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  1. Qual é a diferença entre sair de casa dos pais, comprar uma casa num condomínio e emigrar?


    É a diferença entre deixar a propriedade de outrem, adquirir uma propriedade e (admitindo que emigra por se sentir oprimido pelo estado) ser forçado a abandonar a sua propriedade.
  2. Colocado por: oxelfeR (RIP)Qual é a diferença entre sair de casa dos pais, comprar uma casa num condomínio e emigrar?


    A diferença é aquilo que potencialmente perdes, que supostamente era teu.

    Quando sais da casa dos teus pais, sais porque queres ser independente, e sais a bem. Tipicamente não tens grande coisa, tinhas alguém que era responsável por ti mas queres perder esse conforto para ganhar mais liberdade e autonomia. Apesar disso podes levar as coisas que tens, podes ficar ao pé dos teus pais e amigos.

    Quando sais do teu país porque te sentes oprimido nele, tipicamente sais a mal. Perdes todos os investimentos que fizeste, quer os que te deram coisas tangíveis como a tua casa, quer os outros que te deram outras coisas como os teus amigos.
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  4. Eu concordei que a diferença pode ser de "grau".
    Mas não deixa de ser uma comparação ridícula.

    Nao é ridícula, antes pelo contrario: serve para trazer ao de cima a incongruência do argumento "se nao gostas do estado podes sempre emigrar". Quando aplicado a uma ditadura, parece deslocado - nao porque seja difícil emigrar nesse caso, mas porque sendo uma ditadura já é visto como uma forma de Estado má e indesejável, pelo que já é de mau tom dizer "pode sempre emigrar", porque teria implícita uma aceitação da legitimidade da ditadura.
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  6. Colocado por: oxelfeR (RIP)Quando adquires a propriedade num condomínio não tens de submeter ás regras do condomínio?


    Tens, mas de livre vontade. Podes ler as regras antes de comprar casa no condomínio. E depois de comprares és parte activa nas decisões comuns.

    Mas eu concordo contigo, a escala tem tudo a ver com "como as coisas são".
  7. Estra intrigou-me. Explica lá isso melhor.



    O Estado Novo era dotado de uma constituição, tinha órgãos legislativos e judiciais que formalmente cumpriam a legalidade. Lamentavelmente essa legalidade era a de um regime autoritário.
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  9. Quando adquires a propriedade num condomínio não tens de submeter ás regras do condomínio?


    Aqui e Hoje? Mais que às do condomínio, às do estado - que impõe tanta coisa...
    Numa alternativa de ancap, significaria aceitar um contrato.
  10. Colocado por: oxelfeR (RIP)Estás a inverter o processo.


    Não estou nada... os pais tem responsabilidades para contigo. São eles que têm de trabalhar para te sustentar. Não te obrigam a trabalhar, tiram-te o dinheiro e depois fingem que são eles que te sustentam, retirando-te montes de liberdades no processo. Tu sais de casa dos pais por livre vontade (às vezes é ao contrário) para poderes passar a sustentar-te e a ter mais liberdade. Nesta situação há mais legitimidade quando há conflito, e principalmente a partir de alguma idade, do paizinho dizer: Tu não mandas na minha casa nem no meu dinheiro, faz-te à vida.

    Não podes propriamente sair do estado, estás sempre nele. Podes mudar para outro, mas estás sempre nele. E cada vez mais, como se vê, estamos a caminhar para um estado único. Não há fuga possível. Obedeces ou revoltas-te. Nesta situação há mais legitimidade para um cidadão dizer ao estado: Tu não mandas na minha casa nem no meu dinheiro, toma lá um tiro.

    A comparação entre as duas é apenas válida na parte autoritária, e na parte em que algumas pessoas nunca chegam a crescer e preferem que alguém seja responsável por elas.
  11. Quando adquires a propriedade num condomínio não tens de submeter ás regras do condomínio?


    Aqui e Hoje? Mais que às do condomínio, às do estado - que impõe tanta coisa...
    Numa alternativa de ancap, significaria aceitar um contrato.
  12. É comum não termos em consideração que um ser humano pode (e deve) ser visto de dois prismas diferentes: o ser individual e o ser social.
    Enquanto ser social posso aceitar que tires essa conclusão, já enquanto ser individual, isso não faz qualquer sentido.

    juro que nao percebi ...
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  14. Não é porque queres ser independente? O que é no fundo essa independência? Não será o não querer seguir as regras que te são impostas?
    Quando sais de casa dos teus pais, só não perdes os investimentos que eles te permitam que não percas.

    No fundo estás a sair de um loca A para um local B. Em ambos os locais te são impostas regras, que só és obrigado a cumprir se te quiseres mudar para lá. Se não estás de acordo com as regras, não te mudas, simples.


    Estará a sair da propriedade de alguem para uma propriedade sua, ou de alguém que lha ceda por via contratual. Do seu ponto de vista, sim.
  15. 3ª hipótese: alterar as regras.
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  19. portugal está no bom caminho, está a ficar deserto, silencio, passarinhos...
    Concordam com este comentário: jpvng
  20. Ora, ao fugir de uma ditadura da qual não concorda, podemos considerar que:
    - interesse pessoal: procura o seu próprio bem estar, que o obriga a procurar outras paragens, como apenas o seu próprio bem estar interessa, o grupo não é tido nem achado.
    - interesse social: recusa-se a participar na "luta" para mudar algo que incomoda o seu grupo, o que pode ser visto como aquilo que referiste: legitimação das regras.


    Huuumm.. não era a isso que me referia. Vejamos:

    Comecei por :
    Já percebi: posso sugerir que, confrontados com uma ditadura, os cidadãos devem pura e simplesmente ir para outro país? Seria ridículo, de facto.

    Resposta:
    É ridículo porque os exemplos que referiste em nada se comparam com a tua situação.


    Ora, o meu ponto é: a comparação não é ridícula.
    Nao é ridícula, antes pelo contrario: serve para trazer ao de cima a incongruência do argumento "se nao gostas do estado podes sempre emigrar". Quando aplicado a uma ditadura, parece deslocado - nao porque seja difícil emigrar nesse caso, mas porque sendo uma ditadura já é visto como uma forma de Estado má e indesejável, pelo que já é de mau tom dizer "pode sempre emigrar", porque teria implícita uma aceitação da legitimidade da ditadura.


    Quando falo em legitimação da ditadura, falo do ponto de vista de quem sugere a emigração como solução. Dito de outra forma: a única razão para o oxelfer achar normal dizer-me que se não estou contente com o Estado devo emigrar, mas já não se sentir confortável a dizer o mesmo se for uma ditadura é a noção de que ao fazê-lo está a aceitar a ditadura como uma forma legítima de organização do Estado.
 
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