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    • Neon
    • 21 março 2014

     # 161

    Colocado por: luisvvÉ isso que o menino Raposo diz? É disso que ele se queixa?


    Não Luis, o que ele se queixa na kroniqueta é das questões de desigualdade e de impunidade generalizada.

    Sinto-me até tentado a enviar-lhe um mail com esta sua observação (ver infra), e com um comentário adicional da minha parte, de que temos todos simpatia pelo caso do clan Raposo, mas que seria conveniente especificar os valores envolvidos para a malta aqui deliberar se apoia publicamente a contestação ou se nos limitamos a dar-lhe uma palmadita nas costas e a jeito de desabafo dizer que são situações que ocorrem todos os dias ;). Pelo que não deve o Sr. Raposo (filho) para já enbandeirar em arco e evocar ameaças veladas de instintos revolucionários e anticonstitucionais e ...han.....ahh sim e também pouco católicos pois as elacções por ele tomadas, nos pareçem de..., como o luisvv diz e muito bem ...de falaciosa conclusão.

    Colocado por: luisvvApesar dos inúmeros defeitos que reconheço ao funcionamento dos nossos tribunais, parece-me falaciosa a conclusão acima, se retirada deste caso.

    Todos os dias prescrevem milhares de processos de toda a natureza e valores.Naturalmente, quando estão envolvidos valores mais elevados o incentivo para contestar é maior, mas não é preciso ir mais longe, aqui no fórum tem tópicos onde os membros dão conta das diversas estratégias utilizadas para levar à prescrição de multas e coimas, ou para contornar ilegalidades e irregularidades.



    Agora mais a serio...tenho uma antipatia visceral não pelo fulano (ser humano) em si, mas pela verborreia que sai daquela cabeça.
    Pelo que entre outras alarvidades expressas neste texto, e de posições em que ele se assumiu anteriormente, não resisti à piadinha jocosa.

    ;)
  1.  # 162


    Mas o Luísvv reflectiu na hipótese de privatizar a justiça, é isso?

    Esse é um dos aspectos mais frequentemente apontados como justificando a existência do Estado, pelo que é natural que seja objecto de pensamento "anti-estado", digamos.




    A solução não é corrigir o que está mal, é deixar a justiça na mão de milícias privadas? Brilhante


    Uma frase tão curta, e tanto que discutir. Como discordamos sobre "o que está mal", dificilmente poderemos concordar quanto à possibilidade de "corrigir". Ora, eu começo por discordar que se possa corrigir algo que é inerentemente mau, e não vejo que seja sequer razoável esperar que um monopolista tenha qualquer incentivo para se automutilar.
    Como não partilho a crença num ente acima dos restantes, neutro e justo e omnisciente, não encontro razão para crer na superioridade moral do Estado e sua justiça.
    E acenar com o medo das "milícias", é só mais um pedacinho falacioso ;-)
    • Neon
    • 21 março 2014

     # 163

    Luis para ser mais especifico


    e vou reproduzir textualmente

    ..."a justiça que levou o meu pai à falência é a mesma justiça que é incapaz de julgar os Rendeiros, os Jardins Gonçalves, os Oliveiras e Costa."

    a sério parte-me todo :)

    Não foram os caloteiros que levaram o homem a falência foi a mazona da "justica"
    Não foi o papá que deixou que houvessem caloteiros, foi o mauzão do "estado" é que não o ajudou a cobrar o calote.

    Enfim mais uma cagada a que já estamos habituados
  2.  # 164

    Não Luis, o que ele se queixa na kroniqueta é das questões de desigualdade e de impunidade generalizada.


    Sim, como quase toda a gente que eu conheço. Não há ninguém que não repita o bordão de "uma justiça para os ricos e outra para os pobres", ou (noutro contexto mas igualmente falacioso) "os ricos cada vez mais ricos bla bla bla". E no entanto, todos os dias somos confrontados com prescrições, falhas, erros, whatever, em processos, multas, etc.


    Sinto-me até tentado a enviar-lhe um mail com esta sua observação (ver infra), e com um comentário adicional da minha parte, de que temos todos simpatia pelo caso do clan Raposo, mas que seria conveniente especificar os valores envolvidos para a malta aqui deliberar se apoia publicamente a contestação ou se nos limitamos a dar-lhe uma palmadita nas costas e a jeito de desabafo dizer que são situações que ocorrem todos os dias ;). Pelo que não deve o Sr. Raposo (filho) para já enbandeirar em arco e evocar ameaças veladas de instintos revolucionários e anticonstitucionais e ...han.....ahh sim e também pouco católicos pois as elacções por ele tomadas, nos pareçem de..., como o luisvv diz e muito bem ...de falaciosa conclusão.


    Parece-me indiscutível que o funcionamento dos tribunais e de mais uma quantidade de outras coisas não é o que desejamos, mas também sei que nunca será, porque o que desejamos é impossível.

    Agora mais a serio...tenho uma antipatia visceral não pelo fulano (ser humano) em si, mas pela verborreia que sai daquela cabeça.
    Pelo que entre outras alarvidades expressas neste texto, e de posições em que ele se assumiu anteriormente, não resisti à piadinha jocosa.
    ;)


    Eu também não aprecio particularmente muito do que ele escreve, e este texto não é excepção.
    • Neon
    • 21 março 2014

     # 165

    Colocado por: luisvvSim, como quase toda a gente que eu conheço. Não há ninguém que não repita o bordão de "uma justiça para os ricos e outra para os pobres", ou (noutro contexto mas igualmente falacioso) "os ricos cada vez mais ricos bla bla bla". E no entanto, todos os dias somos confrontados com prescrições, falhas, erros, whatever, em processos, multas, etc.


    O que indirectamente não deixa de ser verdade.
    Provavelmente o que aconteçe é que quando se fala no tal bordão da justiça para uns e para outros, a maioria de nós faz uma ligação dessa afirmação a subornos. Ainda que não seja assim, uma verdade incontornável é que quem não tiver dinheiro recebe um advogado que se limita a "pedir justiça" na defesa do seu cliente, Já quem tiver dinheiro põe 10 advogados a trabalhar para ele, o quais convocam 327 testemunhas, e apresentem 23.629 dossiers de provas para serem analisadas. O que por sua vez arrasta o processo até à prescrição.
    Portanto, não deixa de ser valido e correcto o tal do bordão, agora tudo depende da forma como o queremos entender e fazer entender.


    Colocado por: luisvvParece-me indiscutível que o funcionamento dos tribunais e de mais uma quantidade de outras coisas não é o que desejamos, mas também sei que nunca será, porque o que desejamos é impossível.


    Não discordo. Efectivamente não conheço nada que seja perfeito e nem acredito que exista alguma coisa que alguma vez o venha a ser. Tudo sem excepção tem prós e tem contras, e os contras de uns são os prós de outros e vice-versa.
    Como tal assino por baixo...quando diz que aquilo que desejamos é impossível
    Concordam com este comentário: two-rok
  3.  # 166

    Não vejo porque não se poderiam privatizar os tribunais civéis. Assim como os notários e os advogados são profissionais liberais, não encontro razões que impeçam um juiz dum tribunal cível de também o ser.
    As partes escolheriam de mútuo acordo um tribunal para dirimir os seus lítigios, certos tribunais começariam a destacar-se de outros pela celeridade e justeza das suas decisões; estes cobrariam mais caro do que aqueles, mas era a concorrência a funcionar a favor dos intervenientes. Para mais, estando o ladrão-mor-estado de fora, no global as custas judiciais seriam provavelmente menores.
    No fundo, seria universalizar e privatizar a experiência dos julgados de paz.

    Quanto aos tribunais criminais já tenho mais dúvidas de que pudessem sair da alçada do Estado.
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro
  4.  # 167

    Colocado por: j cardosoO meu primo Lelo já anda a tentar convencer a família a largar o negócio das feiras, diz ele que o negócio do futuro é a justiça privada. Em vez de "fragonetas" carregadas da camisolas "Sacoste", "tenes Mike", fatos "Armandi" e vestidos "Doce e Banana" vamos agora para as ruas vender justiça a quem der mais, apoiados nas mesmas caçadeiras que usávamos para os assaltos. Não vai ser fácil esta mudança, custa muito deixar para trás toda uma vida dedicada ao tráfico, ao gamanço e ao RSI mas ele garante que no fundo não é muito diferente com a vantagem de agora a justiça sermos nós, ninguém nos vai chatear e se nos apetecer até prendemos os próprios polícias. Fino como um rato, este meu primo, não fosse ele e nós nunca perceberíamos as vantagens da privatização da justiça.


    Hoje deu-lhe para isto? :P

    Obviamente que é impossível termos uma justiça privada e concorrencial, pois existiria conflito de interesses em muitos (todos?) casos. Eu estava no modo sarcástico, meu caro.
  5.  # 168

    Colocado por: NeonNão foram os caloteiros que levaram o homem a falência foi a mazona da "justica"


    Os caloteiros existem aos montes porque a justiça não funciona. Penso que isto é consensual.

    Qualquer badameco sabe o que fazer se quiser ficar a dever a alguém, é tão banal que as pessoas com quem falo já têm medo de trabalhar (falo de prestadores de serviços, como eu e muitos pelo país fora).
  6.  # 169

    Colocado por: NeonNão foi o papá que deixou que houvessem caloteiros, foi o mauzão do "estado" é que não o ajudou a cobrar o calote.


    Em que é que o estado é diferente de qualquer empresa, como prestador de serviços? Recebe para tratar de um caso, a vítima fica descontente com o serviço, não pode declarar que achou que ficou mal servida? Ainda mais sendo um serviço exclusivamente prestado pelo estado? (não estou a sugerir privatizar nada, constacto um facto).
  7.  # 170

    Colocado por: NeonO que indirectamente não deixa de ser verdade.
    Provavelmente o que aconteçe é que quando se fala no tal bordão da justiça para uns e para outros, a maioria de nós faz uma ligação dessa afirmação a subornos. Ainda que não seja assim, uma verdade incontornável é que quem não tiver dinheiro recebe um advogado que se limita a "pedir justiça" na defesa do seu cliente, Já quem tiver dinheiro põe 10 advogados a trabalhar para ele, o quais convocam 327 testemunhas, e apresentem 23.629 dossiers de provas para serem analisadas. O que por sua vez arrasta o processo até à prescrição.
    Portanto, não deixa de ser valido e correcto o tal do bordão, agora tudo depende da forma como o queremos entender e fazer entender.


    Afinal concordamos :P

    E também concordo que é impossível tornar a justiça perfeita, escusa é de ser tão permeável a habilidosos ;)
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro
  8.  # 171

    existem milhões de euros em contas a render uma taxa mínima das mínimas, de quantias que estão em processos judiciais á espera que sejam entregues aos credores. isto tudo porque a máquina judicial em virtude dos seus intrincados processos, por vezes uma gralha no texto é suficiente para desencadear todo um refazer do processo e "acrescentar " mais um ano ao mesmo
    Concordam com este comentário: two-rok
    • Neon
    • 21 março 2014

     # 172

    Bolas Two-rok, não me lixes.

    Os calotes são da culpa do mau funcionamento da justiça?
    • Neon
    • 21 março 2014

     # 173

    Colocado por: two-rokAfinal concordamos :P


    Eu sempre achei que há uma justiça para pobres e outra para ricos, de acordo com aquilo que escrevi acima. Não directamente ligada ao suborno mas à capacidade financeira e técnica de gerir os tempos

    Ultimamente procurou-se implementar medidas que limitam o numero de testemunhas, a apresentação de recursos e as faltas ás audiências....contudo os nossos legisladores teimam em deixar clausulas que eu chamo das "calendas".
    Fica sempre um....salvo casos de excepção, ou um salvo situações de complexidade....e depois os casos de excepção e de complexidade passam a ser aqueles que os intervenientes acharem por bem no seu poder descricionario
    :)
    Concordam com este comentário: two-rok
  9.  # 174

    Colocado por: NeonBolas Two-rok, não me lixes.

    Os calotes são da culpa do mau funcionamento da justiça?


    A ineficácia da justiça é um incentivo aos calotes, como tal indirectamente, pode-se dizer que sim.

    Mas diga-me, na sua opinião, de quem é a culpa dos calotes?
    • Neon
    • 21 março 2014

     # 175

    Para mim o calote tem 2 intervenientes principais que são o devedor e o credor.

    Pelo que a dimensão do problema está sempre dependente em primeira linha da vontade destes 2 intervenientes, com especial capacidade de controlo por parte do credor.

    Por conseguinte, e sem prejuízo de ser criticável a má fé de quem se propõe dolosamente acumular divida, pessoalmente acho que também tem culpa o prestador de serviços/vendedor/industrial, etc etc que opta por manter o mau cliente.

    Diga-me two-rok, até que valor e em que situações está você disponivel para deixar os seus clientes acumular divida?
  10.  # 176


    Para mim o calote tem 2 intervenientes principais que são o devedor e o credor.


    Certo. Mas tem um 3º interveniente: o monopolista da resolução de litígios. Quer por via da sua ineficácia/ineficiência, que de facto fomenta o incumprimento de contratos; quer por via da sua posição de monopolista, que impede o surgimento de entidades mais eficazes/eficientes na prestação do serviço.
    Concordam com este comentário: two-rok
  11.  # 177

    Por conseguinte, e sem prejuízo de ser criticável a má fé de quem se propõe dolosamente acumular divida, pessoalmente acho que também tem culpa o prestador de serviços/vendedor/industrial, etc etc que opta por manter o mau cliente.


    É verdade, até certo ponto.
    Sendo obrigado a recorrer ao monopolista para reaver um crédito, um credor está nas mãos de uma entidade que não lhe presta qualquer garantia de cumprimento do próprio serviço. Se por hipótese contratasse uma agência privada de resolução de litígios, teria seguramente escolha - e uma agência ineficiente faliria. Haveria prazos, preços, ou outros critérios objectivos a cumprir. Acima de tudo, haveria previsibilidade.
    Eventualmente, agências poderiam estipular uma espécie de "seguro" para a contratação com indivíduos de determinado historial de risco, por exemplo.

    E nada disto implica "milícias" nem outros espantalhos.
  12.  # 178

    efectivamente neste caso também questiono o estado de coisas.

    ou seja próximo de mim tenho um caso de uma pessoa em que o dinheiro da indeminização e de todos os outros credores já está na "posse" do delegado de insolvência há mais de um ano e está definido todos os credores e montantes precisamente também há mais de um ano e por "força" de gralhas jurídicas e prazos e ferias judiciais etc etc etc ... a coisa não anda e está esse dinheiro ali parado este tempo todo.
    Concordam com este comentário: two-rok
    • luisvv
    • 21 março 2014 editado

     # 179

    Fica sempre um....salvo casos de excepção, ou um salvo situações de complexidade....e depois os casos de excepção e de complexidade passam a ser aqueles que os intervenientes acharem por bem no seu poder descricionario
    :)


    Mas há ou não casos de excepcional complexidade? E, vamos ser francos, alguém acredita que um juiz pode ler e digerir a informação de algo como isto:
    "Para explicar a complexidade deste processo, carlos Costa explicou que este tem «93 volumes, 26 mil páginas, 23 arguidos e foram ouvidas 19 pessoas e 56 testemunhas»"


    EDIT:atenção, não se trata de Jardim Gonçalves, mas de um processo relativo ao BPN no BdP.
  13.  # 180

    Bom dia,

    Colocado por: two-rok
    Estamos num país em que o calote está banalizado e é visto como sendo uma coisa normal, e que normalmente nenhum tribunal consegue resolver graças a leis do mais estapafúrdio que possa existir.


    Infelizmente, é esta a realidade que impera na tugolândia... Comungo da mesma opinião do Pacheco Pereira, quando este diz que: “O país em que vivemos é um país irrespirável para uma pessoa honesta”. Não posso estar mais de acordo! Diz o velho ditado que, a ocasião faz o ladrão, e com razão! Num País onde vigora um sistema legislativo desta natureza, é muito normal, que a mentalidade das pessoas seja moldada para agir de acordo com as circunstancias.

    Se colocasse-mos este rectângulo à beira-mar-plantado, outrora chamado Reino de Portugal, num qualquer ponto geográfico algures em África ou na América Latina, a diferença seria numa fase inicial a pigmentação da pele dos seus habitantes diferente das dos autóctones, coisa que o sol com seu devido tempo, se encarregaria de rectificar, de resto, as demais diferenças seriam mínimas.

    Colocado por: luisvvSim, como quase toda a gente que eu conheço. Não há ninguém que não repita o bordão de "uma justiça para os ricos e outra para os pobres", ou (noutro contexto mas igualmente falacioso) "os ricos cada vez mais ricos bla bla bla". E no entanto, todos os dias somos confrontados com prescrições, falhas, erros, whatever, em processos, multas, etc.


    E, quantos destes ricalhaços, é que estão a ver o sol a nascer aos quadradinhos em Custóias ou noutro sitio idêntico? Segundo parece, estes estabelecimentos estão repletos de gente que cometeu todo o tipo de crimes, no entanto, é coisa rara encontrar entre eles, o pessoal fraudulento do capital com estreitos laços ao circulo politico e afins...!

    Alem do mais, a polémica gerada no caso dos banqueiros não é de todo infundada, tendo em conta a impudência destes casos! São mais mediáticos que todos os outros, porque a gravidade de ambos os casos é completamente distinta.
    É de uma grande incoerência, comparar um delito "normal", com os maiores desfalques financeiros da historia do País e as suas consequências! Um milhãozito aqui, outros quatro ali, mais uns nove mil acolá, que se lixe, o tuga que pague!

    Cumpts
    Concordam com este comentário: Jorge Santos - Faro, two-rok
 
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