Foi publicado o novo Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios (RRAE) - DL 96/2008, de 9 de Junho.
Este novo diploma, altera o o DL 129/2002 que regula a vertente do conforto acústico no âmbito do regime da edificação. pretende-se uma melhor articulação com o Decreto -Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, que aprova o Regulamento Geral do Ruído (RGR).
São actualizados os parâmetros de desempenho acústico dos edifícios e os indicadores do ruído de equipamentos e instalações, e estabelecem explicitamente procedimentos de avaliação de conformidade com as normas definidas no RRAE, visando a melhoria da qualidade habitacional no País, tanto para edifícios novos como para os edifícios existentes que venham a ser objecto de reconstrução, ampliação, ou alteração.
se me é solicitado parecer sobre homologação de sistema de construção por que diabos me solicitam um projecto de estabilidade?
Porque é que me solicitam um projecto de comportamento térmico se apresento para apreciação o projecto de uma casa com paredes de 18cm de madeira maciça laminada [K= 0,643 W/m² !]
Porque é que me solicitam um projecto acústico se apresento para apreciação uma casa com caixilhame em madeira maciça laminada com 68mm de espessura e vidros triplos [4 + 4 + 4, c=18 mm; k=1,1 W/m²] ?, … )
Resumidamente, os serviços procedem assim: não é em tijolo e betão, logo deve ser uma coisa que “comporta risco” para a saúde e bem-estar da humanidade
Não quero ser deselegante mas parece-me que também os engenheiros civis não estão á vontade com qualquer coisa que não seja betão e tijolo; mais ou menos explicitamente num deles admitiram que isso era uma coisa levada da breca e “tinham que estudar o assunto” (ou seja, o software só tem “caixinhas” para tijolo e betão…)
Não duvido que alguém no fórum irá dar uma chega á questão, mas entre o "muito Estado, mau Estado" e os gabinetes que não resolvem, pergunto-me se o lobbying do betão não deixa a livre concorência actuar livremente.
Colocado por: paulo_pereirase me permite, além do projecto acústico ( obrigatório segundo sei na instrução do pedido de licenciamento ) pós edificação ainda vai ter de evidenciar o comportamento acústico por força do RRAE :Foi publicado o novo Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios (RRAE) - DL 96/2008, de 9 de Junho.
Este novo diploma, altera o o DL 129/2002 que regula a vertente do conforto acústico no âmbito do regime da edificação. pretende-se uma melhor articulação com o Decreto -Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, que aprova o Regulamento Geral do Ruído (RGR).
São actualizados os parâmetros de desempenho acústico dos edifícios e os indicadores do ruído de equipamentos e instalações, e estabelecem explicitamente procedimentos de avaliação de conformidade com as normas definidas no RRAE, visando a melhoria da qualidade habitacional no País, tanto para edifícios novos como para os edifícios existentes que venham a ser objecto de reconstrução, ampliação, ou alteração.
As câmaras fazem uma leitura cega do diploma,e em casos com edificações anteriores a 1951 [ com certidão emitida ] estão a incluir este critério no caso de pequenas ampliações ou mesmo operações de venda !
Tenho fortes dificuldades ainda, em compreender a necessidade de fazer prova da homologação do método constructivo no caso que pareçe ser mais ou menos comum, a madeira. Porventura alguma técnica de montagem atípica ?
Cumprimentos, Paulo Pereira
Colocado por: j cardosoBoasse me é solicitado parecer sobre homologação de sistema de construção por que diabos me solicitam um projecto de estabilidade?
Pelo mesmo motivo que é exigido um projecto de estabilidade às construções em betão armado, ainda que os materiais - lajes pré-esforçadas, por exemplo - estejam devidamente homologados.A homologação de materiais ou métodos construtivos não tem a ver com a verificação da estabilidade da estrutura!Porque é que me solicitam um projecto de comportamento térmico se apresento para apreciação o projecto de uma casa com paredes de 18cm de madeira maciça laminada [K= 0,643 W/m² !]
Por que a verificação do comportamento térmico de uma construção vai muito além dos coeficientes de transmissão térmica das paredes!Porque é que me solicitam um projecto acústico se apresento para apreciação uma casa com caixilhame em madeira maciça laminada com 68mm de espessura e vidros triplos [4 + 4 + 4, c=18 mm; k=1,1 W/m²] ?, … )
Porque a verificação das características acústicas da construção vai muito além das características dos vãos envidraçados!
E agora pergunto eu: então quem lhe forneceu esses dados sobre as características dessa construção em madeira não o alertou para a necessidade dessa homologação e desses projectos de especialidade? É que eles sabem que são necessários, deixo a seu cargo a dedução do motivo porque não falaram nisso.Resumidamente, os serviços procedem assim: não é em tijolo e betão, logo deve ser uma coisa que “comporta risco” para a saúde e bem-estar da humanidade
Resumindo é assim: o que diz não é verdade, as construções em betão armado têm de ser executadas com materiais homologados e necessita, igualmente de todos os projectos de especialidade.Não quero ser deselegante mas parece-me que também os engenheiros civis não estão á vontade com qualquer coisa que não seja betão e tijolo; mais ou menos explicitamente num deles admitiram que isso era uma coisa levada da breca e “tinham que estudar o assunto” (ou seja, o software só tem “caixinhas” para tijolo e betão…)
É evidente que tudo que não esteja nas "caixinhas" do software (seja lá o que isso for) sai fora dos conhecimentos dos engenheiros que, como toda a gente sabe, se limitam a premir as teclas para que todo o trabalho apareça feito, como que por magia. É essa a razão porque, antes do aparecimento dos computadores, os engenheiros não faziam cálculos de estabilidade. Haja paciência para aturar afirmações destas.Não duvido que alguém no fórum irá dar uma chega á questão, mas entre o "muito Estado, mau Estado" e os gabinetes que não resolvem, pergunto-me se o lobbying do betão não deixa a livre concorência actuar livremente.
Até que enfim aparece alguém que compreende a verdadeira questão: então o pessoal não sabe que sempre que é elaborado um projecto de estabilidade em betão armado, a Cimpor imediatamente contacta os técnicos para lhes pagar comissão sobre o betão vendido? Falando por mim, as férias que gozo duas vezes por ano são pagas pela Cimpor, pela Secil e pela Siderurgia Nacional. Ando entretanto em guerra com os areeiros aqui da zona, que não aumentam a comissão sobre a areia há muitos anos, motivo pelo qual vou proibir a utilização de areia nas obras que projectar ou dirigir.
PS: sabe que há software de cálculo para estruturas em madeira? com "janelinhas" e tudo?
Faço questão de não angariar trabalho aqui no fórum; no seu caso, porém, estou disposto a abrir uma excepção: estou disponível para fazer os projectos de especialidade nas condições que lhe proponho:
1 - Não farei uso de software, todos os cálculos serão efectuados "à unha", sem "janelinhas".
2 - O preço será estabelecido de acordo com esse factor, que estimo irá provocar um agravamento no custo na ordem dos 250% a 300%. Caro? Também, acho, mas como sabe tempo é dinheiro, neste caso, o meu tempo e o seu dinheiro, que embolsarei de bom grado.
cumps
José CardosoEstas pessoas agradeceram este comentário:dutilleul
Colocado por: paulo_pereiraCaro dutilleulhá,
Vim cá ao fórum colocar uma questão, e tropeçei no seu post.
Das duas uma,
ou está definitivamente mal servida quanto à consultoria técnica em questão,
ou estamos todos definitivamente mal servidos quanto ao Estado,
Pra quem já teve oportunidade de viajar, e mesmo não o tendo feito, as técnicas de contrução pelo mundo fora são das mais variadas. Vejam no conforto de casa pequeno vídeo sobre as habitações nas terras do Obama -http://www.youtube.com/watch?v=yzEbkj0_Ph8
Ando curioso com as técnicas Light Steel Framing ou casas de madeira, principalmente por estar "esganado" com uma situação de contrato antigo de aluguer e procurar a bom preço desenvolver uma pequena habitação.
Nesta europa, onde por exemplo os estonianos têm forte tradição na construção de casas de madeira, nesta europa onde é possível contratar empresas dentro do espaço europeu para prestação do serviço de construção, tenho muitas dificuldades em perceber como, ao fim de 5 consultas não tenha resposta pronta.
Não duvido que alguém no fórum irá dar uma chega á questão, mas entre o "muito Estado, mau Estado" e os gabinetes que não resolvem, pergunto-me se o lobbying do betão não deixa a livre concorência actuar livremente.
Em suma, Escandaloso !! a situação que apresenta.
Queira por favor manter a situação actualizada, sempre que se justique
Melhores cumprimentos,
Paulo DinisEstas pessoas agradeceram este comentário:dutilleul
lamento ficar com a impressão de que entendeu alguma espécie de desconsideração nas minhas palavras e reitero-lhe o meu pedido de desculpas por não ter sido capaz de me expressar de maneira menos equivoca.
Certo, mas a memória descritiva que acompanhava o projecto de arquitectura explicitava valores e materiais a utilizar que excedem MUITO SIGNIFICATIVAMENTE a eficiência térmica e acústica dos edifícios comuns
Mas tudo bem, neste caso apenas me faz confusão que a construção em Portugal seja tão má, apesar de todos esses estudos e “projectos” tão pressurosamente exigidos…
O fabricante - excluídas por diferentes e várias razões outras possibilidades em vários países e depois da troca de muitas mensagens - é da Estónia e tem respondido a todas as minhas dúvidas. Não tenho razões para acreditar que o fabricante conheça a legislação portuguesa do mesmo modo com a familiaridade evidenciada pelo J. Cardoso mas não tenho até agora quaisquer razões para duvidar da sua boa-fé.
Embora tenha manifestado o desejo de não querer parecer deselegante ou menos correcto, peço-lhe encarecidamente que não entenda das minhas palavras nenhum tipo de desconsideração por qualquer classe profissional.
as palavras não são minhas mas também estou convencido que não foram escritas com a intenção de ofender ou desconsiderar quem quer que seja.
Colocado por: j cardosoBoas
Começo pelas questões laterais:lamento ficar com a impressão de que entendeu alguma espécie de desconsideração nas minhas palavras e reitero-lhe o meu pedido de desculpas por não ter sido capaz de me expressar de maneira menos equivoca.
O lobby do betão (eu sei que não foi o dutilleul que escreveu sobre isso):
Se existe não sei, não afirmo nem nego a sua existência, apenas posso dizer que nunca exerceu pressão sobre mim e nunca ouvi que tivesse exercido sobra algum técnico. A sua possível existência será então a outro nível, talvez o legislativo? (e também na mentalidade das pessoas, mas aqui é só um palpite meu).
Em relação ao software. É lógico que o software na engenharia veio facilitar o trabalho. Como na economia, na saúde, no ensino, ...etc. Mas, no caso presente, não me parece ser a questão. O verdadeiro motivo porque terá alguma dificuldade em encontrar quem lhe faça isso terá a ver, na minha opinião, com o simples facto de a esmagadora maioria das construções serem feitas com outros métodos construtivos e os técnicos de projecto estarão, logicamente, mais vocacionados para isso. Em mais ou menos 25 anos de profissão, apenas por uma ou duas dúzias de vezes tive de elaborar cálculos de estruturas em madeira, e quase sempre (excepto em dois casos) relacionados com recuperações de edifícios antigos com estrutura da cobertura em madeira. Mal comparado, é como comprar peças para um automóvel antigo, de colecção: as empresas de distribuição de sobressalentes estão vocacionadas para a "fatia grande do bolo", só têm peças para os carros actuais. Terá então de procurar um fornecedor mais específico.
O que realmente importa:Certo, mas a memória descritiva que acompanhava o projecto de arquitectura explicitava valores e materiais a utilizar que excedem MUITO SIGNIFICATIVAMENTE a eficiência térmica e acústica dos edifícios comuns
Como acontece a qualquer habitação que se pretenda construir, seja em que sistema for, terá de apresentar um estudo que demonstre quantitativamente que cumpre as limitações impostas no que diz respeito aos gastos de energia nas suas várias vertentes, e que não se limitam à capacidade de transmissão de calor entre as superfícies (aquecimento / arrefecimento do ambiente). É o vulgarmente chamado projecto de comportamento térmico, e acredite que em nenhum caso é admitida a sua substituição por uma memória descritiva com a apresentação das respectivas características.Mas tudo bem, neste caso apenas me faz confusão que a construção em Portugal seja tão má, apesar de todos esses estudos e “projectos” tão pressurosamente exigidos…
Em relação ao comportamento térmico das habitações, ainda é cedo para tirar conclusões: a legislação é de 2006, é cedo para avaliar os seus resultados.O fabricante - excluídas por diferentes e várias razões outras possibilidades em vários países e depois da troca de muitas mensagens - é da Estónia e tem respondido a todas as minhas dúvidas. Não tenho razões para acreditar que o fabricante conheça a legislação portuguesa do mesmo modo com a familiaridade evidenciada pelo J. Cardoso mas não tenho até agora quaisquer razões para duvidar da sua boa-fé.
Aqui sou eu que tenho de pedir desculpa, não sabia que o fabricantes era estrangeiro e que - como parece ser o caso - não tem representante em Portugal. Assim sendo, a responsabilidade em relação passa para o dutilleul que terá de certificar-se previamente da possibilidade de utilização desse produto no nosso país.
Ficam, mais uma vez, o meu pedido de desculpas ao fabricante.Embora tenha manifestado o desejo de não querer parecer deselegante ou menos correcto, peço-lhe encarecidamente que não entenda das minhas palavras nenhum tipo de desconsideração por qualquer classe profissional.as palavras não são minhas mas também estou convencido que não foram escritas com a intenção de ofender ou desconsiderar quem quer que seja.
Não fiquei ofendido e não me pareceu caso para isso. Não estou é de acordo com algumas coisas que foram ditas, mas posso bem com isso. Nada me obriga a estar de acordo com tudo o que dizem, e vice versa. Reservo-me o direito de responder com a minha opinião e, evidentemente, reconheço esse direito a qualquer um. É para isso que estamos o fórum.
cumps
José cardosoEstas pessoas agradeceram este comentário:dutilleul
Colocado por: Pedro BarradasCaro dutilleu,
Temos possibilidade de os realizar, se realmente tiver interessado,mas só para Outubro.
Por aquinão fazemos projectos de especialidades com recurso a softwares "automáticos" e com bases de dados limitadas.
.Estas pessoas agradeceram este comentário:dutilleul
Colocado por: j cardosoBoas
Aquilo que vou dizer é apenas uma opinião e, como é evidente, não está alicerçada em qualquer análise jurídica, campo no qual eu não tenho a mínima autoridade. Pode até ser uma grande asneira, mas é a forma como vejo a questão:
Se apresentar para apreciação um "sistema construtivo", parece-me que terá de ser homologado pelas entidades competentes. Se apresentar para apreciação uma construção em que, por acaso ou não, o material a usar seja a madeira (isto é, não apresenta um sistema, apresenta um material) não vejo razão para que a homologação seja exigida - trata-se de um material que é utilizado na construção e nunca me pediram para certificar os elementos de madeira que até hoje projectei. O que certamente não será dispensado são os projectos de especialidade, ou seja, nesse aspecto em nada o processo se distinguirá de outro qualquer (por muitas e bonitas memórias descritivas que apresente, nunca substituirão os projectos de especialidade).
cumps
José CardosoEstas pessoas agradeceram este comentário:dutilleul
Obviamente, a arquitecta referiu na memória descritiva (também exigida por lei :) )que se tratava de um edifico pré-fabricado.
Colocado por: j cardosoBoasObviamente, a arquitecta referiu na memória descritiva (também exigida por lei :) )que se tratava deum edifico pré-fabricado.
Provavelmente está aqui o busílis da questão: edifício pré-fabricado = sistema construtivo, implica homologação. Sem essa referência, talvez não tivessem exigido a homologação.
cumps
José Cardoso