Colocado por: gf2011Não sei se sou apenas eu que estou a pensar mal.... mas.... não será esse o caminho...
Eu gostava era de saber o que é que ele preconiza depois do golpe militar... deu como exemplo a Islândia. Mas, na Islândia houve golpe militar?
O país está bem dadas as circunstâncias? Sim, mas isso tem mais a ver com o ponto de partida antes da crise que com os mitos de heroísmo do governo e do povo islandês
Onde ir em Fevereiro de 2012? À Islândia, terra de sagas, de óptimo peixe, de boa música electrónica e do mito do “país que mandou a banca bugiar e não optou pela austeridade cega”. Uns dias na Islândia oferecem uma vantagem quando está em causa falar sobre o pequeno país nórdico: a de falar com os islandeses. Chegou a ser divertido ver a cara das pessoas – ministro, jornalista, empresário ou o “cidadão comum” – quando perguntei o que achavam do facto de a Islândia ser um símbolo de esperança para muita gente. “Não é o país em que vivemos”, responderam-me todos – da esquerda à direita – sem excepção.
A Islândia não é o país que mostrou por heroísmo do cidadão o dedo do meio aos banqueiros e aos credores. A escolha de não pagar não foi uma escolha – foi fruto da circunstância de o sistema bancário ter inchado até ser dez vezes maior que a economia do país. Os bancos eram demasiado grandes para salvar. “Foi um argumento de força maior”, disseram-me no Ministério da Segurança Social. A esta evidência somou- -se outra circunstância: a Islândia podia deixar cair os bancos porque o impacto no sistema global era muito pequeno. Ainda assim uma nota: o país absorveu cerca de 20% do PIB em custos directos da crise bancária, o segundo maior valor a seguir ao da Irlanda.
E os referendos? É verdade que em dois referendos o povo islandês recusou as propostas do governo de pagar pelo menos o fundo de garantia de depósitos a ingleses e holandeses (mais juros). Mas é também verdade que essa decisão de pouco serviu. A Islândia já começou a pagar os 3,8 mil milhões de euros aos governos da Holanda e do Reino Unido, liquidando activos do Landsbanki. E se o tribunal da EFTA condenar os islandeses – por terem discriminado entre depositantes domésticos e estrangeiros – o país arrisca-se a ver os governos britânico e holandês pedirem juros nos tribunais islandeses (taxas judiciais que começam em 10%, explicou-me um professor da Universidade da Islândia). A jogada do referendo foi gira, mas o preço final pode ser maior.
O mito continua. O colunista Daniel Oliveira, por exemplo, afirma que o governo não decidiu cortes salariais e que a inevitável desvalorização da moeda “foi resultado da coragem dos islandeses”. Os islandeses com quem falei (e qualquer economista) acham que a desvalorização foi o preço alto a pagar pelo esvaziamento da maior bolha bancária de sempre. O controlo de capitais surgiu não por tenacidade local, mas porque o FMI percebeu que sem isso a moeda poderia pulverizar-se.
A desvalorização da coroa – prato clássico do receituário do FMI – tem a vantagem de permitir uma recuperação mais rápida. Mas o preço a pagar é sempre alto – não há saídas indolores de crises de dívida, nem na Islândia do sonho. A subida da inflação resultou numa perda média do poder de compra de 20%. A isto soma-se o maior drama, esquecido em Portugal: 80% das famílias com créditos à habitação (que são dois terços do total das famílias) têm o empréstimo indexado à inflação. Uma arquitecta explicou-me as contas: um empréstimo inicial de 18 milhões de coroas saltou para cerca de 28 milhões, comendo todo o capital de entrada. A prestação mensal da casa cresceu 40%. A hostilidade ao poder político e o sentido de injustiça perante os perdões de dívida concedidos às famílias que mais arriscaram (com empréstimos em moeda estrangeira) são feridas abertas na sociedade islandesa.
No final, é verdade que o desemprego é de 7% (mas oscilava entre 1% e 2% – o grau de subida não foi assim tão diferente do nosso) e que quem anda na rua em Reiquiavique não vê pobreza. A Islândia parece bem para um país que perdeu o sistema bancário de um dia para o outro? Sim. Mas isso deve-se a ter moeda própria e ao ponto de partida: uma população menor que a do distrito de Viseu (318 mil pessoas) e um Estado social forte, numa sociedade mais igualitária e que paga 1500 euros em média a um trabalhador pouco qualificado. Não sou só eu quem o diz. É o insuspeito ministro da Segurança Social, o homem que decidiu expandir a rede social para os mais frágeis – mas cortando, na mesma, mais de 5% nos gastos sociais e uns impressionantes 17% na saúde entre 2008 e 2012 (com contributo do governo anterior). Nada mau, para terra de sonho.
Colocado por: luisvvhttp://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Populares_25_de_Abril
Colocado por: Gex
O oxelfeR não deve ter tido paciência para abrir o link senão já tinha discordado também...Discordam deste comentário:oxelfeR
Ó oxelfeR, já que discordas de todos ou quase todos os comentários aqui colocados, bota aí o teu.
Colocado por: Jacinta
Aposto que deve de ser o gato.Concordam com este comentário:oxelfeR
http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_Populares_25_de_Abril
Colocado por: j cardosoParece que aos olhos de muitos a "esquerda" tem o monopólio de tudo o que de mal acontece neste país