Caro Alexandre: Acima de duas questões cobro honorários de Arquitecto! Mas como não temos contrato cá vai:
1 - Pergunta curiosa. Em teoria se não colocar mais nenhum isolamento sob a lâmina da cobertura, convirá que não haja ventilação, porque o desvão passa a estar à temperatura interior depois de tudo equilibrado, mas para além do isolamento da sandwich ser insuficiente e poder provocar condensados de inverno, é sensato colocar sempre um reforço do isolamento que até pode ser sobre o tecto, e tendo esta primeira barreira de isolamento pelo interior, a sua cobertura convém que seja ventilada, passando a funcionar como uma fachada ventilada, mas quase na horizontal, o que é óptimo. 2 - Claramente que não tem cumeeira tal como a entendemos, ou seja, o encontro de duas águas. Te uma cumeeira que é o ponto mais alto da sua cobertura e como só tem uma água é na empena,mas não deixa de ser uma cumeeira. Isto não interessa para nada, e como não tenho comigo nenhum dicionário de termos técnicos usados em construção, há-de vir aí alguém corrigir-me com o nome. Quanto à ventilação o que tem de fazer é colocar ventiladores na parte mais alta e aberturas na zona mais baixa possível, por forma a haver alguma ventilação, seja por ser cruzada, seja por convecção térmica, seja pelo que for, mas só há ventilação de os furos estiverem no fundo e em cima e se possível em lados opostos. 3 - Suponho que respondi na anterior, i.é, como não consegue o óptimo , já é bom colocar a ventilação. Acredite que seja pela diferença de temperatura, seja ela diferença de pressão, seja pela corrente de ar provocada por ventos, ela far-se-á e é boa. Pode sempre reverter o processo, se em qualquer momento entender que não funciona, obturando os ventiladores. Agora o contrário já é mais difícil, i.é, se não deixar e verificar que vai ser necessário, já não é tão fácil abrir buracos em paredes e em coberturas. 4 - Como entende não sei dizer-lhe assim num desenho com rigor, mas para uma casa normal, com ±250m², parece ser razoável 5 ou 6 furos de Ø entre 100 e 150mm. O importante é que existam. 5 - Aqui já começamos a discutir ciência ou sexo dos anjos, ou melhor a teorizar sobre o que dizem nos livros. Bom, em teoria, o vapor de água existente no ar migra das zonas quentes para as zonas frias, de inverno e migra à temperatura ambiente devido à permeabilidade ao vapor de água dos materiais. Assim, em teoria, esse vapor se não for "parado" por uma barreira, vai em algum momento encontrar a uma superfície suficientemente fria que em determinadas condições de temperatura e humidade vai encontrar o famoso ponto de orvalho e condensará no interior das superfícies, que no seu caso seria algures no percurso entre o tecto interior e a própria face interior da sandwich. Usando a barreira evita que pelo menos no interior do tecto, sobre a laje ou por cima dela, isso não acontece. Bom, isto tudo é em teoria, na prática eu uso sempre e nunca tive problemas e só quando não tem a barreira pára vapor é que detecto problemas de condensados, pelo que não é conversa fiada, é a prática a verificar a teoria. Existe muita literatura sobre o assunto, até por aqui no fórum.
Quanto à ventilação da habitação (e vão 6!!) ela não só é necessária, como é obrigatória e é evidente que é fundamental. No seu projecto de térmica esse parâmetro vem lá consignado, e era por isso que os nossos pais e avós a primeira coisa que faziam pela manhã, caso chovesse ou fizesse sol, era abri as janelas de par em par e ventilar. Só essa ventilação e sol matinal consegue matar todos os micro organismos que inundam as nossas casas.
Depois do testamento anterior, só lhe digo que se tem um telhado tradicional em vara e ripa, já tem ventilação que chegue, pelo que apenas tem de cuidar do isolamento sobre ou / e sob a laje de esteira. "Fassam" parte.