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      alv
    • 16 março 2010 editado

     # 1

    Vivam!
    Não resisto em aproveitar tantas sapientes e doutas opiniões para que me digam se está tudo doido ou serei eu?
    Ontem fui a uma pequena aldeia do meu Concelho onde já não ia à algum tempo. Aldeia típica com casas normais ao longo de uma estrada com casas normais com telhado, telha vermelhas, mais maison, menos maison, as mais recentes, algumas estilo clássico, embora novas, mas de repente surge-me no meio delas uma daquelas casas que não passam de dois ou três paralelipipedos sobrepostos, com um consola e paredes de vidro, e um rasgo estreito e grande numa fachada que os arquitectos chamam de peça.
    Fiquei de boca aberta e pergunto-me, porque raio haveria eu de na década de noventa negar-me a fazer casa de emigrantes porque não se integravam no edificado corrente, e agora hão-de ser aceitas aqueles caixotes? O que é que a maison tem de diferente das "peças" numa aldeia no maio do nada?

    Será que estou errado ou é politicamente incorrecto pôr a boca no trombone?.

    O mesmo digo das poucas e belas paisagens que de repente ficam completamente inundadas de "ventoinhas" só porque dizem que é ecológico e é politicamente incorrecto ser-se contra estas coisas das energias alternativas nos locais errados?
    É o caso de estarmos a ocupar os melhores campos agrícolas com centrais foto voltaicas? Não era mais sensato continuar a cultivar esses terrenos e "plantar" as centrais nas encostas das serras, essas sim infestadas de mato?
    Ou será que está tudo doido ou serei eu?
    O rei vai nu!

    Vá lá deleitem-me com os vossos comentários.
    Sei que vem aí chumbo, mas....

    "Fassam" parte.
  1.  # 2

    Boas Alv,

    Em relação ao teu primeiro paragrafo, nada a citar, a não ser que concordo contigo em grande parte (senão no todo em geral).
    As "ventoinhas" que tanto falas e que estragam as paisagens, bem...muitos te iram dizer que estão no sitio certo, pois é a zona perfeita para apanhar "mais vento", o que a mim me faz mais confusão é porque é que a maioria esta parada (mesmo em dias ventosos e produtivos para as eolicas) e continuam a ir buscar a energia a outras fontes enquanto elas estão a "inundar" a paisagem (e paradas) como dizes. Continuo a achar que é para "Inglês ver!"
    Em relação ás fotovoltaicas...."plantar" as centrais nas encostas das serras? Numa zona protegida? Com espécies de plantas e animais em vias de extinção? Isto foram as perguntas que me fizeram quando dei exactamente a mesma opinião há umas semanas atrás. Ia ser "pior e emenda que o soneto", ao menos na zona de agricultura, só os agricultores se queixam e mesmo esses só alguns o fazem. Além do mais nem podemos cultivar muito, pois estamos de "trela curta" pela União Europeia, portanto...esta tudo bem pensado, aproveita-se as terras que não se pode cultivar "sementes" e cultiva-se umas centrais fotovoltaicas.

    Perguntas-te se esta tudo doido ou serás só tu? E eu te respondo, quando me encontrares alguém que não o seja fazes-lhe essa pergunta e metes a resposta aqui se faz favor, tambem gostaria de saber a resposta de uma pessoa sã mentalmente!

    Cumprimentos,

    Ricardo
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv
  2.  # 3

    Claro que é você que está doido!
    As maisons com janelas tipo fenetre são um dos maiores cancros do nosso parque imobiliário.
    Foram todas projectadas por desenhadores e construídas com dinheiro vindo do estrangeiro daqueles cobardes que fugiram do seu pais e que por tal foram condenados para sempre ao rótulo de emigrantes quer aqui quer nos países para onde foram.
    Os caixotes que você do alto da sua ignorância critica pelo contrário são peças de autor projectadas com saber. Sim porque os clientes são todos estúpidos e não sabem o que é melhor para eles.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv, SRPP - Arquitectura
  3.  # 4

    Bom.... nem tanto ao mar, nem tanto à terra!
    Primeiro, não me parede que os emigrantes sejam de todo cobardes pq fugiram do seu país.... pelo contrário, foram em busca de uma vida melhor e isso não é de forma nenhuma condenável... até porque sentido patriótico eu não tenho de todo.... mudem a fronteira para onde quiserem que eu serei de bom grado, espanhola, chinesa, o que vier... pouco me importa!

    Agora em relação aos cubos.... não consigo perceber como é que esse tipo de construção consegue estragar uma paisagem, ou incomodar quem passa! São gostos, projectos, ideias de quem lá mora!
    Se a mim não me incomadam casas pintadas de amarelo canário, com telhas todas bonitinhas a fazer frosquinhos e grades que mais parecem crochet... não vejo porque haveriam de incomodar os cubos!
    Tomara eu ter dinheiro para fazer uma cubo maior ainda que o meu! :)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv
  4.  # 5

    Estou o mais possível de acordo com o alv. Passada a moda maison, deve ter chegado a moda haus. Mas também não sei se o estilo português suave com trinta mil águas e colunatas, O MAIOR POSSÍVEL, não é pelo menos tão destrutor da paisagem... Acho que o problema é sempre o mesmo em todos os casos: falta de personalidade.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Barradas, alv
  5.  # 6

    scazevedo
    Tenho a maior consideração pelos emigrantes. Em especial aqueles que partiram á aventura de uma vida mais digna que aquela que o seu pais tinha para lhe ofereçer. Em especial aqueles que morrerão com o rotulo de emigrantes pois apesar de estarem decadas a trabalhar para a engrandecimento da economia de um pais na maioria dos casos sentiam-se sempre como não fazendo parte do mesmo. Esses mesmo que agora regressam e se sentem de novo "estrangeiros" num país que deveriam considerar como seu.
    Em especial aqueles que conseguiram com o fruto do seu suor dar trabalho a muitas empresas portuguesas adjudicando-lhe as suas construções.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv, SRPP - Arquitectura
  6.  # 7

    Zé... ainda bem... então não lhes chame cobardes! :)
    E atenção, não tenho familia emigrada! :))))

    Colocado por: zedasilvascazevedo
    Tenho a maior consideração pelos emigrantes. Em especial aqueles que partiram á aventura de uma vida mais digna que aquela que o seu pais tinha para lhe ofereçer. Em especial aqueles que morrerão com o rotulo de emigrantes pois apesar de estarem decadas a trabalhar para a engrandecimento da economia de um pais na maioria dos casos sentiam-se sempre como não fazendo parte do mesmo. Esses mesmo que agora regressam e se sentem de novo "estrangeiros" num país que deveriam considerar como seu.
    Em especial aqueles que conseguiram com o fruto do seu suor dar trabalho a muitas empresas portuguesas adjudicando-lhe as suas construções.
  7.  # 8

    Ao chamar-lhe cobardes estava a ser ironico.
    A maioria teve a coragem de fugir a um regime que os obrigava a morrer numa guerra que não era sua, ou a viver amedrontados e ignorantes.
    •  
      FD
    • 17 março 2010

     # 9

    Podíamos estar a falar de tantas coisas... roupa, carros, profissões, etc.

    O efeito "manada" (sem desprimor) é um fenómeno sociológico. :)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv
  8.  # 10

    Caixotes no meio do tradicional?
    Não me incomda de maneira nenhuma.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv
  9.  # 11

    Oh FD... quer falar de roupa?!
    Oh valha-me Deus!!!!!
    Nem quero saber onde a concersa irá parar se formos por aí!!!! ehehehe


    Colocado por: FDPodíamos estar a falar de tantas coisas... roupa, carros, profissões, etc.

    O efeito "manada" (sem desprimor) é um fenómeno sociológico. :)
  10.  # 12

    Se soubesse o preço de uma eólica não dizia que era para inglês ver;), se as vê paradas ou estão em manutenção ou não se justifica no momento o seu funcionamento, não queira parar o futuro, deixe lá as eólicas em paz.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv
  11.  # 13

    Colocado por: FDPodíamos estar a falar de tantas coisas... roupa, carros, profissões, etc.

    O efeito "manada" (sem desprimor) é um fenómeno sociológico. :)


    Lá isso é verdade. O único problema é que as casas duram mais do que todas essas coisas. Felizmente, por outro lado, estamos a fazê-las cada vez mais de "usar e deitar fora" (não é alv? ;-))
    Estas pessoas agradeceram este comentário: alv
  12.  # 14

    Semeando aldeias e vilas
    A emigração portuguesa para a Europa no final dos anos 50 e seguintes, teve
    como característica principal a democratização dos sucessos: mesmo que não
    propriamente ricos, a maior parte dos imigrantes de então juntou pecúlios suficientes
    para uma primeira prioridade de investimento de aforros - a construção de casa
    própria.
    Uma após outra, as casas novas foram semeando aldeias e vilas, até
    ultrapassarem o número das antigas, renovando drasticamente o parque habitacional
    das regiões precisamente as mais deprimidas, pois que delas saíam os maiores
    contingentes de emigrantes. Novas, sólidas, bem construídas, afirmaram-se estas casas
    por denegação das antigas. Espaçosas em vez de acanhadas, confortáveis em vez de
    inóspitas, coloridas que não sombrias; arejadas, luminosas. Apetrechadas a preceito,
    enfatizados os equipamentos eléctricos, o uso de materiais nobres.
    Contradições e conciliações
    Em muitos casos, ao invés de se optar, acumulou-se: entre a cozinha
    tradicional de velhas memórias e a funcionalidade electrodoméstica dos espaços
    culinários modernos - juntaram-se os dois, para que nenhum fosse sacrificado. No que
    respeita ao aspecto exterior da casa, é total a rejeição do anterior: a nova deveria ser
    totalmente diferente da antiga. O choque é, não só inevitável, como intencional. As
    suas inspirações poderão ter vindo de olhares havidos em terras estrangeiras, de
    revistas internacionais, de imaginações próprias. Maná para projectistas e
    desenhadores locais, encarregados de traduzir cada um desses sonhos em plantas à
    escala, em projectos a aprovar pelas respectivas Câmaras; prosperidade para artesãos,
    finalmente demandados por clientes abundantes e apreciadores das suas artes; bons
    negócios para vendedores de materiais de construção, também eles com palavra a dizer
    nas escolhas de mostruários de mosaicos, de azulejos, de tintas, de pedras e de metais.
    Nesta feliz circunstância de procura forte e urgente e de oferta em consequente
    expansão, cada um dos intervenientes encontrou a sua particular parcela de satisfação:
    o contratante, o empreiteiro ou construtor, o operário e o artista, o desenhador e o
    fiscal, o vendedor de equipamentos e de mobílias; também, a família e os amigos, o
    comércio local e as repartições de finanças...

    in http://www.uarte.mct.pt/grupos-interesse/alquimias/docs/pdf/Ciencia-&-Sociedade-XVIII-%5B34%5D.pdf
    Estas pessoas agradeceram este comentário: scazevedo, raulschone
  13.  # 15

    Oh alv, depois de moer o juízo aos neófitos da Igreja da Inércia Forte dos Primeiros Dias, agora vem-me com um discurso tão ou mais simplista sobre esse tema? Como já vi que também está inscrito no almoço a arrastar para o lanche e quem sabe ainda lá jantamos do Forum, aceito debater lá o assunto, à frente da mine que me vai oferecer...
  14.  # 16

    Colocado por: LuisFigueiredoSe soubesse o preço de uma eólica não dizia que era para inglês ver;), se as vê paradas ou estão em manutenção ou não se justifica no momento o seu funcionamento, não queira parar o futuro, deixe lá as eólicas em paz.

    Estas pessoas agradeceram este comentário:alv



    Boas Sr. Luis,
    Não quis de todo parar o futuro ou criticar as eólicas propriamente ditas, o meu comentario á conversa original foi mesmo nesse sentido, de, que as eólicas são um bem muito precioso, só acho (como comum cidadão) que lhes deveriam dar mais atenção no que se refere à sua utilidade, porque todos os dias passo por zonas com eólicas e nunca vi mais de 10 a 20% delas a trabalharem em simultaneo. Ok, necessitam de manutenção, agora não necessitarem delas no momento? Pois não! É de interesse que se vá retirar a electricidade a outras fontes!
    Em relação ao preço das eólicas, essa foi desnecessária, mas sem dúvida que eu trabalhando toda a minha vida não conseguirei pagar (ou comprar) uma delas! Mas obrigado!
    Tanta coisa neste País e em todo o mundo que são para "Inglês ver" e bem mais caras e não foi pelo preço que os impediram de as fazer!

    Cumprimentos,

    Ricardo
    •  
      MRui
    • 17 março 2010

     # 17

    Colocado por: alvNão resisto em aproveitar tantas sapientes e doutas opiniões para que me digam se está tudo doido ou serei eu?

    É o alv... sem dúvida.

    Colocado por: AugstHillComo já vi que também está inscrito no almoço a arrastar para o lanche e quem sabe ainda lá jantamos do Forum, aceito debater lá o assunto, à frente da mine que me vai oferecer...

    Agora percebo como é que tanta gente lhe deve mines.
  15.  # 18

    Colocado por: LuisFigueiredo ... não queira parar o futuro, deixe lá as eólicas em paz.

  16.  # 19

    Caro Luís

    Julgo que ninguém quer parar o futuro, até porque acontece todos os dias (felizmente). A maioria das pessoas, que querem progredir e melhorar as suas condições de vida e da comunidade, não reconhecem nas ventoinhas paradas valor para o futuro. O futuro não é linear. Quem questiona esse tipo de empreendimento não é obrigatoriamente retrógrado.

    Quanto aos emigrantes, devo concordar com o scazevedo quando refere que muitos arquitectos e engenheiros falam mal de algumas das suas realizações mas foram eles que os tiraram da forca ao dar-lhes trabalho e a pagar-lhes bem (em alguns casos bem demais).

    O fenómeno da emigração é, na minha perspectiva e na de muitos que emigram, quase sempre má porque parte quase sempre de uma premissa algo degradante: não se consegue viver neste país com boas condições, por isso têm que sair e deixar para trás tudo quanto se conhece e muitas vezes aqueles de quem se está mais próximo.

    Se para uns é por opção, para a maioria é quase uma imposição.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Maxxedison
  17.  # 20

    Colocado por: AugstHillComo já vi que também está inscrito no almoço a arrastar para o lanche e quem sabe ainda lá jantamos do Forum, aceito debater lá o assunto, à frente da mine que me vai oferecer...

    Agora percebo como é que tanta gente lhe devemines.


    E só vou à Tektónica por causa dos mini-croquetes da Cinca.
 
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