Colocado por: pedromdfOpr deleseelesquerem que o país esteja a empobrecer nos próximos 20 a 30 anos.
Colocado por: luisvvNão é portanto estranho que alguém crente em Keynes se queixe da "austeridade" como se ela fosse opcional, ou que considere os seus efeitos como perniciosos e evitáveis.
Mas não deixa de ser estranho que quem já viva com Keynes há decádas - e basta olhar para a década 2000/2010 para ficarmos esclarecidos quanto à relação entre aumento da despesa pública e crescimento económico - continue a jurar-lhe amor eterno. Keynes não tem correspondido à fidelidade canina de muitos dos seus admiradores. Quanto a mim, já há muitos anos que lhe pus os cornos com o Hayek.
Concordo que a opinião da manutenção desta situação nos próximos 20 ou 30 anos expressa pelo pr seja de uma infantilidade atroz, embora de início me levasse a pensar que fosse mais do domínio da senilidade. Mas concordo que seja infantilidade.
Colocado por: eu
Então a solução é simples: votem naqueles que prometem o fim da austeridade.
E depois aproveitem a prosperidade prometida! ;)
Colocado por: luisvv
Como hoje ainda não vi as minhas filhas, já sentia falta de um pouco de conversa de criança. Embora a mais velha, do alto dos seus 11 já argumente de forma um bocado mais adulta que isto.
Não me parece difícil perceber que um Estado não pode viver indefinidamente de crédito, e que para o evitar tem que gastar apenas o que consegue receber. E quando não o faz, e deixa de ter quem lhe empreste para os gastos do dia-a-dia, tem que encontrar uma solução - e lamuriar-se porque tem que alambar durante uma porrada de anos com as consequências do que gastou não serve de nada, porque as três tesas não pagam dívidas.
Colocado por: luisvv
Como hoje ainda não vi as minhas filhas, já sentia falta de um pouco de conversa de criança. Embora a mais velha, do alto dos seus 11 já argumente de forma um bocado mais adulta que isto.
Não me parece difícil perceber que um Estado não pode viver indefinidamente de crédito, e que para o evitar tem que gastar apenas o que consegue receber. E quando não o faz, e deixa de ter quem lhe empreste para os gastos do dia-a-dia, tem que encontrar uma solução - e lamuriar-se porque tem que alambar durante uma porrada de anos com as consequências do que gastou não serve de nada, porque as três tesas não pagam dívidas.
Você so diz asneiras.; quem actualmente diz este tipo de afirmações é quem sabe que não vai nem é afectado pela austeridade que estamos a sofrer.Quem é que acredita que é possível continuar por 20 anos com mais austeridade? sem entrar ou em guerra ou em ditadura? ou acabar com a democracia?
Colocado por: J.FernandesAssim é que está incorrecta, porque inclui a população não activa, e só a população empregada serve para cálculo deste indicador.
Colocado por: Jorge Santos - FaroMas esses dados inclui os trabalhadores do estado e bancos ou apenas os privados ?
Colocado por: pedromdfum novo programa cautelar com uma rede de segurança, ao invés de uma saída limpa
Colocado por: J.FernandesTodos os trabalhadores, sejam do estado ou do privado, contam para a população activa.
Colocado por: pedromdfVai ser mais uma saídaencardida
A dívida pública é sustentável? A resposta a esta pergunta exige duas coisas. Primeiro, clarificar com precisão o que se entende por sustentabilidade. Segundo, assumir certas hipóteses e fazer alguns cálculos.
Estes passos prévios são importantes porque o debate em torno da reestruturação mostrou que pessoas diferentes utilizam o termo sustentabilidade em sentidos diferentes. E que esta sustentabilidade é frequentemente vista como matéria de opinião ou preferência pessoal. Argumenta-se que a dívida é insustentável porque é grande, porque o crescimento é baixo, ou porque os juros são altos; mas não há nenhum cálculo rigoroso que integre todos os factores relevantes.
Não há uma definição unânime de sustentabilidade da dívida, mas no caso de Portugal não é difícil consensualizar uma definição: a dívida pública é sustentável se puder ser reduzida (ou estabilizada) para um conjunto de hipóteses e políticas plausíveis. Isto é, a diminuição da dívida não deve depender de valores irrealistas para o crescimento económico, impossíveis de atingir, ou de ajustamentos orçamentais extraordinários, impossíveis de aplicar.
É importante notar que o que está aqui em causa não é ‘pagar a dívida’. Ao contrário de uma família, que tem um horizonte de vida finito dentro do qual tem de conseguir honrar as suas dívidas, um Estado pode viver perpetuamente endividado – o importante é que este endividamento não entre numa trajectória explosiva. A dívida tem de parar de subir e, idealmente, descer para valores razoáveis. Mas não tem de ‘ser paga’ no sentido tradicional do termo.
A trajectória da dívida pública (dívida em % do PIB) depende de três variáveis: a) o crescimento nominal do PIB (crescimento real mais inflação), já que este determina o tamanho do denominador; b) a taxa de juro da dívida pública, da qual dependem os gastos com o serviço da dívida e, portanto, crescimento inercial da dívida; c) o saldo primário, que é o défice orçamental expurgado da despesa com juros. Um saldo positivo abate à dívida, um saldo negativo aumenta-a.
Com estas três variáveis são possíveis combinações. Se o crescimento nominal do PIB for igual à taxa de juro, é necessário um saldo primário equilibrado para manter a dívida constante; se o crescimento superar a taxa de juro, então é possível relaxar um pouco o saldo (e o inverso também é verdade).
O FMI integra todas estas variáveis num modelo estandardizado (a doutrina está aqui, as instruções de utilização estão aqui e até é possível aceder ao próprio modelo) que aplica periodicamente à generalidade das economias. A última avaliação de Portugal consta do relatório do 10º exame regular, e aparece reproduzida em baixo.
A previsão do FMI aponta para uma descida da dívida já em 2014, mas esta previsão, em si, não é muito relevante, porque pode resultar apenas de whishful thinking dos técnicos. Para perceber se este cenário é plausível é preciso olhar para as hipóteses subjacentes:
Primeira hipótese: a taxa de juro implícita da dívida (quarta linha do quadro) começa nos 3,4% e sobe gradualmente até aos 4%.
Qual é o risco de a taxa de juro ser superior a 4%? Muito baixo. A grande maioria da dívida pública resulta de empréstimos da Troika, de juros bastante simpáticos (3% em média) – e estes empréstimos têm uma maturidade convenientemente prolongada, o que permite ‘trancar’ num nível baixo de juros uma boa fatia da dívida pública. Isto é, mesmo que Portugal tenha de se financiar em condições difíceis a partir de 2015, a taxa de juro média será pouco sensível aos humores do mercado (nota: o FMI assume que o Estado se financia em mercado a juros em torno dos 5,5%; neste momento, as OT’s a 10 anos têm taxas inferiores a 5%).
Segunda hipótese: o crescimento económico (primeira linha) converge para 1,8%.
Para 2014, a previsão é reconhecidamente conservadora – os 0,8% serão quase de certeza ultrapassados. Daí em diante, a situação é menos clara. O crescimento médio da última década, atéà Grande Recessão (2000-2007), foi 1,5%. Por outro lado, este foi o período de crescimento mais baixo desde os anos 60, e um mistério difícil de explicar até pelos melhores economistas (ver The Portuguese Slump and Crash, de Ricardo Reis, e os comentários na secção de discussão). Tendo em conta o nível de desenvolvimento da economia portuguesa, as projecções demográficas e a evolução recente da produtividade, um crescimento tendencial de 1,8% não é um valor irrealista. Debatível e discutível, certamente, mas nada que justifique as críticas de “suposições absurdas” que foram feitas ao FMI.
Terceira hipótese: crescimento dos preços (segunda linha) converge para 1,8%.
O crescimento dos preços na economia portuguesa terá ficado entre 1,5 e 2% em 2013 (embora este valor resulte em boa parte da devolução dos subsídios aos funcionários públicos – uma longa história). A meta do BCE para a evolução dos preços é de 2%, e é aceitável pressupor que os preços cresçam um pouco abaixo da média europeia nos próximos anos (nota técnica: então mas não estamos em deflação? Não exactamente. Convém distinguir entre o Índice de Preços no Consumidor, onde há de facto quebra de preços, e o deflator do PIB, que é o indicador relevante neste caso).
Quarta hipótese: O saldo primário (quinta linha) atinge 3,2% do PIB em 2019.
Esta é a variável crucial. Para atingir 3,2% do PIB em 2019, o saldo primário tem de melhorar em cerca de 3 pontos percentuais do PIB. E 3% do PIB são cerca de 5000 milhões de euros. Significa isto que a redução da dívida pública só é assegurada com medidas deste montante? Não, nem por sombras. Isto porque uma parte da consolidação orçamental é inercial: o défice reduz-se automaticamente em virtude do crescimento económico, por arrasto das receitas fiscais – não o suficiente para atingir a melhoria de 3 p.p., mas o suficiente para reduzir significativamente o volume de medidas de austeridade necessárias para diminuir a dívida.
Qual a dimensão deste efeito? É bastante grande. Caso o PIB cresça 3% em termos nominais, e esse crescimento se transmita integralmente às receitas fiscais e contributivas (elasticidade unitária), então só este efeito é suficiente para reduzir o défice em mais de 1000 milhões de euros – 0,6 pontos percentuais do PIB. Como é óbvio, para que esta consolidação seja efectiva é necessário garantir que a despesa pública se fixa ao nível do período anterior (um cap nominal, portanto).
Se o crescimento nominal for de 3% ao ano até 2019, então esta dinâmica é suficiente para melhorar o saldo orçamental nos 3 p.p. necessários. Por que razão exige então a Troika cortes adicionais em 2015? A razão é simples: porque esta consolidação ‘inercial’ só se concretiza caso a despesa pública fique congelada até 2019, uma suposição obviamente irrealista*. De facto, a Troika assume que a despesa pública primária começa já a crescer a partir de 2016, entre 1,2 e 2% ao ano (página 40).
Segundo o FMI, as medidas em causa rondarão os 2000 milhões de euros em 2015. Serão necessárias mais medidas? O relatório não dá indicações nesse sentido, e algumas contas sugerem que esses 2000 milhões são de facto suficientes para atingir a meta de 2015 – e que a melhoria do saldo primário que se prevê daí em diante resulte única e exclusivamente da consolidação inercial já referida.
O que é importante reter é que, apesar de as simulações do FMI assumirem de facto uma melhoria constante do saldo primário até 2019 no valor de 3% do PIB, essa melhoria não decorre de medidas de austeridade dessa magnitude, mas sim de um valor muito mais modesto. O resto é produto da evolução das receitas fiscais, sendo que essa evolução, por si só, até é suficiente para acomodar aumento da despesa de 2016 em diante. A ideia de sustenabilidade da dívida só pode ser garantida através da repetição da ‘dose’ de 2012 e 2013 não leva em conta que uma boa parte do défice é endógena e cavalga a economia – este efeito foi negativo em 2011, 2012 e 2013, mas passa a ser positivo daqui para a frente.
A propósito disto, a imagem de baixo mostra o comportamento do saldo primário de duas economias nórdicas no rescaldo de graves recessões (a finlandesa provocada por problemas financeiros e pelo colapso da União Soviética, com quem tinha ligações comerciais importantes, e a sueca no seguimento da implosão do seu sistema bancário).
Não seria então mais fácil congelar a despesa e evitar mais cortes? Possivelmente sim, mas há um problema sério com esta opção. As medidas de austeridade podem ser decididas, supervisionadas e confirmadas pela Troika enquanto Portugal ainda está abrangido por um Memorando de Entendimento. O congelamento da despesa fica dependente da boa vontade que a classe política tiver durante os próximos quatro ou cinco anos. É compreensível que a Troika prefira a primeira opção, sobretudo depois de ter constatado a impossibilidade de acordos interpartidários que permitam clarificar a trajectória futura da despesa pública nos próximos anos. Mais sobre isso neste post.
Colocado por: jpvngja votaram. È o Coelho...ou ja se esqueceu das afirmações desse garoto? concerteza lembra-se? do "os portugueses não aguentam mais PEC`s" "os portugueses não aguentam mais austeridade" "peço desculpa aos portugueses" .. "não é preciso baixar salarios" e etc etc.. o rol é infindavel.
E ainda voce diz para continuar no mesmo?
Colocado por: eu
Não, não me esqueci das mentiras que o Coelho disse para ser eleito. São parecidas com as mentiras da oposição atual... criam a ilusão que há um caminho alternativo à "austeridade", e é isso que o povão quer ouvir...
O mesmo ou outro, as políticas serão sempre semelhantes. Você já se esqueceu de quem começou com os cortes? Não, não foi o Coelho, foi um PM "Socialista"...
Colocado por: jpvngAs fortunas dos milionários aumentaram nestes dois últimos anos.