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      GF
    • 22 maio 2012

     # 81

    Acho que este ultimo post da Maria Luisa resume tudo.
    Já agora, por curiosidade, qual o melhor hospital privado actualmente para se ter um filho? Qual o que está melhor preparado?
    E já agora um publico tambem?
    (Bem sei que as respostas podem variar, mas há algum que esteja no topo da lista?)
  1.  # 82

    Um hospital público de uma grande metrópole estará certamente apetrechado para qualquer eventualidade. Em Lisboa conheço o hospital de santa Maria, no qual confio totalmente ( pois a neonatologia é excepcional e a pediatria também funciona bem). Penso que a Mac também tem tem óptimas condições.

    Quanto ao privado apenas conheço o hospital da Cruz vermelha, mas penso que a maternidade ia fechar.

    Quanto à cuf, hospital da luz e lusíadas não tenho lá grande impressão. Parecem-me muito grandes e impessoais, apenas preocupados com o lucro fácil obtido através dos seguros. Mas as pessoas que conheço que tiveram lá bebés , gostaram e tudo correu bem.
  2.  # 83

    Bem, por experiência própria por ser detentor obrigado de um seguro de saude Multicare aviso, o reembolso de despesas destes senhores é uma vergonha. Estou para receber 20€ há mais de 2 meses, mandaram para outra conta e agora dizem que já tá pago.... Cuidado com estes aldrabões.

    Quem vos avisa vosso amigo é...
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      GF
    • 23 maio 2012

     # 84

    Tenho Multicare actualmente e tive durante alguns anos e nos reembolsos são sempre certinhos.
    Há é uma regra de ouro: enviar sempre os originais em correio registado. Nunca falhou.
  3.  # 85

    Muito o brigado a todos pela ajuda... eu a partida irei ter num particula,r so se o medico me aconselhar a ter num publico derivado a tal situação. seje o que deus quizer. podem dier que estou errada, ou a pensar de maneira diferente, mas, a rgravidez ser acompanhada por um tal medico, e depois ser esse tal medico a fazer o parto é muito vantajozo.
    agora ter o bebe com o medico que está de servico, é coisa que não me agrada nada. sem contar que o privado evita ao maximo passar das 4 semanas.

    Tenho uma situação de uma amiga minha, que não pode ter mais filhos derivado a lhe terem cortado um ovario na altura do parto, outra, numa cesariana, ao coer deixaram uma compressa lá dentro, entre muitas outras, Isto no hospital de torres vedra, para supostamente onde eu ia.

    Sei que os partos que correm mal toda gente sabe logo, isso e uma verdade, mas, não quero arriscar!
    Neste momento ja fiz o seguro, o tal da Saude Prime, vamos lá ver. Aparentemente ele parece ser bom, mas não muito falado.
    Concordam com este comentário: Maria Luísa
  4.  # 86

    * corrijo 40 semanas. peço desculpa masé que tou com um problema no teclado e algumas teclas deixaram de funcionar. não sei porque mas pronto...
  5.  # 87

    Tania Bras, uma vez que é de Torres, porque não a Medis'? Agora com a CUF até lhe fica em conta...
    Têm um serviço de pediatria óptimo, onde dp de ter o bebé poderá ser acompanhada... em relação ao parto é q já não sei se fazem lá..é uma questão de se informar.

    Eu tenho Medis e até agora estou 100% satisfeita. Comparticipações a horas, podemos seguir os reembolsos atraves do site, tem uma rede de prestadores de serviços/clinicas bastante alargada...e agora pode aproveitar q tão com uma boa campanha (até passa na TV)
    12ª mensalidade gratuita.

    :)
    Concordam com este comentário: Casas_do_Rio
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      GF
    • 5 junho 2012

     # 88

    Já agora aproveito este tópico para perguntar o seguinte:
    Com base na vossa experiência, qual é a melhor urgência médica na região de Lisboa ?
    Bem sei que existe uma diferença entre atendimento médico permanente e urgência hospitalar. Será que existe alguma?

    É uma pergunta para a qual não tenho resposta. Se precisarem de ir uma urgência mas não tiverem propriamente a morrer, para onde vão?
    Já fui à CUF em tempos, mas achei o atendimento péssimo.
    Sei que o Hospital da Luz é muito bom em corpo clínico e instalações. Será também bom em AMP/urgências ?

    Confesso que sempre fui mais adepto das urgências nos hospitais públicos (bons equipamentos, preços acessiveis, bom corpo clínico), mas os preços já são bem mais altos e o corpo clínico também se degradou (socorrem-se de médicos de leste a empresas de trabalho temporário, que a mim me deixa preocupado - alias acho que é prática comum um pouco por todo o lado), isto além do tempo de espera entre triagem, consulta, exames, resultados, é um dia completo.

    Gostava de ouvir as vossas opinioes ;)
  6.  # 89

    por falar em urgências...a taxa cobrada de quem tem seguros nas urgências subiu e muito, ou é impressão minha?
    eu antes pagava 10€ agora são 35€ no meu actual contrato
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      GF
    • 5 junho 2012 editado

     # 90

    Colocado por: Fernando Gabrielpor falar em urgências...a taxa cobrada de quem tem seguros nas urgências subiu e muito, ou é impressão minha?
    eu antes pagava 10€ agora são 35€ no meu actual contrato


    As "urgências" sempre foi na casa dos 35 ou 37, 10 euros acho um pouco impossivel, nem as consultas (ambulatório) custam esse valor...
  7.  # 91

    gf sempre paguei 10€ desde há 5 anos, este ano subiram-me para 35€, tenho seguro da advancecare, victoria help
    de ambulatório eram 10€ também e subiram para 12.5€

    foi uma subida enorme de 10€ para 35€, não gostei mesmo, vou repensar o seguro de saúde
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      GF
    • 26 junho 2012

     # 92

    No outro dia cheguei a uma conclusão: O melhor seguro de saúde é o da ADSE.
    Pagam por uma consulta de especialidade no privado qualquer coisa como 3 euros, cedendo como contrapartida 1,5% do salário (que não é nada comparativamente ao que se paga no privado por um bom seguro). Li em qualquer lado que pagam ainda menos do que no público, agora percebo as longas semanas de espera para marcar uma consulta de especialidade com um bom médico no privado! O que chegámos.... !
    Concordam com este comentário: imbs, Maria Luísa
  8.  # 93

    Tem graça que ontem mesmo paguei 90 euros por uma consulta para a minha filha, dos quais recuperarei, daqui a uns meses, 20 euros. Há duas semanas paguei por uma consulta 60 euros, dos quais hei de recuperar...20 euros. Em outubro paguei 120 euros por duas consultas de rotina no pediatra, dos quais recuperarei...40 euros. Não devemos ter a mesma ADSE, tenho de ir lá protestar.
  9.  # 94

    Becas,

    Tem mesmo que ir protestar.

    Quando vou ao dentista pago 50 euros, se tivesse adse só pagaria 30.
  10.  # 95

    O preço que o gf2011 menciona aplica-se a médicos com acordo com a ADSE (e 3 euros penso que não é de especialidade, mas concedo que seja), que não são nem a maioria nem sequer muitos, pelo menos fora dos grandes centros urbanos. Os médicos a que recorro, para mim ou para as minhas filhas, nenhum tem acordo.
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      GF
    • 27 junho 2012 editado

     # 96

    Bom, não sei como é a "vossa" ADSE, mas uma familiar minha bem próxima tem ADSE e paga uma ninharia pelas consultas, no privado. Sabendo que o médico numa especialidade recebe o mesmo (entre 60 e 80 euros), basta somar dois mais dois para perceber de que bolso vai sair a despesa, isto é, os outros 57 euros ou 77 euros....

    E até saiu esta reportagem a explicar isso bem direitinho:


    Como a ADSE está a 'matar' os hospitais públicos
    Os hospitais públicos estão a perder "clientela" para o setor privado, com a ajuda do próprio Estado, através do subsistema de saúde da Função Pública, que atravessa uma fase conturbada
    Os dados observados são rigorosos, comparáveis e reveladores: durante o primeiro trimestre deste ano, o recurso às urgências dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sofreu uma quebra da ordem dos 6,7%, apesar do pico de procura provocado pelo surto de gripe, enquanto a procura do mesmo tipo de serviço, no setor privado, aumentou 15%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.
    Se o crescimento de dois dígitos das urgências privadas é ou não uma consequência direta do aumento das taxas moderadoras em vigor desde janeiro, com os utentes do SNS a pagarem 20 euros pela urgência em vez dos 9,6 euros que antes lhes eram cobrados, é uma questão à qual caberá aos peritos dar uma resposta cabal.
    Mas quem está no terreno tem, para já, a perceção empírica de que aquela mudança na política de saúde não terá sido totalmente alheia ao novo contexto. E que a transferência de "clientes" do público para o privado se verifica, sobretudo, ao nível dos funcionários públicos e das suas famílias, que totalizam os 1,3 milhões de beneficiários da Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE), os quais, de uma maneira geral, podem usufruir de cuidados de saúde mais baratos no privado do que no público. É que, naquele setor, uma consulta de especialidade custa-lhes €3,99, enquanto, no sistema público, teriam de pagar uma taxa moderadora de €7,5 e sujeitar-se a listas de espera de cinco meses.
    Para o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Teófilo Leite, não há dúvidas: atualmente, um utente da ADSE paga menos por uma consulta num hospital privado do que num público. Uma constatação que facilmente pode ser corroborada, consultando as tabelas da ADSE. Este, bem como outros subsistemas públicos, como os das Forças Armadas, GNR e PSP, proporciona aos seus beneficiários um esquema de comparticipações nos cuidados de saúde privados que o presidente do conselho de administração do Hospital de São João do Porto, António Ferreira, equipara a um seguro de saúde "topo de gama" e o leva a dizer que se trata de uma forma de o Estado financiar os privados. Teófilo Leite estima que as transferências anuais da ADSE para a hospitais privados andarão à volta dos 200 milhões de euros, cerca de um sexto do volume de negócios do setor.
    Com efeito, no seu orçamento de 2011 (os dados públicos mais recentes), a ADSE previa gastos de 233 milhões de euros com o regime convencionado - isto é, para pagar a organizações de saúde privadas com as quais tem acordos -, mais 156 milhões para financiar o recurso dos beneficiários ao chamado regime livre - aquele em que não há acordo, mas em que o utente, apresentando uma fatura, é reembolsado, em parte, pela despesa que efetuou. Feitas as contas, 389 milhões de euros terão fluído dos cofres do organismo tutelado pelas Finanças para o setor privado, mais 7,8% do que um ano antes.
    Declarações de António Ferreira, proferidas há cerca de um mês, em Fátima, no âmbito da pastoral da Saúde, ecoaram pela paisagem mediática. Desassombrado, falou de uma instituição - a ADSE - imune à crise, que não é extinta, apesar das recomendações da troika, porque quem manda é a "endogamia e os interesses privados".
    O sentimento é similar entre gestores e clínicos do SNS. Por um lado, os hospitais públicos estão sujeitos a medidas draconianas de poupança forçada, que nem as ligaduras e compressas deixam de fora, sendo-lhes imposta uma redução de 200 milhões de euros. Por outro, estão a ver o próprio Estado, através da ADSE (e de outros subsistemas), a contratualizar com privados.
  11.  # 97

    Parece-me que não leu o que escrevi (ou não quer entender). No REGIME LIVRE os valores a reembolsar por cada consulta são fixos - no caso de uma consulta de especialidade são 20 euros. Ou seja, pagamos a totalidade e somos reembolsados de 20 euros, quer a consulta tenha custado 60, 80 ou 100 euros.
    No REGIME CONVENCIONADO o cliente paga na clínica ou no consultório o valor que está convencionado (por uma consulta de especialidade são 4 euros).
    Quando se tem acesso a médicos com acordo, ótimo, mas no meu DISTRITO sabe quantos pediatras têm acordo? Zero. Oftalmologistas? Zero. Ginecologistas? Zero. Só para citar três especialidades a que recorro com regularidade. Portanto, pago 60, 70 ou, como ontem, 90 euros, e recebo 20. É melhor que nada? É, mas muito longe da visão demagógica e errónea de que quem tem ADSE vai a um médico privado qualquer e paga 3 euros, como dizia.
    Para quem está numa grande cidade, realmente, mais vale ir a uma clínica convencionada do que ir às Urgências de um hospital público - eu faria o mesmo. Como eu e a maioria dos PAGANTES da ADSE não temos essa hipótese...
    Posso assegurar-lhe que, no meu caso , o que descontei para ADSE nestes 21 anos, obrigatoriamente é muito superior aos reembolsos que recebi - felizmente, diga-se de passagem!
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      GF
    • 27 junho 2012 editado

     # 98

    Não precisa de se enervar nem escrever em CAPS, quero lá saber onde você vive, nas grandes cidades (que é onde está concentrada a esmagadora maioria da população) concerteza que há disso tudo: Lisboa e subúrbios, Porto e subúrbios, Coimbra, Faro e outras grandes cidades. E nessas centenas de milhares de consultas mensais, o preço absurdo a suportar pelo erário público é demais! 1,3 milhoes de beneficiários é muita coisa.... ! E era subirem é já de imediato o preço a pagar mensalmente para ter acesso à ADSE ou então reduzirem as comparticipações nessas tais consultas convencionadas.
    Em 1000 euros de rendimento mensal, pagar 15 euros para ter acesso à ADSE é quase de borla. O mesmo privado que ganhe os mesmos 1000 euros, para ter um seguro de jeito tem de desembolsar 4 ou 5 vezes esse valor por mês, para ter consultas a preços bastante superiores, comparando com o tal regime convencionado.


    Estes três posts, colocados num blog há cerca de 1 ano, estão muito bons e dizem em linhas curtas o que se passa com a brincadeira:


    Lamento discordar, mas não há nenhuma razão de fundo que justifique a existência da ADSE. A menos que se extinga o SNS e se opte pela liberdade de escolha para todos os cidadãos.

    Desde logo, não deixa de ser estranho que o Estado tenha criado um Serviço Nacional de Saúde para os cidadãos em geral, considerando que esta é a melhor forma de prestar cuidados de saúde a todos os cidadãos, e em 1979 tenha mantido a ADSE para os seus funcionários, que facilita e promove a medicalização privada dos funcionários públicos.

    Depois, ao contrário do que é a convicção dos próprios funcionários públicos, a ADSE não é coberta pelas contribuições e descontos: a ADSE, no Orçamento do Estado, representa uma despesa directa de cerca de mil milhões de euros. Este, porém, não é o impacto total da ADSE nos cofres do Estado, já que grande parte dos cuidados de saúde que são prestados aos funcionários das empresas públicas afectos à ADSE são da responsabilidade da própria empresa pública. Isto é, os descontos efectuados pelos funcionários são transferidos para ADSE; a ADSE, a partir de 2011, passa a ter como receita ainda 2,5% do salário do trabalhador; ocorre, porém, que as despesas privadas dos funcionários são da responsabilidade da entidade patronal. Ora, somando as despesas globais da ADSE o défice total deverá atingir um valor próximo dos 2 mil milhões de euros.

    A extinção da ADSE traduzir-se-ia não só numa poupança significativa para os cofres do Estado, como representaria além disso uma medida de equidade e moralização do sistema, pois não faz sentido que o Estado reserve um sistema de saúde para os cidadãos – o SNS – e um subsistema paralelo, mais benéfico, para (alguns) (d)os seus funcionários – a ADSE.

    A ADSE totalizava, em 2009, 1,3 M de beneficiários. E tem uma relação custo-benefício superior a qualquer seguro privado. Tem, por exemplo, um custo inferior e uma cobertura superior ao melhor seguro de saúde oferecido pela Medis. À custa do contribuinte.

    http://oinsurgente.org/2011/03/01/pelo-fim-da-adse/



    Não defendo a extinção da ADSE apenas por questões de mera eficiência ou poupança para os cofres do Estado. De facto, e quando dou nota que a contribuição dos cofres públicos ascende a, aproximadamente, dois mil milhões de euros, não estou com isso a afirmar que a poupança com a extinção do SNS seria da mesma ordem. Na verdade, parte destes gastos traduzir-se-iam em despesa no SNS; o maior impacto, contudo, duma medida destas ocorreria ao nível dos prestadores de serviços privados que são hoje financiados pela ADSE, em muitas situações, correspondendo a gastos pouco justificados e fraudulentos. Mas, no fim, não é só o custo que me motiva a defender a morte da ADSE.

    As razões pelas quais me oponho à ADSE são de ordem moral e política.

    Desde logo, há uma crítica moral, porque a forma como está montada a ADSE favorece – e muito – o desperdício de recursos e a fraude. Moral, também, porque cria inequidades, entre os funcionários públicos que têm acesso a um sistema de saúde amplo e recheado de regalias, e os restantes cidadãos (muitos deles com vínculo ao Estado ao abrigo de contrato individual de trabalho) que pagam impostos e recebem em troca o acesso ao SNS. Finalmente, moral, porque a ADSE representa um benefício para alguns, que é pago na sua grande medida por todos os contribuintes.

    A crítica é ainda política, porque a existência da ADSE cria um incentivo errado, de que “o que era bom” era, não um SNS, mas uma “ADSE para todos”. A ADSE seria o melhor modelo, porque permite amplo acesso à saúde, e promove a “liberdade de escolha”.

    Importa perceber, desde já, que a liberdade de escolha é uma solução interessante, mas só porque o quadro de partida é o de um SNS estatizante. A liberdade de escolha é a fórmula política que se pode usar para introduzir mais liberdade e eficiência na prestação de cuidados de saúde, e num quadro de paridade entre público e privado. Mas atenção, a solução, em si, tem inúmeras fragilidades: desde logo, porque estamos ainda num quadro em que, sendo o financiamento estatal, ou seja, via impostos, a tendência para capturar recursos, e fomentar o desperdício e a fraude, permanecem. E, neste quadro, a ADSE é um abcesso. Não dá para a reformar e adequar, para a transformar num sistema universal.

    Voltando ao fenómeno “custo”, e para além dos vícios e maus hábitos acumulados, das dificuldades de controle e das fraudes, pura e simplesmente a ADSE é tão cara para os contribuintes que nenhum Estado estaria disponível - nem mesmo os mais ricos - a oferecer um sistema destes à generalidade da população. Mais, nenhuma companhia de seguros oferece ou algum dia ofereceria uma cobertura semelhante à ADSE.

    É bom que todos tenhamos consciência que as nossas finanças públicas, e perante o crescimento das despesas com saúde, não comportam um financiamento público com a extensão actual, quer do SNS, quanto mais da ADSE. Num futuro muito próximo, o Estado irá limitar os serviços que presta, e cada um de nós será forçado a pagar, do seu bolso, o que não estiver coberto pelo seguro público.

    Por isso, é bom que não embarquemos em megalomanias, nem em soluções milagrosas que olham para o custo para o erário público como se fosse um pequeno pormenor.

    http://oinsurgente.org/2011/03/02/pelo-fim-da-adse-3/




    Esta discussão, muito interessante, sobre a ADSE, permitiu-me confirmar algo que já desde longa data a doutrina apresenta e a prática me haviam mostrado à saciedade.

    Desde logo, que a maioria das pessoas, mesmo as supostamente mais informadas, está ideologicamente intoxicada na discussão de temas como este, raciocinando na ausência de elementos factuais: este é o terreno fértil para a demagogia dos políticos e para a manutenção de soluções bizarras no campo das políticas públicas, e um dos grandes obstáculos a que se promova qualquer mudança significativa em Portugal. É chocante ver o nível de erro nos pressupostos e a dificuldade em aceitar evidências, com argumentos no estilo “a minha colega da frente que manda umas facturas diz-me x“, ou, “a ADSE tem menos fraude que o SNS” (porque dá jeito dizer isso, ainda que não haja qualquer base para fazer uma afirmação destas). Estes, entre outros argumentos, apenas servem para provocar ruído, e não ajudam a qualquer esclarecimento.

    Por exemplo, este último raciocínio apresentado abaixo, algures numa caixa de comentários, labora no erro, desde logo, que eu sou a favor de uma solução tipo SNS – o que não é verdade – e ignora que o nível de fraude na ADSE é comprovadamente chocante, porque o sistema incentiva a fraude, ao contrário do SNS, que não incentiva a fraude (no sentido estrito da palavra fraude), mas a corrupção e a ineficiência operativa. Cada uma das soluções é má, ADSE e SNS, mas por razões distintas. A forma como a discussão se desenrola dá origem a falsas barricadas – quem é “contra a ADSE”, é “a favor do SNS” – branqueando um sistema péssimo para a liberdade – a ADSE – só porque não se gosta de um outro sistema péssimo – o SNS. Resultado? Vermos gente liberal a defender bosta de boi, temperada com pimentos e molho de caril, como algo que até pode ser muito bom, só porque não gosta de **** de cão com temperos menos apurados.

    Siga a Marinha. Nesta lógica dos incentivos, é impressionante a dificuldade que muita gente tem em perceber que um sistema com os incentivos errados não deve ser defendido por quem advoga os valores liberais, ainda que dinamize a economia privada. Os privados, com os incentivos errados, produzem resultados económicos que são inimigos da liberdade e da propriedade: sim, porque a ADSE dinamiza a economia privada, e a “liberdade de escolha”, à custa sobretudo dos impostos de todos. E sim, os impostos são limitações à liberdade individual, e ataques legais ao direito de propriedade. Ou não?

    Por isso, quando todos pagam – e não é pouco (2.000 milhões de euros) – para que alguns – 1,3 milhões de pessoas – tenham um benefício (cada beneficiário recebe em média dos impostos dos portugueses, 1.500 euros), que é negado, quer a pessoas que se encontram em igualdade de circunstâncias (ou seja, os funcionários públicos que exercem as mesmas funções, mas com um vínculo laboral distinto), quer ao resto da população – a quem o Estado oferece generosamente um SNS que não quer para os seus funcionários mais dilectos; quando este sistema está amplamente dominado por ineficiências e maus hábitos de prescrição, que favorecem o desperdício e a fraude em larga escala; quando, finalmente, os benefícios sem equidade, o desperdício e a fraude são suportados por gente comum como eu, numa limitação da nossa liberdade individual e dos nossos direitos de propriedade; então a minha oposição é clara e sem rodriguinhos.

    Eu sou intransigente na defesa da integridade dos direitos de propriedade, da liberdade individual, da igualdade de oportunidades, da (verdadeira) economia de mercado e da iniciativa privada, mas não contem comigo para içar bandeiras a favor da rapinagem e de economias assentes em esquemas, soluções milagrosas e fantásticas porque suportadas pelo dinheiro que é de todos.

    http://oinsurgente.org/2011/03/03/pelo-fim-da-adse-4/
  12.  # 99

    Colocado por: gf2011Não precisa de se enervar nem escrever em CAPS, quero lá saber onde você vive


    Não me enervei, é preciso muito mais para isso. Os sublinhados são isso mesmo - para sublinhar aspetos que convenientemente se ignoram ou se fazem por ignorar. Suponho que meia dúzia de palavras em maiúsculas não violem as regras da etiqueta da internet.
    Finalmente, é significativo que diga que não quer saber onde eu vivo. Pois não. Portugal são quatro ou cinco cidades e o resto que se lixe. Então no que diz respeito a cuidados de saúde, é mesmo assim, tem toda a razão.
  13.  # 100

    Colocado por: gf2011E era subirem é já de imediato o preço a pagar mensalmente


    Concordo. Mas então, faz favor, tornem a adesão à ADSE voluntária. Eu salto fora. De qualquer modo, não vale a pena insurgir-se - a ADSE tem os dias contados. Vou ali num instante comprar mais um par de lentes antes que isto acabe.
 
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