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  1.  # 1

    Boa tarde a todos,

    Venho a este forum pedir ajuda/conselho sobre a minha situação, que é a seguinte: estou a proceder a uma alteração do telhado da casa, ou seja, a casa originalmente tinha um telhado com a sustentação em madeira e a telha ja no seu periodo de vida a terminar. Como tal, consultei alguns empreiteiros de maneira a que encontra-se um que pudesse fazer a alteração para um telhado com placa e isolamento, acabei por escolher um da zona, recomendado por um Engenheiro que fez o projecto, pensando que a pessoa era correcta.
    Este Sr. Construtor depressa se apressou a conseguir o contrato e a começar a obra. Ora até aqui, tudo muito bem, tiraram o telhado levantaram paredes e parecia tudo a correr às mil maravilhas, quando um dia começa a chover e transformar-me a casa numa piscina, isto levou-me a colocar as maos na cabeça quando comecei a ver o recheio da casa a ficar danificado. Confrontei o empreiteiro com o sucedido, o qual me responde, que eu é que tinha pedido para fazer as obras nesta altura e não era da competencia dele resolver estes assuntos e mais responde que abrindo as janelas isto secava dentro de casa... ora a esta resposta só me apeteceu mandar o sr para um sitio que eu cá sei...
    Desde esse dia as coisas têm vindo a piorar o tempo também não tem ajudado e a juntar a isto, o trabalho não desenvolve embora eu diga para se colocar mais pessoal o sr. parece que goza e até reduz o pessoal que leva para outras obras, sabendo que esta é uma obra delicada e que tem que ser feita o mais rápido possivel, ja que é uma situação em que não se tem telhado.
    Gostava que me indicassem/ajudassem alguem aqui do forum que ja tivesse tido uma experiencia ou passado uma situação semelhante, o que poderia fazer para resolver isto.
    Ja consultei outros construtores e à 3 semana o telhado ja devia estar quase a terminar, e não é o caso, ja vou na 4 semana e o telhado longe de estar concluido...
    A atitude do empreiteiro ja referida é outra situação na qual há uma total falta de respeito e educação para comigo, não se pode perguntar nada ao senhor sem torcer o nariz e ignorar o que lhe é dito!!!
    Tenho a casa a ficar com as paredes todas negras e só humidade, estes senhores estão aqui na minha propriedade vai fazer 4 semanas julgam que mandam aqui, e só me tem feito estragos nos quais incluido a minha entrada/muro para a moradia..
    Peço desculpa pelo desabafo, mas estou farta desta situação.
    Desde já agradeço qualquer ajuda.

    Susana
  2.  # 2

    Na sua situação, e de forma simples e brutal:

    Rua com ele e quanto mais depressa melhor. Se ele se armar em parvo, chama a policia. Se a propriedade é sua, fecha o acesso, permitindo apenas a remoção do equipamento e ferramentas.

    já volto
  3.  # 3

    Essa solução o meu marido ja anda para a por em pratica, mas como estamos numa situação delicada não queria chegar já a esse extremo, porque o problema é de seguida arranjar outra pessoa para continuar o trabalho, mas se tiver que ser...

    Queria salientar outro facto que escapou no meu desabafo anterior, para evitar correr mais o risco de novamente ter a casa com agua, investi numa lona com um comprimento consideravel(12mx12m), para cobrir a parte do telhado da casa, e a qual não ficou nada barato, mas preferi fazer isto do que perder tudo o que tenho dentro de casa, já que o construtor se está completamente a borrifar se tenho danos em casa ou não. Com isto chegou a dizer que obra tem demorado mais, devido ao tempo que perdem a tirar/colocar a lona, isto parece uma anedota.

    A telha foi colocada esta semana mas não completamente, pedi para fazerem o acabamento chamado beirado à portuguesa (o telhado tem apenas 2 aguas), e isto tem sido mais uma desculpa para demorar (quando só tem uma pessoa a executar este trabalho é claro que demora), sabendo que ele tem mais pessoal, pois ja cá estiveram 6 pessoas a trabalhar na execução de outros trabalhos.

    Susana
  4.  # 4

    Essa razão (problema na substituição) o seu empreiteiro sabe-a e por isso se aproveita. Dado já ter as relações deterioradas para além do aceitável, (falta de respeito) e quando se chega a este ponto é como um casamento falhado, insistir só serve para uma das partes sofrer.

    Num caso desses, ou aguenta até ao fim e parte a corda e se é para partir, que seja já. Se não partir, qual é a garantia do trabalho executado e de reparações no período de garantia? Provavelmente já terá dado mais dinheiro do que os trabalhos executados, mas mais vale perder 1000 do que 5000. Têm aqui outro tópico com um problema igual ao seu e veja como terminou

    Caso quebre, terá, para além dos aspectos legais que desconheço (existência de contractos), de começar por garantir a não entrada de água, o que já fez, para ter tempo de procurar outro empreiteiro. Para ajudar um pouco mais, só sabendo o tipo de solução proposta, o local da obra, o tamanho da obra (uma fotografias ajudavam). Além disso uma queixa ao INCI ajudava e já agora chamar o engenheiro que o recomendou e pedir-lhe explicações

    Cumps
  5.  # 5

    Desde ja quero agradecer a ajuda prestada, pois estou numa situação da qual não sei se os trabalhos estão dentro dos prazos... sei que cometi o erro de começar esta obra nesta altura, mas o construtor também podia ser mais compreensivo e avançar mais depressa sabendo que o tempo é instavel e as pessoas estão numa situação delicada e a falta de respeito e interesse continua.

    Não foi realizado nenhum contracto, apenas verbal (orçamento), e uma assinatura do empreiteiro referente ao 1º pagamento, que pediu na 2ª semana de trabalho.

    O local da obra situa-se em Sobral de Monte Agraço, a moradia tem +- uma area de 60m2, em relação a fotos da casa (obra) adicionarei no mais curto espaço possivel imagens para se poder ter uma ideia.

    Cumprimentos.
  6.  # 6

    Nessa situação, poderá ter de usar a linguagem que eles entendem: A do dinheiro

    Segure os pagamentos o mais tempo possível e atrase mesmo o pagamento. Se ele atrasa a obra, você atrasa o pagamento. Quando ele quiser mais dinheiro, apenas o receberá após atingir um determinado objectivo, Subtelha assente, beirado pronto, telha assente e depois prometa o dinheiro para o dia seguinte e aguenta até o levar á loucura.

    Lamentavelmente as coisas nas obras, são assim mesmo, os empreiteiros e respectivos operários, apenas respeitam a lei da força do dinheiro e do berro. Só ganhei o respeito dos operários portugueses (dai os desprezar), quando lhes comecei a cortar horas e a despedir um de vez em quando. Nessa altura perceberam qual era a voz do dono. Esta mentalidade das obras, para quem não conhece o meio, é inconcebível, mas se alguém pensa que é só chegar ao pé do empreiteiro e dizer o quer e ele faz, vai ter muitas surpresas, especialmente os candidatos a gerirem as suas próprias obras. A única hipótese de ter um empreiteiro com rédea curta é com dinheiro do nosso lado, mas como lhes dão logo os adiantamentos, perdem a única arma que têm.

    Meta umas fotografias, para ver o que se pode fazer, dependendo da situação em que está a obra

    PS: trabalhos nos empreiteiros (ehehe)
  7.  # 7

    Em relação aos pagamentos é isso mesmo que vou fazer, obrigada pela dica. Ja que tenho os problemas tenho que lhe passar um pouco dos problemas também.

    Em relação às fotos amanha sem falta colocarei imagens do estado actual da casa.

    Mais uma vez obrigada pela ajuda.

    Cumprimentos.
    •  
      alv
    • 24 outubro 2008

     # 8

    vivam!
    Não é a minha especialidade, nem quero interferir, mas não resisto.
    PC, está a meter tudo no mesmo saco - empreiteiros, clientes e operários - e enquanto empreiteiro que também sou posso garantir-lhe que em em muitos anos de actividade, nunca nenhum cliente deixou de ficar meu amigo excepto aqueles que me pregaram o calote, mas acredite que nunca deixei de acabar uma obra mesmo, sabendo que a não ia receber. Relativamente aos operários, também não concordo, mas cada um tem o que merece. Os meus, aos quais devo o que sou enquanto empresa, foram formados na prórpia empresa e merecem-me todo o respeito, porque também me tratam da mesma forma, porque sabem que lhes ensino tudo o que sei, colocando-me ao lado deles, pegando nas ferramentas deles e ensinando-os como se faz, no limite fazendo com eles, metendo literalmente a mão na massa. Quando eles vêm que têm ao lado um "par" eles são cooperantes.
    "Fassam" parte
  8.  # 9

    Colocado por: alvPC, está a meter tudo no mesmo saco - empreiteiros, clientes e operários -

    Sempre os meti, porque a culpa desta loucura toda, deve ser dividida por todos

    Colocado por: alvRelativamente aos operários, também não concordo, mas cada um tem o que merece

    Não, tem aquilo que se arranja e se agora não há problemas em arranjar gente, nem sempre foi assim

    Colocado por: alvQuando eles vêm que têm ao lado um "par" eles são cooperantes.
    Sim, são, imenso, quando precisam.

    Não tenho respeito:
    pelas hierarquias nas obras, em que os pintores portugueses não pegam na lixa, só no pincel,
    em que têm prazer em humilhar os estrangeiros (conhece os macacos, os brazucas, os kosovares)
    em que reclamam que isto está cheio de emigrantes quando temos 5 milhões no estrangeiro,
    em que os encarregados ficam com uma parte dos ordenados,
    em que os encarregados recebem comissões para dar horas a fazer,
    em que os encarregados os levam ao café e os obrigam a pagar a conta.
    em que se colocam muçulmanos durante o Ramadão a abrir valas o dia inteiro

    Do lado dos empreiteiros, aquele que conheço melhor, fiz o percurso completo de servente a director de obra e gostaria de esquecer muito do que vi, e bastava que eles tivessem alguém a quem possam espezinhar e falo-iam. independentemente de serem chefes ou serventes. Espezinham-se sempre os que estão por baixo. Até que estoirei e vim para os orçamentos, não porque goste do que faço, mas para fugir daquela insanidade.

    Excepções? claro que as há, mas são isso mesmo, excepções.

    Obviamente cada um fala com a experiência que têm, e esta, é a minha lei sagrada "Mantêm dinheiro do teu lado e eles obedecer-te-ão"

    Sei que isto poderá deixar muito gente incomodada, mas a ideia é explicar à susana como agir e porquê e nem sempre certas coisas se podem fazer de uma maneira "português suave"
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AnaT
    • AnaT
    • 24 outubro 2008

     # 10

    Alv, ainda bem que existem excepções, mas, como o Paulo Correia diz, impera a prepotência.
    Tive recentemente de recuperar uma loja e digo-lhe, aquilo só foi acabado dentro do prazo (mas foi - 1 dia de atrazo - deve ser um recorde) porque eu e o meu sócio (os donos da obra) estávamos lá os dois TODOS os dias, das 08h00 às 17h00.
    Imagine a dor de cabeça para o responsável da obra (que não apareceu em muitos dos dias ou que ia apenas de manhã abrir a porta e já nem voltava porque estávamos lá para fechar a dita) ter de responder pela qualidade do trabalho todos os dias e em todas as fases.
    As diversas equipas tinham elementos de várias nacionalidades (indianos, senegaleses, cabo-verdianos, ucranianos, brasileiros e portugueses - os "chefes") e devo dizer-lhe que as coisas só não foram piores porque estávamos lá, e uma senhora presente sempre limita um bocado a brutalidade e a linguagem.
    E a obra não teve nada de complicado mas como implicou várias equipas (electricistas, pladur, pintura) ... Não preciso de lhe fazer o desenho, não é? Cada uma a "marimbar-se" para o trabalho da outra...

    Haja paciência... E tempo.

    Susaana, coragem. E retenha os pagamentos até ter o problema resolvido.

    Ah, e exija um contracto detalhado com a obra que foi feita por causa da garantia. Se agora já existem estes problemas...
  9.  # 11

    Deixo-lhe aqui um texto do Eduardo Prado Coelho. publicado em data desconhecida no Público e onde ele define o pais em que vivo. Embora longo, merece bem ser lido.

    Construir um país
    Precisa-se de matéria-prima para construir um País
    Eduardo Prado Coelho - in Público

    A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país.

    Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar urna familia baseada em valores e respeito aos demais.

    Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

    Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

    Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

    Pertenço a um pais onde a falta de pontualidade é um hábito.

    Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

    Onde as pessoas atiram o lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos.

    Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

    Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.

    Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.

    Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.

    Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.

    Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.

    Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

    Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

    Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta.

    Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

    Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria-prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier.

    Qual é a alternativa?
    Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa.
    E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados.. .igualmente abusados!

    É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda... Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias.

    Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez.

    Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. Al ESTA NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

    EDUARDO PRADO COELHO
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AnaT
  10.  # 12

    Acho que é fundamental em qualquer tipo de obra, haver um contrato com o empreiteiro. Nem que seja um documento muito simples, que descreve as responsabilidades do empreiteiro e proprietário.
    Se bem, que o problema está nos dois lados, existem proprietários que não lembram a ninguém...

    Quanto ao caso da Susana, recomendo que coloque esse senhor a andar e não lhe dê mais dinheiro.

    Se precisar de um empreiteiro perto do Sobral, conheço um que mora a uns kms daí, que fez trabalhos para pessoas conhecidas e sempre correu bem. Eu, estou a avaliar o orçamento dele...

    Coisas da Casa
    •  
      alv
    • 24 outubro 2008

     # 13

    Vivam!
    Não posso calar-me perante tanta revolta. Acredito em tudo o que dizem , mas isso que contam não é a regra, são certamente excepções.
    Como em todas as profissões há bons e maus profisionais, bons e maus empresérios e boas e más empresas, boas e má experiencias e por vezes, bons e maus clientes!
    Pela parte que me toca, não me revejo enquanto empreiteiro em tanta recalcamento. Mais trabalho com imensos empreiteiros, na qualidade de subempreiteiro e também não vejo isso nas obras em que oarticipo.Também eu comecei por baixo sempre a trabalhar e estudar, tendo feito um intervalo "sabático" de vinte anos finalizei o curso para poder ter o "canudo", pelo que passei por tudo e assistidi a muita coisa. Não é essa a experência que tenho. Também um dos ramos da actividade da empresa é a execução de lojas, normalmente em centros comerciais que por aí polulam como cogumelos e aí não há comtemplações com prazos.
    Como digo mais uma vez, não ponham tudo no mesmo saco. Mais, não conhecendo o PC, lendo o que escreve, sem emitir qualquer juizo de valor, qualquer ser humano, qualquer profisional, por muito mau que seja, quanto muito na tentativa de o ajudar a ser melhor, me merece sempre o maior respeito.
    Por aqui me fico.
    "Fassam" parte.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AnaT
  11.  # 14

    Alv

    Como disse antes, cada um vive com as experiências que teve e quando cheguei a director de obra recusei-me a entrar nesses sistemas mas era acusado de ser demasiado "mole" e um dia chamaram-me e disseram-me que se queria continuar como director de obra, teria de demonstrar que "os" tinha. O ritual de passagem foi o seguinte:

    Como a empresa precisava de despedir gente, mandaram-me escolher 15 homens de um grupo de 35 e despedi-los. Eram todos estrangeiros, a maioria dos quais eu tinha legalizado, tinha assinado cartas de responsabilidade para que as mulheres e os filhos pudessem vir, tinha emprestado dinheiro a 2 quando as filhas estavam prestes a servir de penhores ás máfias e a serem encaminhadas para as redes de tráfico de carne branca, tinha ido com eles ao Correios servir de protecção ás máfias russas que os esperavam para lhes pedir uma comissão (eles não arriscavam se estivessem portugueses), Mandaram reuni-los a todos (os 45) no armazém e fui ter com cada um dos 15 e dizer-lhe que tinha de se ir embora. Eles olhavam com aqueles olhos azuis e diziam-me: no problema, srº Paulo, compreendo. Nesse dia entendi a expressão "olhos de uma azul profundo".

    Não Alv, isto não são excepções, são a regra e nós pelo menos, pagávamos tudo, mas muitos punham-nos a andar junto ao fim do mês e nem sequer lhes pagam ou pagavam apenas uma fracção. Certos preços maravilha são conseguidos assim. Nós é que olhamos para o lado e fingimos que não vemos ou não queremos ver, até porque são gente dos subempreiteiros e a responsabilidade não é nossa. Pilatos estás perdoado.

    Chegámos ao ponto em que acabar uma obra, é sinal de um bom empreiteiro como se essa não fosse a sua obrigação, que se aldrabarmos pouco, somos bons profissionais, como se não fosse essa a nossa obrigação, que é normal acabarmos as obras fora de prazo, somos bons empreiteiros porque pelo menos acabámos, que 25 ou 50% de trabalhos a mais é perfeitamente aceitável, que as reparações das asneiras feitas por nós, devem ser pagas pelo clientes ou não serão feitas, que os bons empreiteiros não são a regra, são as excepções. Que se o cliente não sabe, devia saber

    Os clientes, pelo menos os que se preocupam, tem o direito de conhecer as regras dos jogo e o que disse acerca dos empreiteiros, aplica-se aos nossos engenheiros, aos nossos arquitectos, ás nossas fiscalizações e demasiadas vezes, aos nossos clientes.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: AnaT
    •  
      alv
    • 24 outubro 2008

     # 15

    Vivam!
    ....pelo outro me fiquei!
    "Fassam" parte.
  12.  # 16

    O relato que o Paulo faz, há uns anos eram noticia comum dos nossos telejornais em que empreiteiros (será que se podem ser chamados assim) sem escrúpulos enganavam meio mundo.

    Eu creio que há uns anos para cá, os "empreiteiros" profissionalizaram-se e aqueles que não o fizeram ou já fecharam portas, deixando provavelmente muita gente agarrada, ou em vistas de fechar estão.

    Uma questão Paulo, quando te deparas com esse tipo de empreiteiros que enunciaste há pouco, tu voltas a trabalhar com esse gajo?

    Agora por certo continuará a haver gente menos séria, gananciosa e manhosa.... e cabe a nós pelo menos aqui neste fórum denunciar todos aqueles que não se portam profissionalmente e não respeitam os acordos ou contratos estabelecidos.

    um abraço

    http://montedochafariz.blogspot.com/
  13.  # 17

    Colocado por: afsantosO relato que o Paulo faz, há uns anos eram noticia comum dos nossos telejornais em que empreiteiros (será que se podem ser chamados assim) sem escrúpulos enganavam meio mundo.

    As coisas melhoraram alguma coisa, nos últimos anos, porque com a crise os primeiros a abandonarem Portugal, foram os ilegais, os quais eram os mais sacrificados, por razões óbvias. No entanto com a crise e a falta de empregos, continuam a existir muitos casos, porque numa crise, são sempre os mais fracos, os que mais sofrem.

    Estas noticias apenas desaparecerem dos nossos telejornais, não porque as situações tenham desaparecido, mas porque estas noticias, deixaram de dar audiências, afinal temos leis magnificas de integração de emigrantes e se temos leis, não temos problemas. Se for falar com alguém das associações emigrantes, apanha um susto, mas para isso era preciso que houvesse jornalismo de investigação e esse está morto

    Colocado por: afsantosUma questão Paulo, quando te deparas com esse tipo de empreiteiros que enunciaste há pouco, tu voltas a trabalhar com esse gajo?

    Se soubesse que ele era aldrabão e recebesse ordens para trabalhar com ele, fazia-o ou teria de procurar outro emprego.

    O que está a destruir este sistema de subempreiteiros aldrabões, foi um efeito colateral da alteração da lei do IVA. De há uns meses para cá, deixámos de pagar o IVA aos subempreiteiros, passando a empresa a entregá-lo directamente aos fisco.

    Já não temos de trabalhar com essa gente, não por sermos santos, mas porque a necessidade de sobrevivência com os preços actuais, nos obrigou a eliminá-los do sistema. Estes subempreiteiros de tão ilegais que estavam, nunca entregavam o IVa, sendo este o verdadeiro lucro. Como deixaram de o receber, tiveram de subir os preços, deixando de ser concorrenciais.

    MAs tínhamos uma forma de controlar estas situações (nem sempre funcionava) intervindo da seguinte maneira: Falávamos com o pessoal dos subempreiteiros e se tivessem ordenados em atraso, pagávamos directamente ao pessoal e descontáva-mos esse valor ao subempreiteiro. Claro que isto provocava situações muito complicadas, mas não raras vezes, os subempreiteiros eram afastados e o pessoal ficava a trabalhar connosco. Claro que chegar á obra e ter uma comissão á espera e ficar rodeado de gente com cara de poucos amigos, também ajudou um pouco
  14.  # 18

    Boa tarde a todos!!

    Peço desculpa pela minha ausencia, mas a vida profissional juntamente com as obras, como compreendem, tem exigido bastante a nivel psicologico.

    Deixo aqui algumas imagens (ontem do inicio do dia e do final do dia) de modo a que possam ter uma ideia do desenvolvimento do que tem sido um pesadelo.
    Como mencionei nos desabafos anteriores, a obra completou agora a 4ª semana, gostava de saber se nesta fase os trabalhos ja nao deviam estar mais adiantados? ... E se o sr.construtor não é responsabilizado pelo facto de não ter materiais ou não os querer comprar, isto falo da cobertura do telhado e demais aspectos negativos da atitude da pessoa.

    Casa1

    Casa2

    Casa3


    Na primeira semana destruiu-nos a entrada de acesso, insistindo de que o camiao de 17 toneladas podia entrar...:
    Casa4
    A resposta do sr.: "Se estragar eu arranjo!" O chão ficou destruido os muros alargaram para os lados fazendo com que o portão não feche como era... e no fim de tudo o camiao teve que fazer a descarga na estrada...

    Devido a ter chovido e não haver protecção do telhado (pois estava de ceu aberto)esta é uma pequena amostra do resultado e de como estão os tectos e paredes:
    Casa5


    Quero comentar em relação a respostas anteriores de que há bons e maus profissionais em todas as areas, mas posso afirmar que nesta area só tenho apanhado desilusões. Já é a segunda obra que efectuo na minha casa e o construtor anterior ainda era pior, enganou-me em varias fases da obra as quais constatei no final o modo de terem sido feitas não por um profissional mas por um curioso... Foi feita uma pintura da casa a qual pintou por cima da tinta anterior, isto só para dar um exemplo, para não falar no facto de que este sr. demorou 6 meses para colocar mosaicos e azulejos, canalização, electricidade( substituição de fios electricos, e da qual não tenho a certeza se esta bem feita), etc...
    Depois disto só me meti nesta situação porque fui mesmo obrigada a ter que fazer esta mudança na casa...

    Mais uma vez quero perguntar se as obras estão dentro dos prazos, e quanto tempo até terminar? (Isto é a só a parte exterior (com pintura) por dentro é só rebocar!)
    E se o sr.construtor não é responsabilizado pelo facto de não ter materiais ou não os querer comprar, isto falo da cobertura do telhado e demais aspectos negativos da atitude da pessoa!

    Quero agradecer toda ajuda prestada e a solidariedade demonstrada.
    Cumprimentos.
  15.  # 19

    Estamos perante situações distintas:

    1º - Comportamento e educação
    Nem é preciso dizer muita coisa, esses comportamentos até eu julgava que estavam em vias de extinção. Caso ele tenha alvará, uma queixa junto do INCI, seria muito feita, para que na próxima ele se modere ou fique sem alvará. Veja como apresentar uma queixa

    Noutra situação recomendaria aquela rapaziada das cobranças difíceis, nesta julgo que você terá de explicar-lhe que manda, na linguagem que elel entende: Não pague até ter as coisas como você quer.

    2º - Protecção da obra
    Embora você pudesse ter ou não a noção de que fazer obras desse tipo nesta altura do ano, fosse mais complicado, não é a si que compete ter essa noção, mas ao empreiteiro e constituía obrigação dele, informá-la disso e que seria necessário recorrer a uma cobertura provisória. Caso você recusasse devido ao custo, seria da sua responsabilidade as consequências. Nada tendo dito, é responsabilidade dele.

    As reparações de telhados, para o bem ou para o mal, fazem-se quase sempre de Inverno, que é quando cai água na cabeça das pessoas a relembrar da necessidade de fazer essas obras. Já fiz muitos telhados e com um pouco de cuidado, a maioria dessas situações resolvem-se.

    3º - Responsabilidade
    Os danos provocados por pelo empreiteiro e que resultam de uma conduta negligente, terão de ser assumidos por ele, e nessa obra, existem situações suficientes, para que, com um cliente ou advogado agressivo, ele receber muito pouco ou receber sequer. Documente para memória futura todas essas situações, fotografe tudo o que mexa e que não mexa.
    Já agora peça responsabilidades ao engº que lho recomendou nem que seja para que o engº se sinta envergonhado e não o volte a recomendar, isto claro, se ele não receber a habitual comissão de recomendação mas não fazer nada é que não.

    4º - Prazos
    O que é que ele está a fazer exactamente? Só a cobertura ou a demolição da cobertura anterior e o acrescento do piso inteiro?
    No primeiro caso está atrasadíssimo, no segundo nem por isso, talvez tenha no máximo uma semana de atraso. O que está errado, é que, quando betonaram a laje, deveriam ter começado logo a colocar a telha para evitar as infiltrações.

    Para terminar?
    Falta colocar as cantarias nas janelas, rebocar por fora, pintar (após secagem dos rebocos), impermeabilização da varanda e montagem de caixilharia.
    Um mês ninguém lhe tira, porque o reboco terá de secar, no entanto, não o deixava fazer isso sequer. veja o ponto seguinte

    5º - O que fazer
    Com essas fotografias é simples. Deixe-o terminar o telhado e rescinda contracto com ele. è uma situação clássica de um fazer a estrutura e outro faz os acabamentos. Começa já à procura de novo empreiteiro e corra com esse. Se isso está assim com o sujo da obra, quando chegar aos acabamentos, será uma violação. E por favor, as mulheres têm sempre esperança que os homens mudem, mas eles nunca mudam, não espere isso.

    Notas soltas
    Não veja qualquer isolamento térmico nessa cobertura. Isso é mesmo assim ou vai alguém se esqueceu?
    A execução do beirado com telha de canudo, demora mesmo muito tempo. 4hr a 5hr por metro, por homem. Falta é homens
    Esse telhado arrepia-me. Está feito o que é fácil e os remates estão por fazer
    Uma fiscalização de segurança nessa obra era um mimo a facturar.
  16.  # 20

    Colocado por: afsantosUma questão Paulo, quando te deparas com esse tipo de empreiteiros que enunciaste há pouco, tu voltas a trabalhar com esse gajo?


    Aquela resposta foi um pouco politica, porque eu mal começava a trabalhar com eles, mas ponderei muito em explicar como os punha a andar por os meus patrões sempre desconfiaram que algo se passava e ainda hoje brincam com isso, simplesmente pensavam que eu era enganado pelo meu pessoal e nunca imaginaram que eu estava por detrás. Claro que eu nunca os desenganei

    O que fazíamos era o seguinte: Quando me colocavam um desses gajos na obra, era fácil de conhecê-los porque iam lá por o pessoal e iam-se embora. O meu pessoal habitual, até à hora de almoço, explicava ao pessoal desses subempreiteiro que o melhor para eles era irem-se embora. Como entravam 1 ou 2 homens desse subempreiteiro e eu tinha lá 15 ou mais, não era complicado convencê-los. Caso eles complicassem e não quisessem ir, esperávamos 2 ou 3 dias e eu recebia uma comunicação do encarregado em obra a informar que o homem não prestava e eu a "contragosto" lá tinha de o mandar embora. Passado algum tempo nenhum desses subempreiteiros se queria aproximar de mim. Que chatice.

    Havia outras razões para isto acontecer. Numa obra nunca se deve ter muitas nacionalidades juntas, porque todos se detestam mutuamente e o de Leste têm ainda uma coisa em comum: Um ódio visceral ao russos, que era das poucas coisas que me assustavam a sério. Juntar várias nacionalidade ou etnias é pedir sarilhos e assim, escolhi uma, os ucranianos, e despachei as outras todas. E as obras corriam-me sem problemas e sem levar ninguém ao hospital. Duro? Mau? Indecente? talvez, mas eficaz
 
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