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  1.  # 1

    Sábado de manhã, atrasada para o cabeleireiro (casamento de sobrinho oblige) por mor do neo-pandemónio do Marquês que me fez andar meia hora à procura de estacionamento, falha-me uma canadiana, estatelo-me e fico sentada no passeio de boca aberta a olhar para o punho da canadiana a 5cm do chão em vez da altura que manda a praxe para que eu possa apoiar o meu peso: em vez de uma peça inteira de metal moldada e recoberta a plástico, ou mesmo de uma peça de plástico inteira moldada enfiada profundamente numa vara de metal, o punho da canadiana made in China é uma peça de plástico, fixa por UM ÚNICO rebite à vara de metal, em que o peso do utilizador se apoia em consola... até que abra de alto abaixo de um lado e doutro do rebite, como tinha acabado de acontecer.

    Reparar uma peça de plástico rasgada??? Apanhar um táxi para procurar comprar uma canadiana até à 1h? E o cabeleireiro? E como é que vou dali até ao táxi? Chamar a
    cavalaria (que até nem andaria por longe, apesar de muito atarefada com os preparativos do casamento)?

    O tempo de pensar isto tudo e aparece vindo da esquina um homem de fato-macaco que pergunta se eu preciso de ajuda e, enquanto eu lhe mostro a desgraça, aparece um segundo e em coro afirmam que são canalizadores e me resolvem já o problema. Breve conciliábulo: mais uns parafusos nem pensar, braçadeiras é que é. Desaparecem com a canadiana e eu, pouco confiante, começo a procurar a cavalaria. Nem tive tempo de a encontrar. Reaparecem triunfantes com a peça de plástico fixada à haste de metal por 6 braçadeiras de plástico, que 3 dias e um casamento depois ainda não rebentaram.

    Em que país do mundo é que 2 canalizadores 1) saltam do carro para ajudar uma pessoa que caiu na rua; 2) utilizam o material do seu ofício para reparar uma ajuda técnica cuja venda devia ser proibida nas casas da especialidade?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: j cardoso, Sergio Rodrigues, DEEPblue
  2.  # 2

    O facto de ser made in china não é obrigatoriamente sinonimo de má qualidade, já o facto de o punho ser apenas fixo por um simples rebite poderá indicar algum facilitismo na concepção de todo o conjunto.
    Confesso que não percebo nada de canadianas, mas estariam estas ainda dentro do limite expectável de utilização?
    São as canadianas concebidas em função do peso do utilizador?
  3.  # 3

    picheleiros ao poder!!! =)
    Concordam com este comentário: lobito
  4.  # 4

    Tem toda a razão. O "made in China" era perfeitamente escusado. A cheap shot, como dizem os americanos.

    Já a qualidade destas canadianas em especial... Têm um par de meses. Eu sabia que elas eram frágeis na zona que segura o antebraço. Ao contrário do que é meu costume, resolvi comprar umas em que a distância entre o punho e esse arco que segura o antebraço é ajustável porque, neste mundo standardizado, se não for ajustável só existe uma medida única que não me convém muito. Mas, claro, quanto mais peças a mexer, pior. Além disso, aí via-se perfeitamente a tal concepção peça-de-plástico-fixada-com-um-rebite-de-metal que eu nunca imaginei ver reproduzida no ponto onde o peso da pessoa assenta.

    As canadianas são normalmente adaptadas ao peso do utilizador mas isso só tem importância lá para os 90kg, 120kg, etc, o que não é o meu caso.

    De qualquer forma já tive dezenas de canadianas diferentes e sei, ou pensava saber, exactamente onde vão partir, se for o caso. E quais as que não partem nem à mão de Deus Padre (as tais não ajustáveis, com o mínimo de peças possível). Costumo até tirar-lhes o cano de dentro (que desliza dentro do de fora para ajustar à altura do utilizador) para 1) terem menos peças, logo menos pontos de vulnerabilidade; 2) ficarem mais leves.

    E depois desta lição magistral sobre canadianas, só me resta dizer-vos que nunca comprem das que são muito populares em Portugal, com um arco articulado e bastante fechado à volta do braço. Parecem muito cómodas porque não estão sempre a cair. Mas quando se dá um tombo, a última coisa que se quer é ter uma canadiana amarrada a um braço em vez de ir parar o mais longe possível dos nossos delicados membros.
  5.  # 5

    Colocado por: lobito
    E depois desta lição magistral sobre canadianas, só me resta dizer-vos que nunca comprem das que são muito populares em Portugal, com um arco articulado e bastante fechado à volta do braço. Parecem muito cómodas porque não estão sempre a cair. Mas quando se dá um tombo, a última coisa que se quer é ter uma canadiana amarrada a um braço em vez de ir parar o mais longe possível dos nossos delicados membros.


    Ora aqui está uma excelente dica de segurança sobre canadianas
  6.  # 6

    Tem tudo para agradar ao gajo da segurança ;-)
  7.  # 7

    Colocado por: lobitoTem tudo para agradar ao gajo da segurança ;-)

    Claro que tem :)))
    Tirando o incomodo de se ter estatelado no chão dà-me gojo a analise de acidentes suas causas e consequências. Se com a "desgraça" de uns puder ajudar outros já fico satisfeito
    •  
      alv
    • 17 setembro 2012

     # 8

    Vivam!
    Lobito, disponha da minha modesta arte de tentar consertar coisas e numa passagem pelo meu burgo, sobranceira à cidade com uma qualquer coisa que aconchegue a alma e o corpo, e posso tentar consertar, adaptar, quem sabe fazer alguma coisa de diferente nas suas ajudas na minha oficina. Sabe do gozo que isso me daria... Aquele abraço especial!
    "Fassam" parte.
  8.  # 9

    Pronto!
    Para além de umas canadianas novas ainda vai ter um kit para ralar batatas, um conjunto de faróis de nevoeiro, um mata vacas e um gps activado apenas com o movimento das pestanas
  9.  # 10

    Durante todo o tempo que trabalhei em laboratórios sempre usei as oficinas deles para substituir uns parafusos de rosca moída, limar não sei quê, soldar qualquer coisita... :-)

    Mas o facto é que, embora tenha havido grandes avanços nas próteses, as ortóteses e afins ficaram paradas no tempo. E, ao que parece são agora piores do que eram: um técnico dizia-me um dia destes que lhe apareciam pessoas com aparelhos com 20 anos (presume-se que durem 5, tipicamente) porque a qualidade das peças era muito melhor do que as de agora.
  10.  # 11

    Colocado por: zedasilvaPronto!
    Para além de umas canadianas novas ainda vai ter um kit para ralar batatas, um conjunto de faróis de nevoeiro, um mata vacas e um gps activado apenas com o movimento das pestanas


    Já dei umas gargalhadas com esta tirada, desculpem o off topic.
  11.  # 12

    O GPS parece-me muito útil.
    •  
      alv
    • 18 setembro 2012

     # 13

    Vivam!
    Mais útil o mata vacas. Com o que para aí anda nunca se sabe como é interessante mantê-las afastadas do nosso corpo.
    "Fassam" parte.
  12.  # 14

    Também não está mal pensado. Rosbife... Mmmmm....
  13.  # 15

    Ah, já me ia esqucendo.

    Sem desprimor, como se diz nas casas de fado, dedico esta história verdadeira ao Trolha/Aprendiz/Dogma, etc, o melhor e mais chato picheleiro deste mundo e arredores.
  14.  # 16

    Colocado por: lobitoAh, já me ia esqucendo.

    Sem desprimor, como se diz nas casas de fado, dedico esta história verdadeira ao Trolha/Aprendiz/Dogma, etc, o melhor e mais chato picheleiro deste mundo e arredores.


    não diga isso secalhar ate foi ele que lhe meteu os parafusos na canadianas
    •  
      FD
    • 18 setembro 2012

     # 17

    E além da canadiana, houve mazelas?
  15.  # 18

    Não, não foi o Trolha mas podia ter sido :-) E se fosse, aposto que a canadiana se desfazia toda antes das braçadeiras dele!

    Não, não houve mazelas. A vantagem dos profissionais em relação aos amadores é a técnica e a tarimba: dar um trambolhão de canadianas e magoar-se é coisa de maçarico :-)
  16.  # 19

    Vê-se que as braçadeiras de cima já saíram porque não tinham espaço. Mas as outras estão de pedra e cal.
      2012-09-18 08.49.14.jpg
 
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