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    • tat
    • 28 abril 2013

     # 1

    Boa noite!

    Eu e o meu marido estamos numa situação muito difícil e eu já estou desesperada sem saber o que fazer, por isso, recorro a este fórum na esperança de ver uma "luz ao fundo do túnel". Vou tentar ser breve para não maçar e, também, porque estou muito cansada mentalmente por rever todos os dias na minha cabeça esta situação.

    É o seguinte:
    Eu e o meu marido temos 30 anos. Há 4 anos, o meu marido tinha um emprego aparentemente estável onde ganhava razoavelmente (o suficiente para manter uma casa sem extravagâncias). Eu sempre tive trabalhos precários e nunca um emprego, pois tive várias "interrupções" para cuidar de familiares e enquanto estava na faculdade trabalhei sempre em part-times. Há 3 anos eu e o meu marido pedimos um crédito há habitação para comprar um apartamento e os meus sogros foram fiadores. Eu procurava trabalho em todas as áreas sem sucesso. Passado um ano, o meu marido perdeu o emprego porque a firma fechou e ficámos os dois a viver do ordenado mínimo dele. Como era impossível comportar a prestação do crédito (que não é alta - cerca de 270 eur - mas também tinhamos que comer, pagar luz, água, condomínio, etc.) o que fizemos foi colocar o apartamento a arrendar. Foi o que fizémos e vivemos temporariamente em casa de uma irmã do meu marido. Passados meses consegui um estágio profissional na minha área e arrendámos um T0 para podermos viver independentemente. Mas eu sempre soube que o estágio era só por um ano e que no fim voltaria ao desemprego e não me enganei. Entretanto, o meu marido encontrou emprego mas a ganhar o mínimo nacional. Com este sustento mensal (eu não tenho direito a subsídio de desemprego) deixámos de poder pagar o aluguer e pedimos aos meus sogros (pais dele) para nos deixarem ficar lá em casa até as coisas melhorarem. Eles não se mostraram nada receptivos mas lá acabaram por deixar.

    A situação actual é que, eu não consigo arranjar emprego (tive uns 3 trabalhos temporários ao longo do último ano e num deles nem me pagaram). Não temos a mínima estabilidade para voltar para o "nosso" apartamento. Aqui em casa dos sogros vivemos separados deles (porque isto são duas casas numa, nós estamos numa espécie de cave e nem sequer nos cruzamos). Mas eles estão sempre a fazer pressão para sairmos daqui. Dizem que para o ano (quando o contrato que fizemos com o nosso inquilino acabar) nos querem fora da daqui). Acontece que nós não vamos ter condições para voltar para lá. Estou com muito medo que acabemos na rua.
    Se nós voltamos ao "nosso" apartamento e não pagarmos as prestações, eles, como fiadores, serão obrigados a pagar? Ou primeiro o banco tenta vender o imóvel ou penhorar o miserável salário do meu marido? Não temos para onde ir, eu, com o meu currículo não consigo arranjar emprego e, pior, desenvolvi limitações nível físico no último trabalho que estive. Estamos encurralados e é sufocante viver assim. Peço que me esclareçam e estou na esperança que possa existir uma solução que eu não esteja a ver. Por favor, não me digam para falar com os sogros e que eles não seriam capazes de por um filho na rua porque eu sei com que tipo de pessoas estamos a lidar... Ele não é filho único e temos visto o que tem acontecido. Também já tentámos inúmeras vezes falar sobre isto mas eles não aceitam que permaneçamos aqui.
    Tudo o que eu queria era ter um emprego e uma vida minimamente normal. Nunca desejei mais do que isso, mas nem perto consigo chegar.
  1.  # 2

    Não percebo o comportamento de alguns pais /sogros, ou então saiu-me a sorte grande com os meus (pais e sogros). Diga-me de que zona são ? Que habilitações tem, em que área ? Pode ser que alguém aqui do forum vos possa ajudar se souber de onde são. Se forem da minha região garanto-vos que na rua não ficam.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Fernandes, ultrahipermega, fernandoR, tat
    • tat
    • 28 abril 2013

     # 3

    Boa noite caro asdrubal.

    Nós estamos a viver na zona de Fátima. Mas não é pela zona que não consigo arranjar trabalho pois tenho procurado por todo o país. Eu e o meu marido não somos conformistas e não teríamos problemas em nos mudar-mos para qualquer parte do país ou mesmo para o estrangeiro se tivéssemos oportunidade. O problema é que não temos.
    Eu sou licenciada em Psicologia (uma área completamente saturada) mas nunca me cingi a isso. Sempre procurei trabalho em todas as áreas que pudesse executar (desde auxiliar de lar, balconista e empregada de limpeza) mas tudo o que consegui até hoje foi sujeitar-me ao que os outros não queriam e ser ameaçada de morte por um patrão. Os trabalhos que tive foram sempre temporários, para substituir alguém. Quanto ao meu marido, ele já trabalhou em muitas coisas (ajudante de electricista, canalizações, operário fabril, balconista, etc.) e, neste momento, trabalha como técnico de produção numa fábrica.
    Eu não sou esquisita, estou disposta a tudo, as tenho a noção que as coisas estão muito complicadas. Obviamente que isso não torna mais fácil para mim aceitar o facto de estar prestes a ficar na rua. Dói mais ainda porque me sinto um peso para o meu marido que, coitado, tem sido um excelente marido para mim. Só nos temos um ao outro mesmo.

    Desculpem o desabafo.
    • tat
    • 29 abril 2013

     # 4

    Esta ausência de respostas significa que não há mais nada que possamos fazer? Eu não quero acreditar nisto. Ninguém nos sabe aconselhar em relação à questão do "nosso" apartamento?
    Qualquer ajuda seria apreciada.
  2.  # 5

    Não percebo qual a sua dúvida em relação ao vosso apartamento.

    Arrendou-o para fazer face às prestações do banco. Pode ter sido uma boa ideia, que lhes ultrapassou um problema. Diz que o contrato com o seu inquilino estará a acabar, e deduzo que ele deixará a casa no seu término.

    O crédito no banco continua, quer queira quer não, e a sua prestação continua a rondar os 270 euros... Quer o volte a alugar, quer esteja vazio...

    Se há problemas com a família que vos acolheu provisoriamente, que remédio terá você se não voltar para lá e tirar dos vossos parcos rendimentos a prestação do banco...

    O que seria uma boa ideia, quanto a mim, era o seu marido tentar sensibilizar os irmãos para a situação, para que pressionassem os seus sogros, para a ajuda que vocês parecem precisar. Faz um bocado confusão essa situação familiar, mas, o seu a sua dono. Se os seus sogros não "a" querem lá, que se pode fazer? A casa é deles! Por certo o problema não será o filho, será a nora?

    Quem sou eu para julgar, não me interprete mal...

    Boa sorte!
  3.  # 6

    Colocado por: tatSe nós voltamos ao "nosso" apartamento e não pagarmos as prestações, eles, como fiadores, serão obrigados a pagar? Ou primeiro o banco tenta vender o imóvel ou penhorar o miserável salário do meu marido?


    Entrarem em incumprimento parece-me ser a última coisa que vos interessa. Perdem a casa, ficam com uma dívida às costas,... Os fiadores serão chamados a responsabilizar-se pela dívida mas entretanto a vossa vida já foi destruída... Se o arrendamento chega para pagar a prestação, o melhor é não alterar em nada essa situação. Claro que há o problema de não terem onde ficar...será que não conseguem dividir casa com ninguém, ou alugar um quarto, enquanto não passa o sufoco? Ou mesmo convencer os sogros de que ficarem onde estão é melhor solução para eles (lembrar-lhes o "pormenorzinho" de serem fiadores)?
    Entretanto, se fosse a vocês, tentava mesmo emigrar. Peçam ajuda no centro de emprego, existe um gabinete próprio que vos pode ajudar a pesquisar propostas de emprego e verificar a sua segurança.
  4.  # 7

    Outro detalhe.

    Falou em penhorar o "misero ordenado" do seu marido e também disse que ele estava com o ordenado mínimo.

    Só pode ser penhorado 1/3 (um terço) do vencimento, com salvaguarda do salário mínimo. Se ele ganha o mínimo, não haverá penhora possível. Por aí deve estar descansada.
    Concordam com este comentário: Joao Dias, fernandoR
    Estas pessoas agradeceram este comentário: tat
  5.  # 8

    Nao pode aumentar o termo do seu emprestimo? Assim ficaria mais barato e talvez podera viver na casa.
    Com sogros assim quem precissa de inimigos?
    Concordam com este comentário: Joao Dias, Miguel Carvalho
  6.  # 9

    Assim que deixarem de pagar o banco irá primeiro tentar buscar o valor da prestação aos fiadores. Caso estes não paguem e a situação se arraste por alguns meses, irão colocar-vos uma firma de advogados nos calcanhares a pedir-vos os valores em atraso. Por fim o banco irá abrir um proceso em tribunal contra vocês e os fiadores; caso o imóvel seja vendido por valor igual ou superior à dívida, estão safos; caso contrário, irão penhorar os bens dos fiadores e vendê-los.

    A melhor alternativa passa SEMPRE por falar com o banco; dada a crise estarão eventualmente interessados em protelarem o recebimento do capital, ficando vocês a pagarem juros. Muito cuidado com a renegociação nesta altura em que os spreads estão um verdadeiro ROUBO! Mas falem SEMPRE primeiro com o banco antes de ficarem a dever... é um rol de complicações sem fim...
    • 1976
    • 29 abril 2013

     # 10

    olá tat,
    só lhe quero dar uma palavra de conforto.
    também estou na zona de fátima e os meus sogros são como os seus.
    foi a primeira vez na minha vida que encontrei problemas familiares. mas, nesta zona, não sei porquê, quase toda a gente se queixa do mesmo...
    desejo-lhe a melhor das sortes. e seja positiva! no fundo ficou com o melhor bocado da família dos seus sogros: o filho deles! :)
  7.  # 11

    tat, em ultimo caso peçam a insolvência...todos devem ter uma segunda oportunidade...Alugam uns anexos por 150€ e vão vivendo com o apoio dos dois...Ainda há muitos "velhos" que merecem acabar sozinhos...Força...
    Concordam com este comentário: AMTRS
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Miguel Carvalho
  8.  # 12

    Não desista de tentar encontrar emprego. Tem muitos sites na Internet com algumas ofertas: http://www.custojusto.pt/Santarem?ca=12_s&th=1&q=&cg=7020&w=112%3A183&tg=

    Boa sorte.
  9.  # 13

    Boa noite tat,penso que se for a segurança social e apresentar a sua situação terá de certeza absoluta alguma ajuda nem que seja direito ao rendimento mínimo,ou candidatar-se a um curso das novas oportunidades no qual recebe uma importância por mês boa sorte.
    Concordam com este comentário: eu, AMTRS
  10.  # 14

    aposto que se a tat vier postar aqui, daqui a um ano, vem de certeza dar boas notícias! força
    Concordam com este comentário: Miguel Carvalho
  11.  # 15

    Colocado por: Miguel CarvalhoBoa noite tat,penso que se for a segurança social e apresentar a sua situação terá de certeza absoluta alguma ajuda nem que seja direito ao rendimento mínimo,ou candidatar-se a um curso das novas oportunidades no qual recebe uma importância por mês boa sorte.

    Não é bem assim. Para o Estado, ter um apartamento, mesmo que o esteja a pagar é sinónimo de rico. Não tem direito a Subs. de rend. minimo ou outro apoio social monetário. Isso, é uma regalia só para os felizardos que não pagam impostos, não declaram o que vendem nas feiras e moram em casas do Estado/Câmara.Passem pelas estações dos correios no dia em que chegam os vales de correio e, reparem quem está lá a receber...
  12.  # 16

    Colocado por: Paramonteaposto que se a tat vier postar aqui, daqui a um ano, vem de certeza dar boas notícias! força

    Oxalá que sim, que resolva esta situação dramática e que a vida lhe volte a sorrir. Para este casal e todos os casais desempregados vai a minha solidariedade e votos muito, muito sinceros, de que voltem ao mercado de trabalho. E, que voltem a ser felizes.
  13.  # 17

    Acho que esse raciocinio se aplica só a quem tenha um imovel, ou imoveis, no valor superior a 65 mil euros, salvo erro.

    Colocado por: A. Madeira
    Não é bem assim. Para o Estado, ter um apartamento, mesmo que o esteja a pagar é sinónimo de rico. Não tem direito a Subs. de rend. minimo ou outro apoio social monetário. Isso, é uma regalia só para os felizardos que não pagam impostos, não declaram o que vendem nas feiras e moram em casas do Estado/Câmara.Passem pelas estações dos correios no dia em que chegam os vales de correio e, reparem quem está lá a receber...
    Concordam com este comentário: Miguel Carvalho
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Miguel Carvalho
  14.  # 18

    Ao que chega a miséria humana... Eu não consigo perceber estas familias. Jamais abandonaria um filho á sorte se este estivesse em dificuldades. É que o triste é que a malta vai falando dos sogros e estão-se a esquecer que alem de uma nora é um filho que estão a pôr na rua. Não percebo, a sério que não percebo!!
    Estas pessoas agradeceram este comentário: tat
    •  
      FD
    • 30 abril 2013 editado

     # 19

    Quanto é que devem da casa, por quanto é que compraram e quanto é que vale?
    Já consideraram a hipótese de a vender?

    Já falaram com o banco sobre a vossa dificuldade em pagar a prestação?
    Eles são obrigados a criar um plano de ajuda em caso de dificuldades.

    Tem quantos quartos?
    Já ponderaram arrendar um dos quartos?
    Concordam com este comentário: 1976
  15.  # 20

    Colocado por: Joao Dias
    Ao que chega a miséria humana... Eu não consigo perceber estas familias. Jamais abandonaria um filho á sorte se este estivesse em dificuldades. É que o triste é que a malta vai falando dos sogros e estão-se a esquecer que alem de uma nora é um filho que estão a pôr na rua. Não percebo, a sério que não percebo!!



    realmente, quando uns pais não ajudam, o caso é serio mesmo, ou escapa alguma coisa...
 
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