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  1.  # 661

    Boas,

    Pedro Adão e Silva:
    A ilusão tecnocrática assenta no pressuposto de que só governos não sujeitos ao voto e às pressões partidárias são capazes de implementar as reformas necessárias.
    Num momento em que a zona euro caminha para o colapso, parece ter sido encontrada a solução para as economias da periferia: substituir chefes de governo eleitos por tecnocratas. A opção faz sentido. Tendo em conta que se gerou a convicção de que a responsabilidade da crise foi primeiro de Sócrates, a semana passada de George Papandreu, esta semana de Berlusconi e, a crer no que o sempre presciente François Hollande já anunciou, para a semana será de Sarkozy, o melhor mesmo é remover os políticos eleitos que lideram os governos do Sul e colocar, nos seus lugares, técnicos com um perfil acima de toda a suspeita e bem recebidos em Frankfurt.
    http://aeiou.expresso.pt/pedro-adao-e-silva=s25381

    Ricardo Costa:
    Vivemos tempos estranhos. Os políticos rodearam-se de financeiros para tentar perceber o que se passa. E os corretores contratam políticos com o mesmo objetivo. Mas ficam todos na mesma.
    http://aeiou.expresso.pt/ricardo-costa=s25033

    Nicolau Santos:
    E assim Pedro Passos Coelho afirmou, de forma claramente audível, que seria importante flexibilizar o acordo com a troika para concretizar aquele objetivo. Na quarta-feira, contudo, aterrou em Lisboa Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, que disse estar convencido que Portugal não necessita de mais dinheiro. Foi o suficiente para o primeiro-ministro português concordar com Juncker.
    http://aeiou.expresso.pt/nicolau-santos=s23490

    Luis Marques:
    Uma nacionalização parcial da banca promovida por um governo de centro-direita é irónico. Esperemos que não seja cómico.
    O general Vasco Gonçalves deve estar às voltas no túmulo de tanto rir. O julgamento da história deu-lhe razão, pensará entre gargalhadas. Em 1975 foi um dos autores da nacionalização da banca, cuja privatização posterior sempre contestou. Agora deve sentir-se vingado. A banca vai voltar, pelo menos parcialmente, para as mãos do Estado, ou seja, na sua versão, para "boas mãos". De facto, a história dá muitas voltas. Repete-se, como dizia Marx, uma das fontes de inspiração de Vasco Gonçalves. Primeiro como tragédia, depois como comédia. Se as nacionalizações de 1975 foram, de facto, uma tragédia, será que vamos agora assistir a uma comédia? Bem, que a situação tem uma grande dose de ironia não há dúvida.

    Miguel Sousa Tavares:
    Porque é bom que se entenda isto: os 8000 milhões que o Governo vai obrigar a banca a aceitar para se refinanciar é dinheiro emprestado a Portugal e que um dia os contribuintes serão chamados a pagar. É, pois, dinheiro dos contribuintes, que o Governo tem a obrigação de reaver.
    http://aeiou.expresso.pt/miguel-sousa-tavares=s23491

    Os banqueiros só podem queixar-se de si próprios
    Este tipo de irresponsabilidade – perdoado pela maioria dos economistas, sempre mais lestos a apontar o dedo aos “portugueses” – estendeu-se a outras áreas. A concessão de crédito a particulares foi excessiva, como mostra a evolução do malparado (que só não é maior por truque contabilístico). A concessão de empréstimos às empresas concentrou-se no sector não exportador, de rendas garantidas e aval político – uma escolha racional, porque dava mais dinheiro a ganhar, mas que revela o mesmo grau de ilusão colectiva que “os portugueses” alimentaram.
    http://www.ionline.pt/opiniao/os-banqueiros-so-podem-queixar-se-si-proprios

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    • Neon
    • 12 novembro 2011

     # 662

    Colocado por: oxelferpermite aprender e/ou reforçar a argumentação do ponto de vista.


    haaa então divirtam-se :P
  2.  # 663

    Boas,

    Colocado por: Neonhaaa então divirtam-se :P


    Eu é o que estou a fazer ;)

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    •  
      MRui
    • 12 novembro 2011

     # 664

    Colocado por: luisvvE irrita-me porque, sendo verdade, quem o costuma dizer nao tem bem a noção de quem serão esses "mesmos".

    Os "mesmos" são quem trabalha, quem verga a mola, e que pelos vistos o irritam. O luisvv anda sempre tão preocupado com o "desfalque" que os FP's dão no OE, mas nunca o vi irritado e indignado com os desfalques (sem aspas) de Isaltinos, Loureiros e Cia Lda. Dois pesos e duas medidas?
  3.  # 665

    Boas,

    Colocado por: MRuiOs "mesmos" são quem trabalha, quem verga a mola, e que pelos vistos o irritam. O luisvv anda sempre tão preocupado com o "desfalque" que os FP's dão no OE, mas nunca o vi irritado e indignado com os desfalques (sem aspas) de Isaltinos, Loureiros e Cia Lda. Dois pesos e duas medidas?


    Está-me aqui o gato a sussurrar ao ouvido (mas pede para não dizer que foi ele que disse):
    O luis de tão extremista que é (ou quer ser) já deixou de ser quem pensa que é, e passou a ser um daqueles que provavelmente odeia: um anarquista!

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  4.  # 666

    Boas,

    Governo diz que 2012 marca o "fim da crise"
    http://economico.sapo.pt/noticias/governo-diz-que-2012-marca-o-fim-da-crise_131256.html

    Risco de tumultos e barricadas. Governo já prepara plano B
    O executivo teme o pior e actua em conformidade: já há plano anti-contestação social
    http://www.ionline.pt/portugal/risco-tumultos-barricadas-governo-ja-prepara-plano-b

    Número de famílias em falência triplicou desde o início da crise
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=518999&pn=1

    Todos os meses há mais 516 famílias a recorrerem à Cáritas
    O presidente da Cáritas Portuguesa diz que desde o início de 2011 surgiram 4.645 novas famílias carenciadas a pedirem ajuda à instituição.
    http://aeiou.expresso.pt/todos-os-meses-ha-mais-516-familias-a-recorrerem-a-caritas=f687411

    Porto. Alunos sem dinheiro pedem ajuda à Universidade
    http://www.ionline.pt/portugal/porto-alunos-sem-dinheiro-pedem-ajuda-universidade

    Governo opta por regime que favorece empresas na tributação de dividendos
    http://economia.publico.pt/Noticia/governo-opta-por-regime-que-favorece-empresas-na-tributacao-de-dividendos-1520802

    Desvalorizo o efeito na economia da redução dos consumos das famílias. Trata-se de um ajustamento que em grande parte será para ficar. Os consumos vinham sendo artificialmente empolados por facilidades de crédito, o qual, já se sabe, não é possível manter.
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=519015

    Como a Helena Garrido aqui escreveu, nos últimos anos a banca capturou a política. Essa captura foi feita inclusive com a incorporação de políticos, como se viu na Caixa e no BCP, os dois maiores bancos portugueses. Mas também o BES e o BPI passaram a ter discurso político no último Governo, o primeiro apoiando, o segundo opondo-se. Mas todos, no fundo, disputando. Agora, a banca perdeu o poder, desviado pela “troika” para as mãos dos políticos. Essa requalificação tem de servir para tudo menos para uma vingança. Se no passado a banca capturou a política, o erro histórico acontecerá quando os políticos (e não a política) capturarem a banca.
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=518933

    É sempre simpático tapar o sol com a peneira ou, no caso, a chuva com um chapéu roto. Mas não é leal para com os cidadãos contribuintes. O teatro a que se assistiu foi patético. O Governo finge que dialoga mas o OE, no que é essencial, não muda. O PS finge que quer tornar o OE mais humano, poupando um subsídio a alguns portugueses e salvando os restaurantes de um IVA mortal. O Governo finge que tem um OE para discutir. O PS finge que é oposição. Na realidade tudo é uma comédia para ocupar tempo de antena televisivo. Neste momento somos servos da gleba das imposições da troika. Mas, não nos esqueçamos, fomos nós que livremente nos colocámos sob a sua alçada.
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=518949

    Se for chamado a pronunciar-se sobre o Orçamento do Estado, o Tribunal Constitucional enfrenta um arriscado teste de reputação. Terá de decidir entre a necessidade do País e a legalidade das normas.
    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=518939&pn=1

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: Jorge Rocha
  5.  # 667

    Colocado por: oxelferGoverno diz que 2012 marca o "fim da crise"

    Sempre achei o ministro da(deseconomia)um anormal mongolóide...aliás de nome ministro da economia fica-lhe bem,porque só sabe(economizar)apenas se trata de mais um técnico de contas que só sabe fazer contas de sumir tal qual a MFL,e Cavaco,esta gente nunca em caso algum deveria ser política,porque hoje apenas nos confrontamos com lugares em ascenção para político como se tratasse de um cargo profissional,a europa carece muito de políticos na direcção dos países,e não de meros profissionais,porque tivemos Emult Col,Vilibrant na Alemanha,Soares em Portugal,Gescard na França,De Lors,Soarez,e outros mentores da política internacional que eram mesmo políticos e não profissionais de política!
    Estes anormais actualmente continuam a apostar em destruir a economia de um país favorecendo apenas a Alemanha,o FMI,o BCE e os EUA...só não vê quem não quer,e o que mais me preocupa é que nem sequer têm noção do que estão a fazer!
  6.  # 668

    Boas,

    Colocado por: Jorge RochaSempre achei o ministro da(deseconomia)um anormal mongolóide.


    Ele até sabe:
    "Após a auditoria estar concluída, um programa de ajustamento deve incidir principalmente no lado da despesa do Estado e não através de um programa de austeridade cego, assim como foi feito na Grécia e na Irlanda. E do lado das despesas há muito por onde cortar. Entre outras, um programa de ajustamento macroeconómico poderia incluir as seguintes medidas:
    _ redução de 10% de todas as aquisições de bens e serviços do Estado (os chamados consumos intermédios).
    _ redução entre 10% e 15% das despesas de todas as entidades e organismos públicos não ligados à Saúde e à Educação.
    _ fusão, extinção e redução de 33% a 50% de todas as entidades e organismos públicas
    _ grande reforma administrativa, que conduza a uma diminuição do número de municípios e de freguesias
    _ extinção dos governos civis
    _ redução de 20% de todos os encargos gerais do Estado (governo, a presidência da República, a Assembleia da República, o Tribunal de Contas, etc.).
    _ cortes significativos dos apoios e créditos fiscais às fundações. "

    Eu fiz aqui um apanhado de coisas que ele escreveu:
    https://forumdacasa.com/?CommentID=319841

    do género:
    "O mais importante é que as medidas de austeridade sejam implementadas a nível de Estado e não das famílias e das empresas. É muito importante que consigamos diminuir a despesa do Estado e reestruturá-lo. Principalmente cortar em institutos, organismos e entidades públicas para que não tenhamos que sacrificar ainda mais as famílias, os funcionários públicos e as empresas. Porque senão, nunca mais saímos desta crise."


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  7.  # 669

    Colocado por: oxelferPrincipalmente cortar em institutos, organismos e entidades públicas para que não tenhamos que sacrificar ainda mais as famílias, os funcionários públicos e as empresas. Porque senão, nunca mais saímos desta crise."

    http://www.youtube.com/watch?v=tv4WyOQedj4&feature=player_embedded
  8.  # 670

    Boas,

    Colocado por: Jorge Rochahttp://www.youtube.com/watch?v=tv4WyOQedj4&feature=player_embedded


    Portugal "é um caso perdido" como a Grécia
    O economista Nouriel Roubini considera provável que a Grécia abandone a zona euro nos próximos 12 a 18 meses.

    O economista conhecido por ter antecipado a crise financeira de 2008 disse hoje em entrevista à Reuters que "a Grécia vai muito provavelmente abandonar a zona euro dentro de um ano a um ano e meio" e que Portugal, tal como a Grécia, "é um caso perdido," devendo por isso seguir o mesmo caminho.

    No entanto, afirmou também Roubini, a questão central para a sobrevivência da moeda única não é a Grécia, nem mesmo Portugal, que "são suficientemente pequenos para poderem sair do euro de forma minimamente ordeira".

    "Mas se Itália e Espanha - a terceira e quarta maiores economias da zona euro - tivessem de sair do euro, então isso significaria efectivamente a ruptura" da moeda única.

    O economista não está nada optimista quanto ao futuro de Roma, não descartando uma reestruturação da dívida italiana, que equivale a 120% do seu PIB. "É altamente provável que a Itália perca acesso ao mercado e seja incapaz de o recuperar", concluiu.
    http://economico.sapo.pt/noticias/portugal-e-um-caso-perdido-como-a-grecia_131289.html

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  9.  # 671

    «Os mercados» estão preocupados com a dívida DE QUE PAÍSES ?!?!?

    (retirado da «dinheiro & direitos»)
      141120111808.jpg
  10.  # 672

    Uma pergunta um pouco parva: Todos os países tem dívida pública, todos pagam os respectivos juros...quem é que emprestou e se está a encher com os juros?
  11.  # 673

    Colocado por: PicaretaUma pergunta um pouco parva: Todos os países tem dívida pública, todos pagam os respectivos juros...quem é que emprestou e se está a encher com os juros?
    Os bancos ?

    Como disse? Os impostos que pago há 21 anos não contam para nada?

    Colocado por: luisvvFaça o seguinte exercício: somos todos FP. Qual a taxa de imposto que terá que pagar sobre o seu rendimento para pagar o funcionamento do Estado?.
    Se não houvesse importações nem exportações (nem turismo), teríamos de pagar MAIS DE 100% de impostos para pagar o funcionamento do Estado. LOLOL!
    («mais de» 100% porque, como o luisvv defende, o Estado é extremamente ineficiente).

    Eu sei que a Becas pensa que algumas intervenções contra os excessivos gastos do Estado são contra cada um dos funcionários públicos, como se eles fossem (individual ou colectivamente) responsáveis por esses gastos. A CULPA foi dos responsáveis políticos que criaram o «monstro» (e o alimentaram com benesses incomportáveis para um país pobre como o nosso), nomeadamente o actual PR e... práticamente TODOS os Governos desde então.

    Algumas verdades (de que, evidentemente, a «culpa» NÃO é/foi dos professores):

    - Em 2002 havia DEZ MIL professores com «horário zero». Estimava-se que custaram 300 MILHÕES de euros por ano (fonte: o próprio ministro, David Justino). Em 2006 ainda eram 4500 os professores sem turmas, a quem o Estado pagava o ordenado para ficarem em casa.

    - No entanto, apesar de o número de alunos não parar de diminuir (1,9 milhões em 91/92; 1,5 milhões em 2005/06. Uma redução de quase 25%), o número de professores não parava de aumentar (139mil em 91/92; 164mil em 2004/05. Um aumento de 18%!).

    - Em 2004 Portugal era um dos países da UE com MENOR número de alunos por professor: 10 (fontes: www.glasse.min-edu.pt e http://epp.eurostat.ec.europa.eu). Tal como a Grécia... Na Alemanha era de 14.

    - Em 2004 Portugal era o país da UE com MENOR número de horas na escola exigido aos docentes em TODOS os graus de ensino (1.º e 2.º ciclos do ensino básico; 3.º ciclo do ensino básico; ensino secundário). (fonte: www.oecd.org)
    Um professor no secundário tinha, em 2004, de passar 590horas/ano na escola, enquanto que um sueco tinha de lá passar 1.360horas.

    - A maior parte dos meus amigos que foram para professores, começaram a reformar-se quando estavam no topo da carreira (ou no penultimo degrau) pouco depois de terem feito 50 anos. E até tinham vergonha de me dizer quanto é que "eu" lhes pagava de ordenado para eles darem 10 ou 12 horas de aula por semana: 3.000euros/mês.
    Vão-me dizer que não é o ordenado de UM professor que afunda um país. Mas , em 2006, cerca de 45% dos mais de 160.000 professores ( = 75.000!) estavam nos 2 últimos escalões da carreira. Só os que estavam no activo correspondiam a um custo de mais de 4 MIL milhões de euros/ano (e... quantos seriam os pensionistas?).

    É verdade que muitas coisas mudaram nos últimos anos (alterações na carreira docente, avaliação dos professores - graças à Maria de Lurdes Rodrigues - e aos sucessivos cortes nos vencimentos dos FP - graças à "crise").
    Mas as mudanças vieram tarde. Muito tarde.
    E deviam ter atingido todos os patamares do aparelho do Estado, e não apenas esta ou aquela "classe" de funcionários públicos.
    Concordam com este comentário: Tavares Miguel
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Tavares Miguel
  12.  # 674

    http://aeiou.expresso.pt/ueagricultura-ministra-sauda-continuacao-de-programa-de-ajuda-a-carenciados=f687585

    "Portugal vai receber 20 milhões de euros para ajudar 400mil pessoas, ao longo dos próximos 2 anos".

    Será que a ministra Assunção Cristas não sabe fazer contas?

    ISTO é "notícia" que se apresente?

    É que isto são VINTE E CINCO EUROS por ano e por pessoa !!
    • becas
    • 15 novembro 2011 editado

     # 675

    Colocado por: Luis K. W Eu sei que a Becas pensa que algumas intervenções contra os excessivos gastos do Estado são contra cada um dos funcionários públicos, como se eles fossem (individual ou colectivamente) responsáveis por esses gastos. A CULPA foi dos responsáveis políticos que criaram o «monstro» (e o alimentaram com benesses incomportáveis para um país pobre como o nosso), nomeadamente o actual PR e... práticamente TODOS os Governos desde então.

    Algumas verdades (de que, evidentemente, a «culpa» NÃO é/foi dos professores):

    - Em 2002 havia DEZ MIL professores com «horário zero». Estimava-se que custaram 300 MILHÕES de euros por ano (fonte: o próprio ministro, David Justino). Em 2006 ainda eram 4500 os professores sem turmas, a quem o Estado pagava o ordenado para ficarem em casa.

    - No entanto, apesar de o número de alunos não parar de diminuir (1,9 milhões em 91/92; 1,5 milhões em 2005/06. Uma redução de quase 25%), o número de professores não parava de aumentar (139mil em 91/92; 164mil em 2004/05. Um aumento de 18%!).

    - Em 2004 Portugal era um dos países da UE com MENOR número de alunos por professor: 10 (fontes: www.glasse.min-edu.pt ehttp://epp.eurostat.ec.europa.eu). Tal como a Grécia... Na Alemanha era de 14.

    - Em 2004 Portugal era o país da UE com MENOR número de horas na escola exigido aos docentes em TODOS os graus de ensino (1.º e 2.º ciclos do ensino básico; 3.º ciclo do ensino básico; ensino secundário). (fonte: www.oecd.org)
    Um professor no secundário tinha, em 2004, de passar 590horas/ano na escola, enquanto que um sueco tinha de lá passar 1.360horas.

    - A maior parte dos meus amigos que foram para professores, começaram a reformar-se quando estavam no topo da carreira (ou no penultimo degrau) pouco depois de terem feito 50 anos. E até tinham vergonha de me dizer quanto é que "eu" lhes pagava de ordenado para eles darem 10 ou 12 horas de aula por semana: 3.000euros/mês.
    Vão-me dizer que não é o ordenado de UM professor que afunda um país. Mas , em 2006, cerca de 45% dos mais de 160.000 professores ( = 75.000!) estavam nos 2 últimos escalões da carreira. Só os que estavam no activo correspondiam a um custo de mais de 4 MIL milhões de euros/ano (e... quantos seriam os pensionistas?).

    É verdade que muitas coisas mudaram nos últimos anos (alterações na carreira docente, avaliação dos professores - graças à Maria de Lurdes Rodrigues - e aos sucessivos cortes nos vencimentos dos FP - graças à "crise").
    Mas as mudanças vieram tarde. Muito tarde.
    E deviam ter atingido todos os patamares do aparelho do Estado, e não apenas esta ou aquela "classe" de funcionários públicos.
    Estas pessoas agradeceram este comentário:TavaresMiguel
    Concordam com este comentário:TavaresMiguel


    Está enganado, Luís. Eu não penso que os comentários sobre os excessivos gastos do Estado sejam contra cada um dos funcionários públicos. Eu sei que há, NALGUMAS ÁREAS, excesso de funcionários públicos, mas os gastos excessivos do Estado não se limitam aos funcionários públicos e estes não podem ser o bode expiatório de todos os males da economia. Revolto-me sobretudo com a opção tomada de sacrificar os funcionários públicos para além do concebível, ao reduzir salários na ordem dos 30-40% e ao colocar estes trabalhadores em condições perfeitamente desiguais face aos trabalhadores do setor privado. Ora, quem se indigna (indignava) por os FP terem benesses que os do setor privado não tinham, não pode concordar com o oposto, ou pode? Não estamos a falar dos FP que subiam automaticamente de escalão, se reformavam aos 53 (apenas alguns, os antigos prof. primários e pouco mais) e pouco produziam...estamos a falar dos FP de hoje! Acha, sinceramente, que um professor do ensino básico que ganha, com 15 anos de carreira, 1300 euros, sem perspectivas de progressão de carreira, sujeito a ter de se deslocar para cascos de rolha com a família atrás, é um privilegiado? Tão privilegiado que deve ganhar apenas 12 salários e ainda ver reduzido o seu vencimento mensal? Uma empresa privada pode, sem mais, decidir fazer o mesmo aos seus funcionários...ah, pois não pode, pode despedir se tiver dinheiro para pagar indemnizações, tal qual o Estado, que só não despede ainda porque não tem liquidez para pagar as ditas cujas...mas o Estado tem um mecanismo mais eficaz - os disponíveis - e vai usá-lo em breve. É muito mais prático - mandam-se as pessoas para casa e paga-se só 50% durante 2 anos - as empresas privadas não quererão copiar este modelo? Poupavam uma pipa de massa...
    Depois há aí uma série de equívocos sobre os professores que é muito fácil reproduzir mas muito difícil mostrar que não é assim. Só estando lá dentro, e eu não estou, mas conheço relativamente bem a realidade.
    - Os professores com horário zero não estão em casa! Estão na escola e prestam vários tipos de serviço - andam de escola em escola a dar apoio educativo aos alunos com dificuldades, substituem colegas de baixa médica, fazem trabalho administrativo, fazem outros serviços educativos (bibliotecas, projectos de escola, etc) e cobrem necessidades em outras escolas (são "emprestados"). Os docentes com horário zero têm, regra geral, 20 ou mais anos de serviço, porque são do quadro, ou seja, concorreram e foram admitidos em concursos (muitos deslocaram-se centenas de km da sua área de residência). São dos principais candidatos a entrar nos disponíveis, ou seja, serem despedidos sem direito a indemnização ou subsídio de desemprego. Limpinho e ainda merece o aplauso da opinião público.
    - O número de alunos por professor, obviamente, não é esse nos ensino básico (2º e 3º ciclos), mas pode ser até inferior no 1º ciclo. Por causa da desertificação, obviamente. O encerramento de escolas abaixo dos 20 alunos não pode ser feito de uma vez só, por decreto. Se vivesse no interior como eu facilmente percebia isso. E há muitos docentes que não têm serviço docente atribuído (incluindo os que estão destacados em outros serviços públicos), mas entram nessas contas, o que as torna falaciosas.
    - O horário dos prof. varia muito...há muitos mesmo que trabalham imenso, há outros que trabalham muito pouco. Em países do Norte os professores passam, realmente, muitas horas na escola mas têm condições para isso. Conheço bons prof. que trabalham em casa tanto como na escola. Uma efetiva avaliação dos prof. (que continua a não existir) equilibraria isso.
    - O valor de ordenado que aponta é ilíquido, como deve saber. Enche o olho, realmente, mas nao é isso que se recebe ao fim do mês, o que se recebe é perto de 2000 euros. Mas isso era antes, porque ninguém no futuro chegará ao 10º escalão.
    Atualmente recebo 2000 euros, em 12 meses. Portanto, 26 000 euros. Ontem vi um anúncio para leitor de português em Leeds e o salário anual oferecido é entre 33 000 e 37 000 libras. O leitor não precisa de ser doutorado, sequer. Mas cá é que os prof. ganham valores absurdos.
    Concordam com este comentário: José Pedro Nunes
  13.  # 676

    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=519269

    Os cortes nos subsídios são mesmo só para os privilegiados...
  14.  # 677

    Boas,

    Está provado que qualquer um que governe este país, seja de que quadrante político for, o que pretende é sempre o mesmo. Guterres está onde está, Durão Barroso está onde está, Cavaco Silva está onde está, Sócrates está onde está, Mário Soares está como está, Santana Lopes - o misericordioso - está bem e recomenda-se e todos sabemos que em conjunto são os coveiros do Portugal moderno. E entre todos eles só um factor decisivo os une - os eleitores - nós.

    Cabe-nos a nós por isso, enquanto indivíduos, pais, filhos, profissionais, criativos, cidadãos preocupados e pessoas com vontade de marcar a diferença fazermos algo para dar a volta ao estado calamitoso de coisas a que nos fizeram chegar, ao estado sufocante a que nós próprios nos deixámos chegar, uma vez mais iludidos por um bando de mentirosos de pacotilha. Os políticos portugueses não me merecem qualquer respeito.

    Expludam, marquem a diferença, façam alguma coisa, tomem partidos e mostrem a cara, denunciem os crimes, exponham a vergonha, façam opções mas não se deixem nunca, mas nunca, oprimir e subjugar. Hoje somos um povo oprimido e de rastos. E isto é sem duvida o pior que nos poderia acontecer. Juntem-se solidariamente mas não se calem. Não aceitem tudo sem lutar pelos direitos que muitos perderam a vida para serem uma realidade, o direito a podermos sonhar com um futuro, a ter esperança. Lutem, levantem-se do sofá, da cadeira do escritório ou do banco de jardim e lutem pelo que nos estão a sonegar. Usem os punhos se preciso mas não se deixem esmagar. Porque uma coisa é certa, Passos Coelho, este filho adoptivo da senhora Merkel, será apenas mais mais um a ficar bem e a deixar-nos mal. E o próximo que vier irá ter exatamente a mesma atitude cobarde e de profunda falta de respeito pelo povo. Vamos acabar com esta palhaçada. Por nós, e não contra eles.
    http://aeiou.expresso.pt/meus-amigos-vamos-endireitar-este-pais-porra=f687713

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  15.  # 678

    Becas, concordo com muito do que disse.
    Mas não concordo com o argumento de que se deve cortar os subsídios no privado para manter a "equidade", não estou a dizer que esse argumento é seu, mas pelo link que postou a seguir parece que acha justo que os cortes chegassem também ao privado.
    Em geral quem tem pedido isto são, ou funcionários públicos, ou alguns empresários. Os empresários enganam-se porque o dinheiro dos subsídios não iria para a empresa, mas sim para o Estado. Os funcionários públicos acham injusto.

    Eu não acho justo, acho que quando se estabeleceu que não se podia despedir um funcionário público, mas um privado podia-se, ninguém falou em "equidade". Ou o facto de os funcionários públicos poderem reformarem-se antes dos funcionários privados, alguém falou em equidade?

    Agora já todos se lembram de equidade?

    Não tenho ilusões de que o Governo está a fazer isto apenas aos funcionários públicos para poder afirmar que cortou na despesa, e não aumentou a receita. Também sei que a maioria dos funcionários públicos irá sofrer bastante com estes cortes, que considero injustos para a maioria. Mas extender aos privados apenas por "equidade", quando ela nunca existiu, parece-me errado...
  16.  # 679

    Colocado por: José Pedro NunesBecas, concordo com muito do que disse.
    Mas não concordo com o argumento de que se deve cortar os subsídios no privado para manter a "equidade", não estou a dizer que esse argumento é seu, mas pelo link que postou a seguir parece que acha justo que os cortes chegassem também ao privado.
    Em geral quem tem pedido isto são, ou funcionários públicos, ou alguns empresários. Os empresários enganam-se porque o dinheiro dos subsídios não iria para a empresa, mas sim para o Estado. Os funcionários públicos acham injusto.

    Eu não acho justo, acho que quando se estabeleceu que não se podia despedir um funcionário público, mas um privado podia-se, ninguém falou em "equidade". Ou o facto de os funcionários públicos poderem reformarem-se antes dos funcionários privados, alguém falou em equidade?

    Agora já todos se lembram de equidade?

    Não tenho ilusões de que o Governo está a fazer isto apenas aos funcionários públicos para poder afirmar que cortou na despesa, e não aumentou a receita. Também sei que a maioria dos funcionários públicos irá sofrer bastante com estes cortes, que considero injustos para a maioria. Mas extender aos privados apenas por "equidade", quando ela nunca existiu, parece-me errado...


    Só para clarificar: eu não defendo o corte dos subsídios nos privados. A ter de haver receita extra, que fosse nos moldes deste ano: um imposto extraordinário que recaísse sobre todos os contribuintes (bem, nunca são todos, já sabemos...), proporcionalmente ao seu salário. Não vejo moralidade (para já não falar de legalidade) em cortar dois ordenados/ano a quem ganha 1020 euros (e pode ser o único rendimento do agregado, como eu conheço casos) e poupar salários de 4000 ou 5000 euros.
    Coloquei o link porque não entendo, simplesmente não entendo, como é que no privado nem por acordo se podem cortar subsídios (o que acho correto, atenção!) e no público é tão simples fazê-lo. Não somos todos trabalhadores deste país?!
    Erros passados não tornam certo erros presentes. Eu já tive "nomeação definitiva" (bonito nome...) e hoje estou sujeita a perder o meu trabalho sem sequer uma indemnização ou subsídio de desemprego? Equidade? Quando se mudam as regras do jogo unilateralmente, a meio do jogo?
  17.  # 680

    Colocado por: becasErros passados não tornam certo erros presentes. Eu já tive "nomeação definitiva" (bonito nome...) e hoje estou sujeita a perder o meu trabalho sem sequer uma indemnização ou subsídio de desemprego? Equidade? Quando se mudam as regras do jogo unilateralmente, a meio do jogo?


    Mais uma vez estou 100% de acordo consigo.
    Só espero que esta indignação, justificada, sua e de muitos outros, se direccione para algo que não os "privados", ou os "funcionários públicos". Quem errou nem sempre foi quem agora fica sem 1/7 do seu rendimento anual, e também nem sempre foram os privados que foram "poupados" ao corte dos subsídios de 2012.
    Muitos de nós revolta-se com a situação e descarrega em que está ao seu nível ou abaixo, sempre foi mais fácil atacar quem é mais fraco. Devemos sim indignar-nos com quem provocou esta situação, quem mudou as regras do jogo a meio, quem mentiu, e quem não garante equidade e bem estar social. Devemos ser nós a mudar, mas lutando contra os responsáveis, não contra quem é tão ou mais fraco que nós.
 
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