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  1. Colocado por: ErdnaxelaAcho que este Sr. Garoux era gajo pra tirar o país da banca rota... Alguém lhe pode indicar o contacto do Coelho sff!
    Concordam com este comentário:jpvng,jpereira


    poh vamos dar umas vergas nesse gajo agora , é assim na minha terra que se diz ahahahaah

    Força Portugal , Povo Português lutem pelos nossos direitos para sermos um povo digno de ser olhado pelo mundo
    coelho pá rua mario soares e cavaco pro caixão
    com eles todos os ministros e juizes também
    rua rua rua filhos de put... ladrões , comilões , chulos , ordinários porque porcos é uma ofensa ao pobre animal ... vão para a escola burros ... cambada de inúteis inúteis , 35 anos de inúteis chulos cabrões inúteis

    vendem os carros do governo , retirem os cartões de credito , telefones , jantares , viagens , subsídios , chulos de Portugal ... isto ainda nem começou e é um tolo que está a falar daqui a dias vamos ver as coisas bem diferentes ... ainda não temos um líder mas quando houver isto vai doer a muita gente ... lembrem-se que o povo Português cresceu com sangue na espada e nas mãos ... está no sangue do Português ... não vale a pena não incentivar a violência quem a pede e a provoca é o governo ... fujam cobardes fujam como fugiu o Sócrates ou nem a segurança reforçada irá dar para cobrir o que estão a provocar ...
  2. Colocado por: jpvnghttp://economico.sapo.pt/noticias/ministro-quer-voltar-a-baixar-indemnizacoes-por-despedimento_152502.html

    extremistas...

    bem digo que é preciso cuidado.


    esta medida é ótima para o pobre , é lixada para quem ganha muito ... repare pobre que é pobre lol não perde nada ahahahaha é despedido e pronto... já quem tem brutos salários recebe bem e que não é preciso na empresa porque por menos dinheiro se tem o mesmo feito na empresa é mais fácil deixar de ser um peso morto e um fundo do poço que leva a falência de muitas pequenas empresas ... até nem é uma má medida atendendo que surtirá um efeito rápido na economia das pequenas empresas pela positiva ...
  3. Por estas e por outras é que sou cada vez mais revoltado contra chulos políticos que continuam a permitir estas situações.
    • luisvv
    • 25 setembro 2012 editado
    Pedagogia, da boa. Serviço público a sério:
    http://blasfemias.net/2012/09/25/o-jose-vitor-existe-mesmo/
    O José Vitor existe mesmo?
    (..)
    José Vitor Malheiros escreve um artigo no Público de hoje, intitulado “A Dívida Existe Mesmo?”

    Esse artigo alinha com uma série de opiniões correntes, infelizmente muito usuais na nossa imprensa, de que não se sabe o que nos trouxe aqui, que não se sabe para que serviu a dívida, que há um secretismo opaco em todos estes processos. A maior parte da opinião publicada que versa temas económicos é muito pouco fundamentada e este artigo de JVM é apenas mais um exemplo da iliteracia generalizada que grassa pela imprensa. Algumas passagens do artigo:

    “Há uns anos, começámos a ouvir falar do volume excessivo de dívida pública (que hoje rondará os 124% do PIB) e disseram-nos que precisávamos de a pagar urgentemente.”
    Quem disse? O que ouvimos na última década de gente ajuizada é que o caminho teria que mudar rapidamente, para não falirmos. Infelizmente, quem falou não foi ouvido. O José Vítor não fará a mais pequena ideia, mas pagar a dívida pública urgentemente é impossível. Para a pagar em 10 anos, precisávamos de um superavit de 12,5% ao ano. Para a pagar em 20, precisávamos de 6 e qualquer coisa por cento. Estamos muito longe de a poder pagar “urgentemente”. O que está em causa é, tão só, fazer com que a dívida não engorde mais e para isso, precisamos de conseguir atingir uma meta extremamente difícil: défice zero.

    Quando a dívida pública deixar de crescer, arriscamo-nos a, talvez, conseguir gerir a dívida, como dizia um anterior primeiro-ministro de má memória. Isto se os nossos credores acreditarem que ganhámos juízo e se governo e oposição tiverem discursos coerentes. Para reduzir o volume de endividamento para valores mais aceitáveis, qualquer que seja a redução, também precisamos de superavits – ou de muito crescimento, o que não acontecerá sem baixar impostos, o que implica cortar ainda mais na despesa pública. Como ninguém (excepto a troika) está disposto a emprestar-nos dinheiro a juros suportáveis, não há alternativa. Ou tapamos o buraco do défice, ou já fomos.

    “Tínhamos vivido acima das nossas possibilidades, disseram-nos”.
    Não sei se percebeu bem o que lhe disseram, mas quem viveu acima das possibilidades dos contribuintes foi o Estado. Por isso se endividou, todos os anos cada vez mais, porque gastou sempre mais do que recolhia de taxas e impostos.

    “O Governo de Passos Coelho, quebrando as promessas eleitorais, pôs fim aos subsídios de férias e Natal com impostos extraordinários, cortou os nossos salários com aumentos de IRS, cortou subsídios e pensões Tudo isto, recorde-se, para reduzir nossa dívida, que gerava défices insustentáveis, já que para pagar mensalidades dos empréstimos antigos se contraíam novos empréstimos a juros mais elevados.”


    Sim, Passos Coelho mentiu na campanha eleitoral, mas mentiu menos que todos os restantes candidatos que prometeram, todos, mundos ainda melhores. Mas nada disto, infelizmente, foi para reduzir a nossa dívida. Apenas para tentar que ela cresça mais lentamente. Não é a nossa dívida que gera défices insustentáveis. São os défices insustentáveis que geram dívida. Enquanto houver défice, a dívida cresce. É verdadeiramente inacreditável que tanta gente aparentemente bem formada e tantos jornalistas pretensamente bem informados ainda não tenham compreendido que a divida pública é, basicamente, o somatório dos défices dos anos anteriores.

    “Foi em nome do pagamento dessa dívida que nos foram impostos sacrifícios e que se foi sacrificando o Estado Social”.

    Não foi nada, José. Foi porque se acabou o dinheiro e já ninguém nos empresta mais, porque os investidores que iam cobrindo todos os anos o défice do estado com empréstimos começaram a não acreditar que Portugal possa pagar. Foi por não haver dinheiro para suportar o custo do estado que nos foram impostos sacrifícios. Nunca foi para pagar dívida. O acordo com a troika negociado pelo anterior governo nunca chegava a apresentar superavit. Terminava com um défice de 3% – o que significa que nesse último ano do acordo, o problema ainda não estaria resolvido e a dívida pública continuaria a aumentar.

    Aponte José Vítor (em bold e sublinhado para que nunca se esqueça): a Dívida Pública de um ano é a Dívida Pública do ano anterior mais o défice do ano corrente. Sim, há outras coisinhas, mas não quero confundir-lhe a cabeça. Esta definição serve para começar.

    Todos as frases que JVM escreve de seguida e que começam com “É em nome do pagamento dessa dívida…” estão erradas. Não é nada em nome do pagamento dessa dívida. É por não haver mais dinheiro. Só. Porque acabou. Porque não há mais.

    Depois, vem a parte mais interessante desta crónica. Aquela em faz muitas perguntas. Imbuídos de um espírito evangelizador, tentemos ajudar o José Vitor.

    P: “Mas que dívida é esta?”
    R: É, grosso modo, o défice acumulado dos últimos 38 anos.

    P: “Para começar, quanto devemos exatamente e a quem?”

    R: Em 31 de Dezembro de 2011, devíamos cerca de 180.000 milhões de euros. Devemos aos detentores de títulos de dívida pública e aos bancos que emprestaram diretamente às empresas públicas, câmaras municipais e governos regionais. No final do programa da ajustamento em curso, parte desta dívida que existia em Junho de 2011 é substituída pelo empréstimo da Troika, que totalizará 78.000 milhões de euros. Este montante, é aproximadamente equivalente ao valor das OTs que vencem durante o período de intervenção e que só poderiam ser renovadas a custos muito elevados, mais o défice estimado para 2011 a 2013.

    P: “Alguém já viu a lista das dívidas.”
    R: Sim. Muita gente. Todos os que olham para as contas públicas. Pode ir ao site do IGCP para mais informações sobre títulos do estado, aos orçamentos municipais para ver quanto deve cada câmara e aos Relatórios e Contas dos Institutos e empresas públicas para ver o que resta desse lado. Os totais estão no Pordata.

    P: “Quem a certificou? Quem a auditou?”
    R: O Tribunal de Contas audita as contas públicas. A dívida é apenas o défice acumulado de cada ano, pelo que a pergunta demonstra alguma incompreensão do modo como estes conceitos se interligam.


    P: “Quem são os credores?”
    R: Ver atrás. Os detentores de obrigações do estado são principalmente bancos e fundos. Antes da crise, uma parte significativa estava em fundos de pensões estrangeiros – típicos clientes de títulos de dívidas soberanas. Depois, quando o risco começou a aumentar e os ratings começaram a baixar, a dívida foi impingida a bancos e fundos portugueses, entre eles fundos do próprio estado, como o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e os fundos de Poupança Reforma de muitos bancos e sociedades financeiras. As OTs são livremente transacionadas no mercado, pelo que estão à disposição de qualquer investidor. Não têm nome na capa, embora a maior parte publique as suas carteiras de títulos pelo que podemos ver quanto detém cada fundo. De acordo com o Banco de Portugal, em 30 de Junho de 2012 a banca portuguesa detinha um valor superior a 33 mil milhões de euros de títulos de dívida pública nacional com maturidade superior a um ano. No caso da dívida directa à banca, os credores são em grande parte portugueses, com BCP, BES e CGD à cabeça.

    P: “E devemos de quê?”
    R: Dos défices José. Dos défices. Dos défices. Dos défices. Escreva 100 vezes, por favor.

    P: “O que comprámos?”
    R: O estado compra muitas coisas. Por exemplo, em 2010 gastou 88,5 mil milhões de euros. Como só teve de receitas 71,5 mil milhões, pediu emprestado 17 mil milhões. Principalmente, compra trabalho – cerca de 21.000 milhões são salários de funcionários públicos – paga pensões e faz aquilo a que chama investimentos. Também faz muitas transferências de verbas para muitos sítios: Regiões autónomas, municípios, fundações, empresas públicas e todos os milhares de institutos e organismos que por aí pululam. Os orçamentos do estado têm páginas e páginas de tabelas de organismos e instituições que recebem dinheiros do estado. Veja aqui, por exemplo, para 2010. Mas se pergunta o que comprámos com a dívida, a resposta é simples: comprámos o défice. O défice. O défice. O défice. (Escrever 500 vezes, por favor)

    P: “O que pedimos emprestado?”
    R: Em cada ano, o valor do défice menos eventuais ganhos de privatizações. Vamos lá outra vez: O défice. O défice. O défice. Escrever 1000 vezes.

    P: “Em que condições?”
    R: No caso de emissões de dívida pública, nas condições do mercado a cada momento. Se houver muita procura, pelos nossos títulos de dívida, os preços – o juro – baixam. Aquilo que se chamava ataques especulativos eram tão somente investidores a deixar de comprar dívida portuguesa e outros receosos a aceitarem apenas juros mais altos. Não era um ataque. Era uma defesa. Menos procura, maior risco, preço mais alto. Ultimamente, financiamo-nos apenas nas condições da troika, excepto para pequenas emissões de prazos mais curtos. No caso dos empréstimos bancários, nas condições negociadas com os bancos, habitualmente a custos muito inferiores ao resto da economia.


    P: “Quando?”
    R: Todos os anos, várias vezes. O estado pede não apenas o montante do défice, mas também montantes equivalentes às amortizações de cada ano, para substituir a dívida que vai vencendo.

    P: “Quem pediu?”
    R: O Estado, habitualmente através do Instituto de Gestão de Dívida Pública. O governo, via acordo com a troika. Ou as Câmaras e organismos públicas em negociação directa com bancos.

    P: “Quem recebeu?”
    R: O Estado, as câmaras, as empresas públicas. Grande parte foi obra do último governo. Veja aqui o buraco de Sócrates.

    P: “Onde e Quando?”
    R: Está mesmo a leste. Todos os anos. Todos os meses. É público.


    P: “Para onde entrou o dinheiro?”
    R: Para contas dos estado, das autarquias e das empresas públicas.


    P: “Para que serviu?”
    R: Para pagar o défice. Vamos lá outra vez. O défice. O défice. O défice. Escreva 5000 vezes.
    .

    Questiona de seguida JVM se o dinheiro foi bem gasto ou não. “Se serviu principalmente para encher os bolsos das empresas das PPP, da Soares da Costa, da Mota-Engil…”

    Sinto surpreende-lo, meu caro. O estado ainda não gastou o dinheiro nas PPP. Só agora é que está a começar a pagar. As PPP, na sua maioria, foram um truque para fazer obra pública inviável sem pagar e deixar a conta para quem viesse depois. Eles fizeram a festa e ganharam os votos, o seguinte que se fornique, mais os contribuintes que servem para estas coisas. A factura só está a chegar agora e vai continuar a chegar nos próximos 20 anos. Se essas obrigações estivessem registadas na nossa dívida pública, corresponderiam a mais 26 mil milhões de euros sobre os quais teríamos que pagar juros e capital.

    Após todas estas perguntas, o artigo do José Vitor continua com um parágrafo inenarrável:

    “É que é essa informação a que eu tenho acesso na minha hipoteca e no meu cartão de crédito. Essa é a informação que qualquer credor tem de mostrar (e provar) quando exige pagamento”. não existe absolutamente nenhuma razão para que esta informação não nos seja fornecida em todos os detalhes, actualizada e explicada”.

    Que dizer a isto? Que quem detém OTs do estado, tem de mostrar as execuções orçamentais e os défices das últimas 3 décadas? Que absurdo. Será que JVM pensa que cada emissão de dívida pública discriminava o destino? O estado pedia, quem tinha gestão de poupanças alheias emprestava. Era só isso, José. Ou pensa que quando o estado faz uma emissão de dívida, tem que explicar que é x para a piscina de Corroios, y para pagar os Magalhães e z para a RTP?

    É para o défice, José. O défice. O défice. O défice. (10000 vezes)

    A seguir o José Vitor chama vigarista ao governo. Felizmente, que vindo de quem demonstra tal nível de sapiência, um insulto destes é quase um elogio.
    Esta ignorância dos mais básicos detalhes das finanças públicas que o José Vitor revela, não o impede de escrever artigos atrás de artigos sobre estes temas. Por esse motivo e porque isto é o Público, ainda tenho esperança de ser convidado para escrever crónicas sobre operações à próstata ou sobre a história da Mesopotâmia antiga. Pior não saía.
  4. Colocado por: luisvvtudo isto, recorde-se, para reduzir nossa dívida, que gerava défices insustentáveis, já que para pagar mensalidades dos empréstimos antigos se contraíam novos empréstimos a juros mais elevados.


    Esta frase não faz qualquer sentido. Mais um que não sabe o que é dívida e défice. Dívida a gerar défice? What the fuck...
  5. Esta frase não faz qualquer sentido. Mais um que não sabe o que é dívida e défice. Dívida a gerar défice? What the fuck...


    Já procurei o texto completo na net, e tem um tom tão triunfante, que só lido... ( http://versaletes.blogspot.pt/2012/09/a-divida-existe-mesmo_25.html )

    Ainda tem por lá coisas sumarentas ...
  6. mmmm, vou colocar isso no facebook como quem não quer a coisa para ver o que acontece.

    "já que para pagar mensalidades dos empréstimos antigos se contraíam novos empréstimos a juros mais elevados."


    Mensalidades? :D
  7. Colocado por: danobregammmm, vou colocar isso no facebook como quem não quer a coisa para ver o que acontece.


    Por esta altura já deve ser viral.
  8. Nunca percebi a razão porque eles não fazem as contas de uma vez e dizem, pronto são 4 ordenados e nem mais um cêntimo!
    Não sabem?
    Andam há mais de uma ano nisto e ainda não aprenderam? Isto só para falar destes.
  9. Colocado por: pedromdfNunca percebi a razão porque eles não fazem as contas de uma vez e dizem, pronto são 4 ordenados e nem mais um cêntimo!


    Este ano? Ou todos os anos? É que sacar receita uma vez não resolve o défice "definitivamente". E tentar sacar receita a partir de certo limite tem o efeito que se está a ver, recessão que dá em...menos receita. É complicado, aparentemente.
  10. Então? Eu só conheço uma forma de pagar uma dívida. É perguntar quanto é e dividir pelos que têm que pagar. "Mai nada!"
    Ele não sabem quanto é? Não sabem quantos somos? Então é só dividir e não se pensa mais no assunto!

    Como é que a Islândia fez em dois anos? Não meteram lá ninguém estranho a sacar as massas.
  11. A "receita" que nos aplicam faz lembrar a situação do toxicodepente, quanto mais se droga pior está.
  12. Ele não sabem quanto é? Não sabem quantos somos? Então é só dividir e não se pensa mais no assunto!

    Não, não sabem. Além do mais, as pessoas tem o habito maçador de preferir gastar o que ganham, em vez de deixar outros fazê-lo.
  13. Colocado por: Jorge Rochahttp://www.rtp.pt/play/p296/e93654/conselho-superior

    Mais uma:

    As verdades que agora nos dirão

    Sabíamos desde o princípio: era tudo ou nada. As probabilidades estavam contra, mas havia uma certa atracção naquela convicção vítrea de Gaspar. Mas a passarola não voou. Não é justo, mas não voou. As contas públicas descontrolaram-se. O Governo age desvairado. E a troika esconde-se atrás da sua própria desilusão.

    Vítor Gaspar é o elo de credibilidade do Governo com a troika. Já não o é com o eleitorado. Não pode queixar-se: mesmo protestando, o país foi suportando a austeridade. Houve um acto de fé generalizado, cheio de dúvidas e reservas, mas com o endosso da confiança. Até que a medida da TSU rompeu o lacre; até que a execução orçamental veio provar a desdita. Mesmo aqui, neste espaço, deu-se largamente o benefício da dúvida. Em Fevereiro, aqui escrevemos sobre essa credulidade ingénua, em "As verdades que nunca nos dirão". Hoje enunciamo-las: o crescimento, o número de anos e a sustentabilidade da dívida.

    A credibilidade da política da austeridade deixou de ser uma divergência ideológica, é hoje um problema matemático. Não está a resultar. Como se confia em quem estimava um crescimento de receitas do IVA de 11,6% quando ele afinal cai 2,2%? Que credibilidade técnica tem quem em Março anunciava um aumento dos encargos com subsídio do desemprego de 3,8% quando eles em Agosto crescem quase 23%? Como se confiará nas previsões para 2013 depois do fracasso em 2012?

    A troika devia olhar olhos nos olhos dos portugueses e responder a três perguntas: acredita mesmo que, com mais austeridade generalizada, a economia vai começar a crescer no segundo trimestre do próximo ano? Acredita mesmo que Portugal vai conseguir a redução brutal do défice em cada um dos próximos dois anos depois de ter falhado o deste ano? Acredita mesmo que Portugal conseguirá pagar a sua dívida pública já superior aos fatídicos 120% do PIB?

    São perguntas simples, mas entristecidas. As contas não quadram. Não batem. Assim não vamos lá.

    Comecemos pelo défice: este ano, os portugueses fizeram um esforço brutal, suportaram austeridade como nunca imaginaram e ajustaram-se mais do que o Governo desejou, consumindo menos e exportando mais, o que ajudou as contas externas. Mesmo assim, depois de tudo, o défice orçamental (sem receitas extraordinárias) só se reduzirá em dois pontos percentuais em vez dos 3,5 pontos percentuais previstos. E isso se o último quadrimestre não piorar o cenário, coisa que a desastrosa comunicação do Governo com a TSU pode ter estragado, antecipando comportamentos recessivos. Pois mesmo assim chegaremos a um défice de pelo menos 6,1 a 6,2%, o que com receitas extraordinárias (sempre, sempre elas) baixará para 5%. Reduzir de 6,2% para 4,5% em 2013 e 2,5% em 2014? Como? Ou as reformas estruturais estavam todas certas, as empresas desatam a exportar e a economia cresce, ou teremos de manter todas as medidas de austeridade e encontrar mais dois pontos percentuais por ano de novas medidas. Alguém acredita?

    Vamos à dívida. 120% é o nível de alerta vermelho, além do qual o BCE considera a dívida insustentável, isto é, que não pode ser paga. Ora, a previsão para Portugal saltou para os 124% do PIB, valor que ainda não inclui todas as empresas públicas e PPP falidas que venham a ser devolvidas ao Estado (há cinco nessa iminência). Será mesmo possível pagar essa dívida?

    Estas perguntas são para a troika. Ao Governo o que se pede é que tome um banho gelado e volte a encaixar a cabeça. Porque o que está a demonstrar já não é falta de capacidade política, é pânico. O recuo na TSU foi uma vitória da sociedade civil sobre um Governo que se julgava ungido por ela, mas mostrou capacidade de recuo. Agora é preciso andar para a frente, não em círculos. O anúncio, ontem, de mais impostos foi vago e ambíguo. O IRS subirá através dos escalões (pelo menos quatro pontos percentuais a cada português) ou haverá um imposto extraordinário? De quanto? E os funcionários públicos, o que lhes acontece? E os pensionistas? E a despesa, senhores, a despesa do Estado? Semear incerteza revela mais que amadorismo, revela insegurança, revela falta de estratégia, revela incapacidade para liderar um povo que se desfaz em contas.

    Falemos à troika, que é co-autora desta política. Meus caros senhores, o Governo não cortou a despesa do Estado como prometera, mas os portugueses toleraram tudo o que V. Exas pediram. Falhou. Esse falhanço também é vosso. E só vós podereis mudar a política, pois o Governo é-vos temente e Portugal está-vos dependente. O que farão?

    Miguel Frasquilho tinha razão, mais um ano de tolerância não vai chegar, são precisos dois. Ricardo Cabral tinha razão, esta dívida pode não ser sustentável, temos de enfrentar a besta e perceber que há formas de evitar perdões, como baixar taxas de juro, que melhoram as hipóteses colectivas.

    Não parece ser crível que 2012 seja o pior ano da crise. O pior está para vir. O Governo andou a dizer-nos que estava tudo bem, mas está tudo mal. Também não voou a passarola de Bartolomeu Gusmão, de que fala O Memorial do Convento, onde Blimunda Sete Luas, como Gaspar e Passos, comia pão para não ver a verdade.

    As alternativas não estão ao dispor do Governo, nem do PS, que faria igual. Estão na troika. Na Europa. A crise é portuguesa, mas o falhanço não é dos portugueses, é europeu. Foi um falhanço consentido. Mas ficou sem sentido.

    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=580393
  14. Colocado por: pedromdfEntão? Eu só conheço uma forma de pagar uma dívida. É perguntar quanto é e dividir pelos que têm que pagar. "Mai nada!"


    Ok.

    187.058.809.070€ / 10.000.000 são 18.700€. Se forem 4 ai em casa são 74.800€. Veja lá se tem o dinheiro no bolso das calças.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pedromdf
  15. Colocado por: danobrega

    Ok.

    187.058.809.070€ / 10.000.000 são 18.700€. Se forem 4 ai em casa são 74.800€. Veja lá se tem o dinheiro no bolso das calças.


    Sendo assim a solução está encontrada. Não é possível pagar de maneira nenhuma!!!!

    Será que o nosso (des)governo já apresentou estas contas? E eles continuam a pensar que conseguimos pagar?
  16. Boas,

    O que realmente interessa:
    A troika devia olhar olhos nos olhos dos portugueses e responder a três perguntas: acredita mesmo que, com mais austeridade generalizada, a economia vai começar a crescer no segundo trimestre do próximo ano? Acredita mesmo que Portugal vai conseguir a redução brutal do défice em cada um dos próximos dois anos depois de ter falhado o deste ano? Acredita mesmo que Portugal conseguirá pagar a sua dívida pública já superior aos fatídicos 120% do PIB?

    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=580393

    Uma entrevista interessante (para alguns ... hi hi)
    O economista Ricardo Arroja não fala de uma saída do euro – mas fala, claramente, da necessidade urgente que Portugal tem de negociar com a troika e com a União Europeia instrumentos sem os quais o país dificilmente sobreviverá na moeda única. A ideia mais ousada: negociar um mecanismo de protecção de sectores em que Portugal tem boas hipóteses de substituir importações. “Precisamos de dizer em Bruxelas: ‘Queremos pagar-vos, vemos o mercado único como importante a médio prazo, mas dado que a desvalorização salarial não é sustentável e que aumentar a produtividade não é tarefa para três anos, nós precisamos de nos agarramos a alguma coisa, porque precisamos de ter as pessoas a trabalhar, de ter empresas, de ter investimento”, defende Arroja.
    ...
    Se reduzíssemos cerca de um ponto percentual nos consumos intermédios estaríamos a falar de uma poupança de quase dois mil milhões de euros. É uma via. O que parece evidente é que neste momento se calhar há demasiada ambição de consolidar o défice em tão curto espaço de tempo. É preciso alargar o prazo. Outra coisa que vai ser questionada a médio prazo é a factura com juros. Hoje pagamos em juros 4% do PIB, ao longo de 2000 foi mais próxima de 3% do PIB. Se conseguíssemos poupar mais um ponto percentual aqui seriam mais dois mil milhões. Já vamos em quatro mil milhões. Isto obriga à reorganização do Estado e que, mais dia, menos dia, comecemos a fazer um esforço para o reescalonamento do pagamento dos juros. Transformar aquilo que é um empréstimo a dez anos, num de 20 a 30 anos.

    http://www.ionline.pt/dinheiro/ricardo-arroja-mais-impostos-apenas-agravam-recessao-dificultam-recuperacao

    Do mesmo:
    O programa da ‘troika' teve na sua concepção dois objectivos: a) evitar a falência imediata do Estado português, e; b) forçar ao ajustamento macro económico que, adequando a despesa pública à receita tributária, fosse compatível com a riqueza produzida pela economia portuguesa. Chegados à 5ª revisão do programa, observam-se dois efeitos: a) a despesa pública continua a ser excessiva, porque continua a não ser acomodável pela receita, e; b) o agravamento fiscal entretanto operado revelou-se, ele próprio, contraproducente, diminuindo a colecta em vez de a aumentar, e conduzindo a uma profunda recessão. O aumento dos impostos - por via de novas sobretaxas de IRS ou, genericamente, através do agravamento dos impostos sobre a produção, rendimento e capital - sem que o défice seja eliminado em 2013 nem sequer em 2014, será mais do mesmo. Precisaremos sempre de mais tempo, permaneceremos sem investimento, e os balões de oxigénio, da ‘troika' ou do BCE, visarão essencialmente a manutenção de um certo statu quo.

    Basta. Temos de nos sentar à mesa com os senhores da ‘troika' e dizer-lhes - meus caros, a fim de vos podermos pagar esta dívida, temos de voltar a fazer cá dentro o que temos importado de fora. Precisamos de produzir, espontaneamente, aquilo que nos últimos vinte anos deixámos de produzir. Precisamos de reempregar, espontaneamente, todos estes desempregados, desencorajados e decepcionados, que são pessoas e não apenas números. Nos próximos dez anos ou enquanto durasse o empréstimo, precisaríamos de reerguer uma protecção, algo que replicasse a saída da moeda única sem termos de sair da moeda única. E cresceríamos. Como contrapartida, equilibraríamos o orçamento público, desburocratizaríamos a administração pública, e reforçaríamos a concorrência interna. Caminharíamos para a economia liberal, como querem os credores, mas só para quem investisse e criasse emprego em Portugal - todos, sem excepção, seriam bem-vindos.

    http://economico.sapo.pt/noticias/a-ruptura_152542.html

    O primeiro-ministro, no último debate quinzenal, voltou a atacar os partidos que defendem a renegociação da dívida, acusando-os de não a quererem pagar. Ao contrário dele próprio e do governo que dirige. É revoltante ter de o ouvir a apresentar-se como cumpridor quando, até agora, ele foi o único político que decidiu efectivamente não pagar. Sim, Passos Coelho e o seu governo foram os únicos que, em nome do Estado português, não pagaram a milhões de portugueses salários e pensões. Não deixa de ser caricato que aqueles que defendem o Memorando, assustando os portugueses com o risco da falta de dinheiro para pagar salários e pensões, sejam exactamente os mesmos que já não pagaram dois salários e duas pensões aos trabalhadores do sector público e aos reformados. O debate sobre a renegociação da dívida não deveria ser moral porque não se trata de um debate sobre a honestidade do Estado português. O debate sobre a renegociação da dívida não deveria ser um debate sobre a vontade, ou não, de pagar, mas antes sobre a capacidade real de o conseguir fazer no quadro de uma economia profundamente deprimida como a nossa. O debate sobre a renegociação da dívida deveria ser também um debate sobre escolhas. É disso que se trata quando estamos em depressão e não conseguimos pagar tudo e a todos ao ritmo e ao preço a que deveríamos. Foi isso que fizeram Passos Coelho e o seu governo. Decidiram não pagar aos trabalhadores do sector público e aos reformados para não falharem com os credores internacionais. O que distingue Passos Coelho dos que defendem a renegociação com os credores internacionais não é mais ou menos honestidade. É, sim, o facto de a escolha do primeiro-ministro ter sido não pagar aos mais frágeis e sem negociação.

    http://www.ionline.pt/opiniao/passos-cumpridor

    São poucos os que não esperam receber o quer que seja do Estado, nem querem viver na dependência da sua generosidade. A grande maioria prefere contribuir para o bem comum, recebendo o seu quinhão. Dessa forma, caímos numa armadilha: instituímos uma democracia que favorece uma maioria sedenta de favores públicos e desprotegemos os indivíduos, vistos como egoístas e insensíveis. Agora, a maioria massificada virou-se contra a maioria de nós, quando individualmente considerados. Como pessoas, sentimo-nos desprotegidos e frágeis perante o poder cego do Estado, quando a maioria que recebe conhece agora o preço individual da factura. A democracia, se falhou, foi porque negligenciámos a liberdade individual e deixámos os cidadãos sós contra uma maioria que ninguém controla.

    http://www.ionline.pt/opiniao/quando-democracia-falha

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    •  
      FD
    • 26 setembro 2012
    GF,

    Abra uma discussão nova que esta já vai com quase 2.000 comentários e isto assim diminui a velocidade o fórum.
    Obrigado. :)
 
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