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  1.  # 621

    Percebo que interprete o que eu disse como um preconceito, mas não é, é uma generalização. É um facto que, na grande maioria dos casos, quem pede é quem tem menos.


    Ter menos ou mais não é relevante - pede para determinado fim, porque considera vantajoso.

    Também não afirmei que quem empresta impõe esse empréstimo, disse que impõe as condições do empréstimo.

    Mas isso é um preconceito. O seu raciocínio pode ser aplicado a tudo: o Continente, por exemplo, impõe-lhe o preço do leite e dos ovos que compra?
  2.  # 622

    Este ano Portugal acabou com uma sobra de 2 mil milhões de euros para ter o défice em 5,9%.


    Mas hoje foram emitir mil milhões de dívida a 3 meses com juros de 5%. Se sobraram 2 mil milhões porquê ir pedir emprestado mil milhões agora?

    Porque não há 2 mil milhões em notinhas lá guardados. Há bens avaliados em 2 mil milhões, cuja transmissão está acordada, mas que por acaso até só entram lá mais para o fim do ano, e entretanto é preciso ir pagando umas coisitas..
  3.  # 623

    Claro que há um excedente. Se fosse todo colocado para pagar dívida o défice este ano seria inferior a 5,9%.

    Se fosse para pagar dívida, não abatia ao défice. A dívida é despesa já contabilizada..

    De onde veio o dinheiro e como é que agora se vai pagar as pensões aos bancários (relembro que eles para o ano terão 14 pensões contrariamente aos restantes reformados e que eles continuam apenas a descontar 3% para a segurança social contrariamente aos outros que descontam 11%) isso é outra questão.

    "eles" seguramente prefeririam continuar onde estavam.. .


    O facto curioso é ver como as coisas são geridas e como o sistema está montado, em que é preferível pedir emprestado agora e pagar daqui a 3 meses com juros do que usar o dinheiro que existe agora na carteira sem pagar nada.

    O problema é que não existe esse dinheiro. Ainda não entrou, e tanto quanto se percebe quando entrar será em bens (os fundos de pensões são constituídos por diversos tipos de investimentos, mas boa parte está em dívida portuguesa, por exemplo...)
  4.  # 624

    Colocado por: luisvvQuem empresta não é necessariamente mais forte, nem impõe o empréstimo.
    O empréstimo pressupõe vontade das partes, e pressupõe que ambas encontram mais utilidade no que vão receber em troca.
    O que quem pede faz com o que recebe é problema dele. Se prefere ter o objecto X agora, em vez de acumular o capital e comprar daqui a 3 anos, por exemplo, é uma escolha livre.


    O que me confunde é a nossa ignorância (minha também) sobre o sistema de reserva fraccionária. Ora a maioria das pessoas pensa que, quando o banco nos empresta X euros, existe uma transferencia de X euros que existiam numa outra conta e passam para a conta do novo devedor. Depois concluem coisas do género: É justo pagar uma taxa no mínimo igual à inflação.

    De facto não é isto que se passa. O banco ao emprestar X euros a um cliente cria-os do nada, não existe qualquer transferência. Na prática parece que os bancos apenas tem de ter um rácio de dinheiro emprestado para dinheiro próprio, algo como 1 para 9, depende do país.

    Ora se eu com 1€ posso emprestar 9€ e cobrar 4% sobre cada euro emprestado, o meu ganho é 4x9=36%...

    O que eu queria era que o sistema fosse completamente liberal neste aspecto. Se os bancos podem fazer isto, eu também devia poder. Assim, punha 40.000€ no "meu banco" e emprestava-me 40.000€ x 9 = 360.000€ numa taxa de juro concordada em 0%, depois ia pagando.

    A pergunta é, porque raio é que há um conjunto limitado e privado de pessoas que ficam com este poder (o de criar moeda) nas mãos? Também quero. ;)
  5.  # 625

    Boas,

    Colocado por: danobregaDe facto não é isto que se passa. O banco ao emprestar X euros a um cliente cria-os do nada, não existe qualquer transferência. Na prática parece que os bancos apenas tem de ter um rácio de dinheiro emprestado para dinheiro próprio, algo como 1 para 9, depende do país.


    Uh?

    Era bom era!

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
  6.  # 626

    Colocado por: oxelferEra bom era!


    Pois era.

    http://en.wikipedia.org/wiki/Fractional-reserve_banking#Reserve_requirements
    http://video.google.com/videoplay?docid=-2550156453790090544

    Quer ajuda a levantar o queixo?

    Já agora, repare na diferença entre o dinheiro que existe de facto (dinheiro que existe em circulação), e "o outro":

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d0/Euro_money_supply_Sept_1998_-_Oct_2007.jpg
    Estas pessoas agradeceram este comentário: oxelfeR (RIP)
  7.  # 627

    Caro "formiga chata" - a brincar claro

    não sei os rácios exactos, mas é verdade o que o danobrega escreve, o problema colocou-se em meados da década de 90 quando passou "o sol pela lua", ou seja, os bancos passaram a emprestar mais do que tinham - os activos ultrapassaram os passivos - tal verificou-se devido ao crescimento acelerado da economia e do interesse/necessidade em financiar a economia.
    Dai que hoje a Banca ande toda à "nora" com as provisões pois elas crescem na mesma proporção e para essas é preciso as notinhas...

    um abraço

    e vamos falando
    Estas pessoas agradeceram este comentário: oxelfeR (RIP)
  8.  # 628

    Boas,

    Colocado por: danobregaPois era.


    Colocado por: Casas_do_RioCaro "formiga chata" - a brincar claro


    Ok, (tal como um burro) falei sem pesquisar.
    Não me parece que isso seja exactamente assim, mas vou ler um pouco.

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    • eu
    • 7 dezembro 2011

     # 629

    Colocado por: danobregaDe facto não é isto que se passa. O banco ao emprestar X euros a um cliente cria-os do nada, não existe qualquer transferência

    Isto não é bem assim... aliás, não é NADA assim...
    Concordam com este comentário: bino_, Casas_do_Rio
  9.  # 630

    Colocado por: eu
    Isto não é bem assim... aliás, não é NADA assim...
    Concordam com este comentário:Casas_do_Rio


    NADA é...

    a verdade é que existem rácios em função do tipo/prazo dos empréstimos bem como das garantias subjacentes, por exemplo: o consumo de capital para uma empresa do sector Estado é inferior ao consumo de capital para uma empresa dita "normal", num empréstimo em condições semelhantes (montante e prazo).

    O mesmo se passa com os créditos a particulares com diferenças de consumo de capital entre um crédito pessoal e um crédito habitação.

    Mas enfim é uma conversa que se tornaria longa e que fará parte da minha dissertação....

    um abraço

    e vamos falando...
  10.  # 631

    Colocado por: euIsto não é bem assim

    Não é bem assim, mas é quase. :-)
  11.  # 632

    Colocado por: euIsto não é bem assim... aliás, não é NADA assim...
    Concordam com este comentário:bino_,Casas_do_Rio


    Pois não é. Diga lá como é então, porque eu estou mesmo baralhado. E não estou a brincar.
  12.  # 633

    O que me confunde é a nossa ignorância (minha também) sobre o sistema de reserva fraccionária. Ora a maioria das pessoas pensa que, quando o banco nos empresta X euros, existe uma transferencia de X euros que existiam numa outra conta e passam para a conta do novo devedor(..) De facto não é isto que se passa. O banco ao emprestar X euros a um cliente cria-os do nada, não existe qualquer transferência. Na prática parece que os bancos apenas tem de ter um rácio de dinheiro emprestado para dinheiro próprio, algo como 1 para 9, depende do país.


    Não é assim que funciona. Está a confundir os capitais próprios do banco com os activos sob gestão.
    Um banco não empresta capitais próprios - empresta os activos dos clientes. Em Portugal, o objectivo é reduzir de cerca de 140% para 120%:

    http://www.ionline.pt/dinheiro/racio-creditodepositos-podera-ser-inferior-120-2013

    O sistema bancário português deverá atingir um rácio de transformação de depósitos em crédito inferior a 120 por cento em 2013, de acordo com os dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal.

    Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, hoje divulgado, este rácio situava-se em junho “próximo de 140 por cento”, na sequência de uma redução desde 2009.

    Uma queda que vai ter de continuar a acontecer, já que cada banco tem de diminuir este rácio para 120 por cento até final de 2014, de acordo com o imposto pelo programa de ajuda financeira a Portugal

    Tendo em conta os planos de financiamento e de capital apresentados pelos oito principais bancos a operar em Portugal, essa redução poderá acontecer ainda antes dessa data, disse hoje o BdP.

    “Em termos agregados, os planos apresentados pelos bancos apontam para uma redução gradual do rácio para níveis inferiores a 120 a partir do final de 2013”, afirmou.

    Em setembro, o BPI e o Santander Totta já cumpriam rácios depósitos/crédito inferiores à meta (115 e 145 por cento). Já o BCP tinha 154 por cento e o BES 146 por cento. O da Caixa Geral de Depósitos situava-se nos 126,5 por cento.

  13.  # 634

    Colocado por: Casas_do_Rioa verdade é que existem rácios em função do tipo/prazo


    A verdade é que existem países onde os bancos nem tem rácios, emprestam o que quiserem.

    Hoje em dia a capacidade de gerar "moeda" está nas mãos dos bancos privados, e todos nós estamos a dormir.
  14.  # 635

    E se eu disser ao meu banco que pagar a minha dívida é coisa de criança, eles emprestam-me mais?
  15.  # 636

    Colocado por: danobrega

    Pois não é. Diga lá como é então, porque eu estou mesmo baralhado. E não estou a brincar.


    Ok, vamos ver se consigo sem algoritmos.

    Primeiro tem de ter noção do que disse o luisvv - não são capitais próprios, são passivos (e não activos luisvv pois nos bancos é ao contrário); depois e de forma simplista, sempre que o Banco faz um empréstimo é obrigado a alocar uma parte desse empréstimo (tendo em atenção o que já disse: risco, garantias, prazos etc) para uma conta "margem" junto do banco central de forma a salvaguardar essa alocação de capital e respectiva provisão de eventuais incumprimentos, dai que deve recordar-se da "guerra" dos últimos ano em que os bancos falavam em imparidades de crédito e hoje deixaram de falar para falar em provisões (coisas significativamente diferentes) isto porque o regulador europeu obrigou a reconhecer as provisões em rácios superiores de forma a salvaguardar efectivamente o incumprimento que está em crescimento.

    Nota - vou ver se retiro uma parte do acordo de Basileia II e III sobre esta questão e depois posto ou envio-lhe.

    um abraço

    e vamos falando
  16.  # 637

    Colocado por: danobrega

    A verdade é que existem países onde os bancos nem tem rácios, emprestam o que quiserem.

    Hoje em dia a capacidade de gerar "moeda" está nas mãos dos bancos privados, e todos nós estamos a dormir.


    Bancos que estejam sujeitos a regulação, no nosso caso, Banco de Portugal e CMVM, isso não se passa de certeza.
  17.  # 638

    Colocado por: luisvvEm Portugal, o objectivo é reduzir de cerca de 140% para 120%:


    Admitindo que assim é, apenas estamos a discutir o rácio.

    Num país havia 2 bancos, ambos tinham 100€ de clientes, e 0 de empréstimos. Ambos os bancos tinha 100€ em notas. Inventou-se o sistema de reserva fraccionária, com limite de 120%.

    Banco A Depósitos 100€ Empréstimos 0€ Limite de Empréstimo 120€
    Banco B Depósitos 100€ Empréstimos 0€ Limite de Empréstimo 120€

    Os banco A e B emprestaram 120€ cada um, e o dinheiro foi parar, imagine-se, aos bancos. Admita-se uma destruição homogénea.

    Banco A Depósitos 220€ Empréstimos 120€ Limite de Empréstimo 264€
    Banco B Depósitos 220€ Empréstimos 120€ Limite de Empréstimo 264€

    Os banco A e B emprestaram 144€ cada um, e o dinheiro foi parar, imagine-se, aos bancos. Admita-se uma destruição homogénea.

    Banco A Depósitos 364€ Empréstimos 264€ Limite de Empréstimo 436,8€
    Banco B Depósitos 364€ Empréstimos 264€ Limite de Empréstimo 436,8€

    ...

    Lembrar que o dinheiro em circulação não aumento, apenas existem 200€ em nota.

    Eu sei que "não é bem assim", mas o meu ponto é nós temos uma percepção totalmente errada de como o sistema funciona e pergunto-me se o sistema financeiro não devia de ser explicado na escola. A maioria das pessoas nem sabe a diferença entre défice e dívida...
  18.  # 639

    Colocado por: Casas_do_RioNota - vou ver se retiro uma parte do acordo de Basileia II e III sobre esta questão e depois posto ou envio-lhe.


    Tenho de tirar um curso de economia. :)
    Concordam com este comentário: Casas_do_Rio
  19.  # 640

    Colocado por: danobrega

    Tenho de tirar um curso de economia. :)
    Concordam com este comentário:Casas_do_Rio


    Curso + mestrado + doutoramento + agregação

    rsrsrs é quase, chego-me a perguntar se não fazem isto de uma forma tão complicada que é mesmo para não percebermos...

    Faz lembrar a história do merceeiro que criou e pagou licenciaturas a 3 filhos com o que ganhava na mercearia, um deles licenciou-se em gestão, colocou um computador no lugar da gaveta, fez uns mapas de vendas e uns previsionais e disse ao desgraçado do pai que ele afinal estava em falência técnica...

    ainda bem que o pai teve o bom senso de o mandar enfiar o computador pelo ** acima, pois criou-os a todos com a tasca falida...
    Concordam com este comentário: José Pedro Nunes
 
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