falar dos cachês ou de alterar a imagem - não pode mudar de penteado a não ser por exigência da personagem. segundo apurou a Sábado junto de várias fontes próximas da actriz.

    Além da televisão, ganha dinheiro de outras formas. Por cada desfile de moda cobra 2750 euros; para ir a discotecas ou lojas de roupa e fazer sessões de autógrafos até duas horas pede 3 mil euros líquidos (um pouco mais do que os desfiles, porque implicam contacto com o público); nas campanhas de publicidade, a mais bem paga rendeu-lhe 90 mil euros.

    Este ano, não tem desperdiçado nenhuma oportunidade, com uma média de dois desfiles ou presenças na maioria dos fins-de-semana. Ao fim do mês, só com estes trabalhos, arrecada 24 mil euros, a somar aos 8 mil euros das telenovelas. Num mês mais produtivo, recebe 32 mil euros, fora as campanhas publicitárias, o que é 30 vezes mais do que ganha um operador de câmara ou assistente técnico que trabalhe na mesma produção que a actriz.

    Rita Pereira não fala destes temas, apenas diz que parte do dinheiro será investido na sua formação. "Quando terminar esta novela, tenciono fazer um intervalo de seis meses para estudar representação em Nova Iorque." Para já, vai regressar às telenovelas, com Meu Amor, onde surgirá ao lado de Alexandra Lencastre, que ganha mais do dobro de Rita Pereira: cerca de 20 mil euros líquidos por mês.

    Rita Pereira não é a única estrela que a TVI valoriza, Júlia Pinheiro, que desde o dia 14 de Setembro passado (na sequência da ida de José Eduardo Moniz para a Ongoing), acumula as funções de directora de Forma tacão de Conteúdos com as de apresentadora diária de As Tardes da Júlia, é outro bom exemplo. Mas o acréscimo de trabalho não se traduziu em aumento salarial, garante a própria á Sábado: "Não houve renegociação porque é um ano de crise."

    Segundo as estimativas de várias fontes. Júlia Pinheiro deverá receber cerca de 25 mil euros líquidos por mês, mais ajudas de custo, incluindo combustível. Confrontada com este valor. Júlia responde com uma gargalhada e limita-se a dizer: "Tenho uma remuneração Justa, sinto-me muito confortável."

    Na TVI, estes números não parecem aborrecer ninguém, porque Júlia Pinheiro dá o retomo com a liderança de audiências no horário do seu talkshow, das 14h às 17h. Já nos bastidores do programa, produzido externamente pela Skylight, há grande contenção de ordenados. A situação agravou-se em Fevereiro deste ano. Quando a equi pa técnica foi chamada pelo administrador da produtora ao estúdio (sem Júlia Pinheiro presente, porque só tem vinculo contratual à TVI) para dar a má noticia: a partir de Março, todos os profissionais, pagos a recibos verdes com dedução de 20% para I RS, iriam sofrer um cone de 10% no salário.

    Devido á crise, a TVI negociou uma redução de 15% no orçamento do programa As Tardes da Júlia. Com esta medida, os ordenados médios da equipa, que chega a trabalhar 14 horas por dia, passaram para 140oeuros brutos. "Quando ouvi falar destas situações, manifestei o meu desagrado", diz Júlia Pinheiro. Na SIC. o fenómeno chama-se Luciana Abreu. É exclusiva da estação e ganha 12.500 euros brutos por mês. Os pivôs de topo do canal dificilmente conseguirão um salário destes. Mário Crespo. Ana Lourenço e Pedro Mourinho ganham cerca de 4 mil euros líquidos por mês. Clara de Sousa está um pouco acima, com 4.500 euros. Os mais novos, que asseguram as madrugadas da SIC Noticias, recebem 800 euros sem direito a horas extraordinárias, feriados ou extras por trabalharem aos fins-de-semana.

    Se há restrições orçamentais na RTP, não se nota nos vencimentos da equipa de informação. A lista de remunerações brutas, referentes a Outubro de 2008, é liderada por José Alberto Carvalho (15.909 euros). Judite de Sousa (14.000 euros) e José Rodrigues dos Santos (14.644 euros). João Adelino Faria está num patamar mais baixo (9.700 euros), seguido pela pivô da RTP2 Alberta Marques Fernandes (5.500 euros).

    José Fragoso, director de programas, também ganha menos do que alguns pivôs (12.900 euros por mês) e Guilherme Costa, presidente do Conselho de Administração, só recebe mais 5 mil euros por mês. A diferença é que o gestor tem direito a vários extras, como plafond para telefone (gastou922 euros em 2008), carro e gastos de 2788 euros em combustível.

    Nos grandes clubes de futebol, estes valores parecem irrelevantes. No Benfica, o ranking dos mais bem pagos, referente a valores mensais líquidos aproximados, é liderado por Pablo Aimar (200 mil euros) e por Luisão (130 mil). Já Nuno Gomes, apesar da fama de futebolista milionário, só ganha cerca de 50 mil euros por mês, um salário, apesar de tudo, 10 vezes maior do que o de Miguel Vítor, que ganha 5 mil euros - o jogador está em início de carreira e tem um dos salários mais baixos do plantel. Na equipa de juniores, de onde saiu, recebia cerca de 1500 euros.

    No Sporting, as estimativas dos ordenados líquidos não andam muito longe. Liedson ganha 120 mil euros, o mesmo que João Moutinho.

    Dos três grandes clubes, o mais rentável é o FC Porto. Este ano terá recebido cerca de 50 milhões de euros só com a venda de três jogadores: Lisandro, Lucho (que ganhavam 100 mil euros mensais cada um) e Sissoko (que recebia 15 mil euros). Quem se mantém no clube não ultrapassará salários de 120 mil euros por mês (caso de Rodriguez e Helton), mas estes valores não incluem os prémios por objectivos, vitórias ou renovação de contrato.

    Pinto da Costa tem fortes razões, além da paixão clubista, para torcer pelas vitórias, pois a remuneração variável que o presidente do FC Porto e os restantes administradores recebem todos os anos depende dos títulos ganhos. E as contas já estão pré-definidas: se o clube for campeão nacional. Pinto da Costa receberá mais 75% do seu salário bruto anual; se a equipa se ficar pelo segundo ou terceiro lugares do campeonato nacional, receberá apenas 50%. Bom mesmo é se ganhar competições europeias: a conquista da Liga Europa significa 100% da remuneração anual (ou seja. ganha dois anos de salário numa época); a da Liga dos Campeões. 120%.

    Em nenhum caso. reforça o relatório da sociedade desportiva, as remunerações dos órgãos de administração dependem da cotação de acções ou de outra variável (além dos lucros) para serem calculados. Estimando um valor médio. Pinto da Costa deverá receber um vencimento mensal acima dos 22.555 euros por mês - mas entre salário fixo e remuneração variável do último ano, o presidente do FCP deverá receber o dobro.

    Fora do futebol, não há muitos salários milionários. Mas quem exerce medicina privada pode andar muito perto deles. Ê o que acontece, por exemplo, com profissionais de topo como João Lobo Antunes. O neurocirurgião ganha 47.857 euros brutos por mês: uma pequena parte vem do cargo de director de serviço no Hospital de Santa Maria, o restante da prática clínica e cirúrgica no hospital privado da CUF Infante Santo.

    O médico não esconde o que ganha. E, como conselheiro de Estado, está sujeito a apresentar as declarações de rendimentos no Tribunal Constitucional. Mas assegura á Sábado que trabalha 12 horas por dia com níveis de produtividade muito elevados; "Durante o último ano fiz 340 intervenções em clínica privada e mais de 4500 consultas privadas.

    O facto de ter um salário baixo no serviço público não o desmotiva. "Mantenho-me no hospital público porque para mim é muito importante fazer investigação, ensinar e treinar especialistas. Tenho a maior satisfação profissional em trabalhar no Santa Maria, a minha relação com a administração é exemplar e tenho muito orgulho nas pessoas que comigo trabalham a todos os níveis."

    Não serão os salários a mobilizar os dirigentes políticos. No CDS, por exemplo, o secretário-geral João Almeida recebe 3.500 euros brutos (como um deputado em exclusividade).

    Na administração pública, para chegar ao salário do dirigente político João Almeida, um quadro técnico precisaria de 140 e de cumprir à risca o estatuto de carreira; passar 10 anos em cada um dos 14escalóes,com uma avaliação de desempenho regular.

    Os gestores públicos também não estão imunes a problemas. No último ano receberam um total de 29,1 milhões de euros, mas a despesa com regalias e compensações, apesar do aumento do número de empresas avaliadas, sofreu um corte de 35%. Entre remunerações e outras regalias e compensações, cada gestor público em causa recebeu uma média de 5.622 euros por mês, menos 327 euros do que em 2007.

    Mais incertos c seguramente piores do que os ordenados dos políticos e gestores públicos são os dos funcionários temporários ou os dos que ocupam cargos com baixas qualificações. Um caixeiro num posto de abastecimento da Galp na zona de Cascais, por exemplo, foi recrutado por 450 euros por mês (o equivalente ao salário mínimo nacional) para receber pagamentos dos clientes e fazer serviço de cafetaria entre as 15h e as 24h. Os únicos extras a que tem direito são um abono de 25 euros para falhas e um prémio de assiduidade de 7% sobre o vencimento.

    "Até não seria mau de todo", comenta um funcionário da gasolineira, "se não fosse algo que pode acabar ao fim de seis meses, quando termina o contrato". E quando isso acontece, volta tudo á estaca zero.

    Como se apuraram os salários: António Mexia .Francisco Balsemão, Paulo Azevedo, Belmiro de Azevedo e Faria de Oliveira são dos poucos gestores portugueses que discriminam a sua remuneração individual enquanto presidentes de grandes bancos e empresas. Nos casos em que esses valores não foram individualizados, a SÁBADO fez uma estimativa dos vencimentos mensais com base em relatórios e contas e de governação corporativa e fontes ligadas às instituições e sectores. Para obter os salários de titulares de cargos públicos consultaram-se declarações de rendimentos entregues no Tribunal Constitucional. Nos restantes vencimentos, quando não divulgadas pelos próprios, foram obtidas junto de sindicatos, organismos públicos, supervisores, arquivo de imprensa e outras fontes próximas dos visados.
  1.  # 542

    Colocado por: oxelfeR (RIP)Boas,

    E que tal pensar um pouco ao contrário (nem que seja pelo menos um pouco)?

    - "A" toma uma decisão.
    - Todos alertam "A" que a decisão pode ter problemas "legais".
    - "A" prefere ignorar todos os alertas e seguir em frente.
    - Mais que seguir em frente, "A" sabe que a sua decisão tem um papel preponderante na sua estratégia (pelo que dizem).
    - A decisão de "A" é declarada "ilegal".
    - "A" fica indignadíssimo por a sua decisão ter sido declarada "ilegal" e faz um "pé-de-vento" por lhe estarem a estragar a estratégia.
    - Uma carrada de "opinion makers" tenta limpar a imagem de "A" desviando as atenções para outros lados.

    Definitivamente "A" é um bom gestor.
    Definitivamente "A" sabe prever e precaver-se de eventos imprevisíveis.
    Definitivamente anda alguém a tentar tramar "A".

    Tudo muito bem, nao fosse a fundamentação do acórdão (mas espantosa é a entrevista do presidente do Tc .... Fiquei de boca aberta..).

    Em todo o caso, vamos acabar por perceber que é inconstitucional nao haver dinheiro para o Estado..
    • jpvng
    • 14 julho 2012 editado

     # 543

    Soube hoje...
    Miguel relvas abdicou da reforma temporariamente para exercer as actuais funções governativas..


    !!!!!!! ?????????

    2800 euros mensais de reforma devido a 12 anos de actividade/cargo politica!!!!!!

    Mas que **** é esta?? andam ai alguns iluminados a dar liçoezinhas de moral sobre o motivo pelo qual não produzimos o suficiente para sustentar o estado e continuamos a permitir estas ****? que se lixe esta ****.
    12 anos já esta reformado? um tipo daqueles?? um jotinha?

    Os senhores do TC devem de ser burros. (espero que percebam a ironia)
  2.  # 544

    Boas,

    Colocado por: luisvvEm todo o caso, vamos acabar por perceber que é inconstitucional nao haver dinheiro para o Estado..


    Já sei que para ti as regras só são para cumprir quando te dá jeito, quando não te dá jeito não se cumprem e alteram-se.
    (e isto não é nenhum juízo de valor sobre o acórdão)

    Mas assim até tudo seria mais fácil, olha várias soluções:
    - Não há dinheiro? Deixa-se de criminalizar o assassínio: em 6 meses portugal passa a ter somente 5 milhões de habitantes.
    - Não há dinheiro? Quem não souber o hino nacional deve ser imediatamente deportado para a Sibéria: em 6 meses portugal passa a ter somente 5 milhões de habitantes.
    - Não há dinheiro? Altera-se o salário mínimo para uma sopa/dia.
    - Não há dinheiro? Expropria-se todas as casas de luxo à beira mar e vende-se aos chineses a metade do preço.
    - Não há dinheiro? Acaba-se com tudo o que é regra e lei e fazemos de portugal o novo farwest.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: jpvng, afonsoh
  3.  # 545

    Para quem nao viu...vale a pena ver e entender um pouco melhor o estado portugues

    http://www.youtube.com/watch?v=WOrv8IH1ZB0&feature=player_embedded#!
  4.  # 546

    Já sei que para ti as regras só são para cumprir quando te dá jeito, quando não te dá jeito não se cumprem e alteram-se.
    (e isto não é nenhum juízo de valor sobre o acórdão)

    As regras são para cumprir, quando acordadas livremente.
    No caso de uma constituição, e desta especificamente, estamos perante a demonstração da sua absoluta inutilidade, na melhor das hipóteses:
    Uma constituição que só permite contratar e aumentar ordenados só pode levar a falência.
  5.  # 547

    Colocado por: oxelfeR (RIP)Já sei que para ti as regras só são para cumprir quando te dá jeito, quando não te dá jeito não se cumprem e alteram-se.
    (e isto não é nenhum juízo de valor sobre o acórdão)

    Mas assim até tudo seria mais fácil, olha várias soluções:
    - Não há dinheiro? Deixa-se de criminalizar o assassínio: em 6 meses portugal passa a ter somente 5 milhões de habitantes.
    - Não há dinheiro? Quem não souber o hino nacional deve ser imediatamente deportado para a Sibéria: em 6 meses portugal passa a ter somente 5 milhões de habitantes.
    - Não há dinheiro? Altera-se o salário mínimo para uma sopa/dia.
    - Não há dinheiro? Expropria-se todas as casas de luxo à beira mar e vende-se aos chineses a metade do preço.
    - Não há dinheiro? Acaba-se com tudo o que é regra e lei e fazemos de portugal o novo farwest.

    Não é uma questão de violar regras, muito menos leis penais. A questão que se deve pôr relativamente à constituição é que, querendo ser garantista e protectora dos cidadãos, contém artigos que por bem intencionados que sejam, são completamente irrealistas, como por exemplo, emprego para todos, salário digno para todos, casa digna para todos, saúde para todos etc., etc. Os constituintes esqueceram-se foi de mencionar na constituição onde ir buscar o dinheiro.
    Concordam com este comentário: afonsoh
  6.  # 548

    Boas,

    Colocado por: luisvvAs regras são para cumprir, quando acordadas livremente.


    Tipo os cortes dos subsídios?


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  7.  # 549

    Boas,

    É assim tão difícil de entender?

    Alguém tentou, mesmo que avisado, contornar as regras estabelecidas para Portugal.
    Alguém fez o seu papel bem ou mal mediante as regras estabelecidas para Portugal.


    Mais uma vez a "urgência" ou a realidade:
    - Eu estou com fome! Posso roubar para comer?
    - Eu não tenho casa e estou a morrer de frio na rua! Posso entrar em tua casa e ocupar um quarto que nem sequer usas?


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  8.  # 550

    Boas,

    Colocado por: J.Fernandessão completamente irrealistas, como por exemplo, emprego para todos, salário digno para todos, casa digna para todos, saúde para todos etc., etc.


    Que bom saber que os liberais consideram que nem todos podem ter:
    - emprego
    - salário digno
    - casa digna
    - saúde

    Eles que até nos andam fartos de tentar convencer que sem estado e com a santa concorrência iríamos ter isso tudo e mais um par de botas.
    Afinal acham irreal ...

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: jpvng
  9.  # 551

    Colocado por: luisvvAs regras são para cumprir, quando acordadas livremente.

    E as que nos são impostas pelo Estado também têm de ser cumpridas.
    Regras são uma coisa, tentar garantir emprego, casa e roupa lavada através de leis, é outra, que não tem cabimento nenhum.
  10.  # 552

    Boas,

    Colocado por: J.FernandesE as que nos são impostas pelo Estado também têm de ser cumpridas.


    Então onde está o teu problema?

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  11.  # 553

    Colocado por: oxelfeR (RIP)Que bom saber que os liberais consideram que nem todos podem ter:
    - emprego
    - salário digno
    - casa digna
    - saúde

    Eu não me considero liberal, mas que nem todos têm esses requisitos, nem vão ter, seja qual for o regime político em que se viva, é para mim uma evidência.
  12.  # 554

    Impressionante o facto de quase 150 anos depois nada ter mudado....
      100 anos antes de eu nascer.jpg
    • jpvng
    • 15 julho 2012 editado

     # 555

    é por isso que somos todos culpados. Mesmo os tentam mudar alguma coisa. é preciso sair deste circulo.


    Nome: pedro passos coelho
    morada: rua da milharada - massamá
    (atualmente: são bento)
    data de nascimento: 24 de julho de 1964
    formação académica: licenciatura em economia - universidade lusíada
    (concluída em 2001, com 37 anos de idade)

    percurso profissional: até 2004, apenas actividade partidária na jsd e psd;
    a partir de 2004 (com 40 anos de idade) passou a desempenhar vários cargos em empresas do amigo e companheiro de partido, engº ângelo correia, de quem foi diligente e dedicado 'moço-de-fretes',
    tais como:

    (2007-2009) administrador executivo da fomentinvest, sgps, sa;
    (2007-2009) presidente da hlc tejo,sa;
    (2007-2009) administrador executivo da fomentinvest;
    (2007-2009) administrador não executivo da ecoambiente,sa;
    (2005-2009) presidente da ribtejo, sa;
    (2005-2007) administrador não executivo da tecnidata sgps;
    (2005-2007) administrador não executivo da adtech, sa;
    (2004-2006) director financeiro da fomentinvest,sgps,sa;
    (2004-2009) administrador delegado da tejo ambiente, sa;
    (2004-2006) administrador financeiro da hlc tejo,sa.

    Este é o "magnífico" cv do homem que 'teoricamente' governa este país! Um homem que nunca soube o que era trabalhar até aos 37 anos de idade! Um homem que, mesmo sem ocupação profissional, só conseguiu terminar a licenciatura (numa universidade privada...) com 37 anos de idade!

    Mais: um homem que, mesmo sem experiência de vida e de trabalho, conseguiu logo obter emprego como administrador... Em empresas de ângelo correia, "barão" do psd e seu tutor e patrão político!... E que nesse universo continua a exercer funções!...

    é este o homem que fala de "esforço" na vida e de "mérito"!
    é este o homem que pretende dar lições de vida a milhares de trabalhadores deste país que nunca chegarão a administradores de empresa alguma, mas que labutam arduamente há muitos e muitos anos nas suas empresas, ganhando ordenados de miséria!

    é este o homem que, em tom moralista, fala de "boys" e de "compadrios", logo ele que, como se comprova, não precisou de "favores" de ninguém... Para arranjar emprego!...
    Edificante... Não é?...
    Diga lá... Dava emprego (que não fosse o de 'moço-de-recados') a alguém com esta 'folha de serviços'?
    Pois é...
    Depois do seu brilhante e quase igual antecessor,
    portugal depressa se enterrá no 'guano'!...
    Aliás,
    este portugal tem sido mesmo um "guano"
    algum de vós dava emprego (não estou a falar de trabalho...) a alguém com esta"carreira de vida" (curriculum vitae [cv])!?...

    Oh sorte malvada !!!... Com esta gentalha e seus antecessores próximos e mais afastados ... Já estou como dizia o outro ...
    " pôrra, tamos fêtos ao bife "...

    Nota: retirado da net...Fonte a confirmar.
  13.  # 556

  14.  # 557

    Agora que tenho um bocadinho de tempo e um teclado de jeito:

    Já sei que para ti as regras só são para cumprir quando te dá jeito, quando não te dá jeito não se cumprem e alteram-se.
    (e isto não é nenhum juízo de valor sobre o acórdão)

    As regras são de facto para cumprir, quando acordadas livremente entre partes, mas não vale a pena entrar por aí.
    Podemos por momentos esquecer o ideal, e centrarmo-nos no real: temos leis que atribuem direitos de vária ordem, mas que podemos separar grosseiramente (sem estabelecer aqui uma relação rigorosa com as definições filosóficas) em :

    a) Direitos naturais ou negativos;
    b) Direitos positivos;

    Exemplo de a), o direito à vida, e a liberdade. Exemplo de b), qualquer uma das inúmeras patranhas da nossa constituição.
    Os "direitos" do tipo b) dependem tipicamente de intervenção do Estado, via financiamentos, subsídios, garantias, etc. São direitos menores ou subordinados, no sentido de que dependem de disponibilidades financeiras. O facto de serem constitucionalmente garantidos não os liberta desse constrangimento: sem forma de os financiar, não existem.

    Se alguns dos exemplos oxelferianos são propositadamente anedóticos, nem por isso deixam de salientar evidências.

    Mas assim até tudo seria mais fácil, olha várias soluções: - Não há dinheiro? Deixa-se de criminalizar o assassínio: em 6 meses portugal passa a ter somente 5 milhões de habitantes.


    - Não há dinheiro? Quem não souber o hino nacional deve ser imediatamente deportado para a Sibéria: em 6 meses portugal passa a ter somente 5 milhões de habitantes.


    - Não há dinheiro? Altera-se o salário mínimo para uma sopa/dia.


    - Não há dinheiro? Expropria-se todas as casas de luxo à beira mar e vende-se aos chineses a metade do preço.


    - Não há dinheiro? Acaba-se com tudo o que é regra e lei e fazemos de portugal o novo farwest.


    Não tenha qualquer dúvida: sem dinheiro, não há palhaço. Pode ter as leis que quiser, pode até estabelecer taxas de IRS de 60 e 70%. As pessoas não pagam, e pronto. Como qualquer parasita, o Estado só sobrevive enquanto puder sugar o sangue do hospedeiro. Quando suga demais e o hospedeiro adoece, o parasita pode continuar a alimentar-se, mas por pouco tempo. Pode até reclamar que o hospedeiro não está a alimentar-se devidamente, mas aí já é tarde: a vida do parasita c'e finita.
    Concordam com este comentário: afonsoh
    • jpvng
    • 16 julho 2012 editado

     # 558

    os relvas e companhias continuam a levar reformas de 2800 euros por 14 anos de trabalho (?).

    Afinal parece que não são 14 mas sim por 12 anos de trabalho (?)

    Com 51 anos...com aquele "cabedal" em vez de ir trabalhar já esta reformado...2800 euros... 560 contos!!!!!!! ahahahahah

    http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2012/07/14/miguel-relvas-suspendeu-pensao-de-2800-euros-por-mes-quando-entrou-para-o-governo
  15.  # 559

    Aos desgraçados que são e estão a ser despedidos vão dar 8 dias de trabalho de indemnização por mês... ate 12 anos..olha...aqui bate certo!
  16.  # 560

    Boas,


    A fronteira da escravatura
    Os valores da sociedade portuguesa estão a mudar. Para melhor? O futuro é sempre melhor que o passado. Mas há fases no presente em que os valores parecem ter regressado a passados de trevas. Hoje já confundimos direitos que conquistámos quando abolimos a escravatura com o dever de praticar a caridade.


    Na semana passada chegou ao espaço mediático a notícia sobre as condições em que estavam a viver cerca de 50 pessoas que trabalhavam para a Opway e a Somague na construção do centro de dados da PT na Covilhã. Começou no "Jornal do Fundão" e chegou a uma reportagem na SIC Notícias. Aquilo, não se queria acreditar, estava a passar-se em Portugal. Abandonados num armazém sem água, nem luz, nem condições sanitárias. Trabalhadores, boa parte imigrantes, a trabalharem para um empresa subcontratada por duas construtoras de referência que estavam ao serviço de uma das mais importantes companhias portuguesas cotadas em bolsa. Todas elas, Opway, Somague e PT têm vastos relatórios sobre sustentatibilidade e discursos sobre a responsabilidade social. Nenhuma se considerou realmente responsável pelas condições que estavam a dar a quem trabalhava para elas, ainda que por via de um subempreiteiro.

    Há alguns anos que nos vamos habituando à falta de ética nas empresas. Um défice de ética que as empresas na Europa como nos Estados Unidos foram corrigindo com relatórios em cima de relatórios sobre sustentabilidade e responsabilidade social que são basicamente "papas e bolos para enganar tolos" ou asas de anjos com sombra de demónio, como uma vez tão bem retratou a revista "The Economist". As mais recentes revelações sobre o comportamento do Barclays e, suspeita-se, de outros bancos, na fixação da Libor, taxas de juro determinantes para o custo do crédito de empresas e famílias, revelou mais uma vez que a ética corporativa anda pelas ruas da amargura, para não se dizer que a indignidade tomou conta do poder nas empresas.

    Que as empresas, da banca às telecomunicações, da construção à industria de vestuário, vivem tempos em que a ganância dita a queda de todos os valores já todos estamos mais ou menos habituados. Maus hábitos, é verdade, mas já não nos surpreendem.

    O que não sabíamos é que cada um de nós, individualmente, também já estava contagiado. Que cada um de nós também já tinha deixado cair valores ganhos desde o tempo em que caiu a escravatura e, mais tarde, os sindicatos estabeleceram fronteiras de humanização do trabalho.

    A história dos trabalhadores da Covilhã, a viverem num armazém, foi chocante por aquilo que se é capaz de fazer para ganhar uma margem no negócio. Mas foi mais chocante ainda pela imagem que deu da sociedade indiferente em que nos transformámos.

    A primeira reacção às condições degradantes de vida daquelas pessoas foi contactar o Ministério da Solidariedade Social como se de um caso de caridade se tratasse. Há uns anos, não muitos, o sítio onde todos nós buscaríamos uma resposta seria no Ministério do Trabalho, mais concretamente na Inspecção Geral do Trabalho. E a Opway, a Somague e a própria PT teriam muito que explicar, não se desculpando com subempreitadas ou com empregos que vão criar.

    Houve também um tempo, na escravatura e nos primeiros tempos da revolução industrial, em que o medo fez com que tudo se aguentasse. Até ao dia em que se perdeu o medo. O que é mais aterrador na actual crise é a impossibilidade de qualquer sociedade europeia aguentar a degradação de valores que as lideranças querem impor para ultrapassar os actuais problemas.
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=568509&pn=1



    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: jpvng
 
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