Quem for esperto percebe que ao convidarem-no, os nossos parceiros sociais nos quiseram dar uma bofetada com mão de luva. Tínhamos acabado de infringir uma pesada derrota nas eleições autárquicas para penalizar as suas práticas de contenção de despesa pública. Os parceiros acharam que era um bom político, que estava a pagar por ter tido opções correctas e chamaram-no.
Ele aceitou e na verdade não o podemos condenar por ir trabalhar para um lugar onde o estimavam em vez de ficar aqui a receber pontapés. Quem não teria feito o mesmo?
Eu não sou hipócrito, apenas acho que uma pessoa que foi eleita para um cargo desses deve ter o minimo de sentido de estado, mas isso já é pedir muito aos politicos da nossa praça.
Colocado por: two-rok
Não é o que todos fazemos? O eu no lugar dele trocava 1 ou 2 anos como 1º ministro em Portugal pela presidência da comissão europeia por 10 anos? Não sejamos hipócritas, pois no lugar dele fazíamos todos o mesmo.
PS: Não sou grande apreciador do Durão, apenas falo porque a crítica habitual dele ter abandonado o país é gratuita, mas poucos ou nenhuns no lugar dele teriam feito diferente.
vamos ver se conseguem destruir a Constituição da republica e o estado social.
Colocado por: jpvngO Mario Soares é coveiro mas o burroso ja se entende, é desculpável.
O Mario Soares é coveiro mas o burroso ja se entende, é desculpável.
Colocado por: jpvngvamos ver se conseguem destruir a Constituição da republica e o estado social.
Colocado por: Samu38+
O que não é desculpável? O homem tem necessidade de se desculpar de alguma coisa? Ele não roubou como alguns que por lá passaram.
Devia ficar aqui para pessoas como você lhe partirem o nariz?
Admira-se que ele se tenha marimbad* nisto?
Você é como aqueles maridos que dão porrad* na mulher e lhe trancam a porta para ela não ir procurar outro!
Colocado por: J.Fernandes
Não é preciso ninguém destruir o estado social, ele está feito para se destruir a si próprio.Concordam com este comentário:eu
Derrubemos o Tribunal Constitucional e todas as forças da reação
Em 2011, José Sócrates avançou com o corte de 3,5% a 10% nos salários dos funcionários públicos acima de 1500 euros brutos. Muito a custo, o Tribunal Constitucional aprovou a medida. Avisando que apenas o fazia por duas razões: porque era transitória (na verdade é "transitória" desde então) e porque, sendo o valor mínimo de 1500 euros, isso era aceitável. Porque os cortes estavam "dentro dos limites do sacrifício que a transitoriedade e os montantes da redução ainda salvaguardam". Em 2012, o TC voltou a recordar que a medida era transitória. No mesmo ano, o TC chumbou a suspensão dos dois subsídios. Mas numa solução um pouco estranha, a inconstitucionalidade determinada pelo TC não teve efeitos práticos.s-forcas-da-reacao=f835943#ixzz2i1dfw1uk
Em 2013, o TC volta a aceitar a medida transitória dos cortes acima de 1500 euros, mas desta vez com um aviso ainda mais claro: "o decurso do tempo implica um acréscimo de exigência ao legislador no sentido de encontrar alternativas que evitem que, com o prolongamento, se torne claramente excessivo para quem o suporta", acrescentando que "o tratamento diferenciado dos trabalhadores do sector público não pode continuar a justificar-se pelo carácter mais eficaz das medidas de redução salarial". Em tribunal-constitucionalês isto quer dizer: a medida era transitória e o facto de ser fácil ir sacar dinheiro aos salários dos funcionários públicos não os pode transformar em mealheiro do governo. Para deixar tudo ainda mais claro, o TC chumbou de novo a suspensão dos subsídios mas desta vez obrigou o Estado a devolver o que, como os juízes já tinham dito, nem poderia ter sido retirado no ano anterior.
No Orçamento de Estado para 2014, aquilo para o qual o TC pedia que fossem encontradas alternativas é repetido. Mas em muito pior. Em vez do limite inferior de 1500 euros, ele passa para 600 euros. Em vez do corte máximo de 10%, ele passa para 12%. Sendo muito menos progressivo do que os cortes anteriores, o valor máximo começa logo nos 2000 euros brutos, que passam de um corte de 3,5% para um corte 12%. O que afetava menos de metade dos funcionários públicos passa afetar 90%. Não é preciso ser bruxo para desconfiar que, depois de tudo o que disse e de todos os avisos que deixou, muito dificilmente os juízes do Constitucional deixarão passar esta medida. Ela é, mais ainda do já fora a repetição da suspensão dos dois subsídios, uma inacreditável provocação ao Tribunal Constitucional.
E é evidente que os juízes terão toda a razão em impedir estes cortes. A ver se nos entendemos: os funcionários públicos, que sofreram o mesmo agravamento fiscal sentido por nós todos, passaram a descontar mais para a ADSE (única medida com a qual concordo, por ser voluntária), sofreram o anterior corte até 10% e já tiveram a perda de dois subsídios em 2012. Com esta medida, o seu salário é ainda mais maltratado.
Pegando num exemplo que nem é dos piores, um funcionário público que recebesse 1600 euros limpos em 2010 vai receber 1350 euros limpos em 2014, isto já com um dos subsídios diluídos no salário. Perde 4500 euros por ano. É um ¼ do seu salário líquido. Não há, que eu saiba, nada de parecido em trabalhadores que façam parte do quadro de empresas e com salários semelhantes. E sabemos como estes também não têm sido poupados à rapina. Apesar do governo estar apostado em provar o contrário, os funcionários públicos são pessoas, não são sacos de pancada.
Mas ainda que se discordasse das decisões do Tribunal Constitucional, elas têm sido claras nesta matéria. E com um tribunal não se fazem negociações. Não se vai esticando a corda até ela rebentar. Cumprem-se as decisões e as recomendações e respeita-se a sua autoridade. Discorda-se, critica-se, barafusta-se. Mas cumpre-se.
Partindo do princípio que há uma coerência na interpretação que os juízes do TC fazem da Constituição da República (e só a sua interpretação é vinculativa), esta proposta vai ser chumbada. Partindo do princípio que o governo não pensa que os juízes mudarão de opinião por cansaço, o governo sabe que ela será chumbada. Ou então, o que é mais grave, acredita que a pressão política interna (que o governo tem exercido) e externa (que o governo tem permitido) fará os juízes desistir das suas funções: que são apenas e só fazer cumprir uma Constituição que resulta da vontade dos que foram eleitos pelo povo, que a escreveram e alteraram sete vezes. E nem os nossos parceiros internacionais, nem qualquer memorando com eles assinado se sobrepõem à lei fundamental do País. Nem aqui, nem em qualquer Estado de Direito.
A minha tese é outra: o governo não anda distraído nem é teimoso. Não se incomoda muito com a forte possibilidade desta e doutras medidas serem chumbadas. Quer, aliás, alimentar o mais que puder o conflito institucional com o Tribunal Constitucional. Para recentrar o debate na Constituição da República, e não no seu falhanço em todas as metas que se propôs cumprir (foi perturbante ver a ministra das Finanças falar dos sinais de retoma enquanto a desgraça dos números da dívida, do défice e do desemprego passavam em rodapé na televisão). Para encontrar nas "forças do bloqueio" - a Constituição e o Tribunal Constitucional - os bodes expiatórios da tragédia para onde nos está a levar. Para provar que é a nossa Constituição e não numa receita absurda, inviável e fanática que nos afunda cada vez mais nesta crise. E que é ela que impede a purificação do Estado e da economia.
Não faltam jovens e velhos comentadores a fazerem coro com o governo neste discurso vigoroso contra as forças "reacionárias" que impedem o nosso progresso. A retórica revolucionária começa sempre por atacar as instituições que travam a queda de um regime decadente. Neste caso, são instituições passadistas, como o Tribunal Constitucional, que continuam a suportar os focos antirevolucionários. Mas graças ao empenho desta vanguarda esclarecida que ilumina os nossos espíritos arcaicos, é sobre as ruínas desta democracia feita de direitos adquiridos que nascerá um homem novo. Livre do Estado e das dependências que ele alimenta. Só falta a tomada do Palácio de Inverno. É uma questão de tempo. Porque, como todas as ideologias totalitárias, o "liberalismo científico" sabe que nada pode travar a marcha da história. Que inevitavelmente esmagará as forças da reação. A começar, claro, pelos esclerosados juízes do Tribunal Constitucional.
Sobre o resto da orgia de aumentos de impostos e cortes em salários e reformas, que não são, segundo as palavras do vice-primeiro-ministro, um novo pacote de austeridade, escreverei na edição impressa do Expresso e, talvez, ainda aqui.
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/derrubemos-o-tribunal-constitucional-e-todas-a
Colocado por: GT_racingPelo menos não podem dizer que é a nova geração que está a arruinar o país... a malta dos 485€, sim porque os jovens não ganham mais do que 700/800€... mesmo com diploma, especialização ou mestrado em borga, cunha ou afins..
Colocado por: GT_racingSe bem que o governo tá condenado, começou a tocar em gente rica (impostos sobre carros de empresas com uso particular...), grandes empresas com os lucros cada vez mais tributados, uiui vem aí qualquer coisa...
Colocado por: GT_racingEu cá continuo na minha, se vir o passos na minha rua, cuspo-lhe para cima... da mesma maneira que não me desvio de quem vai para Fátima a pé a conversar lado a lado na estrada... ainda tenho esperança de um dia aparecer no jornal... vamos ver... pelo menos não podem dizer que pactuo com os maiores crimes desta sociedade podre, fatima e politica...